Polícia

Executivos do Grupo Petrópolis ‘lavaram’ R$ 329 milhões para Odebrecht, diz Lava-Jato

Cervejas do Grupo Petrópolis Foto: Divulgação/Petrópolis

Os executivos do Grupo Petrópolis , alvo da nova fase da Operação Lava-Jato , são acusados de terem lavado R$ 329 milhões de recursos desviados de contratos públicos, entre 2006 e 2014, para a Odebrecht . Foram expedidos pela Justiça Federal de Curitiba um mandado de prisão preventiva contra Walter Faria , controlador do grupo Petrópolis, e cinco mandados de prisão temporária contra executivos envolvidos nas operações ilícitas.

Segundo o Ministério Público Federal, em troca de dólares recebidos no exterior e de investimentos realizados em suas empresas, Walter Faria garantia recursos em espécie para a entrega a agentes corrompidos no Brasil e a liberação de propina travestida de doação eleitoral a Odebrecht.

Além disso, o Ministério Público Federal alega que contas bancárias no exterior controladas por Faria foram utilizadas para o pagamento de propina no caso dos navios-sonda Petrobras 10.000 e Vitória 10.000.

Em dezembro do ano passado, O GLOBO mostrou que Walter Faria era alvo de várias linhas de investigação da PF. O empresário era suspeito de receber propina em suas contas no exterior destinada a políticos do MDB e também investigado por fazer doações eleitorais para políticos a pedido da Odebrecht, em uma espécie de falsidade ideológica eleitoral. Em março, o ex-governador do Rio Sérgio Cabral admitiu pela primeira vez ter recebido propina da Cervejaria Petrópolis, depois de um delator citar R$ 500 mil de mesada pagos todo mês por Walter Faria ao grupo político de Cabral.

Procurado, o Grupo Petrópolis afirmou que seus executivos já prestaram esclarecimentos sobre o assunto aos órgãos competentes e que “sempre esteve e continua à disposição das autoridades para o esclarecimento dos fatos”.

Offshores

A Lava-Jato sustenta que em conta mantida no Antigua Overseas Bank, em Antigua e Barbuda, no nome da offshore Legacy International Inc., Faria recebeu US$ 88.420.065,00 da Odebrecht de março de 2007 a outubro de 2009. Já entre agosto de 2011 e outubro de 2014, duas contas mantidas pelo executivo no EFG Bank na Suíça, em nome das offshores Sur trade Corporation S/A, e Somert S/A Montevideo, receberam da Odebrecht, respectivamente, US$ 433.527,00, e US$ 18.094.153,00.

“Paralelamente, constatou-se que o grupo Petrópolis disponibilizou pelo menos R$ 208 milhões em espécie à Odebrecht no Brasil, de junho de 2007 a fevereiro de 2011”, informou a força-tarefa em nota divulgada nesta quarta-feira.

Os procuradores afirmam ainda que o grupo comandado por Faria foi utilizado pela Odebrecht para realizar, entre 2008 e 2014, pagamentos de propina travestida de doações eleitorais no montante de R$ 121.581.164,36. Esses pagamentos foram feitos por meio das empresas Praiamar e Leyroz Caxias, que são distribuidoras ligadas à cervejaria.

Regularização cambial

Faria aderiu ao programa de regularização cambial, do governo federal, informando possuir mais de R$ 1,3 bilhão depositados em contas de empresas offshore. Algumas dessas contas, direta ou indiretamente, receberam valores das contas controladas pela Odebrecht e por operadores ligados ao caso dos navios-sonda da Petrobras.

Segundo o Ministério Público Federal foram identificadas 38 empresas offshore distintas com contas bancárias no EFG Bank de Lugano, controladas por Faria. Mais da metade dessas contas permaneciam ativas até setembro de 2018.

