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NOTA DO CRMV-RN: Médico-veterinário é o profissional responsável técnico pelos alimentos de origem animal

Sobre as fiscalizações em estabelecimentos de produtos de origem animal, em especial das queijeiras do Estado do Rio Grande do Norte, o Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV-RN) mais uma vez, vem a público esclarecer que exerce suas atividades baseado na Lei Federal n. 5517/1968, a qual afirma que é da competência privativa do médico-veterinário a direção técnica sanitária de usinas e fábricas de lacticínios, bem como é obrigatório o registro nesta autarquia.

Complementado a lei federal, o estado do RN sancionou a lei 10.230/2017, que disciplina o registro das queijeiras artesanais no órgão de inspeção estadual e a ter RT que possa detectar possíveis alterações na sanidade de seus produtos. Ressaltamos que, por esta lei federal supra citada, a capacidade técnica é atividade privativa do médico-veterinário.

Tal legislação federal, inclusive, serviu de fundamento para decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que confirmou em maio de 2019 a obrigatoriedade do registro desses estabelecimentos nos Conselhos Regionais de Medicina Veterinária. Diante disto, a atuação do CRMV-RN é legal e as empresas autuadas tem 30 dias para se regularizar, antes das aplicações das sanções impostas pela legislação.

Riscos ao consumidor

O leite e seus produtos derivados podem transmitir Zoonoses (doenças dos animais transmitidas ao homem), tais como tuberculose, brucelose, salmoneloses, além de infecção intestinal, toxinfecção, entre outras que podem inclusive causar a morte das pessoas que acreditavam estar consumindo produto de qualidade. É valido salientar que, pelo código penal brasileiro, é crime punível com pena de reclusão de 10 a 15 anos causar epidemia por propagação de germes patogênicos (código penal, art. 267) e o CRMV-RN não vai ser cúmplice nem co-responsável por propagação de zoonoses, aceitando que produtos de origem animal seja elaborado sem a atuação do Médico Veterinário.

Um dos problemas rotineiros em laticínios e queijeiras é o desenvolvimento de fungos indesejáveis, que são transportados através do ar, sendo um agente de contaminação. Esses fungos podem levar a deterioração e diminuição da vida de prateleira ou produção de micotoxinas e agentes alergênicos, representando mais perigos à saúde do consumidor. Fungos transportados pelo ar podem ser provenientes do ar exterior e introduzidos na fábrica através de sistemas de ventilação ou de repartições úmidas no ambiente de produção.

É importante exemplificar que, durante as fiscalizações nesse tipo de estabelecimento, os fiscais do CRMV-RN já encontraram ambientes insalubres, sem qualquer tipo de higienização suficiente para produzir um queijo com segurança e sanidade garantidos, além da presença de quantidade inadmissível de moscas nos tachos, adulterações nas formulações, presença de animais na área de produção ou vizinho.

Até mesmo o ferro utilizado para marcar o queijo nas imagens que ilustram a matéria do blog encontra-se coberto de ferrugem e contaminado, transmitindo patógenos ao queijo que será consumido pela população e oferecendo alto risco à saúde dos consumidores. Daí a imprescindibilidade da presença do profissional capacitado para identificar e prevenir possíveis contaminações microbianas em produtos de origem animal.

Diante de todo o iminente perigo à saúde pública, os cidadãos norte-rio-grandenses devem exigir o responsável técnico Médico Veterinário em queijeiras e laticínios, artesanais ou comerciais. O CRMV-RN reforça que é imprescindível a presença deste profissional, com atribuição de garantir as boas práticas de higiene e a qualidade dos produtos de origem animal, assim como a atuação dos órgãos de inspeção.

O CRMVRN tem trabalhado em parceria com o ministério público estadual, vigilância sanitária, IDIARN, MAPA e outras instituições visando garantir que produtos de origem animal sejam sempre de qualidade sanitária e a justiça tem referendado o trabalho desta autarquia.

Este Conselho se coloca à disposição da imprensa e da sociedade potiguar para esclarecer qualquer dúvida quanto a sua atuação.

Opinião dos leitores

  1. sugiro ao BG fazer uma entrevista com o Idiarn e o Conselho para esclarecer oq diz a legislação sobre responsabilidade técnica nesses locais e a quem cabe a fiscalização dos mesmos em cada ponto. Os proprietários de queijeiras e a população merece esse esclarecimento

  2. Somente para receber taxas, fiscalização semanalmente ou mensalmente nada.
    Aplicaram multas, será q recolheram algum material para análise ou só foram multar?

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Economia

MUITO BOM: Ministra Tereza Cristina confirma reconhecimento e RN passará a ter o Selo de Inspeção dos Produtos de Origem Animal

Foto: Reprodução

Exclusivo no BG. O Rio Grande do Norte, finalmente, vai ter o Selo de Inspeção dos produtos de origem animal, que significa que o Governo Federal reconhece o serviço de inspeção estadual e, a partir de agora, qualquer produto com selo estadual no estado poderá ser comercializado no Brasil inteiro.

Entre os produtos beneficiados no RN, entram, por exemplo, os queijos artesanais, como de manteiga e coalho, carnes dos ovinos e caprinos, tudo de forma organizada e com reconhecimento de qualidade.

Opinião dos leitores

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