Foto: Igo Estrela/Metrópoles
Em queda devido ao avanço da vacinação, a média móvel diária de mortes por Covid-19 no Brasil, em relação ao tamanho da população, já se encontra abaixo do mesmo indicador registrado nos Estados Unidos. Dados do Our World in Data, ligado à Universidade de Oxford, no Reino Unido, mostram que, desde o último dia 25, a média diária de mortes, proporcional à população nos EUA, é superior à do Brasil.
O país norte-americano registrou, na última segunda-feira, 3,9 mortes a cada 1 milhão de pessoas. O Brasil, que vem demonstrando sinais recorrentes na queda de óbitos diários provocados pela doença, teve média de 3,1 mortes no mesmo dia.
A mudança de cenário no país vem após longos meses em que foram notificados números altos de casos e mortes. Desde 10 de março, os EUA estavam vivenciando um declínio da curva de mortes, com números menores do que os verificados aqui. O ápice foi registrado no dia 12 de abril, quando o Brasil registrou média de 14,6 mortes por milhão, e os EUA, de 2,9.
Veja, abaixo, a média diária de mortes registradas nos dois países, com números proporcionais a cada 1 milhão de habitantes:
Foto: Reprodução
E não foi só a média móvel entre os dois países que se inverteu recentemente. A tendência da imunização também, como já noticiado pelo Metrópoles. Mantido o atual ritmo de vacinação em ambas as nações, o Brasil demoraria cerca de 20 dias para imunizar toda a população adulta. Os Estados Unidos demorariam cerca de 67 dias para vacinar todos os norte-americanos acima dos 18 anos.
Dados do CDC (Centro de Controle de Doenças) mostram que, até essa terça-feira (31/8), 63,5% dos estadunidenses acima dos 18 anos estavam imunizados (com duas aplicações ou dose única). O Brasil vacinou menos, 38,8% da população adulta contra a Covid, mas vem avançando no ritmo de vacinação, enquanto os EUA patinam, em meio à resistência de seus moradores.
O médico infectologista e consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) Julival Ribeiro explica que o alto número de mortes registradas se deve pela combinação da variante Delta com o número elevado de não vacinados no país.
“Apesar de nenhuma das vacinas ser 100% eficaz contra a Covid-19, nós estamos percebendo que o número de pessoas que estão falecendo em decorrência da Covid-19 são pessoas que não se vacinaram ou que não tomaram a segunda dose. São essas que, em grande maioria, estão indo para hospitais e desenvolvendo casos graves”, explica Ribeiro.
Metrópoles
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