Polícia

Executivos do Grupo Petrópolis ‘lavaram’ R$ 329 milhões para Odebrecht, diz Lava-Jato

Cervejas do Grupo Petrópolis Foto: Divulgação/Petrópolis

Os executivos do Grupo Petrópolis , alvo da nova fase da Operação Lava-Jato , são acusados de terem lavado R$ 329 milhões de recursos desviados de contratos públicos, entre 2006 e 2014, para a Odebrecht . Foram expedidos pela Justiça Federal de Curitiba um mandado de prisão preventiva contra Walter Faria , controlador do grupo Petrópolis, e cinco mandados de prisão temporária contra executivos envolvidos nas operações ilícitas.

Segundo o Ministério Público Federal, em troca de dólares recebidos no exterior e de investimentos realizados em suas empresas, Walter Faria garantia recursos em espécie para a entrega a agentes corrompidos no Brasil e a liberação de propina travestida de doação eleitoral a Odebrecht.

Além disso, o Ministério Público Federal alega que contas bancárias no exterior controladas por Faria foram utilizadas para o pagamento de propina no caso dos navios-sonda Petrobras 10.000 e Vitória 10.000.

Em dezembro do ano passado, O GLOBO mostrou que Walter Faria era alvo de várias linhas de investigação da PF. O empresário era suspeito de receber propina em suas contas no exterior destinada a políticos do MDB e também investigado por fazer doações eleitorais para políticos a pedido da Odebrecht, em uma espécie de falsidade ideológica eleitoral. Em março, o ex-governador do Rio Sérgio Cabral admitiu pela primeira vez ter recebido propina da Cervejaria Petrópolis, depois de um delator citar R$ 500 mil de mesada pagos todo mês por Walter Faria ao grupo político de Cabral.

Procurado, o Grupo Petrópolis afirmou que seus executivos já prestaram esclarecimentos sobre o assunto aos órgãos competentes e que “sempre esteve e continua à disposição das autoridades para o esclarecimento dos fatos”.

Offshores

A Lava-Jato sustenta que em conta mantida no Antigua Overseas Bank, em Antigua e Barbuda, no nome da offshore Legacy International Inc., Faria recebeu US$ 88.420.065,00 da Odebrecht de março de 2007 a outubro de 2009. Já entre agosto de 2011 e outubro de 2014, duas contas mantidas pelo executivo no EFG Bank na Suíça, em nome das offshores Sur trade Corporation S/A, e Somert S/A Montevideo, receberam da Odebrecht, respectivamente, US$ 433.527,00, e US$ 18.094.153,00.

“Paralelamente, constatou-se que o grupo Petrópolis disponibilizou pelo menos R$ 208 milhões em espécie à Odebrecht no Brasil, de junho de 2007 a fevereiro de 2011”, informou a força-tarefa em nota divulgada nesta quarta-feira.

Os procuradores afirmam ainda que o grupo comandado por Faria foi utilizado pela Odebrecht para realizar, entre 2008 e 2014, pagamentos de propina travestida de doações eleitorais no montante de R$ 121.581.164,36. Esses pagamentos foram feitos por meio das empresas Praiamar e Leyroz Caxias, que são distribuidoras ligadas à cervejaria.

Regularização cambial

Faria aderiu ao programa de regularização cambial, do governo federal, informando possuir mais de R$ 1,3 bilhão depositados em contas de empresas offshore. Algumas dessas contas, direta ou indiretamente, receberam valores das contas controladas pela Odebrecht e por operadores ligados ao caso dos navios-sonda da Petrobras.

Segundo o Ministério Público Federal foram identificadas 38 empresas offshore distintas com contas bancárias no EFG Bank de Lugano, controladas por Faria. Mais da metade dessas contas permaneciam ativas até setembro de 2018.

“Mesmo comparando com outros casos da Lava-Jato, chama a atenção a expressiva quantidade de recursos lavados por Walter Faria e por executivos do grupo Petrópolis. Além disso, o fato de ainda manter recursos no exterior sem origem lícita comprovada e realizar a regularização cambial de mais de R$ 1 bilhão denota a permanência na prática do crime de lavagem de dinheiro e autoriza, conforme reconhecido em decisão judicial, a decretação da prisão preventiva do investigado”, afirmou, em nota, o procurador da República Alexandre Jabur.

