Clima

RN terá monitoramento moderno de previsão do tempo e de monitoramento de chuvas

Fotos: Emater RN

O Rio Grande do Norte terá um monitoramento hidrometeorológico, climático e agrometeorológico amplo e moderno. Isso significa que a previsão do tempo e de chuvas, além do monitoramento pluviométrico, serão acompanhados de forma mais estratégica em prol da cultura agrícola e da vida no campo. Para isso, o Governo do RN investiu cerca de R$5,5 milhões no desenvolvimento de softwares e na compra de equipamentos agrometeorológicos e de Tecnologia da Informação. As aplicações foram viabilizadas pelo Projeto Governo Cidadão, via acordo de empréstimo com o Banco Mundial.

Com o plano concluído nesta semana, a empresa desenvolvedora e implementadora da ferramenta, L&L Soluções e Sistemas, apresentou todos os módulos de funcionamento aos técnicos da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte – Emparn, responsáveis pelo seu funcionamento. Após a apresentação foram pontuados alguns ajustes necessários para que o sistema possa ser entregue aos norte-rio-grandenses.

A rede vai monitorar variáveis meteorológicas como temperatura, umidade do ar, vento, pressão atmosférica, radiação solar, umidade e temperatura do solo e quantidade de chuva. As medições serão feitas de hora em hora e transmitidas online para o servidor da Emparn.

A partir dessas informações será possível melhorar o zoneamento e monitoramento agrícola, dando mais segurança aos agricultores, principalmente para escolher a hora e a cultura agrícola adequadas à sua propriedade, uma vez que o monitoramento climático mais eficaz possibilita auxiliar na gestão dos recursos hídricos do Estado.

“Com essas adequações, a Emparn vai disponibilizar de forma mais eficaz, a previsão do tempo e o monitoramento de chuvas, informações de extrema importância no dia a dia de áreas como o turismo, a agricultura e a pecuária do Estado”, comentou o Secretário de Gestão de Projetos e Metas e coordenador do Governo Cidadão, Fernando Mineiro, contando que, além do sistema que gerencia os modelos de previsões meteorológicas, foram adquiridos e instalados 100 pluviômetros automáticos e 15 novas estações automáticas para se somarem aos equipamentos que a Emparn já detinha.

O Chefe da Unidade Instrumental de Meteorologia da Empresa, meteorologista Gilmar Bristot, explicou que essa reformulação vai marcar a meteorologia do RN, tornando-a mais acessível, atualizada e eficaz.

“A ampliação e modernização de nosso monitoramento hidrometeorológico, climático e agrometeorológico é de grande importância para todas as áreas relacionadas ao meio ambiente, uma vez que teremos acesso a informações valiosas de maneira automática e periódica a cada hora. Daremos um salto enorme na qualidade das informações coletadas em campo, nos 167 municípios potiguares, de forma a atender a todos os setores produtivos, além da defesa civil e para pesquisa na área educacional”, disse Bristot que completou: “Vai ser um diferencial importante para todo o Estado, disponibilizando todas as informações à população, em breve, por meio da internet, nas plataformas da Emparn”.

Opinião dos leitores

  1. Não adianta modernizar, se o órgão não possui estrutura para desenvolver sua atividade. É mais enfeite e pirotecnia para iludir o povo. Nossos órgãos de assistência técnica e fiscalização estão sucateados e sem estrutura física e humana para dar vencimento a demanda existente.

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Saúde

PAVOR MODERNO – O MEDO DE ESTAR ON-LINE: presença constante na internet faz surgir um novo tipo de neurose comportamental

NA TELA – Um hábito que se instalou na vida das pessoas e com o qual é preciso conviver – Filippo Bacci/Getty Images

O advogado e comentarista Jeffrey Toobin, muito conhecido nos Estados Unidos por seu trabalho na revista The New Yorker e na CNN, viveu um incidente no mínimo inusitado dois meses atrás. Ao que tudo indica, ele esqueceu a câmera do computador ligada em uma videoconferência, via plataforma Zoom, e acabou cometendo um erro fatal para sua carreira: foi flagrado se masturbando. Sem fazer juízo de valor quanto às preferências de Toobin, o caso traz à tona uma preocupação crescente das pessoas que trabalham remotamente: o risco de ser pego em situações delicadas e o estado de constante alerta para evitar que isso aconteça.

