Jornalismo

CENSURA X REGULAÇÃO: Projeto sobre fake news na pauta do Senado divide opiniões; entidades alertam risco em atingir a liberdade de expressão

Foto: Agência Brasil

Está na pauta do Senado desta semana o Projeto de Lei 2.630, do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), a Lei da Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet. O texto propõe medidas para combater a desinformação, também conhecida por seu termo em inglês como fake news.

A proposta ganhou força entre os senadores e a defesa dos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara, Rodrigo Maia. Mas vem provocando intensos debates no Parlamento, na mídia e nas redes sociais. Seus defensores argumentam que o texto será um remédio contra as notícias falsas, problema grave reconhecido mundialmente.

As críticas assumem diferentes tons e vêm de setores distintos, alguns apontando o projeto como “censura” e outras reconhecendo a importância de uma regulação para o tema mas criticando mecanismos no texto que podem atingir a liberdade de expressão.

O projeto estabelece proibições às chamadas “contas inautênticas”, definidas como aquelas que assumem a identidade de terceiros para enganar o público ou que propaguem desinformação. Também são vedados “disseminadores artificiais” não rotulados ou usados para propagar desinformação, definidos como “qualquer programa de computador ou tecnologia empregada para simular, substituir ou facilitar atividades de humanos na disseminação de conteúdo em aplicações de internet”. Também são proibidos os chamados “conteúdos patrocinados” não rotulados.

O PL estabelece que as redes sociais abarcadas (aquelas com mais de 2 milhões de usuários) devem adotar medidas para proteger a sociedade contra a desinformação. Além disso, elenca o que chama de “boas práticas”, como rotular conteúdos desinformativos enquanto tal, interromper a promoção paga ou artificial dessas publicações e o uso de correções de verificadores independentes de fatos.

São estabelecidas obrigações de transparência, como disponibilizar informações sobre números de postagens, contas, disseminadores artificiais e conteúdos patrocinados destacados, removidos ou suspensos. Os relatórios das empresas devem conter também o número de contas inautênticas removidas, número de reclamações recebidas sobre conteúdo ilegal e inautêntico e dados sobre interações com publicações classificadas como desinformação.

Caso as obrigações não sejam cumpridas, o texto prevê uma série de sanções, como advertência, multa, suspensão temporárias das atividades e proibição das atividades no país.

Mais debate

O Comitê Gestor da Internet, órgão multissetorial responsável por diretrizes na área, publicou nota em que pede mais tempo para a discussão do projeto. A entidade enviou ofícios aos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado e aos líderes dos partidos no Congresso Nacional, “recomendando que se ampliem e aprofundem os debates, com a participação efetiva do CGI.br, assim como de todos os agentes interessados, antes que matéria de tamanha relevância para a garantia das instituições democráticas do país seja votada”.

Para o professor de direito da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) Carlos Affonso Souza, a tentativa de votação às pressas é perigosa. Ele entende que a votação desrespeita a consulta pública aberta para receber contribuições à versão da Câmara, de autoria dos deputados Tábata Amaral (PDT-SP) e Rigoni (PSB-ES). “Aprovar o atual texto do PL de modo apressado e no estado em que se encontra é um passo atrás”, disse em sua conta no Twitter.

Apoios

Também em sua conta no Twitter, o autor deputado Rigoni afirmou que “o combate às quadrilhas que disseminam fake news é urgente”, acrescentando que “é preciso que esse combate ocorra dentro dos limites legais, respeitando a liberdade de expressão. Ninguém deve estar acima da Lei”.

Já a deputada Tábata Amaral (PDT-SP), também autora de projeto com mesmo texto na Câmara, declarou em sua conta no Twitter que “o projeto não censura, não quebra a privacidade e nem retira conteúdo do ar. Precisamos de mais transparência e informação nas redes sociais”.