“Mesmo comparando com outros casos da Lava-Jato, chama a atenção a expressiva quantidade de recursos lavados por Walter Faria e por executivos do grupo Petrópolis. Além disso, o fato de ainda manter recursos no exterior sem origem lícita comprovada e realizar a regularização cambial de mais de R$ 1 bilhão denota a permanência na prática do crime de lavagem de dinheiro e autoriza, conforme reconhecido em decisão judicial, a decretação da prisão preventiva do investigado”, afirmou, em nota, o procurador da República Alexandre Jabur.

O Globo

 

Opinião dos leitores

  1. Mais um "campeão nacional" (junto com a podridão a que se acoluiou) caindo…Bora lava-jatooooooooooooooooooooooooo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

    1. Isso era porquê luladrão não gostava de cerveja, só de cachaça. Rsrsrs

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Diversos

Odebrecht movimentou R$ 1 bi em propinas em 10 anos, diz Lava Jato

predio-da-odebrecht-1441901776205_615x300Foto: Zanone Fraissat/Folhapress

Os valores eram, segundo as investigações, propina e recursos de caixa 2 para políticos e agentes públicos, solicitados por diretores das empresas do grupo em troca de favores

A Odebrecht montou uma estrutura financeira paralela para operar os repasses de propinas da empreiteira a agentes públicos e políticos. Chamados de “prestadores de serviços”, esses operadores financeiros teriam movimentado mais de R$ 1 bilhão, entre 2004 e 2014, só em contratos com a Petrobras, segundo estimativa da força-tarefa da Operação Lava Jato.

Foram esses “prestadores de serviços” que mantiveram em funcionamento a estrutura de contas secretas em nome de empresas offshores (que existiam no papel, com sede fora do Brasil) usadas para a movimentação de dinheiro de propina. A partir delas eram feitas transferências no exterior e de lá também saíam valores para entregas de moeda em espécie.

Segundo a força-tarefa, entre os prestadores de serviços haviam operadores do mercado financeiro legal, doleiros, lobistas e ex-executivos que trabalhavam externos aos quadros da Odebrecht, mas que eram vinculados ao Setor de Operação Estruturas –departamento do grupo que cuidava dos repasses a políticos e agentes públicos, conforme a Lava Jato.

A ex-secretária Maria Lúcia Guimarães Tavares trabalhou no “departamento de propinas” da Odebrecht de 2006 a 2015. Era ela que controlava, na sede da empresa em Salvador, as execuções de pagamentos em espécie –uma planilha listava as requisições semanais para entregas de dinheiro.

Os valores eram, segundo as investigações, propina e recursos de caixa 2 para políticos e agentes públicos, solicitados por diretores das empresas do grupo em troca de favores e contratos públicos –em especial da Petrobras.

Após a prisão de Maria Lúcia, em março, e a delação fechada pela ex-secretária com a força-tarefa, executivos e ex-executivos do grupo também buscaram a colaboração.

Após nove meses de tratativas, 77 executivos e ex-executivos começarão, hoje, a ser ouvidos por procuradores da República. Os acordos ainda precisam ser homologados pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal.

Caminho

O esquema da lavagem de dinheiro operado pelo Setor de Operações Estruturas e seus “prestadores de serviços” começava com as offshores, que movimentavam dinheiro em “camadas”, conforme as investigações.

O objetivo era distanciar a Odebrecht da origem dos valores, legalizar a saída dos recursos da empresa, com contratos e notas falsas, e possibilitar a entrega das propinas de forma dissimulada.

Na sistemática descoberta pela Lava Jato –e que agora deve ser confirmada nas delações–, a Odebrecht mantinha uma primeira camada de offshores controlada por ela mesma. A partir dessas contas, o dinheiro da propina começava a ser movimentado.

Da primeira camada ele era transferido para offshores de operadores financeiros ligados ao grupo. Numa terceira etapa, os valores seguiam para dois destinos. Para quem quisesse receber no exterior, o dinheiro era transferido para offshores que tinham os beneficiários como controladores. Outra forma de pagamento era por entrega de moeda em espécie no Brasil.

