Finanças

Acordo na Câmara acelera projeto que acaba com “supersalários” no serviço público

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Em acordo entre líderes partidários, a Câmara dos Deputados deve votar o projeto que regulamenta o fim dos “supersalários” no funcionalismo público ainda antes da proposta de emenda à Constituição (PEC) da reforma administrativa. O presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), se comprometeu com o relator do projeto, deputado Rubens Bueno (Cidadania-PR), a levar o texto ao plenário até a próxima semana.

Já aprovada no Senado e com relatório pronto na Câmara desde 2018, a proposta normatiza as regras para o pagamento dos chamados “penduricalhos”, a fim de garantir a aplicação do teto remuneratório previsto na Constituição, que equivale ao salário de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), hoje em R$ 39.293,32. Diversos subsídios adicionais atualmente não são considerados no cálculo dos limites da remuneração, o chamado abate-teto.

Após reunião na residência oficial do presidente da Câmara, na semana passada, diversos líderes partidários defenderam a votação do projeto.

“Tem que ser tratado, não se pode começar um debate sobre reforma administrativa sem dar um recado à sociedade sobre o real combate a privilégios, que existem. Ninguém defende um Estado ineficaz, ou Estado que não funciona. Defendemos carreira de Estado, defendemos que a estabilidade é estratégia e não privilégio. Privilégio é supersalário”, disse o líder da minoria na Casa, Marcelo Freixo (Psol-RJ).

O líder do Novo, Vinícius Poit (SP), também disse considerar importante votar o fim dos supersalários antes da reforma administrativa e cobrou que o governo também defenda a proposta.

“Precisamos do comprometimento do governo. O debate vai ter desgaste para um lado ou para outro e o governo tem que ir até o fim. Não pode depois sair e sobrar a parte ruim para qualquer um no Congresso. Temos que ir em frente”, disse.

Segundo o relator do projeto, a aprovação do projeto de lei 6.726/2016 levaria a uma economia de R$ 2,3 bilhões para os cofres públicos.

“Nós identificamos nesse projeto, por exemplo, o que é verba indenizatória. Um servidor que vai viajar a serviço, deve apresentar nota de despesa, de passagem, de hotel, e ser reembolsado, claro, por estar a trabalho. Agora, você não pode colocar um auxílio-moradia, é algo que não tem sentido. Você faz concurso para trabalhar em determinada cidade, é chamado para aquele local e vai receber auxílio-moradia? Não tem sentido”, diz Bueno.

PEC prevê fim das férias de 60 dias para magistrados e promotores

O deputado também é autor de uma PEC, a 435/2018, que prevê o fim das férias de 60 dias para magistrados e promotores. “Qual é o trabalhador brasileiro, mesmo no serviço público, que tem esse tipo de privilégio? E mais grave: eles têm o direito de vendê-las e vão acumulando valores astronômicos nos contracheques. Temos que dar um basta nisso”, defende.

A redução do período de férias de juízes e membros do Ministério Público significaria uma redução de até R$ 1,15 bilhão nas folhas de pagamento, de acordo com o relatório de Bueno. “Juntando os dois projetos e se for pesquisar a fundo nos estados, dos quais não temos todas as informações, tenha certeza absoluta de que a economia anual chega a R$ 10 bilhões.”

Na análise da admissibilidade da PEC da reforma administrativa na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), representando o Cidadania, Bueno votou contrariamente, justamente porque em sua avaliação o texto proposto pelo governo mantém privilégios para determinadas categorias.

“A Constituição da República fala que ninguém pode receber mais do que recebe um ministro do STF. No entanto, nós temos no Brasil milhares que recebem mais, muito mais, que recebem R$ 100 mil, R$ 200 mil por mês, e ninguém tocou nisso. Nós vamos fazer uma reforma administrativa para o servidor que está na linha de frente enfrentando a Covid, colocando em risco a própria vida, enquanto aqui estamos votando algo que não mexe com aqueles que são privilegiados?”, disse, durante a reunião da comissão.