“Esse assunto das fake news precisa de uma solução. A gente precisa pensar em uma Lei. O PL do senador Alessandro terá prosseguimento na Câmara. Quem dissemina fake news tem que ser responsabilizado, assim como as plataformas”, disse o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, em sua conta no Twitter.

Para a organização Avaaz, hoje as plataformas já monitoram conteúdo sem controle e é preciso dar mais possibilidades aos usuários. “Elas excluem contas, fazem o downgrade (redução da circulação) do conteúdo em seu algoritmo e trabalham com verificadores analisando conteúdo. Mas eles estão fazendo isso com poder quase irrestrito e sem dar aos usuários a chance de procurar reparação. Não há escrutínio público, transparência ou prestação de contas. A desinformação representa uma ameaça crítica à democracia e à segurança das pessoas. Não podemos confiar nas plataformas para fazer isso em uma caixa preta. Precisamos de uma lei que as forcem a lidar com a desinformação de maneira a equilibrar a proteção de todos os direitos”, avalia Laura Moraes, coordenadora de campanhas da Avaaz no Brasil.

Críticas

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro fizeram críticas à proposta e à regulação de redes sociais. Em sua conta no Twitter, o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-RJ), classificou o projeto de censura. “Quem praticar crime, na internet ou não, que seja punido. Agora, querer disciplinar ambientes de trocas de informações, de transparência, de críticas a tudo e a todos não é correto. Tá na vida pública é para ser checado, criticado”, declarou.

A deputada Carla Zambelli (PSL-SP) utilizou sua conta no Twitter para criticar o projeto e convocar seguidores a se manifestarem contrariamente em consulta aberta no site do Senado.

Entidades da sociedade civil criticaram o PL, mas em outra direção. A Coalizão Direitos na Rede, que reúne entidades de defesa de usuários da internet, defende uma regulação das plataformas digitais e o combate à desinformação, mas apontou que o projeto apresenta uma solução equivocada por delegar poder a essas empresas para analisar e classificar conteúdos como desinformativos. Ao criar proibições relacionadas a esse exame de publicações (como as chamadas contas inautênticas) e vincular isso a sanções pesadas, o texto vai estimular que as redes sociais derrubem conteúdos em massa para evitar as punições.

A coalizão avalia que ao tornar uma obrigação o exame dos conteúdos corre-se o risco de relegar isso a sistemas automatizados. “Para ser minimamente possível classificar conteúdo como desinformação, há que se reconhecer a necessidade de análise humana, contextualizada, embasada em pesquisas e fontes diversas. Mesmo após uma análise minuciosa, resta um espaço amplo para variáveis de interpretação dos fatos. Diante da possibilidade de responsabilização das plataformas por analisar o tipo de conteúdo disseminado por cada conta, é provável que as empresas lancem mão de moderação exagerada e automação, o que não está vedado pelas propostas, de forma a aumentar exponencialmente a chance de equívocos e cerceamento do exercício legítimo da liberdade de expressão”, analisa.

A Federação Nacional dos Jornalistas, a Associação Brasileira de Imprensa e o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação divulgaram manifesto em que pedem mais debate sobre o tema e alertam para os riscos do projeto atingir a liberdade de expressão ao delegar a entes privados (plataformas e verificadores) a avaliação da veracidade dos conteúdos jornalísticos.

“Alertamos para o perigo que representará para a democracia e para a liberdade de expressão conferir às plataformas privadas da internet a responsabilidade de definir que conteúdos são ou não verídicos, iniciativa que inclusive viola o Marco Civil da Internet. Tampouco podemos acreditar que agências privadas de checagem de notícias podem cumprir esse papel com isenção e neutralidade, ou que seja possível nomear grupos de jornalistas com o poder de classificar conteúdos jornalísticos produzidos por outros jornalistas”, disse.