Em novembro, a Lava Jato prendeu importante figura nessa engrenagem de pagamentos da Odebrecht. O advogado Rodrigo Tacla Duran, detido na Espanha, era o principal elo entre o Setor de Operações Estruturas e os doleiros e fornecedores de moeda no Brasil. Duran mantinha contato com doleiros e operadores do câmbio negro no Brasil para efetivar os repasses a políticos e agentes públicos.

Codinomes

A Odebrecht montou um esquema de codinomes, senhas e mensagens cifradas para tentar ocultar os verdadeiros envolvidos nos esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro, segundo os investigadores da Lava Jato.

Da mesma forma que os políticos tinham codinomes – “Justiça” identificaria o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e “Caranguejo”, o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) – cada “prestador de serviço” tinha uma conta nomeada por um apelido.

Nas planilhas e no sistema de comunicação do Setor de Operações Estruturadas foram encontradas contas em nome de “Paulistinha”, “Carioquinha”, “NOB”, “CXSSAR”, Sevenmp”, “Tonico”, entre outros. Uma das principais contas, em volume de recursos, é a “Paulistinha” e “Carioquinha”, que seriam referências a Álvaro Novis, da Hoya Corretora.

Outros operadores da Odebrecht eram o lobista Adir Assad e seu irmão Samir. Eles eram identificados nas planilhas como “Operação Kibe e Esfirra”. Além de operar recursos, forneciam contratos e notas de suas empresas para efetivar repasses.

Os operadores estão entre os nomes citados no acordo de delação premiada da Odebrecht. Os executivos devem confirmar que esses “prestadores de serviços” eram responsáveis por distribuir dinheiro ou para dissimular a origem de transferências em contas secretas (em nome de offshores) fora do Brasil. As informações são do jornal “O Estado de S. Paulo”.

UOL

 

Opinião dos leitores

  1. ARTGO 142 EO REMEDIO PARA OBRASIL SAIR DA CRISE. INTERVENÇAO MILITAR CONSTITUCIONAL . TRIBUNAL MILITAR JA

  2. 1 bilhão durante a era lula? Petistas são çegos ou burros, ou corruptos… não conseguem ligar fatos tão óbvios que sem aval do líder da quadrilha, o PMDB não teria como roubar.. 10 anos envolve 3 mandados de presidentes da parceria PT-PMDB. Ainda não entendo pesquisas que apontam que esse líder da seita está com 25% de aceitação… é muita gente precisando estudar. É uma seita que cega.

  3. Moraes, que vazou prisão de Palocci, cobra Janot por vazamento que atinge Temer?
    Isso é verdade mesmo?
    O recatado e do lar Ministro da Justiça reuniu-se com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, após a PGR aunciar que vai abrir uma investigação para apurar o vazamento de informações sobre as delações de executivos da Odebrecht na Operação Lava Jato, que atinge ministros e o próprio presidente, Michel Temer; Alexandre de Moraes foi quem vazou, em um comício durante as eleições municipais, que uma prisão ocorreria no dia seguinte, data em que foi preso Antonio Palocci.
    Seria trágico se não fosse cômico…

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Finanças

Banco clandestino criava offshores para lavar propinas, diz Lava Jato

A Polícia Federal deflagrou a 32ª fase da Operação Lava Jato, na manhã desta quinta-feira (7), com o objetivo de desmontar um suposto esquema de lavagem de dinheiro desviado da Petrobras por meio de um banco sem autorização para operar no Brasil e empresas offshores em paraísos fiscais.

O principal alvo da operação, chamada de Caça-Fantasmas, é Edson Paulo Fanton, que seria o responsável pelo FPB Bank, uma instituição bancária do Panamá que atuaria clandestinamente no Brasil. Ele foi conduzido coercitivamente para depor em Santos (SP).