Apelidado de Fobo, fear of being on (medo de estar on-line), o receio está virando neurose. Sinal dos tempos, o aumento vertiginoso do uso de aplicativos e plataformas de videochamada gera pensamentos paranoicos. Desliguei a câmera? Cliquei para fechar o som antes de gritar com o cachorro? Lavei o rosto antes de entrar na reunião? Será que viram o que esqueci na estante atrás de mim?

Uma vez que a adoção de reuniões remotas é um procedimento que veio para ficar — Google Meet e Zoom ganham cada vez mais usuários —, a única forma de combater o medo de gafes e descuidos é adotar alguns hábitos compulsórios quando for entrar on-line, seja pelo computador, seja pelo smartphone. Especialistas recomendam conferir a aparência e o modo como está vestido, exatamente como se fosse uma reunião presencial. É sempre bom dar uma olhada no ambiente antes de começar: o lugar da reunião precisa ser apropriado, silencioso e discreto. Quanto ao sistema de bloqueio de som e imagem, aconselha-se dominar completamente o dispositivo que estiver usando. Além disso, toda vez que terminar de falar, é melhor apertar “mudo”. Se virar um hábito natural, deixará de ser neurose, como quando se ganha experiência ao dirigir e os movimentos se tornam naturais.

O medo de estar on-line, embora possa parecer tolo, não é gratuito. Afinal, um incidente aparentemente banal é o suficiente para gerar embaraços que vão desde o desconforto entre colegas até a demissão, como ocorreu com Toobin. Além das inconfidências autoinfligidas, a privacidade está sujeita a ataques de terceiros. No ano passado, foi descoberta uma falha no Zoom que permitia que hackers controlassem a câmera de computadores, inclusive para invadir reuniões e videochamadas caso não estivessem protegidas por senha.

Vale destacar que ameaças à privacidade não se concentram apenas no Zoom. À medida que atraem mais usuários, sites e aplicativos estão sujeitos a fraudes e exposição externa. Sob diversos aspectos, o mundo virtual é uma guerra sem trégua entre provedores de serviços e criminosos — uma dança interminável de inteligência e contrainteligência. O Zoom tem sido o alvo preferido, pois ocupa a primeira posição na preferência dos usuários. Embora exija cautelas, o fenômeno não deveria ser motivo de pânico, uma vez que falhas de segurança costumam ser detectadas e corrigidas, na maioria dos casos, em questão de horas pelas plataformas.

O termo Fobo foi criado pela designer Holly Allen, do site Slate. Segundo ela, o medo de estar on-line é definido como uma ansiedade que culmina na necessidade de verificar se a pessoa está mesmo invisível aos olhos da tecnologia — algo que, na prática, ninguém pode garantir. Na verdade, a sigla é uma variação do Fomo, seu primo mais conhecido, acrônimo de fear of missing out, ou medo de ficar de fora, que consiste na vontade irrefreável de absorver todo o conteúdo possível das redes sociais, sem perder nenhum show, notícia, anúncio ou atualização no Facebook, por exemplo. Igor Lemos, psicólogo da escola Cognitiva Scientia, acredita que a pandemia funcionou como um gatilho para disparar sintomas que já existiam, aumentando sua frequência: “Muito antes de 2020, eu já tinha pacientes que relatavam sintomas desse tipo, como medo preocupante de fazer ligações sem querer”. No Brasil, estima-se que a dependência digital já atinja mais de 4,3 milhões pessoas, 25% delas adolescentes. O índice brasileiro de permanência na internet é um dos mais altos do mundo: mais de nove horas em média, contra menos de sete horas de outros países.

O problema de tendências como o Fomo e o Fobo, segundo estudiosos do assunto, é que suas cicatrizes podem ser mais duradouras e profundas do que se pensa, afetando o comportamento social e a saúde mental. Pensamentos obsessivos, que geram perturbações emocionais e apreensão, não são inteiramente compreendidos pelas pessoas. Mais alarmante é o fato de que são poucos os brasileiros que buscam informações sobre as consequências advindas do uso exagerado da internet. Por outro lado, abrir mão dos serviços que o mundo virtual oferece não seria prático. Estudo a distância, transferências financeiras, compras e, no caso em evidência, comunicação remota com colegas de trabalho são atividades já efetivamente implementadas na sociedade. O melhor é se adequar a elas, seguindo as regras da boa convivência. Se começar a relaxar demais, lembre-se do flagrante de Toobin.

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