Saúde

Em discurso, Bolsonaro defende ‘liberdade total’ para médicos receitarem tratamento contra Covid-19

Foto:  Marcos Corrêa/PR/Fotos Pública

Em discurso nesta segunda-feira, o presidente Jair Bolsonaro defendeu “liberdade total” para médicos receitarem tratamento contra Covid-19. No mês passado, a defesa do presidente de medicamentos como cloroquina gerou conflito na reunião, com os presidentes da Câmara, do Senado e do Supremo Tribunal Federal, que selou a criação de um comitê para tratar da pandemia. O argumento para contestar Bolsonaro é que o uso de cloroquina é comprovadamente ineficaz. Hoje, contudo, o presidente voltou a defender “liberdade total” para médicos definirem tratamento.

— O Brasil precisa voltar a trabalhar. Estarei em Chapecó esta semana com o prefeito João Rodrigues, onde fez um trabalho excepcional no tocante a recursos dados pelo estado no atendimento, na ponta da linha, de quem precisava do tratamento. Uma obra fantástica. Um exemplo a ser seguido. Por isso estou indo pra lá. Para não só ver, mas mostrar para todo o Brasil que o vírus é grave, mas seus efeitos têm como ser combatidos. E mais ainda, naquele município o médico tem liberdade total para trabalhar com o paciente. Total. E esse é um dever do médico. Uma obrigação e um direito dele — disse Bolsonaro, repetindo que as consequências do vírus não podem ser mais danosas que o próprio vírus. — Por isso os índices foram lá para baixo — completou, sem apresentar dados que comprovassem a afirmação.

A declaração foi dada durante cerimônia de entrega de chaves de imóveis populares do programa Casa Verde e Amarela em São Sebastião, no Distrito Federal.

Não é a primeira vez que o assunto provoca conflito. Lockdown e o chamado “tratamento precoce” — com cloroquina, hidroxicloroquina, azitromicina e ivermectina, entre outros remédios do “Kit Covid” — já levaram a divergências entre Bolsonaro e chefes do Legislativo e do Judiciário em reunião no fim de março.

Sem citar dados e contrariando estudos científicos, o presidente alega que o uso desses medicamentos pode ajudar a salvar vidas e que as medidas restrtivas prejudicam a economia. Já os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, pontuam que as normas de combate à pandemia devem seguir orientações da comunidade científica.

O próprio ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, segue a cartilha de Bolsonaro, mas de forma mais palatável às demais autoridades. Uma das suas missões ao assumir a pasta, inclusive, foi a de destravar a vacinação, ainda escassa em território nacional. Cardiologista, Queiroga defende o uso de máscaras e o distanciamento social ao mesmo tempo que afasta a possibilidade de lockdown e delega aos médicos a escolha do tratamento contra a doença, incluindo medicamentos off label (uso de forma diferente do que está na bula), ainda que entidades, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), e farmacêuticas não recomendem o uso do “Kit Covid”.

O Globo

Opinião dos leitores

  1. Gostaria que o Capitão Zero respondesse o seguinte: Se você ficasse doente e o seu médico receitasse o kit covid você iria recusar???
    Só refrescando a sua memória a Covid-19 tem 3 fases bem distintas:
    1-Infeção e replicação do virus dura em média 7 dias.
    2-Fase trombolítica, onde surgem coágulos no sangue. No início da pandemia na Itália os enfermeiros relatavam que as agulhas entupiam quando tentavam tirar sangue do paciente.
    3-Fase da tempestade de citocinas quando o corpo para combater uma infecção gera uma reação explosiva que junto com os trombos provacam embolia pulmonar e trombose em vários órgão do corpo, isto é que mata o paciente.
    A fase 1 se trata com antivirais e é chamada pela extrema imprensa de precoce e conforme o Capitão Zero não existe. A fase 1 é a única que se pode vencer o virus.

  2. PARABÉNS PRESIDENTE, muitos morreram sem tentar nada, porque lhe diziam vá para casa e só volte quando piorar. A doença é grave e não pode-se ficar passivamente esperando ela agravar.
    Os médicos devem sim usar sua experiência clínica e receitar os medicamentos que entenderem que possam ajudar.

  3. Devemos deixar registrado que antes da pandemia, era um direito, uma prerrogativa médica receitar a medicação que entendia mais apropriada a doença.
    Mas diante da decisão do STF que determinou o combate a pandemia por responsabilidade dos governadores e prefeitos, isso mudou. A medicação passou a ser proibida em nome do lado político partidário. Tiveram prefeitos e governadores que proibiram os médicos de receitar determinadas medicações.
    Para deixar o quadro mais caótico, muitos governadores e prefeitos não tomaram as medidas cabíveis e necessárias, resultando na falta de UTI, falta de respiradores, falta de equipe médica e ainda estão disponibilizando a vacina ao povo de forma lenta, muito lenta.
    Ficou evidenciado que o respeito a vida, em muitas cidades, foi subjugado, trocado e irresponsavelmente perdido para ideologia política.

  4. Esse presidente é um jumento mesmo, todo dia ciência diz que não tem tratamento precoce pra covid e a televisão mostra todo dia que tem gente morrendo com problemas no fígado por uso de ivermectina, o proprio fabricante disse que o remedio não tem eficácia pra covid, mas gado é gado né ah povo burro

  5. E o óbvio, que a turma da “lacração” não quer aceitar, embora tomem os “remédios do Bolsonaro” escondido (conheço vários petistas que tomam). São os médicos que determinam o tratamento a seguir e, na falta de remédios específicos, devem receitar qualquer um que seja seguro e possa ajudar no combate ao vírus. Além de tudo, são baratinhos.

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