De acordo com os investigadores, FPB Bank não tem autorização do Banco Central para operar no Brasil e agia “com o objetivo de movimentar contas em território nacional e, assim, viabilizar o fluxo de valores de origem duvidosa para o exterior, à margem do sistema financeiro nacional”.

Para isso, segundo o Ministério Público Federal, usava os serviços da Mossak Fonseca para criar offshores em paraísos fiscais a clientes de modo a ocultar a real propriedade do dinheiro, como o originado de propinas pagas em função de contratos da Petrobras.

“Os serviços disponibilizados pela instituição financeira investigada e pelo escritório Mossack Fonseca foram utilizados, dentre diversos outros clientes do mercado financeiro de dinheiro ‘sujo’, por pessoas e empresas ligadas a investigados na Operação Lava Jato, sendo possível concluir que recursos retirados ilicitamente da Petrobras possam ter transitado pela instituição financeira investigada”, afirma a PF.

A Mossak já foi alvo da Lava Jato, na 22ª fase da operação e é centro do escândalo Panama Papers.

ANONIMATO

Os alvos da ação desta quinta são funcionários e representantes do FPB Bank. Foram emitidos dez mandados de busca e apreensão e sete de condução coercitiva em São Bernardo, Santos e São Paulo nas casas e escritórios de funcionários do banco. Não há prisões.

“Os funcionários do banco panamenho no Brasil, além de atuarem de forma clandestina, garantiam anonimato aos seus clientes, pois, a partir da constituição das offshores, abriam e gerenciavam contas bancárias no exterior em seus nomes, permitindo a ocultação dos valores, havendo evidências de que offshores fornecidas pela Mossack foram usadas para ocultar recursos provenientes dos desvios perpetrados em detrimento da Petrobras”, afirmou a Procuradoria.

Foram identificadas 44 offshores abertas pela Mossak por solicitação dos investigados.

Para a procuradora da República Jerusa Viecili, a complexidade do suposto esquema pode ter facilitado a ocultação de recursos públicos desviados.

“Mais e mais criminosos terceirizam a lavagem para diminuir riscos, recorrendo a operadores financeiros, bancos clandestinos ou fábricas de offshores”, disse.

Edson Fanton é parente em primeiro grau do delegado da Polícia Federal Mário Renato Castanheira Fanton, que acusou a cúpula de delegados da Operação Lava Jato de irregularidades e coação, como a instalação de um grampo ilegal na cela do doleiro Alberto Youssef.

O delegado, juntamente com um agente da PF, apontados como “dissidentes”, foram denunciados por se associarem para ofender a honra dos colegas.

Segundo a PF, o nome da operação, “Caça-fantasmas”, faz referência à “verdadeira extensão obscura da instituição bancária [FPB Bank] no Brasil, bem como a vasta clientela que utiliza de seus serviços e do escritório Mossak Fonseca para operações financeiras com características de ilicitude e de forma oculta”.

Folha Press

Opinião dos leitores

  1. A GRANDE MAIORIA DOS POLÍTICOS SÃO LEGISLARÃO A SEU PRO PIO FAVOR DO ROUBO !!! MILITARES JÁ!!

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Diversos

Odebrecht tinha “departamento” de propina no país, diz Lava Jato

Com base em planilhas e cruzamento de dados, investigadores da Operação Lava Jato afirmam que a Odebrecht montou uma “estrutura profissional” de pagamentos sistemáticos de propina no Brasil e no exterior.

O “sistema estruturado” de corrupção, nas palavras do procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, envolvia funcionários com divisão clara de atribuições, um sistema informático para controle da entrada e saída de milhões de reais e toda uma estrutura de contabilidade clandestina.

Segundo ele, os pagamentos se referiam a obras públicas do governo federal e de governos dos Estados. Entre os contratos suspeitos de propina, além da Petrobras, estão o aeroporto de Goiânia, as obras do Trensurb (trem metropolitano de Porto Alegre), estradas e o estádio do Corinthians.

