Televisão

Tino Marcos decide encerrar trajetória como repórter e deixa a Globo após 35 anos

Foto: Arquivo Pessoal

Há 35 anos, os momentos mais relevantes da história do esporte são contados em reportagens saborosas – com texto impecável e voz agradável. O rosto do carismático autor passou a fazer parte do dia a dia das casas dos brasileiros. Suave na maior parte do tempo, mas firme e indignado quando necessário, o repórter Tino Marcos escreveu sua trajetória profissional com a mesma competência e criatividade dos seus textos para a televisão. E assim se tornou o mais importante repórter esportivo do Brasil.

Aos 58 anos, Tino Marcos decidiu que essa história chegou ao fim. Fosse jogador de futebol, o desejo dele seria parar ainda no auge, depois de conquistar um grande título. Assim fará com a reportagem. Oito Copas do Mundo. Seis Olimpíadas. Incontáveis transmissões e reportagens. Viagens pelo mundo todo. A sensação do dever cumprido e o desejo de se dedicar mais à família nortearam a decisão. Mas Tino ainda tem uma missão a cumprir até o fim do mês, quando deixa a Globo.

– Nos últimos tempos, fiquei fazendo grandes reportagens. Fiz uma série olímpica, que ficou maravilhosa, e vai ao ar no Jornal Nacional antes dos Jogos de Tóquio. Vamos explicar que foi gravada antes da pandemia. Vai ser a cereja do bolo, minha última grande produção no esporte.

Tino Marcos iniciou a carreira no Jornal dos Sports e nem planejava trabalhar em televisão. Em 1985, mudou os planos ao ser convidado para trabalhar na TV Globo. Com a seleção brasileira, Tino viveu os momentos mais marcantes da carreira. Foram 30 anos de cobertura. E quem não vai sentir saudades dos diálogos de Galvão Bueno com o repórter na beira do campo?

– Galvão!

– Diga lá, Tino!

E Tino disse mesmo. Nesta entrevista, relembra os momentos mais marcantes da carreira e revela detalhes da sua decisão. Por exemplo, como a pandemia que o mundo enfrenta acabou acelerando os planos de encerrar o ciclo como repórter.

O que te levou a tomar a decisão de parar? De deixar a Globo?

TINO MARCOS: É preciso entender o modelo de trabalho que eu vinha tendo no último ano. Eu passei a ter uma combinação de fazer grandes reportagens, grandes séries, como estava fazendo a série olímpica do Jornal Nacional. Trabalhar menos dias no ano. E estava ótimo. O modelo de trabalho que eu vinha tendo era voltado para grandes produções. E esse seguimento foi diretamente atingido pela pandemia. Ficou uma condição mais voltada para esse tipo de matéria que temos feito através da internet, com poucas coisas do que eu sempre gostei de fazer… Captar, olhar as imagens, escrever, produzir. Isso se resumiu muito. Mas me preparei para isso gradativamente. Tive a cumplicidade total da direção na condução desse tipo de modelo. Eu era um faz tudo. Fazia o ao vivo do Globo Esporte, do Bom Dia Brasil, matéria pro Jornal Nacional, Globo Repórter, Fantástico, fazia as séries, eu era muito elástico e me orgulhava muito disso. Sempre gostei e orientei os mais jovens: tenta ser rápido, fazer matéria rápida quando tem que ser rápido, simples, e também a fazer matérias com fôlego, com roteiro. Com o tempo, comecei a ficar cansado desse modelo de cobertura diária.

A pandemia ajudou a acelerar essa decisão?

TINO MARCOS: Sem dúvida. É uma variável decisiva nesse processo. Tornou inviável agora a gente fazer o que vinha fazendo. Não sei quando vamos voltar a ter a plenitude. E quando vamos voltar? Não sabemos como está o mundo. Tem todo um contexto. Minha filha se formando na faculdade, minha esposa se aposentado esse ano, eu perdi os meus pais. Tinha um envolvimento muito grande com eles e fiquei sem eles. A vida… 2021 está me trazendo muitas novidades. Por agora é isso aí. Viver essa pandemia, ficar em casa o máximo que eu posso. Eu tenho o privilégio de poder ficar em casa com as coisas direitinhas. Tanta gente com tanta dificuldade por aí. Esperar mais e olhar para as coisas… O que vem por aí, o que eu posso fazer… O que eu gosto mesmo é de produzir conteúdo, contar histórias. Adoro pegar na câmera, tenho minha câmera, meu equipamento, tripé, microfone lapela, luz, drone, eu voo de drone, estou editando.