Agência Brasil

 

Opinião dos leitores

  1. LIBERDADE DE EXPRESSÃO NÃO PODE SER CONFUNDIDA COM MENTIRAS, CALÚNIAS, INJÚRIA, DIFAMAÇÃO E APOLOGIA A CRIMES DE QUALQUER NATUREZA, ESPECIALMENTE AOS COMETIDOS CONTRA A DEMOCRACIA, AO ESTADO DE DIREITO E AOS SEUS PRINCÍPIOS E VALORES FUNDAMENTAIS.
    HORA DE ACORDAR!!!

    1. Para coibir crimes, recorra-se à Justiça. Censura prévia é ação típica de ditaduras. Ocorre que essa turma de esquerda, que vive falando em "defesa da democracia", gosta mesmo é de uma boa ditadura, desde que sejam eles que escolham o que pode e o que não pode ser feito e dito. Adoradores de ditaduras ao redor do mundo, esses hipócritas estão deixando cair suas máscaras.

    2. Não é exatamente o contrário, vc que se esconde atrás de um pseudônimo que representa o que vc não é, nunca foi e nunca será.
      Quem ama e exalta as Ditaduras constantemente é o seu Mico, sendo seguido pelos seus "Miquinhos Amestrados" por meio do berrante propagado por fábricas de Fakes News turbinados por centenas de robôs que fazem as mentiras se espalharem com uma velocidade incrível.
      Fato esse testemunhado por aqueles que já fizeram parte do esquema e hoje chutados está revelando a trama.
      Vcs vão continuar se fingindo de cordeirinhos inocentes e pacíficos até quando?

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Política

Após Lula chamar traficantes de “vítimas”, governo corre para mostrar “recorde” no combate ao tráfico

Foto: Ricardo Stuckert

Lula falou e se enrolou. Na Indonésia, disse que “traficantes de drogas são vítimas dos usuários também”. A frase viralizou — e não foi por bom motivo. A oposição não perdoou, e críticos viram mais uma prova do discurso frouxo do governo.

O governo correu para apagar o incêndio. Nesta sexta-feira (24), a Secretaria de Comunicação Social divulgou nota reforçando que o Brasil não tolera o tráfico. Em 2024, a Polícia Federal apreendeu R$ 7 bilhões em bens de criminosos, e a Polícia Rodoviária Federal confiscou 850 toneladas de drogas — recordes históricos.

As operações contra o crime organizado quase dobraram em dois anos: de 1.875, em 2022, para 3.393, em 2024. A nota cita ainda a PEC da Segurança Pública e outros projetos enviados ao Congresso, que, segundo o governo, visam “desmantelar as estruturas que alimentam o crime”. A prática, pelo menos, mostra resultado — ao contrário das palavras de Lula.

O presidente tentou se retratar nas redes sociais, chamando a frase de “mal colocada” e reforçando que mais importante que palavras são as ações. Citou os recordes em apreensão de drogas e as operações históricas. Mas o estrago já estava feito.

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Mundo

Maduro desafia EUA e anuncia brigada internacional para “enfrentar americanos” no Caribe

Foto: Arquivo

O ditador venezuelano Nicolás Maduro voltou a atacar os Estados Unidos nesta sexta-feira (24), acusando Washington de “inventar uma guerra eterna” enquanto aumenta sua presença militar no Caribe. Segundo ele, os americanos estariam rompendo promessas de paz e preparando confrontos na região.

Para se contrapor, Maduro anunciou a criação das Brigadas Internacionalistas Simón Bolívar, uma força de voluntários de todo o mundo para “defender a Venezuela pela independência, soberania e paz”. O chavista compartilhou vídeos nas redes sociais de apoiadores se preparando para a brigada, mas não deu detalhes de como será a operação ou quem vai comandá-la.

O alerta americano vem junto com a movimentação de um grupo de ataque de porta-aviões para o Caribe, incluindo o USS Gerald R. Ford, maior porta-aviões do mundo, movido a reator nuclear. A frota partiu da Europa por ordem do Secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, mas ainda não se sabe onde exatamente será posicionada.

