Saúde

Vacina oral para Covid-19 gera proteção contra doença e transmissão do vírus

Foto: Pixabay

Pesquisadores da Universidade de Sorbonne, na França, e da Universidade Católica de Córdoba, na Argentina, desenvolveram uma vacina oral contra a Covid-19. De acordo com os cientistas, o imunizante é termoestável — ou seja, que mantém a eficácia sem a necessidade de refrigeração constante —, e apresentou boa eficácia na proteção contra a doença, inclusive na transmissão do coronavírus. O imunizante, testado em camundongos e hamsters, “induziu a uma robusta resposta imune neutralizante na mucosa”. Isto seria, apontam os pesquisadores, o ponto chave para reduzir a propagação do vírus.

Os resultados do trabalho foram publicados na plataforma bioRxiv*, que reúne trabalhos ainda não revisado por pares.

De acordo com os pesquisadores, o desafio era criar uma vacina bem aceita pela população e com uma cadeia logística simples, eficaz na prevenção da doença e na transmissão dela.

Os cientistas usaram como base da vacina uma partícula semelhante ao coronavírus: envelopes (a capa que protege o material genético) derivados de retrovírus (e-VLPs) que foram desenvolvidos para gerar anticorpos neutralizantes. Como o sistema imune trabalha procurando possíveis estruturas perigosas para o organismo, este envelope seria adequado para estimular a produção de anticorpos neutralizantes, afirmam os autores do estudo.

E para que estas estruturas semelhantes ao vírus não fossem degradadas ao chegar no estômago — por ser uma vacina de via oral — os pesquisadores utilizaram proteínas do parasita intestinal Giardia lamblia para gerar resistência ao processo de digestão.

No estudo, os cientistas também usaram vacinas injetáveis para comparar a eficácia do imunizante oral. Eles observaram que as vacinas injetáveis apresentaram bons níveis de indução de anticorpos. O resultado foi ainda melhor com a mostra que tinha proteínas de Giardia. Quando a vacina foi administrada de forma oral, as que não tinham a proteína de Giardia não demonstraram resposta imunológica, o que levou os autores do estudo a acreditarem que o composto tinham sido degradados na digestão.

O trabalho mostra que os níveis de anticorpos foram maiores nos animais vacinados por via oral com o imunizante que possuía proteínas do parasita intestinal, do que os que receberam a dose intramuscular. Os autores afirmam também que este tipo de imunizante foi capaz de desencadear a produção de anticorpos neutralizantes nas mucosas, o que seria um passo fundamental para diminuir a transmissão do coronavírus.

“Concluímos que nossa vacina e-VLP administrada por via oral termoestável pode ser uma adição valiosa ao arsenal atual contra o Sars-CoV-2, em uma estratégia de vacinação autônoma de primeira-reforço (1ª e 2ª doses) ou como um reforço para vacinas existentes”.

O Globo

Opinião dos leitores

  1. Essa é uma boa notícia para os crédulos, esse povo que quer desacreditar tudo, pagodear, desmerecer, não devia nem passar perto dessa possibilidade. Tem uma turminha aí que torce o nariz, passaram tanto tempo na lama, que acreditar nisso é sujeira.

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