Finanças

Maia chama a ‘nova CPMF’ de ‘jeitinho’ e declara voto contra se governo enviar proposta

Foto: Reprodução/TV Globo

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, chamou de “jeitinho” a criação de um novo imposto para bancar a desoneração das folhas de pagamento das empresas.

Nesta quinta-feira (30), ele participou de um evento sobre a reforma tributária promovido pelo jornal “Folha de S. Paulo” em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Sesi e o Senai.

A equipe econômica do presidente Jair Bolsonaro estuda enviar ao Congresso uma proposta de criação de um novo imposto sobre pagamentos eletrônicos, com alíquota de 0,2%. Parte das sugestões do governo para a reforma tributária foi enviada na semana passada.

Uma comissão mista do Senado e da Câmara discute propostas de deputados, senadores e do governo para o sistema tributário.

A proposta de criar um novo tributo é capitaneada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e já tinha recebido apoio do setor industrial. Porém, a ideia segue enfrentando resistências no Congresso Nacional. Parlamentares criticam o novo imposto por considerá-lo semelhante à antiga Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).

Segundo Guedes, a intenção é ampliar a base de cobrança, ou seja, a variedade de itens sobre a qual o imposto incide. Com isso, diz o ministro, seria possível reduzir a cobrança sobre outras bases, como a folha de pagamentos.

Para Maia, a desoneração da folha de pagamento deve ser bancada pela redução dos gastos públicos, e não pela criação de novos impostos.

“O Brasil vai ter muitas oportunidades se o Brasil conseguir reorganizar o Estado brasileiro. Se a gente achar que vamos dar mais ‘jeitinho’, criando mais um imposto, nós vamos estar taxando mais a sociedade e vamos ter de discutir a despesa pública”, disse Maia no evento desta quinta.

O presidente da Câmara declarou voto contra a proposta e disse que vai trabalhar para influenciar os pares contra a ideia.

“O presidente vai mandar a proposta [de um novo imposto]? Então, encaminha a proposta. Estou dando a minha opinião. Não vai passar. Eu sou um voto. Em PEC, eu voto. Vou votar contra. Eu jogo muito transparente na política. Não jogo pelas costas. Quando eu negocio, falo: ‘Eu sou contra isso e meu voto vai ser assim’. Aqueles poucos que eu influencio, vou tentar influenciar também para votar contra”, afirmou o presidente da Câmara.

‘Erros do passado’

Maia criticou integrantes da equipe econômica que propõem a criação de um novo imposto para permitir a desoneração da folha de pagamento das empresas. Segundo ele, isso já foi feito no passado e não deu certo.

“A gente vê: ‘Vamos desonerar a folha, mas vamos criar um imposto novo’. É a mesma equação de 1996 a 2008, acho eu. Onde estávamos querendo dar solução para o Brasil, criava um imposto. Aumentava uma alíquota, aumentamos 9% do PIB nossa carga tributária e continuamos com os problemas mais graves do que tínhamos antes”, destacou o presidente da Câmara.

Maia afirmou que a desoneração da folha no modelo já feito durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff não gerou “um emprego”. Segundo ele, é preciso debater novas estratégias.

“Se queremos desonerar a folha, vamos olhar as despesas públicas. Onde cortar despesa para poder desonerar a folha. Não será aumentando mais impostos que vamos resolver nossos problemas”, disse.

Reforma ampla

Durante o debate, Affonso Celso Pastore, economista e ex-presidente do Banco Central (BC), defendeu uma reforma tributária ampla, nos moldes da proposta apresentada pelo deputado Baleia Rossi (MDB-SP) em discussão no Congresso.

O governo enviou na semana passada ao Congresso um projeto de unificação do PIS/Cofins (impostos federais), com uma nova alíquota de 12% para as empresas e de 5,8% para instituições financeiras.

A proposta foi considerada tímida se comparada aos dois textos em tramitação no Congresso. A sugerida por deputados propõe a unificação de cinco impostos. Senadores propuseram unificar nove tributos.