Está produzindo um conteúdo mais autoral?

TINO MARCOS: Tenho feito mais de brincadeira, de experiência, uma coisa puramente lúdica. Mas tem tudo a ver. É brincar… Sempre gostei tanto do que fiz e minha brincadeira é isso, brincar de filmar, voar de drone, editar. São os meus hobbies. É o que eu gosto de fazer. Tem tudo a ver com o nosso ofício. Vivi muito mais do que eu projetei para mim na vida. Comecei trabalhando em jornal, trabalhei no Jornal dos Sports, nunca pensei em televisão. De repente, me vejo na Globo e fico quase 35 anos na Globo. Nesses anos todos eu fiz tudo. Não tem lacuna. Fui a Pan-Americano, Sul-Americano… Tudo. A palavra mais forte de tudo é gratidão. Gratidão à vida por ter me permitido… Por eu ter podido fazer aquilo que, para mim, sempre foi uma diversão.

Se tivesse que apontar momentos marcantes da carreira…

TINO MARCOS: O número 1 é 94. Dia 17 de julho de 1994, o tetra. Aquela história da volta olímpica, eu pulei, entrevistei os caras. O Galvão disse que era a consagração do repórter. O único cara que entrou em campo e entrevistou os tetracampeões, vinte e quatro anos depois. Era um negócio assim, uma catarse. Uma apoteose. Um brasileiro vivendo aquilo ali. Então, para mim, isso vai ser sempre o número 1. (NR: Tino Marcos entrou em campo como auxiliar do repórter cinematográfico Daniel Andrade. Naquela ocasião, o repórter de campo não poderia estar no gramado. No fim do jogo, com o microfone em punho, ele entrevistou os principais jogadores da seleção brasileira com exclusividade para a TV Globo).

A conquista de 2002 também foi um negócio imenso. Eu tinha 40 anos. No dia dos meus 40 anos foram o Felipão e o Murtosa ali. Eu já era um repórter com experiência. Aí ganha, aquela coisa maravilhosa.

As Olimpíadas de 2004 foram muito marcante para mim. Sempre fui muito associado ao futebol, Seleção e eu tive a oportunidade de fugir desse estereótipo. Em 2004, o futebol não foi, o futebol não se classificou e fui para cobrir outros esportes. Foi maravilhoso. Eu adoro vela e o Robert Scheidt e o Torben ganharam o ouro. O judô… Cobri nove medalhas. E culminou com a história do Vanderlei. Para mim, foi a grande história daqueles Jogos. Foi espetacular. Essas são lembranças grandiosas. (NR: Vanderlei Cordeiro de Lima liderava a maratona em Atenas quando foi atacado pelo padre irlandês Cornelius Horan. Salvo por um espectador, ele acabou a prova em terceiro e se ajoelhou diante de Tino Marcos para comemorar o resultado).

Mudaria alguma coisa na carreira?

TINO MARCOS: Não mudaria nada. A única coisa que eu mudaria era ter me imposto uma obrigação de falar inglês melhor. De ter investido, lá atrás, na capacitação de falar melhor inglês. Sempre me ressenti disso, foi uma coisa que me fez falta. A única coisa que eu não fiz foi ser correspondente. Deve ser maravilhoso, uma experiência sensacional. Mas nunca senti firmeza no meu inglês para tal tarefa. Foi tudo muito mais do que eu sonhei. Mais do que eu projetei para mim. Gratidão total.

O que você acha que mudou de quando você começou, lá em 1985, para os dias atuais?

TINO MARCOS: Até o aparecimento das mídias digitais, do que a gente tinha como mídias tradicionais, a televisão era o único veículo, a meu ver, que estava sempre em constante mutação. Ao passo que a linguagem de revista e jornal pode até mudar alguns termos e expressões, mas a maneira de fazer é muito parecida com a de 40 anos atrás. O rádio tem um formato que se mantém. A TV é um veículo que vem historicamente se modificando. Ela é mais dinâmica na linguagem. Eu sempre tentei surfar essa onda das novidades, sempre olhando os mais jovens. Várias gerações que foram surgindo foram incorporando recursos para contar as histórias, para fazer as matérias, cada um com uma contribuição de como fazer. Aquilo vai formando um conceito feito por essas gerações. Os mais jovens vão sinalizando como se pode contar daquele jeito. Sem perder a minha identidade, a minha naturalidade de fazer as coisas, mas sempre tendo a linguagem o mais atualizada possível. No fim das contas, a mensagem que chega, o produto que chega para a pessoa ver, seja agradável, que seja bem narrada, que seja bem escrita, que seja clara. Isso vai continuar mudando. Com a chegada da produção mais disseminada de internet, todos são produtores de conteúdo, isso já traz um impacto para a linguagem da TV. Tudo vai se fundindo e isso que é o fascinante do negócio. O negócio vai ganhando a cada dia um jeito novo. É a roda que anda.