Analistas observam que Maduro usa a retórica de guerra para mobilizar apoio interno e regional, enquanto mantém o controle sobre o país. Até agora, Caracas não detalhou como funcionará sua brigada internacional, e o Departamento de Estado americano não comentou as declarações do ditador, aumentando a tensão militar no Caribe.

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Judiciário

Petrobras avança na Amazônia e MPF tenta frear: leilão polêmico coloca foz do Amazonas em risco

Foto: José Cruz/Agência Brasil

O Ministério Público Federal (MPF) não está de brincadeira. Nesta sexta-feira (24), recorreu ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) para tentar barrar a exploração de petróleo na Bacia da Foz do Amazonas. O alvo? A decisão que manteve o leilão de blocos exploratórios e a concessão de licença de pesquisa à Petrobras.

Na prática, a estatal já está com a liberação do Ibama em mãos desde segunda-feira (20) e pode começar a perfuração da sonda exploratória na Margem Equatorial “imediatamente”. A operação inicial ocorre em águas profundas do Amapá, a 175 km da costa e 500 km da foz do rio Amazonas.

O MPF questiona a legalidade do leilão. Segundo o órgão, antes de autorizar qualquer pesquisa, o governo deveria exigir Estudo de Impacto Climático (EIC), Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS) e consulta às comunidades indígenas. “A ausência desses estudos e consultas é uma grave ofensa ao ordenamento jurídico e aos compromissos internacionais do Brasil”, alertou o órgão.

A Petrobras, por sua vez, garante que esta fase é apenas de pesquisa. A perfuração do poço FZA-M-059 deve durar cerca de cinco meses, tempo para avaliar se há petróleo e gás em quantidade economicamente viável. Não há produção de petróleo ainda, reforça a empresa.

O impasse acende o alerta: de um lado, a necessidade de energia e desenvolvimento; do outro, a pressão ambiental e jurídica. Enquanto a justiça decide, a Amazônia vê chegar as primeiras sondas de exploração em sua foz — e com elas, o debate sobre futuro econômico e preservação ambiental esquenta.

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Gastronomia

O sabor do RN toma conta da cozinha do Papo de Fogão Sabor & Tradição

Oxe, essa edição tá de dar água na boca! 🤤

Tem Nhoque do Sertão com banana da terra, funduta de queijo manteiga e rosbife preparado pelo Chef Henrique Sobrinho, do Dunnas Restaurante, de Natal/RN que você vai se acabar de comer. E, na Dica Rápida, o Chef, professor e embaixador do Feito Potiguar Jonatã Canela, do Restaurante Navarro de Natal, vai preparar um mil folhas com brigadeiro de milho e calda de goiabada que é um desmantelo de bom.

Dois pratos cheios de sabor, tradição e orgulho Feito Potiguar! 💛

Assista o #PapoDeFogão e se apaixone pelo sabor do RN!

SÁBADO
BAND MARANHÃO e PIAUÍ – 8h

PARAÍBA
TV CORREIO/RECORD, 13h30

DOMINGO
RIO GRANDE DO NORTE – TV TROPICAL/RECORD, 10h

Ou no nosso canal do YouTube
http://youtube.com/c/PapodeFogao

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Geral

Extremoz testa tecnologia brasileira da ONU que promete antecipar desastres ambientais e se destaca na COP30

Foto: Banco de Imagens

O município de Extremoz, na Região Metropolitana de Natal, ganhou destaque internacional ao ser escolhido como cidade-piloto da plataforma Aruanã.ai, ferramenta de inteligência artificial ambiental desenvolvida no Brasil e recentemente selecionada pela ONU para ser apresentada na COP30, em Belém (PA).

Criada pela empresa Local DC, sediada em Sorocaba (SP), a Aruanã.ai utiliza tecnologia avançada de visão computacional, análise contextual e aprendizado profundo para monitorar e proteger o meio ambiente em tempo real. O sistema é capaz de detectar queimadas, desmatamentos, poluição e danos à fauna e flora, emitindo alertas automáticos que ajudam a prevenir desastres ambientais.