“Era uma estrutura profissional de pagamento de propina, não se limitava a casos esporádicos, mas a pagamentos sistemáticos”, disse a procuradora Laura Tessler, uma das integrantes da força-tarefa do Ministério Público Federal, do Paraná.

Apenas em uma das planilhas, a Polícia Federal identificou o que seriam pagamentos ilegais de R$ 65 milhões. Doleiros providenciavam dinheiro vivo e os repasses foram feitos pelo menos até novembro de 2015.

“Isto é assustador porque, mesmo após a prisão de Marcelo Odebrecht, tiveram a ousadia de prosseguir com o esquema”, disse a procuradora. As prisões do presidente do grupo, Marcelo Bahia Odebrecht, e da cúpula do conglomerado ocorreram em junho do ano passado.

Segundo ela, Marcelo Odebrecht não “só tinha conhecimento como solicitava o pagamento de vantagens indevidas”. A afirmação dela se baseia na existência da sigla MBO em planilhas de pagamento e o cruzamento dos dados novos da investigação com as anotações encontradas no celular do executivo.

As investigações sobre os recebedores do recursos ainda estão em estágio inicial. A PF cruzou, por exemplo, dados existentes nas planilhas intituladas “paulistinha” e “carioquinha” -espécie de extratos clandestinos de contas de pagamento de propina- com os dados dos destinatários.

Em alguns casos, disse o delegado Márcio Anselmo, dados dos destinatários, como prenomes e nomes de hotéis, números de quartos e datas, coincidiram com informações sobre os hóspedes registrados nos hotéis no mesmo dia.

Folha Press

Opinião dos leitores

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Finanças

Lula sabia de doações eleitorais ‘por fora’, diz Lava-Jato

petrobrasFoto: Domingos Peixoto / Agência O Globo

Em um documento de 77 páginas entregue ao juiz Sérgio Moro, o Ministério Público Federal afirma que há fatos e provas que confirmam que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sabia do esquema criminoso montado dentro da Petrobras. O documento, base do pedido de condução coercitiva realizado contra o petista nesta sexta-feira, diz que Lula sabia que empresas investigadas no esquema de corrupção da Petrobras realizavam doações eleitorais “por fora” e que havia um “ávido loteamento de cargos públicos” na sua gestão.

Os investigadores informaram que Lula recebeu “direta e indiretamente” vantagens indevidas decorrentes de desvios da estatal. Para os procuradores da força tarefa da Lava-Jato “ou o direito considera a realidade, ou a realidade continuará a desconsiderar o direito”.

“Lula sabia que empresas realizavam doações eleitorais ‘por fora’ e que havia um ávido loteamento de cargos públicos. Não é crível, assim, que Lula desconhecesse a motivação dos pagamentos de caixa dois nas campanhas eleitorais”, afirma os investigadores no documento completando: “ou o Direito considera a realidade, ou a realidade continuará a desconsiderar o Direito”.

Parte dos documentos foram apreendidos em construtoras em outras fase da Lava-Jato mostram que Lula esteve ao lados de empreiteiras “eventos, viagens, jantares e reuniões” onde se discutia e negociava importantes obras públicas no Brasil e no exterior.

A PF encontrou uma troca de mensagem no celular do ex-presidente da OAS, José Adelmário Pinheiro Filho – o Léo Pinheiro – com executivos da empreiteira. Nela, eles afirmam que o empresário “tinha uma ligação muito próxima com Lula, que, por sua vez, estava bastante a par das negociações e das obras realizadas pela empresa em diversos setores e em vários países”.

Os investigadores anexaram ainda um jantar organizado pelo ex-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, preso desde julho do ano passado pela Lava-Jato. Nela, ele organiza um jantar em sua casa a pedido do petista. Entre os convidados está Juvandia Moreira Leite, dona da gráfica Atitude, usada pelo ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto para lavar dinheiro desviado da Petrobras.