E os piores momentos?

TINO MARCOS: Tenho dois. O pior momento, em termos de cobertura, de dor, de dificuldade para encontrar um tom na hora de contar a história, foi o 7 a 1. Sozinho no campo, ali atrás do gol, escrever uma crônica para entrar em instantes. Digerir aquilo tudo, encontrar o tom para falar de uma coisa que todo mundo já sabe o que aconteceu. Como você dimensiona? Um outro dia que me ocorre muito doído, sofrido, foi a primeira derrota do Brasil em Eliminatórias, ali em 1993, em La Paz. Lembro da cena no aeroporto, a gente voltando pro Brasil, os jogadores sentados no chão e chateados com a gente gravando. Todo mundo com dor de cabeça, sofrendo com a altitude e com uma derrota horrorosa. Foi um dia muito sofrido de trabalho.

Sem medo de esquecer alguém, quem são os seus parceiros ao longo desses quase 35 anos?

TINO MARCOS: Por mais que eu tenha feito uma carreira sólida de repórter, um contador de histórias, acho que sou mais conhecido por ter sido repórter de campo. Internamente, na Globo, eu sou mais conhecido como um repórter de reportagens. Mas tenho a impressão de que, para o público externo, se sobressai mais o Tino Marcos do campo. O Tino Marcos da Seleção Brasileira. E, nessa, realmente, é uma vida. Se eu penso em alguém como parceiro profissional eu penso no Galvão. É o cara… É uma referência nacional do negócio. Durante décadas de ouro ele se consolida como a voz do esporte com essas conquistas e eu também estava com ele. Estava nas Eliminatórias de 89, todas as edições de Copa América, fui em nove, Copas do Mundo… Sempre com o Galvão e inúmeros amistosos. É uma parceria que me orgulha muito. Um mero repórter ali ao lado de um cara que fez essa história toda.

O Galvão como narrador e você como repórter de campo praticamente se fundiram ao longo desses anos…

TINO MARCOS: Com certeza. Sempre foi um cara muito amigo em horas difíceis. Amigo mesmo. Amigo quando tive problemas. Estava sempre ao meu lado. Muito difícil falar. Foram 35 anos, muito tempo, muita gente. Os câmeras todos, o Alvinho (Álvaro Sant´Anna) e o Daniel (Daniel Andrade), sabe? Alvinho e Daniel foram os grandes parceiros de Seleção. Fizemos muitas coisas juntos. No tetra, eu estava com o Daniel. Fica entre nós, como eu diria, um anel, uma aliança, de ter vivido junto, se abraçado ali atrás da trave do Baggio. Sempre levamos juntos essa… Eu era jovem, tinha 32 anos, mas para o pessoal mais velho, eles não tinham visto o Brasil campeão. Quem cobriu 70? Era um ineditismo.

A sua ida pro jornalismo tem o incentivo do seu pai?

TINO MARCOS: Meu pai era meu parceirão de futebol. Real Madrid e Flamengo. Um cara que via futebol muito bem, um fenômeno, tipo comentarista mesmo. Via coisas, via jogador. Lembro que ele viu o João Gomes no Flamengo, não tinha nem treinado no profissional e ele dizia: esse garoto vai ser profissional um dia. O maior orgulho da vida dele foi eu ter me tornado jornalista esportivo, foi a maior alegria da existência dele. Era o que ele gostaria de ter sido. O que ele mais gostaria de ter sido. Claro que eu me beneficiei da influência dele. Desde pequeno futebol, futebol, futebol. Ele jogava futebol direto, a gente jogava peladas juntos, a gente ia ao Maracanã juntos. Meu pai não deixava de ir num jogo do Flamengo, chovendo, em Campo Grande, ele ia chovendo em Campo Grande. Louco pelo Flamengo. Forjou em mim uma visão de futebol. Por causa dele, sim. Entrei no jornalismo e fui estagiário no Jornal dos Sports. Eu tenho esse desmame porque eu me preparei para essa coisa da vaidade. Entender que a partir de agora a minha visibilidade diminui, vai se resumir a redes sociais. Não ser mais repórter da Globo me tira dos holofotes, mas eu me preparei sempre para isso. Agora que vou sentir como é. Sempre pensei nesse momento. E queria que fosse nesse momento como está sendo agora. Como se fosse um casamento, tudo preparadinho. Estou feliz, estou leve e estou grato. Tanta gente que me ajudou e me trouxe até aqui (NR: os pais de Tino Marcos, Faustino Ruiz Fernandes e Maria Aparecida Ruiz Fernandes, faleceram no ano passado).