Em Extremoz, a tecnologia está sendo testada em áreas costeiras e de preservação ambiental, apoiando políticas locais de sustentabilidade e segurança ambiental. Os primeiros resultados do uso da ferramenta no município serão apresentados oficialmente na Zona Verde da COP30, espaço dedicado a inovações e soluções sustentáveis com impacto global.

“Além da análise automatizada de dados, estamos estimulando a participação da comunidade, permitindo que moradores validem e enviem informações ambientais. A proposta é transformar cidadãos em agentes ativos de preservação e reforçar a educação ambiental local”, destacou a prefeita Jussara Sales.

Com essa iniciativa, Extremoz se posiciona como referência em inovação e sustentabilidade, sendo o único município potiguar a participar de um projeto brasileiro reconhecido pela ONU e que promete revolucionar o monitoramento ambiental no mundo.

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Saúde

Homem que não sai com os amigos duas vezes por semana põe saúde em risco, alerta pesquisa

Foto: Freepik

Um estudo da Universidade de Oxford mostrou que homens precisam se encontrar com os amigos pelo menos duas vezes por semana para manter corpo e mente saudáveis. Não é só diversão: é questão de saúde de verdade.

O psicólogo Robin Dunbar, que conduziu a pesquisa, explica que esses encontros — jogando futebol, tomando uma cerveja ou só conversando — reduzem sintomas de depressão, fortalecem o sistema imunológico e ajudam a recuperar mais rápido de doenças. Ignorar a resenha não é frescura, é perigoso.

Mesmo com tantos benefícios, cerca de 40% dos homens só se encontram com os amigos uma vez por semana ou menos. O resultado é perder parte dos efeitos positivos das amizades e colocar a própria saúde em risco. Rotina corrida não é desculpa.

A mensagem do estudo é clara: manter os amigos por perto não é luxo, é remédio. Se você está adiando aquela noite com a galera, está na hora de repensar prioridades e cuidar do que realmente importa.

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Polícia

Vereadores de São José do Campestre registram BO contra vice-prefeito por ameaças veladas em rádio

Imagens: Reprodução

Vereadores de São José do Campestre registraram boletim de ocorrência contra o vice-prefeito Anderson Henrique Andrade, depois de declarações consideradas ameaçadoras durante entrevista na rádio 103.5 FM, em Nova Cruz, na última quinta-feira (23). Segundo o registro, Andrade teria dito que “estava muito à frente do que imaginam” e alertado que quem “mexesse juridicamente na situação da mesa diretora” poderia se “prejudicar juridicamente”.

O boletim destaca que os parlamentares Ana Clara Borges, Fernando, Eduardo e Dona Célia Lima se sentiram intimidados e preocupados com a própria integridade e de suas famílias. Eles pedem que a polícia abra investigação para apurar o teor das falas, registradas em áudio e vídeo durante a transmissão ao vivo da entrevista.

Conhecido pelo temperamento explosivo, o vice-prefeito já se envolveu em confusões públicas e brigas na praça, o que reforça a preocupação dos vereadores quanto à seriedade das ameaças.

Foto: Reprodução

As vereadoras Ana Clara Borges e Dona Célia Lima também solicitam que a investigação avalie o crime de violência política de gênero (artigo 359-P do Código Penal), além do crime de ameaça (artigo 147). Segundo elas, as falas do vice-prefeito configuram tentativa de intimidar e restringir o exercício do mandato delas por serem mulheres.

O boletim requer que o material de áudio da entrevista seja anexado como prova das supostas ameaças, que agora podem resultar em investigação formal e sanções legais. A cidade acompanha o caso de perto, preocupada com a postura do vice-prefeito e o clima de tensão na Câmara.