Os investigadores anexaram também as quebras dos sigilos fiscais e bancários do Instituto Lula que mostram pagamentos feitos a empresas de filhos do ex-presidente.

O Globo

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Finanças

PT foi ‘real beneficiário’ de empréstimo fraudulento do Banco Schahin, diz Lava Jato

sede-pt-525x350O Ministério Público Federal afirmou nesta segunda-feira, 14, que o PT foi o ‘real beneficiário’ de um empréstimo de R$ 12 milhões tomado, em 2004, pelo empresário e pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula, junto ao Banco Schahin. Em denúncia contra Bumlai e outros 10 investigados, a Procuradoria da República afirma que o empréstimo foi fraudulento e teria sido ‘pago’ ao Grupo Schahin por meio de um contrato de US$ 1,6 bilhão de operação do navio-sonda Vitoria 10000, da Petrobrás.

“Ato de ofício da Petrobrás vendido em troca da quitação do empréstimo, ou seja, o PT tinha uma dívida com a Schahin e o pagamento dessa dívida se daria mediante ato de ofício da Petrobrás feita com o Grupo Schahin”, disse o coordenador da força-tarefa da Lava Jato, procurador da República Deltan Dallagnol.

A denúncia detalha a operação e aponta que ao empréstimo de R$ 12 milhões se somaram outras transações. “Em que pese tomado formalmente em nome de José Carlos Bumlai, o empréstimo se destinava ao PT, sendo tal fato de conhecimento das partes envolvidas, tendo ocorrido, aí, interposição fraudulenta com a celebração de documentos falsos para encobri-la. Ademais, o empréstimo de alto valor foi feito sem garantias reais.”

Bumlai, o clã Schahin, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e outros seis investigados foram denunciados por corrupção e lavagem de dinheiro pela força-tarefa da Lava Jato. O amigo de Lula foi preso em 24 de novembro na Operação Passe Livre.

“A verdadeira quitação do valor foi feita não pelos negócios simulados, mas sim pelo direcionamento ilegal, do já mencionado contrato de operação de sonda, pela Petrobrás, o que foi feito por funcionários desta e mediante influência do Partido dos Trabalhadores, real beneficiário do empréstimo original, em
benefício de outra empresa do Grupo Schahin”, aponta a denúncia.

A dívida de R$ 12 milhões, tomada em 2004, não foi paga e se multiplicou a partir de nova operação, aponta a Procuradoria. Em 27 de dezembro de 2005 foi concedido novo empréstimo fraudulento, segundo a denúncia, agora em benefício da Agro Caieiras, ‘com a finalidade de dar quitação para o primeiro mútuo tomado e inadimplido por José Carlos Bumlai no ano de 2004′.

A transação foi oculta do Banco Central, de acordo com a denúncia, e a dívida foi rolada ‘para evitar a provisão de créditos de liquidação duvidosa’.

“Em outras palavras, o Banco Schahin emprestou R$ 18.204.036,81 para Agro Caieiras, que transferiu este valor para José Carlos Bumlai quitar o empréstimo originário com o Banco Schahin, surgindo uma nova dívida, agora da Agro Caieiras perante o Banco Schahin. Até 28 de março de 2007, esse novo mútuo também não havia sido adimplido, o que obrigou o Banco Schahin a ceder o crédito para a Schahin Securitizadora de Créditos Financeiros S/A, empresa do Grupo Schahin, que passou a ser a credora da dívida, novamente para evitar o provisionamento do montante”, detalha a Procuradoria.

A denúncia alcança um filho (Maurício Bumlai) e uma nora (Cristiane Bumlai) do amigo do ex-presidente Lula.

“Em 28 de dezembro de 2009, José Carlos Bumlai, Cristiane Dodero Bumlai e Mauricio Barros Bumlai e a Schahin Securitizadora de Créditos Financeiros S/A simularam a quitação do referido empréstimo por intermédio de um conjunto de negócios jurídicos falsos que culminaram na assinatura do recibo de quitação.”