Essa decisão foi bem pensada então?

TINO MARCOS: Por exemplo, da seleção brasileira. Quando acabou a Copa América em 2019, eram exatos 30 anos depois da minha primeira Copa América que eu cobri. Também no Maracanã, também com vitória do Brasil. Eram 30 anos redondos. É a melhor data para eu… O meu processo foi um processo de desmame, que começou assim, com esses 30 anos de cobertura da Copa América, ganhando a Copa América também, fazendo a crônica como eu fiz da outra vez também. Esse é o momento mais legal para eu dar um ponto final bonito com a seleção brasileira, alegre. Não vinha cobrindo a Seleção no segundo semestre. Vem a pandemia e tudo para. Fiquei fazendo grandes reportagens, fiz a série olímpica, que ficou maravilhosa, e vai ao ar. Vamos explicar que foram gravadas antes da pandemia. Super feliz… Vai ser a cereja do bolo. E minha última grande produção no esporte, com câmera aquática, câmera aérea, uma captação maravilhosa. Depois, acabou a brincadeira com a pandemia e mudou o jogo.

Globo Esporte

Opinião dos leitores

  1. Sem os direitos de cobertura dos principais campeonatos de futebol, sem F1, sem jogos da seleção, certamente com redução de salário e de verbas para trabalhos fez certo o Tino em parar no auge. O próximo a pedir o pinico será Galvão não tem mais o que ele fazer na Globo.

  2. É importante saber a hora de sair de cena para que o novo apareça. Tudo tem seu tempo. Tudo que tem seu apogeu tem seu declínio até mesmo quem tem milhões de voto.

  3. Já foi bom ver os jogos da seleção… A gente já sabia quando era Tino que fazia as reportagens, boas coberturas…
    Hoje em dia nem vejo mais jogo dessa “seleção”, conseguiram politizar até a seleção brasileira. A boiada não tem o que fazer, veste a camisa da seleção e fica nas esquinas com cara de bocó falando que são “ôs Patriota”.
    Prefiro torcer pra Argentina

    1. Vá pra lá, ou pra Venezuela ou Cuba… Vai não né? Jegue parasita não consegue sair do lugar…

  4. Isso Salomão, enquanto a cada dia a Globo se afunda mais, a esquerda desMaia e a direita Delira. ?????????????????

  5. Nas antigas, abem pouco tempo atrás, era todo mundo querendo entrar na platinada, agora a turma toda só pulando fora dessa barca furada.
    hehehehe!!!!
    Vai mexer com quem teve quase 60 milhões de votos, e é corajoso vai!!!!!
    Ôh prejuízo fila da puta dessa emissora.
    É bem empregado, querem governar sem serem votados, agora pegue!!!
    É igual a nhonhom botafogo, teve 74 mil votos no RJ e queria peitar quem teve 60. Milhões.
    Kkkkkkkkkkkkkkkk
    Era só o que faltava.
    Ei!
    Ei!
    Psiu!!!!
    Alguém da notícia do pixuleco e ze gado???
    hum!!
    Já sei, só pode ter pegado a Rural mais nhonho Botafogo.
    Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    Pois então!!
    Já pode ir de Roberta Miranda.
    Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    E pegue pêia.
    Kkkkkkkkkkkkk
    Mito em primeiro turno!!

  6. Grande profissional , grande repórter, trouxe inúmeros momentos importantes do esporte pra nós. Parabéns pelo grande trabalho.

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Geral

Após recontagem, número de armas apreendidas em megaoperação no RJ sobe para 120, sendo 93 fuzis: valor do material é estimado em R$ 12,8 milhões

Foto: divulgação

A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro divulgou um novo número de armas apreendidas na megaoperação feita na última terça-feira (28) nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte da Cidade — que terminou com 121 mortos, sendo quatro policiais. Até então, as autoridades contabilizavam 118 armas.

Uma recontagem foi feita e inclusos dois fuzis apresentados em outras delegacias, passando o total para 93. Há ainda 26 pistolas e um revólver, além de explosivos, munições, drogas e equipamentos militares utilizados pelo Comando Vermelho. Um levantamento técnico feito pela Coordenadoria de Fiscalização de Armas e Explosivos (CFAE) estima que todo este arsenal tenha um valor de R$ 12,8 milhões.