O deputado paranaense é autor ainda de um projeto de decreto legislativo que visa sustar a portaria do Executivo que liberou uma espécie de teto salarial duplo a servidores aposentados e militares da reserva que que continuam a exercer funções na administração pública.

A nova regra, em vigor desde maio, permite que cada vínculo seja contabilizado separadamente, o que beneficiou, entre outros, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o vice, Hamilton Mourão (PSL), além de ministros. Outros 13 projetos já foram apresentados por congressistas com o mesmo objetivo de derrubar a medida.

Gazeta do Povo

Opinião dos leitores

  1. É de ações como essa, desse Deputado Federal paranaense, que o Brasil precisa. E não de politicagem barata, mentirosa e demagógica.

  2. Fim das férias de 60 dias para magistrados e promotores???

    Lascou-se Mito…é melhor mandar arquivar isso já…ou então….

  3. Muitos votaram em Fernandinho para cassar os Marajás, ele congelou as poupanças mas não caçou um marajázinho sequer.

    1. É, votei também em Bolsonaro pra ele reforçar as medidas contra corrupção, pela retomada da economia, e pela moralidade público; no entanto no primeiro ato retirou o coaf do MJ, não apoiou a prisão em 2a instância, criou o juizde garantia pra atrasar mais os trâmites dos processos entre outros retrocessos, e a última pá de cal é o apoio de sua base a nova de improbidade administrativa onde torna impossível punir um corrupto; quanto a impulsionar a economia, concordei até em sacrificar minha aposentadoria pra esse fim, terminei sem o sonho da aposentadoria e desempregado, enquanto os militares e o alto escalão garantiram a aposentadoria e aumentaram seus salários, o presidente mesmo ficou ganhando 70 mil reais. Além do mais todo dia vejo uma declaração dele destratando todo tipo de pessoa, região e até cidades menos expressivo. É por isso entre tantas outras coisas, que não tolero esse sarcasmo desse presidente tosco.

    2. Perfeito comentário Chicão, esse eu acho que o blogueiro deixa passar! Os bois piram na defesa desse governo ridículo, vamos ver o que vão alegar como defesa! Sempre tem né!

  4. Pois é!! O mito poderia ganhar muitos pontos se vestisse a camisa dessa causa, e partisse para cima desses marajás. O problema é que tem um monte de milico em Brasília fazendo a festa com salário duplicado e ele não quer melindrar esse povo. Bora mito, marca uma reunião com esse deputado e coloca essa pauta p frente. Vc não imagina os votos q o senhor iria ganhar

  5. Pois é!! O mito poderia ganhar muitos pontos se vestisse a camisa dessa causa, e partisse para cima desses marajás. O problema é que tem um monte de milico em Brasília fazendo a festa com salário duplicado e ele não quer melindrar esse povo. Bora mito, marca uma reunião com esse deputado e coloca essa pauta p frente. Vc não imagina os votos q o senhor iria ganhar

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Diversos

Saúde vai exigir produtividade de médicos do serviço público; Governo vai implantar sistema de biometria

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou que o governo vai implantar um sistema de biometria para reunir dados de pacientes e controlar o trabalho de profissionais da rede pública. “Vamos parar de fingir que a gente paga médicos e o médico fingir que trabalha. Isso não está ajudando a saúde do Brasil.”

A ideia é criar um controle de produtividade, em que profissionais cumpram a jornada de trabalho, na qual determinadas atividades terão de ser cumpridas. Como exemplo, ele citou consultas. A Organização Mundial da Saúde indica que uma boa consulta deve demorar, no mínimo 15 minutos. “Um médico que tem quatro horas de concurso, ele pode dedicar cinco minutos para cada paciente e ir embora. Temos de ter uma média de desempenho”. A mesma lógica será aplicada para outras especialidades. Quem não cumprir o prazo determinado estará sujeito a um processo administrativo.

A ideia do governo é informatizar todas as unidades básicas de saúde até o fim de 2018. Para isso, a pasta deverá repassar um recurso mensal suficiente para financiar 50% dos custos empresa fornecedora dos serviços.