O Globo

 

Opinião dos leitores

  1. Mais um "campeão nacional" (junto com a podridão a que se acoluiou) caindo…Bora lava-jatooooooooooooooooooooooooo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

    1. Isso era porquê luladrão não gostava de cerveja, só de cachaça. Rsrsrs

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Diversos

Procurador no RN pede fim dos salários no Executivo acima do teto constitucional

O Procurador-geral do Ministério Público de Contas, Luciano Ramos entrou nesta terça-feira (7) com uma representação no Plano do Tribunal de Contas da União com pedido de cautelar contra pagamentos a servidores do Poder Executivo que ganham acima do teto constitucional. Ele defende um teto com a remuneração da governadora Rosalba Ciarlini, cujo valor é de R$ 11.661,00. O prazo determinado para resposta é de 60 dias.

A representação é uma decisão tomada após análise do MPJTCE, que concluiu que, entre janeiro e março deste ano, mais de 1600 servidores receberam valores acima da remuneração da governadora e de desembargador do Tribunal de Justiça.

Diante das evidências, o MP de Contas pede que o TCE determine à Secretaria de Administração do governo que instaure um processo administrativo para verificar em cada caso exceções ao teto.

Opinião dos leitores

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Jornalismo

Brasil deixou de ser terra sem lei. Executivos da Chevron são proibidos de deixar o país

Dezessete executivos das empresas Chevron e Transocean envolvidos no acidente ocorrido em novembro na bacia de Campos, no litoral do Rio, estão impedidos de sair do país sem autorização judicial.

De acordo com o procurador da República em Campos Eduardo Oliveira, a medida cautelar foi concedida ontem à noite pelo juiz de plantão da 4ª Vara Criminal.

“Como vai ter denúncia criminal e a maioria é de estrangeiros, pedi que fosse impedida a saída deles”, informou o procurador.

Oliveira pretende entrar na próxima quarta-feira (21) com denúncia (acusação formal) contra a empresa, depois que um segundo acidente voltou a jogar petróleo no mar, no último dia 4. Nove dias depois a Chevron descobriu que a origem do óleo era uma nova fissura aberta no solo marinho, de onde continuam saindo bolhas de óleo.

No primeiro acidente também ocorreu uma fissura e até hoje o afloramento de gotas de óleo não foi controlado.

Em novembro do ano passado, um erro de pressão durante a perfuração da Chevron no campo de Frade, na bacia de Campos, provocou o vazamento de pelo menos 2.400 barris de petróleo no mar. No início desse mês, a empresa detectou outro vazamento, a 3 km do primeiro acidente, e informou que recolheu 5 litros de petróleo.

O volume é contestado pelo procurador. Ele também diverge da empresa em relação à causa do acidente e avalia que o novo vazamento está ligado ao acidente de novembro.

O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) também afirmou que é provável que a segunda ocorrência seja consequência do primeiro acidente.

A Chevron informou na quinta-feira que “não há nenhum indício de que o segundo vazamento tenha relação com o primeiro”. A empresa ainda não se pronunciou sobre a decisão contra seus executivos.

A Chevron aguarda decisão da ANP (Agência Nacional do Petróleo) para suspender a operação no campo de Frade, onde produz 61 mil barris diários de petróleo. A agência disse que aguarda mais informações técnicas da companhia para decidir sobre a interrupção da produção.

Os seguintes executivos foram impedidos de sair do país:

George Buck
Erick Dyson Emerson
Flávio Monteiro
João Francisco de Assis Neves Filho
Mark Thomas Lynch
Alexandre Castellini
Jason Warren Clendenen
Glen Gary Edwards
James Kevin Swain
Clifton Edward Menhennit
Jhonny Ray Hall
Guilherme Dantas Rocha Coelho
Michel Legrand
Gary Marcel Slaney
Ian James Nancarrow
Brian Mara
Patrícia Pradal

Fonte: Folha.com

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