As armas são provenientes de diferentes países da América do Sul e da Europa, como Venezuela, Argentina, Peru, Bélgica, Rússia, Alemanha e Brasil. O material, segundo a Polícia Civil, também contém armas desviadas das Forças Armadas e fuzis montados com peças contrabandeadas ou adquiridas legalmente na internet.

– Cada fuzil retirado de circulação representa uma vida salva. Vamos continuar enfrentando quem lucra com o medo e com a morte. O Estado está presente, atuando com rigor e estratégia para enfraquecer o poder do narcotráfico e devolver o Rio de Janeiro aos cidadãos de bem — diz o governador Cláudio Castro (PL).

Os fuzis apreendidos agora passarão por uma perícia. A Polícia Civil também compartilhará dados com o Exército Brasileiro para rastrear a origem de armamentos desviados. O delegado Vinícius Domingos, da CFAE, explicou que muitas armas trazem inscrições e símbolos de quadrilhas de outros estados.

– Nas gravações e inscrições, encontramos referências a grupos como a Tropa do Lampião, formada por criminosos vindos do Nordeste e associados ao Comando Vermelho. É uma evidência da expansão da facção para outras regiões do país – destacou Domingos.

O Globo

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Geral

VÍDEO: Polícia Civil prende chefe do ‘Tribunal do Crime’ em Mãe Luiza

A Polícia Civil do Rio Grande do Norte cumpriu, na quinta-feira (30), um mandado de prisão temporária contra um homem de 30 anos, suspeito pelo crime de homicídio e de comandar o ‘Tribunal do Crime’, no bairro de Mãe Luiza, onde também foi realizada a prisão.

Segundo as investigações, o crime ocorreu no dia 27 de agosto de 2025, no bairro de Mãe Luiza. A motivação teria sido um “decreto” do chamado ‘tribunal do crime’, após traficantes locais desconfiarem da presença de dois homens vindos do Estado de Pernambuco.

Na ocasião, as vítimas teriam ido ao bairro durante a madrugada para comprar drogas, mas foram abordadas por criminosos armados que, ao verificarem os celulares, encontraram em um dos aparelhos publicações de simpatia a um grupo criminoso rival. Diante disso, foi determinado o “decreto de morte” de um dos pernambucanos. Uma das vítimas conseguiu fugir, mas foi atingida por disparos de arma de fogo e agredida fisicamente, sendo posteriormente perseguida pelas ruas do bairro. O suspeito preso foi reconhecido como um dos envolvidos na caçada.

Durante diligências para o cumprimento das ordens judiciais, que incluíam dois mandados de busca e apreensão, foram apreendidos aparelhos celulares, uma máquina de cartão de crédito, cerca de R$ 3.400,00 em espécie e uma motocicleta.

O homem foi conduzido à delegacia para os procedimentos legais e, em seguida, encaminhado ao sistema prisional, onde permanecerá à disposição da Justiça. As investigações seguem em andamento, com o objetivo de identificar os demais envolvidos no crime.

A ação foi conduzida pela 4ª Delegacia de Polícia (DP) de Natal, com apoio da 2ª DP de Natal, da 2ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Natal, da 22ª DP de Ceará-Mirim e do Centro de Monitoramento e Escolta (CEME).

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Geral

Homem é preso ao ser flagrado com 3 kg drogas, documentos falsos e carro adulterado na BR-226 no RN

Foto: PRF/Divulgação

Um homem flagrado com 3 kg de drogas, documentos falsos e um veículo adulterado foi preso pela Polícia Rodoviária Federal na tarde de sexta-feira (31) na BR-226 em Campo Redondo, na região Agreste potiguar.

Segundo a corporação, a prisão ocorreu por volta das 16h30 na altura do quilômetro 134 da rodovia, durante uma fiscalização de rotina.

A equipe abordou um veículo do tipo Caoachery/Tiggo5, de cor preta. Durant a fiscalização, os agentes constataram que o automóvel portava sinais identificadores adulterados, caracterizando-o como um veículo clonado.

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Geral

Eriko Jácome inaugura clínica em Felipe Camarão e reúne mais de mil moradores em grande ação de saúde

A manhã deste sábado (1º) marcou um importante avanço na área da saúde em Natal, com a inauguração da nova clínica de saúde em Felipe Camarão, idealizada pelo vereador Eriko Jácome. O espaço passa a oferecer diversos atendimentos e serviços médicos gratuitos voltados à população da Zona Oeste, ampliando o acesso a cuidados essenciais e fortalecendo o compromisso com a saúde preventiva.