“O que nós precisamos, na verdade, é de uma reforma tributária corajosa sobre bens e serviços que realmente introduza um IVA [Imposto sobre Valor Agregado] verdadeiro, com alíquota única, que seja cobrado no destino do bem, e não na origem, e termine com a guerra fiscal entre os estados”, defendeu Pastore.

O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, e o relator da reforma tributária na comissão mista que discute o assunto, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), seguiram a mesma linha.

“O que eu defendo é uma reforma ampla, de se mudar sobretudo essa tributação. Na PEC 45 [proposta por deputados], estamos de fato trazendo um ‘IVA 5.0’, na comparação com 5G”, afirmou Ribeiro.

“Nós apoiamos principalmente a reforma da PEC 45 porque entendemos que ela é uma proposta que abrange não só os impostos federais, mas os municipais e estaduais. é importantíssimo que tenhamos uma simplificação no pagamento de tributos, não só para a União mas para os entes da federação”, declarou Braga.

G1

 

Opinião dos leitores

  1. …pessoal, vamos assistir as entrevistas dos assessores de Paulo Guedes que estão circulando nos veículos de comunicação do BRASIL, onde eles se dão ao trabalho de explicar calmamente, detalhes que a imprensa ainda não está divulgando, para que nós possamos fazer uma leitura da verdade. Aquilo que parece ser injusto não é, apenas não foi explicado. E, a leitura de leigos sobre tributação e carga tributária, que são duas coisas distintas complica muito. A imprensa precisa ser mais investigativa… vamos aprofundar as análises econômicas…

  2. e o que essa "excelência" sugere para resolver os problemas da nação, que ele somente aponta e complica?

  3. "Maia afirmou que a desoneração da folha no modelo já feito durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff não gerou “um emprego”. Segundo ele, é preciso debater novas estratégias." E nao gera. O q gera emprego é o aumento do consumo. Mais gente comprando. Se uma indústria tem 100 empregados, vai continuar com os mesmos 100 empregados. Somente se o consumo de seus produtos aumentarem, a indústria vai contratar. O q essa desoneracao faz hoje é quebrar a previdencia de vez e aumentar o lucro das empresas. É isso q Guedes quer. Privatizar a previdencia publica para os bancos.

    1. O problema é o que o brasileiro sempre teve visão de curto prazo, e embotada pela cegueira e paixão política . Qualquer opinião contrária recebe o selo "petralha" ou " comunista", e o fumo entrando sem querer saber se é pela direita ou pela esquerda, rsrsrsrsrsrsrs……

    2. Perfeito sei comentário, é isso que esse escravocrata quer .

    3. Isso, tem que diminuir esse assalto que é a carga tributária sobre o consumo. Os mais pobres que se lascam, pois consome boa parte de sua renda esse tributação.

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Economia

Dilma encaminha nesta segunda ao Congresso nova CPMF com duração de 4 anos

mi_434106099099404A presidente Dilma Rousseff deve encaminhar hoje aos parlamentares a Proposta de Emenda a Constituição (PEC) que recria a antiga CPMF, contribuição que incide sobre a movimentação financeira. Apesar das resistências, o texto irá propor um novo tributo com alíquota de 0,20% e duração de quatro anos destinado à Previdência Social, conforme anunciado pela equipe econômica. A negociação de Dilma e dos ministros com o Congresso começará imediatamente: o governo precisa urgentemente dos R$ 32 bilhões que a CPMF despejará nos cofres federais ao longo de um ano.

Os dois pontos principais da proposta – a alíquota e a duração – podem mudar no Congresso. O imposto pode ser elevado a 0,38%, repetindo a alíquota que vigorou até dezembro de 2007 quando foi extinta pelos parlamentares. Governadores aliados ao Planalto decidiram apoiar a elevação da alíquota para que o tributo seja dividido com Estados e municípios, mas o governo decidiu enviar uma proposta própria, deixando as alterações nas mãos dos parlamentares. Além disso, deputados e senadores podem modificar a proposta para reduzir o prazo de duração para dois ou três anos, de forma que a CPMF termine até 2018.

