Jornalismo

Colunista da Carta Capital aponta farsas em matéria de capa da Veja

Essa é realmente impressionante! A colunista Cynara Menezes, da revista Carta Capital, derrubou praticamente toda a matéria da revista Veja dessa semana que tem como destaque (reportagem de capa mesmo) a chamada de como o PT se preparou para abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para atacar adversários.

O blog que acompanha a Veja chegou a ler a matéria, não na íntegra, mas pode acompanhar vários indícios de um jogo político legal, porém sujo e baixo, do partido que está ocupando a Presidência da República Federativa do Brasil, mas se a matéria for, realmente, uma farsa é lamentável para a imagem do semanário, que mesmo com várias críticas, continua com credibilidade.

O colunista Flávio Morgenstern, que sempre tem matérias reproduzidas nos blogs de Veja, tratou logo de responder às críticas feitas pela colunista da Carta Capital, mas as respostas não foram muito boas.  O colunista tenta convencer os leitores de que é difícil falsificar um documento pelo simples fato de haver um brasão da República Federativa do Brasil. Pelo que expressa Flávio, os brasões só são encontrados em documentos oficiais, não havendo outra possibilidade. Ora! Uma imagem do brasão é a coisa mais fácil do mundo de se encontrar. Basta ir ao Google. Em seguida, copiar e colar a imagem em um documento em branco. Essa explicação foi infeliz. Resta esperar a bomba que Veja deve estar preparando. Confira os dois artigos:

1) Cynara Menezes

“Control C + Control Veja

No centro do furacão desde que vieram à tona suas relações no mínimo pouco éticas com os bandidos da quadrilha de Carlinhos Cachoeira, a revista Veja parece ter perdido toda a noção de ridículo.

Sua capa desta semana é uma farsa: o “documento” que a semanal da Abril alardeia ter sido produzido pelo PT como estratégia para a CPI de Cachoeira é, na verdade, um amontoado de recortes de reportagens de jornais, revistas e sites brasileiros.

Confira neste link (clique AQUI) os fac-símiles do suposto “documento” que a revista apresenta com “exclusividade” e compare com os outros links no decorrer deste texto.

Segundo a revista, os trechos que exibe fariam parte de um “documento preparado por petistas para guiar as ações dos companheiros que integram a CPI do Cachoeira”. Mas são na realidade pedaços copiados e colados diretamente (o manjado recurso Ctrl C+ Ctrl V dos computadores) de reportagens de terceiros, sem mudar nem uma vírgula.

O primeiro deles: “Uma ala poderosa da Polícia Federal, com diversos simpatizantes nos meios de comunicação, não engole há muito tempo o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal” saiu de uma reportagem de 6 de abril do site Brasil 247, um dos portais de notícia, aliás, que os colunistas online de Veja vivem atacando com o apelido de “171″ (número do estelionato no código penal).

Mas quem é que está praticando estelionato com os leitores, no caso? (confira clicando AQUI).

Outro trecho do “documento exclusivo” de Veja é um “copiar e colar” da coluna painel da Folha de S.Paulo do dia 14 de abril: “Gurgel optou por engavetar temporariamente o caso. Membros do próprio Ministério Público contestam essa decisão em privado. Acham que, com as informações em mãos, o procurador-geral tinha de arquivar, denunciar citados sem foro privilegiado ou pedir abertura de inquérito no STF”. (Confira AQUI)

Mais um trecho do trabalho de jornalismo “investigativo” com que a Veja brinda seus leitores esta semana: “Em uma conversa entre o senador Demóstenes Torres e o contraventor Carlinhos Cachoeira, gravada pela Polícia Federal (…)”, é o lead de uma reportagem do jornal O Estado de S.Paulo do dia 28 de abril (leia AQUI).

Pelo visto, os espiões da central Cachoeira de arapongagem, que grampeavam pessoas clandestinamente para fornecer “furos” à Veja, estão fazendo falta à semanal da editora Abril…

Para acessar o site da revista, clique aqui.

2) Flávio Morgenstern

” O novo furo (furado) da Carta Capital

A reportagem de capa da Veja dessa semana mostra que o PT distribuiu um “manual” para companheiros na CPI. É algo completamente legal, só um pouco vexatório, ainda mais para o partido que antes se arrolava o dono da ética – hoje já prefere advogar-se dono do país.

O braço midiático do PT não gostou de passar vergonha. Cynara Menezes, da Carta Capital, foi avisada por um seguidor no Twitter de que o “manual” continha material que estava no blog Brasil 247, aquele mistifório criado por Daniel Dantas para detonar seus adversários – e que acaba servindo bastante para municiar o PT. Sua conclusão veio antes de um raciocínio escorreito e passou reto por conseqüências que foi incapaz de calcular: para ela, seria uma prova “por A + B” de que “o jornalismo da Veja é ruim” e de que o documento é “suposto”, não sendo um “documento” sem aspas por ser “um amontoado de recortes de reportagens de jornais, revistas e sites brasileiros”.

Se tal fosse verdade, seria fácil processar Veja por forjar um documento oficial. O documento que a revista mostra vem com o brasão da República. Seu uso é obrigatório nos papéis de expediente, nos convites e nas publicações oficiais de nível federal, de acordo com a lei 5.700/71. Não é um papel que você pega em branco com o símbolo em qualquer xerox e escreve o que quiser embaixo. Tampouco pode-se usar o símbolo em qualquer informe comunicativo só pra ficar mais supimpa: apenas entidades governamentais federais podem fazer uso do brasão. Nem mesmo paraestatais, como Banco do Brasil ou Petrobrás podem utilizar o símbolo. Há inclusive decisão no sentido de coibir entidade de despachantes que utilizava o brasão da República em seus documentos sob pena de multa diária de 10 mil reais.

Não é o tipo de informação que Cynara pesquisou antes de afirmar, de estro próprio e inconseqüentemente, que era um papel “que utilizou selo da república na hora de xerocar. simplérrimo.” – idéia difícil de sustentar em uma realidade regida pela Constituição Federal e pelas Leis de Newton.

Em outras palavras, se a reportagem de Cynara Menezes tivesse algum pingo de veracidade, seria nitroglicerina prestes a explodir. Poderia ser o maior escândalo midiático do hemisfério. Não seria um erro como “fingir que um site financiado pelo PT é propaganda do próprio PT”. Seria um crime federal seríssimo capaz de fechar as portas da terceira revista mais lucrativa do planeta. Mas, para tristeza de Cynara, não é isso que ela tem em mãos.”

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