Economia

Imprimir dinheiro para enfrentar crise provocada pelo coronavírus é perigoso, diz presidente do Banco Central

Foto: Raphael Ribeiro

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou, nesta quinta-feira (9/4), que a ideia de imprimir dinheiro como solução para o enfrentamento dos efeitos da pandemia da COVID-19 na economia, além de ser perigosa, não lhe agrada.

“Acho que o argumento de que eu vou imprimir dinheiro porque a inflação está relativamente baixa é um argumento perigoso. Temos um sistema de meta de inflação que tem assimetrias, se você imaginar que quando está embaixo vai imprimir dinheiro para atingir a meta, isso faz com que o equilíbrio de juros neutros seja um pouco mais alto”, disse em entrevista para o portal UOL.

A sugestão de impressão de real surgiu do ex-ministro da Fazenda e atual secretário de Fazenda de São Paulo, Henrique Meirelles, durante entrevista para a BBC. Ele admitiu que a medida seria uma opção possível, embora não seja sua escolha para sair da crise. “É uma ideia, estamos sempre dispostos às ideias, mas hoje nós não entendemos que seja a melhor saída”.

Campos Neto adiantou que o Ministério da Economia estuda novos projeto com o objetivo de atender microempresários durante a pandemia de coronavírus. Uma das ideias, que deverá ser anunciada em breve, seria a distribuição de recursos por máquinas de cartão. “Existem outros projetos. Isso ainda está sendo tocado pelo Ministério da Economia”, disse.

Já para as empresas maiores, ele destacou que dois modelos são estudados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES). “Mas vale lembrar que, para essas empresas maiores, com muita dívida, não adianta só ficar colocando dívida, em algum momento é necessário colocar equity”, disse o presidente da autoridade monetária. Em outras palavras, “colocar equity” seria a compra de participação de empresas em dificuldades.

Segundo o presidente do BC, antes mesmo da crise chegar, foi identificado que haveria uma ruptura no setor de serviços. “Por isso fizemos a primeira liberação de compulsório. Na época, fui criticado porque disseram que tinha que olhar juros e não compulsório. Eu informei ao Congresso que havia uma ruptura no setor de serviços, que é particularmente difícil de se recuperar.”, comentou.

CNN Brasil

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Finanças

Henrique Meirelles defende ‘imprimir dinheiro’ para conter crise do novo coronavírus: “risco nenhum de inflação”

Foto: Reuters

Henrique Meirelles defendeu nesta quarta-feira (8) “imprimir dinheiro” para recompor a economia durante a crise causada pelo novo coronavírus.

Em entrevista à BBC, o secretário de Fazenda de SP afirmou que a retração da economia será brutal e que, por isso, não existe risco de inflação caso o Banco Central emita a moeda para o pagamento, por exemplo, do coronavoucher.

“O Banco Central tem grande espaço de expandir a base monetária, ou seja, imprimir dinheiro, na linguagem mais popular, e, com isso, recompor a economia. Não há risco nenhum de inflação nessa situação.”

E acrescentou, sobre o aumento da dívida pública e o aumento da percepção de risco do Brasil:

“Olha, dos males o menor. Qual é a alternativa [ao aumento de dívida]? A alternativa é um colapso econômico, que é pior, porque aí nós teremos aumentos posteriores da dívida. Porque aí inclusive o PIB cai, e a dívida como percentual do PIB já aumenta matematicamente. Fora a questão do desemprego e da capacidade da economia de gerar emprego e renda no futuro e evidentemente a arrecadação pública.”

O Antagonista, com BBC

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    1. Também acontece comigo e olhe que evito palavrão. Vejo uma certa parcialidade, parece que se o comentário não agrada a quem publica não sai. Lamentável essa postura.

  1. Declaração totalmente controversa. Aumentar a quantidade de moeda circulando sem um relativo aumento equivalente da oferta de bens, vai inflacionar sim os preços.

  2. Imprimir dinheiro sem lastro é pintar papel. Por isso que fico com minhas ações em carteira e comprando mais.

  3. Vai opinar no teu governo em São Paulo
    Aqui obedecemos ao competente Ministro Paulo Guedes.
    E o Presidente de mais de 210 milhões de Brasileiros é Jair Messias Bolsonaro

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