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Fiocruz: 7,7% dos brasileiros usaram maconha pelo menos uma vez

Foto: Divulgação / Polícia Federal

A maconha é a substância ilícita mais consumida no Brasil, segundo a pesquisa. Dados do 3º Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas pela População Brasileira, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), apontam que 7,7% dos brasileiros de 12 a 65 anos já usaram maconha ao menos uma vez na vida. A segunda droga com maior consumo no país é a cocaína em pó (3,1%).

O levantamento que ouviu cerca de 17 mil pessoas com idades entre 12 e 65 anos, em todo o Brasil, entre maio e outubro de 2015, é apontado como um dos mais completos por sua abrangência. Pesquisadores também destacaram números preocupantes relacionados ao uso do crack.

Aproximadamente 1,4 milhão de pessoas entrevistadas relataram ter feito uso de crack e similares alguma vez na vida, o que corresponde a 0,9% da população da pesquisa. Neste aspecto, o levantamento destaca um diferencial pronunciado entre homens (1,4%) e mulheres (0,4%). Nos 12 meses anteriores ao levantamento, o uso dessa droga foi reportado por 0,3% da população.

Pesquisadores explicam que estes resultados devem ser observados com cautela, uma vez que o inquérito domiciliar não é capaz de captar as pessoas que são usuárias e não se encontram regularmente domiciliadas ou estão em situações especiais, vivendo em abrigos ou em presídios, por exemplo.

Maconha é apontada como a droga mais consumida no Brasil (Arquivo/Agência Brasil)

“O percentual que encontramos no 3° Levantamento é inferior ao que aparece na Pesquisa Nacional do Uso do Crack [Fiocruz, 2013]. Isso porque nosso levantamento foi domiciliar. Mas os usuários de crack compõem uma população majoritariamente marginalizada, que vive em situação de rua. Desse modo, importante reforçar que o levantamento corrobora o grave problema de saúde pública que é o uso de crack no Brasil. Mas faz isso justamente por mostrar, a partir da visibilidade diminuta dentro dos lares, que o consumo dessa substância no país é um fenômeno do espaço público”, afirmou o coordenador da pesquisa, Inácio Bastos.

Medicamentos

Outro dado destacado pelos pesquisadores diz respeito ao uso dos analgésicos opiáceos e dos tranquilizantes benzodiazepínicos. Nos 30 dias anteriores à pesquisa eles foram consumidos de forma não prescrita, ou de modo diferente àquele recomendado pela prescrição médica, por 0,6% e 0,4% da população brasileira, respectivamente.

“É um número que revela um padrão muito preocupante, e que faz lembrar o problema norte-americano de uma década atrás, em termos de classe de substâncias”, alertou Bastos.

Diminuição de cigarro

Sobre tabaco, o coordenador da pesquisa da Fiocruz destacou uma redução do consumo identificado no levantamento. “Outras pesquisas têm mostrado que há um declínio com relação ao uso do cigarro convencional. Por outro lado, têm chamado atenção para formas emergentes de fumo, com a ascensão de aparatos como cigarros eletrônicos e narguilés”, disse Bastos.

Levantamento

O 3° Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas pela População Brasileira teve sua origem numa concorrência pública lançada em 2014 pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

O estudo contou com a parceria de várias outras instituições, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Instituto Nacional de Câncer (Inca) e a Universidade de Princeton, nos EUA.

Francisco Inácio Bastos disse que definiu seu plano amostral a partir de critérios metodológicos semelhantes aos da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE.

“Há um enorme desafio em realizar uma pesquisa como esta, que busque ser representativa da população brasileira. O Brasil não é apenas muito heterogêneo, como também conta com regiões muito pobres, territórios de população esparsa e dificuldade de acesso”, avaliou o pesquisador.

Agência Brasil

 

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Fiocruz solicita abertura de concurso com 600 vagas; salários de até R$ 8 mil

 A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), instituição vinculada ao Ministério da Saúde, solicitou um novo concurso público, para ser realizado em 2015, ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG). De acordo com a assessoria da Fiocruz, ainda não houve resposta sobre a solicitação, portanto, não existe uma previsão de data para a publicação do edital. A assessoria diz ainda que caso seja autorizada, os trâmites para a nova seleção só acontecerão após a finalização do prazo de validade do atual concurso público, cujos dois últimos editais foram homologados nessa segunda-feira (30 de junho).

O pedido foi para provimento de 600 vagas, com o objetivo de substituição de terceirizados  e reposição de vacância. Entre os cargos que serão oferecidos estão as funções de tecnologista em saúde pública, analista em gestão pública e técnico em saúde pública. As oportunidades serão destinadas a todas as unidades da Fiocruz no Brasil. Das 600 vagas, 350 são para nível superior, 20 para ensino superior com exigência de doutorado e experiência, 130 vagas com exigência de mestrado e 100 chances para nível médio.

Os vencimentos básicos vão de R$ 2.313,61 a R$ 8.022,79, dependendo do nível de escolaridade. Os salários são acrescidos ainda de gratificação de produtividade e vale alimentação. E podem, dependendo do caso, receberem retribuição por titulação (nível superior), gratificação por qualificação (nível médio) e adicional de insalubridade. Confira abaixo as vagas e cargos solicitados:

300 vagas para Tecnologista em Saúde Pública (nível superior)

50 vagas para Analista em Gestão Pública (nível superior)

70 vagas para Técnico em Saúde Pública (nível médio)

30 vagas para Assistente Técnico de Gestão (nível médio)

20 vagas para Especialista em C&T Produção, Inovação em Saúde Pública (nível superior com exigência de doutorado e seis anos de experiência)

130 vagas para Assistente de Pesquisa em Saúde Pública (exigência de mestrado)

CorreioWeb

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