O evento reuniu mais de mil moradores da zona Oeste de Natal, além de autoridades municipais e estaduais, entre elas o prefeito de Natal, Paulinho Freire, a secretária da assistência social, Nina Souza, vereadores, suplentes e lideranças comunitárias, que acompanharam a cerimônia de inauguração e destacaram o impacto da nova clínica para a comunidade.

Durante o evento, o prefeito Paulinho Freire destacou o impacto positivo da nova clínica para a região. “Essa iniciativa representa um importante reforço na estrutura de saúde da Zona Oeste com um espaço de atendimento digno, acessível e voltado para quem precisa. É um exemplo de compromisso com o bem-estar das pessoas”, afirmou.

Já a secretária de Assistência Social, Nina elogiou o trabalho do vereador e o caráter social do projeto. “Eriko tem mostrado, com ações concretas, que é possível fazer política com propósito e com foco em quem precisa. A entrega desta clínica é uma prova da sua atuação com responsabilidade e sensibilidade social”, destacou.

Em seu discurso, Eriko falou sobre o significado da entrega da clínica e a importância de levar serviços gratuitos para mais perto da população.

“Essa clínica nasceu do desejo de retribuir à população todo o carinho e a confiança que recebo ao longo da minha caminhada. Cada atendimento realizado aqui será um gesto de cuidado, um passo em direção à prevenção. Agradeço a todos que contribuíram para tornar esse sonho realidade e ao bairro de Felipe Camarão, que nos acolheu de braços abertos”, declarou o vereador.

Localizada na Rua Ferro Cardoso, em Felipe Camarão, a nova unidade foi inaugurada com uma grande ação social, que ofereceu atendimentos médicos, odontológicos, pequenas cirurgias, exames básicos, serviços de bem-estar e lazer, além de orientações de saúde e cidadania.

A clínica integra um programa contínuo de expansão de ações sociais e de saúde promovido por Eriko Jácome, com o objetivo de aproximar os serviços essenciais da população e garantir o acesso à saúde gratuita e de qualidade. O vereador reforça que seguirá empenhado em levar mais qualidade de vida e cidadania aos bairros de Natal, transformando o trabalho em resultados reais para quem mais precisa.

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Geral

VÍDEO: Motorista com sinais de embriaguez provoca acidente no Planalto e deixa motociclista ferido

Um motorista com sinais de embriaguez provocou um acidente na rua Monte Rei, no Planalto, zona Oeste de Natal, na tarde desta sexta-feira (31). O motociclista foi atingido por trás e se feriu. Ele transportava pães no momento do acidente. Os alimentos ficaram espalhados pela via.

Uma câmera de segurança flagrou o momento da colisão. O condutor da moto seguia tranquilamente quando foi acertada pelo carro. Após a batida, o motorista do carro fugiu, mas foi perseguido e detido por populares.

A Polícia Militar foi acionada e encaminhou o condutor para a delegacia. À TV Tropical, o motorista disse que tinha bebido duas doses e que assumiria os prejuízos. “Assumo tudo que tiver prejuízo. Graças a Deus, o rapaz não morreu. Eu não vi”, falou.

Populares se revoltaram com o estado do condutor. “Bateu no cidadão, pai de família, e foi embora. O pai de família ficou no prejuízo”, disse um homem.

Portal da Tropical

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Geral

Governo Lula gasta meio milhão em postagens sobre segurança após megaoperação no RJ

Foto: EVARISTO SA/AFP

O governo federal gastou cerca de meio milhão de reais em anúncios pagos nas redes sociais sobre segurança pública desde a última terça-feira (28) — data da megaoperação policial nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, que resultou em 121 mortes.

Este dinheiro foi pago à Meta, empresa dona de Facebook e Instagram, para mais de dez impulsionamentos de publicações online. Os números constam na Meta Ad Library, ferramenta voltada à transparência sobre anúncios exibidos nas plataformas.

Para levar as postagens a mais pessoas, o governo pagou entre R$ 457 mil e R$ 545 mil até a manhã deste sábado (1º), segundo dados da plataforma de transparência consultados pela CNN. A Meta Ad Library informa um intervalo de despesa das contas com os impulsionamentos.

Ao todo quatro publicações diferentes foram impulsionadas. Uma delas fala em tom crítico sobre a letalidade da operação no Rio e indica que ações territoriais de segurança precisam estar acompanhadas de inteligência. Na sequência, defende a PEC (proposta de emenda à Constituição da Segurança).

Outra explica o que é a PEC, que altera regras sobre a atuação das forças de segurança, reforçando a integração entre órgãos e ampliando competências da União. Uma terceira, fala sobre o projeto de lei Antifacção, de penas mais severas e regras específicas para o isolamento de líderes de facções.

Uma última diz que 30% das operações da PF (Polícia Federal) em 2025 miraram crimes de abuso sexual infantil. A megaoperação no Rio de Janeiro acendeu um embate político sobre segurança pública no Brasil.

A CNN procurou a Secretaria de Comunicação do governo para que comentasse o tema. Até o momento da publicação da reportagem, não houve resposta.

CNN Brasil

Opinião dos leitores

  1. Esse desgoverno só engana a seita, não adianta gastar dinheiro que o povo normal não cai mais nessa

  2. Com toda certeza, essa despesa não saiu da fortuna de Lula, foi paga com recursos públicos.

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Geral

“QG” do CV: Complexos do Alemão e Penha distribuem 10 toneladas de drogas por mês

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A Polícia Civil do Rio de Janeiro informou que os Complexos do Alemão e da Penha funcionam como quartéis-generais do Comando Vermelho (CV), responsáveis por distribuir cerca de 10 toneladas de drogas por mês. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (31), após a megaoperação de terça (28) — a mais letal da história do estado, com 121 mortos.

Segundo a corporação, as comunidades servem como centros de comando, tomada de decisão e treinamento tático da facção. Integrantes recebiam instruções de armamento, tiro, uso de explosivos e táticas de combate nesses locais.

Distribuição de drogas e armas

A polícia aponta que o Alemão e a Penha também são polos de abastecimento de drogas e armamentos, responsáveis pela entrega mensal de cerca de 50 fuzis a outras áreas controladas pelo CV.

O levantamento identificou que 24 comunidades do Rio são abastecidas pelos complexos — entre elas:

  • Complexo do Salgueiro (São Gonçalo)

  • Rocinha

  • Complexo da Maré

  • Jacarezinho

  • Complexo do Lins

Durante a operação, foram apreendidos 100 fuzis, incluindo armas de uso militar e equipamentos de guerra modernos.

Escalada bélica e tecnológica

O Comando Vermelho tem aprimorado seu arsenal de guerra, usando armas de fabricação europeia, drones e roupas camufladas. Entre os 91 fuzis apreendidos, havia modelos da Venezuela, Argentina, Peru e Brasil, de calibres 5.56 e 7.62, muitos montados a partir de peças compradas legalmente pela internet.

De acordo com o ex-capitão do Bope Paulo Storani, o CV tem acesso a fuzis G3, AK-47 e FAL, usados por forças armadas de países da América do Sul e Europa.

Drones usados em ataques e vigilância

Durante a megaoperação, criminosos usaram drones para lançar granadas contra policiais e monitorar as ações das forças de segurança.

Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), a compra e o uso dos equipamentos eram coordenados por Carlos “Gardenal”, integrante do CV. Em mensagens interceptadas, ele e outro suspeito, “Grandão”, discutem a aquisição de drones de alta tecnologia para vigilância noturna. “A gente tem que se adequar à tecnologia, entendeu?”, escreveu Gardenal em uma das conversas.

Com informações de CNN Brasil

Opinião dos leitores

  1. Que besteira mais besta,são apenas negros e favelados esses trabalhadores oprimidos pela sociedade branca,que tem demais eles portarem um AK47 para matar polícia e cidadões de bem.VIVA A ESQUERDA

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Geral

Facções criminoras expulsam 219 famílias de suas casas no Ceará entre 2024 e 2025; Fortaleza registrou ocorrências em 49 bairros

Imagem: reprodução

Entre janeiro de 2024 e setembro de 2025, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) registrou 219 casos de expulsões de moradores por facções criminosas em todo o Ceará.

Os dados constam em um relatório do Núcleo de Inteligência Policial (Nuip), vinculado ao Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO) da Polícia Civil. É a primeira vez que o Estado divulga um levantamento oficial sobre o tema.

Disputa por território e controle do tráfico

O relatório aponta que o aumento das expulsões está ligado à disputa entre facções, principalmente entre o Comando Vermelho (CV) e o Terceiro Comando Puro (TCP), que recentemente incorporou a facção cearense Guardiões do Estado (GDE).

Esses grupos buscam o controle territorial para dominar o tráfico de drogas e a cobrança de “pedágios” a comerciantes. Em setembro, o CV e o TCP chegaram a comemorar avanços em áreas como Vicente Pinzón e Lagamar, com foguetórios na Região Metropolitana de Fortaleza.

Impactos sociais

As expulsões têm provocado mudanças bruscas na vida das famílias, com interrupção de aulas, dificuldade de acesso a serviços públicos e queda no comércio local.

Segundo o DRCO, as comunidades afetadas passam a enfrentar medo constante, isolamento e desestruturação social, enquanto áreas esvaziadas se tornam mais difíceis de fiscalizar pela polícia.

Fortaleza concentra a maioria dos casos; capital teve 143 registros, espalhados por 49 dos 121 bairos da cidade.

Veja números:

Os bairros com mais expulsões foram:

  • Ancuri – 16 casos

  • José Walter – 16

  • Vicente Pinzón – 15

  • Jangurussu – 8

  • Barra do Ceará – 7

  • Papicu – 7

  • Canindezinho – 6

Outros bairros da cidade também tiveram registros pontuais, segundo o relatório.

Cidades da Região Metropolitana e Interior

Depois de Fortaleza, os municípios com mais casos são:

  • Maranguape – 18

  • Maracanaú – 16

  • Caucaia – 15

  • Sobral – 7

  • Pacatuba – 2

  • Quixadá – 2

  • Cascavel – 1

Com informações de O Povo

Opinião dos leitores

  1. Tudo isso é mentira da direita,esses meninos são todos os anjos oprimidos pela sociedade branca e rica,devemos fazer um protesto para que o VATICANO venha a canonizar cada um dos 120 mortos no RJ.

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COP-30: Casa Branca diz que EUA não terão representantes de alto escalão na Cúpula do Clima em Belém-PA

Foto: Augusto Miranda/Agência Pará

Os Estados Unidos não participarão com representantes de alto escalão da Cúpula dos Líderes da COP-30, que será realizada nos dias 6 e 7 de novembro, no Brasil. A Casa Branca confirmou neste sábado (1º) que nenhum alto funcionário estará presente.

Segundo um porta-voz do governo americano, o presidente Donald Trump — que nega o aquecimento global — tem priorizado o fortalecimento da indústria de combustíveis fósseis e o diálogo direto com líderes mundiais em temas energéticos.

O governo brasileiro já não esperava a presença de Trump ou de representantes políticos dos EUA. Além disso, a Argentina também confirmou que não participará. A expectativa é que 57 chefes de Estado e de governo compareçam ao encontro.

Durante uma reunião recente na Malásia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentou convencer Trump a participar, mesmo que para defender suas posições contrárias à agenda climática. De volta ao poder, o republicano retirou os EUA do Acordo de Paris, decisão que passa a valer em 2026.

Nos bastidores, diplomatas e ambientalistas brasileiros consideram que a ausência dos EUA pode evitar impasses, embora simbolize um vácuo de liderança global nas negociações climáticas.

Com União Europeia e China mostrando pouco protagonismo, Lula busca projetar o Brasil como mediador internacional na pauta ambiental. A iniciativa, no entanto, é criticada por contradições internas, como a liberação da exploração de petróleo na Margem Equatorial da Foz do Amazonas.

Com informações de Estadão

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Cearense de 120 anos pode ser reconhecida como a pessoa mais velha do mundo

Foto: Clesio Marques/Rádio Atitude FM

A cearense Maria Alves Rocha, nascida em 1905 e moradora de Itapajé (a 130 km de Fortaleza), pode ser reconhecida como a pessoa mais velha do mundo, aos 120 anos.

A descoberta ocorreu durante uma campanha social promovida pelo advogado Cid Lira Braga, que buscava os moradores mais idosos de Itapajé e Itapipoca. Segundo ele, os familiares de Maria o procuraram para informar a idade da idosa, inicialmente recebida com surpresa.

O Guinness World Records já recebeu a documentação oficial e pediu três meses para analisar o caso. Atualmente, o recorde pertence à inglesa Ethel Caterham, de 116 anos.

O Brasil já figura no ranking masculino com outro cearense, João Marinho Neto, de 112 anos, morador de Apuiarés.

De acordo com o neto de Dona Maria, Mardonio Vasconcelos Sousa, o segredo da longevidade da avó está na fé em Deus. Ele afirma que a família vive um “misto de orgulho e gratidão” diante da possibilidade de reconhecimento.

A Prefeitura de Itapajé deve montar uma força-tarefa neste sábado (1º) para verificar a autenticidade dos documentos.

Com informações de O Povo

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