De acordo com Barros, em locais onde a estrutura já foi montada, cerca de metade dos médicos pede demissão. “Eles têm vários trabalhos, não conseguem cumprir a jornada e acabam abandonando o serviço quando há maior controle da jornada”, disse. O ministro afirmou que a média de comparecimento de médicos identificada até o momento é de 30%. “Isso vai mudar com a biometria”, completou.

A contrapartida dos municípios, disse, será indispensável, com o aumento dos salários pagos para os profissionais. A dificuldade em fazer com que o profissional cumpra a jornada de trabalho devida, afirma, vem acompanhada da sobrecarga de demanda em hospitais. “Lá o paciente sabe que vai encontrar médico.” Barros informou que os municípios ficarão obrigados a repassar a informação sobre a produtividade dos profissionais para o ministério.

Isto É com Estadão

 

Opinião dos leitores

  1. Impressionante ver tanto comentário raivoso contra médicos , o que pode provocar isso ? será que passar a vida estudando não tem mais valor nesse país ? curar pessoas , atender acidentados em um hospital de emergência , cirurgiar pessoas com males , como foi meu caso como paciente, não vale mais nada ? por que isso ? valorizem uma classe que amanhã pode salvar sua vida , menos rancor , mais amor

  2. Tentaram implantar biometria nos médico em 2010 no RN… tentaram.
    Produtividade já é uma gratificação aqui.

  3. Vish…agora que não fica 1 na rede pública. Se formam visando o status de dotô, salário gordo e muita regalia. São poucos que honram o juramento e a bata branca!

    1. QUE VENHAM ESTRANGEIROS!! MÉDICOS SÃO EM SOA GRANDE MAIORIA OPORTUNISTAS, NÃO CUMPREM JORNADA DE SERVIÇO…

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Diversos

ALRN: Projeto a ser discutido após recesso dispõe sobre ingresso no serviço público

 Projeto de Lei de autoria do deputado Hermano Morais (PMDB), que dispõe sobre a comprovação de registro em órgão de fiscalização profissional, para ingresso em cargos, empregos ou funções na administração direta e indireta do Estado, é uma das matérias protocoladas na Mesa Diretora, antes do início do recesso, que tramitarão logo após o retorno dos trabalhos legislativos, em agosto.

De acordo com o parlamentar, o Projeto busca a contínua aferição da habilitação dos servidores públicos, perante seus respectivos Conselhos Regionais, quando a atividade pública assim o exigir, privilegia, com maior destaque a qualidade e eficiência do serviço público, elemento que goza do status de princípio constitucional.

“Exigir e aferir, periodicamente, sobre o estado de inscrição e regularidade dos servidores públicos em seus respectivos órgãos de classe, conselhos regionais, notadamente quando a atividade o pedir, busca contribuir com a obrigação de eficiência do serviço público. Com isso, o Estado estará se resguardando, dentre outros mecanismos, acerca da habilitação formal daquele servidor”, diz.

Hermano Morais justificou ainda que em que pese a maioria dos editais de concurso público exigir comprovação da respectiva habilitação profissional, por ocasião da pese, tal se dá apenas nessa ocasião, restando carente de respaldo toda a permanência do servidor no exercício da atividade que estabeleça a habilitação referente.

O deputado acrescentou que essa matéria já é disciplinada com sucesso no Estado do Paraná.

ALRN

Opinião dos leitores

  1. Cheirinho de pressão ou lobby dos Conselhos ou é impressão minha?
    Na verdade, na verdade mesmo, HM, ou qualquer Deputado não está preocupado com a qualificação ou eficiência dos servidores públicos por uma razão bem simples: eles só se valem de serviços privados.
    Esse projeto deriva dos pedidos de exclusão ou mesmo da inadimplência que os Conselhos passam a sofrer quando alguém passa em concurso e deixa de recolher sua contribuição ou pedem para deixar os quadros. Só isso. Simples como abrir os olhos. Esse blá, blá,blá disso ou daquilo é só a vaselina de sempre.

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