O governo vai iniciar as negociações com as lideranças do Congresso ainda hoje. A presidente sabe que o quadro não será fácil, diante do quórum elevado para aprovação de uma PEC – 308 votos na Câmara e 49 no Senado. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), chegou a dizer, na semana passada, ser “impossível” votar o retorno da CPMF ainda neste ano. Governadores do PSDB, como o de São Paulo, Geraldo Alckmin, também avisaram que não apoiam o retorno do tributo, criado em 1997, em caráter também temporário, para custear a Saúde, no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

A recriação da CPMF faz parte de um pacote de elevação de impostos e cortes em despesas destinado a cobrir o déficit de R$ 30,5 bilhões do Orçamento de 2016. Para cobrir o rombo, o governo também anunciou o adiamento do reajuste a servidores públicos e cortes em verbas do Sistema S, mas enfrenta a resistências de sua base social às medidas.

PIS. Outro item do pacote tributário que pode sair do Planalto em direção ao Congresso ainda nesta semana é a reforma do PIS, um tributo que incide sobre o faturamento das empresas. Este será o primeiro passo para a unificação e simplificação do PIS/Cofins, que, juntos, são considerados os impostos mais complexos do Brasil. O último passo para conclusão da medida do PIS era um parecer da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, que deve ser concluído hoje. Com isso, caberá ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, decidir o momento de enviar a proposta ao Congresso.

A simplificação do PIS deverá ser “neutra” do ponto de vista fiscal, isto é, sem aumento da carga tributária. O objetivo é eliminar o efeito “cascata” a partir de 2016.

Isto É

Opinião dos leitores

  1. Ao contrário do que imaginam esses cidadãos, não só o PT não tem a exclusividade da corrupção como também, em termos de valores, os petistas são aprendizes diante, por exemplo, da bandalheira das privatizações da era FHC.

  2. Eu só acho que quem defende esse governo deveria doar todo o seu salário pra ver se ajuda na arrecadação pq não dou um tostão do meu pq não votei e nunca votaria nessa ANTA. MILITONTOS deixam comentários e insistem em falar ainda no FHC e não estão prestando atenção que essa megera galgada a chefe de governo quebrou o pais. E que saia mesmo do governo e do Brasil mesmo que pra isso se usem armas pq mentiu para quem votou nela e ao longo de 13 anos!

  3. Por que dilma está precisando de dinheiro prá ontem, vai enviar para o congresso uma CPMF, que só vai vigorar a partir de 2017? eu só queria entender.

  4. Isso é uma mentirosa. Assistam no Youtube o posicionamento dela na campanha passada sobre a CPMF. Mentirosa é pouco pra essa senhora. Se houvesse justiça essa senhora já tava mais que enrolada. Se meu avô ainda fosse vivo ele diria: isso é uma deletéria, sem pudor, sem moral e sem compostura.

  5. Os derrotados do PSDB, juntamente com o guru dos tucanos, o marketeiro e pseudo intelectual Olavo de Carvalho, cujo as idéias caíram como uma luva na figura de Levy Fidelis, não cansam de inventar mantras que são repetidos automaticamente por milhares de fanáticos seguidores. É uma verdadeira religião. As pessoas sequer raciocinam se existe alguma lógica no que eles dizem. Para eles não tem a mínima importância se os principais líderes deles estão envolvidos em esquemas de corrupção. A única coisa que importa é o ódio plantado. Mesmo que esse ódio esteja ameaçando a democracia e a transformar o Brasil em um Paraguai ou uma Síria. Mesmo que esse ódio esteja ameaçando destruir a economia do Brasil e provocar a volta da miséria, como no tempo de FHC.

  6. Já não tem mais nada que esconder, a máscara caiu, suas mentiras são entendidas imediatamente e o seu mentor e líder – Lula, já não sabe o que fazer, até deixou de ficar nas sombras, sem saber de nada!
    Uma derrota a mais, uma a menos, não muda muita coisa, o que importa é manter a qualquer custa a farsa do comando e o poder para o PT manter seus necessitados sendo pagos pelos recursos públicos.

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