Finanças

Dólar abre em queda, a R$ 4,18, repercutindo dados da balança comercial e de olho no Chile

Foto: Ozan Kose / AFP

O dólar devolvia as quedas do início da manhã e avançava contra o real nesta sexta-feira, em sessão volátil marcada pela formação da Ptax, com os investidores de olho na decisão do banco central chileno de intervir no câmbio local.

Às 10h46m, a moeda americana avançava 0,08%, a R$ 4,2193 na venda. No entanto, na mínima do pregão, chegou a tocar os R$ 4,1829.

Na véspera, o dólar à vista fechou em queda de 1,00%, a R$ 4,2160 na venda, apoiado por atuações cambiais extraordinárias do Banco Central do Brasil e pela revisão para cima da balança comercial doméstica .

O contrato mais negociado de dólar futuro tinha alta de 0,67% nesta sexta-feira, a R$ 4,218, tendo registrado queda acentuada no dia anterior após o banco central do Chile anunciar que intervirá no mercado de câmbio com vendas de até US$ 20 bilhões, em meio ao recente colapso da moeda local, o peso, devido à incerteza social que o país está enfrentando. A intervenção ocorrerá a partir de segunda-feira e até maio do próximo ano. O peso do Chile abriu em alta de 3,33% nesta sexta-feira, a 801,50/801,80 por dólar.

No entanto, o dólar reverteu seu curso e passava a subir contra o real no mercado interbancário nesta sessão, o que, segundo Cleber Alessie Machado, operador da H.Commcor, deve-se à formação da Ptax, evento que tradicionalmente adiciona volatilidade aos negócios.

“No último dia útil sempre há formação da Ptax, e sempre há brigas”, disse. “Por conta dessa mudança drástica na cotação que vimos ao longo deste mês, a disputa promete ser intensa. Hoje vamos ter muitos movimentos técnicos e especulativos sem nenhuma manchete relevante.”

Em novembro, a moeda norte-americana acumulou ganhos fortes contra o real, por motivos que variam da decepção com os leilões de excedentes da cessão onerosa às tensões políticas no Brasil e na América Latina. Apenas nesta semana, o dólar registrou três máximas recordes seguidas para fechamento, defendendo posição acima dos 4,20 reais.

Diante da disparada recente da divisa dos EUA, o Banco Central anunciou quatro leilões extraordinários esta semana, em tentativa de controlar um comportamento exagerado da taxa de câmbio.

Machado, quando perguntado se as intervenções do BC devem permanecer, disse que a instituição “só tem que garantir bom funcionamento do mercado. Recentemente, viu excesso e atuou. Se o BC voltar a ver que o mercado está ficando disfuncional, ele vai voltar a atuar de novo”.

No exterior, o dólar ganhava contra as principais moedas, registrando alta de 0,14%. Divisas emergentes pares do real, como a lira turca e o peso mexicano, recuavam contra a divisa norte-americana.

O Ibovespa não mostrava um viés firme nesta sexta-feira, último dia útil de novembro, com Via Varejo mais uma vez entre os destaques positivos em dia de Black Friday, assim como Usiminas, em meio a cenário de nova alta nos preços do aço, enquanto Petrobras e Vale pressionavam negativamente. Às 11h30m, o Ibovespa caía 0,1%, a 108.185,49 pontos. O volume financeiro somava R$ 2,5 bilhões.

Wall Street voltava a funcionar nesta sexta-feira, mas com sessão mais curta, o que tende a afetar novamente a liquidez das operações na bolsa brasileira.

A ação ON da Via Varejo avançava 2,91%, engatando a sétima sessão consecutiva de valorização, enquanto as rivais Magazine Luiza caía 0,53% e B2W ON subia 0,44%. A sessão é marcada pelo começo da data promocional Black Friday, que tende a se estender pelo fim de semana.

Já Usiminas PNA subia 4,27%, em sessão com encontro da empresa com analistas e investidores, com a equipe do Itaú BBA destacando que a companhia anunciou aumento de 5% para os preços de aço a partir de janeiro. Na esteira, CSN avançava 3,09%.

Também em terreno positivo, o papel PN do Itaú Unibanco tinha acréscimo de 0,09%, com o setor bancário ainda sensível ao noticiário de Brasília. Após mudanças no cheque especial, o Banco Central pretende implementar no fim de 2020 a primeira fase do open banking. Bradesco PN subia 0,03%. Na semana, esses papéis caem cerca de 3% e 1,8%, respectivamente.

Em terreno negativo, Petrobras PN caía 0,75%, em sessão de queda dos preços do petróleo no mercado internacional. Vale ON recuava 0,54%, ajudando a enfraquecer o Ibovespa, em movimento similar de outras mineradoras no exterior

O Globo

 

Opinião dos leitores

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *