Nem mesmo a base de comparação baixa (em julho do ano passado, as vendas registraram queda de 1,8%) foi suficiente para levar o varejo potiguar a emplacar um saldo positivo de vendas em julho. Segundo dados divulgados pelo IBGE na manhã desta quarta-feira, 16, o Comércio Varejista Ampliado do RN teve queda de 3,4% nas vendas no sétimo mês do ano. Com isso, o acumulado do ano já atinge retração de 2,1%. Os dados potiguares, no entanto, ainda são melhores que as médias nacionais, que ficaram em -6,8% em julho e -6,5% no acumulado do ano.
Entre os dados do IBGE, chama atenção o fato de que quando se toma o “Comércio Varejista” – que exclui os setores de Automóveis e Materiais de Construção – a retração das vendas no RN é menor (-2,4% em julho e -1,0% no acumulado do ano), o que aponta para o fato de que estes dois segmentos estão sentindo mais fortemente o impacto das turbulências econômicas.
“Infelizmente estes números eram esperados. Tínhamos uma leve esperança de que pudéssemos ter pelo menos uma estabilidade. Mas a queda é real. E a análise mais detida dos segmentos mostra que os primeiros a sofrer de forma mais contundente com a retração das vendas são aqueles que dependem diretamente do crédito ao consumidor. Claro, com taxas de juros estratosféricas, crédito escasso e endividamento em alta, é natural que o consumidor fique mais cauteloso”, afirma o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio Grande do Norte, Marcelo Fernandes de Queiroz.
Vale ressaltar que, em média, cada ponto percentual de vendas do varejo potiguar representa algo em torno de R$ 13,7 milhões por mês, o que quer dizer que somente em julho, o segmento deixou de faturar cerca de R$ 42,5 milhões.
Sobre o fato de o RN ainda conseguir manter um desempenho acima da média nacional, o presidente da Fecomércio credita grande parte desse comportamento ao desempenho do setor de turismo. “Trata-se de um segmento com grande reflexos na economia potiguar e que, felizmente, tem vivenciado um momento de retomada. Longe do ideal, ainda, mas que pode ser comemorado e, sim, já impacta nas vendas do nosso comércio”, diz Queiroz.
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