Os procuradores identificaram lançamentos de descontos na contabilidade da Schahin Securitizadora ‘que não estavam amparados por documentos, a fim de camuflar as operações fraudulentas’. Segundo os procuradores, embora a dívida somasse R$ 49.670.175,86 constou em instrumento de liquidação e transação o valor de R$ 18.294.043,50. “Some-se que houve, ainda, um perdão injustificado de dívida de devedor solvente, pois a Schahin poderia ter, desde o vencimento do primeiro empréstimo concedido em 2004, executado o devedor.”

“A operação tinha por objetivo ocultar e dissimular o pagamento da vantagem indevida em benefício direto do Partido dos Trabalhadores e dos denunciados José Carlos Bumlai, Cristiane Dodero Bumlai e Mauricio de Barros Bumlai”.

Empréstimo. No segundo semestre de 2004, em São Paulo, Bumlai procurou Sandro Tordin, então presidente do Banco Schahin, a quem afirmou que ‘necessitava de um empréstimo urgente no valor de R$ 12 milhões’. Segundo a denúncia, Tordin orientou o pecuarista a fazer o preenchimento de cadastro no banco e a iniciar os trâmites burocráticos internos. Bumlai não era sequer correntista do banco.

A Procuradoria revela empenho de dois personagens emblemáticos do PT na transação: Delúbio Soares, então tesoureiro do partido, e José Dirceu, ministro-chefe da Casa Civil do governo Lula.

“Poucos dias depois da primeira reunião, Bumlai telefonou para Sandro Tordin solicitando um novo encontro no mesmo lugar, ocorrendo outra reunião entre Sandro Tordin, Carlos Eduardo Schahin, Milton Schahin, Salim Schahin (que também permaneceu por pouco tempo) e José Carlos Bumlai que, desta vez, veio acompanhado de Delúbio Soares, então tesoureiro do Partido dos
Trabalhadores”, descreve a denúncia.

Segundo os procuradores, Delúbio Soares ressaltou a urgência do empréstimo, detalhando os termos do financiamento pretendido e confirmando o interesse do Partido dos Trabalhadores para que a operação fosse concluída com a maior brevidade possível.

“Como evidência adicional, o ex-tesoureiro afirmou que a ‘Casa Civil’ procuraria um dos acionistas do Banco Schahin. De fato, dias após a referida reunião, o então acionista do Banco Schahin, Salim Schahin recebeu um telefonema de José Dirceu tratando de amenidades. Conforme o próprio Salim Schahin, não havia razão que explicasse o telefonema do ex-ministro da Casa Civil a não ser o interesse na agilização do empréstimo em favor do Partido dos Trabalhadores.”

Bumlai foi interrogado pela Polícia Federal nesta segunda-feira. Ele havia sido indiciado na sexta-feira, 11, pela prática dos crimes de corrupção passiva e gestão fraudulenta.

COM A PALAVRA, O CRIMINALISTA ARNALDO MALHEIROS FILHO, DEFENSOR DE BUMLAI

“José Carlos Bumlai e seus advogados tiveram conhecimento de que fora apresentada a denúncia (mas não de seu teor) quando a Polícia Federal dava início a seu depoimento. Não é nada usual e pode ser chamada de temerária a apresentação de uma acusação formal contra quem não foi ouvido, especialmente, quando novos esclarecimentos poderiam contribuir para o esclarecimento da verdade.

Fausto Macedo, Estadão

Opinião dos leitores

  1. Tem q extirpar esse câncer da sociedade brasileira…junto com ele a quimioterapia/radioterapia extermine também ,todos os partidos (metástases) que dão sustentação (alimentam) essa doença (corrupção)…

  2. Isso não passa de golpe. São todos honestos, pessoas íntegras e de conduta iretocavel. Estão sendo injustiçados. Kkkkkkkkk. Todo dia aperece uma maracutaia nova

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