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Judiciário

DIÁRIAS FANTASMAS NO RN: Servidores e comparsas bolam esquema sujo e drenam R$ 158 mil do Estado

Foto: Arquivo

Dois servidores públicos do RN e 13 comparsas foram condenados por criar um esquema ardiloso: colocar nomes de pessoas que nunca trabalharam na Secretaria de Educação e Cultura (SEEC) para receber diárias fantasmas. O prejuízo aos cofres do Estado chega a R$ 157.964,36.

A fraude veio à tona em 2015, denunciada pelo então coordenador do Fundo Estadual de Educação e Cultura. Os servidores manipulavam o sistema financeiro do Estado e enganavam terceiros para cederem suas contas bancárias, recebendo dinheiro sem saber de onde vinha. Alguns já devolveram parte do valor.

O juiz Geraldo Antonio da Mota deixou claro que os servidores agiram de forma consciente e dolosa. “A forma de agir nasceu da comunhão de pensamentos dos dois réus, principais responsáveis pelo desvio”, destacou na sentença.

O magistrado ainda cutucou os demais envolvidos: quem forneceu contas por tanto tempo deveria ter desconfiado. Persistir nessa conduta é, segundo ele, “no mínimo questionável”.

No fim, os condenados perderam a função pública, terão que ressarcir integralmente o Estado, pagar multa de R$ 315.928,72, ficaram com direitos políticos suspensos por 10 anos e estão proibidos de contratar com o poder público no mesmo período.

 

 

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Polícia

VÍDEO: CASO DE POLÍCIA: PM no RN investiga mulher que não pertence à corporação e usou farda e fuzil em treino

Imagens: Reprodução/G1 RN

Um vídeo divulgado nas redes sociais do Centro de Formação e Aperfeiçoamento da PMRN mostrou uma mulher, que não faz parte da Polícia Militar, usando farda e fuzil durante um treinamento do curso de formação de praças em Natal. A corporação confirmou a abertura de um inquérito interno para apurar “supostos crimes de uso indevido de uniforme e material bélico por civil”, segundo o Boletim Geral da PMRN.

O procedimento tem prazo inicial de 40 dias, podendo ser prorrogado por mais 20 caso sejam necessárias perícias ou diligências adicionais, conforme informado pelo G1 RN.

Ainda não há detalhes sobre como a mulher teve acesso à farda e ao armamento, nem se haverá responsabilização criminal. O caso acende alerta sobre falhas na fiscalização e no controle de armas dentro da PM.

O episódio expõe fragilidade nos protocolos internos da corporação e preocupa quem acompanha de perto a atuação da PM no Rio Grande do Norte. Um civil circulando com material oficial em treino formal é situação que chama atenção imediata e gera repercussão.

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Turismo

Centro de Natal renasce e ganha nova vida: Prefeitura aposta em turismo moderno e passeios inéditos

Foto: Reprodução/Natal das Antigas

O Centro Histórico de Natal começa a retomar seu movimento turístico após anos parado. A Prefeitura deu o pontapé inicial nesta sexta-feira (24) com um FAMTour – visita de familiarização – para 20 guias da empresa Luck Receptivo. O objetivo é preparar os profissionais para os passeios que terão duração de até 1h30 e começam já em novembro.

Segundo o secretário de Turismo, Sanclair Solon, a ação busca capacitar os guias e testar roteiros estratégicos pelo centro da cidade. “Estamos criando um turismo moderno, com passeios curtos e de qualidade. A expectativa é que outros operadores também se interessem e ampliem a oferta em breve”, afirmou.

O historiador Alexandre Rocha, contratado para treinar os guias, ressaltou a importância do apoio do poder público e do trade turístico. “Meu papel é transmitir conhecimento, mas só com o engajamento da Setur e das empresas é que o turismo realmente vai se fortalecer no centro histórico”, disse.

A iniciativa envolve ainda órgãos municipais como STTU, Urbana e Guarda Municipal, além da Câmara Empresarial de Turismo da Fecomércio. Os passeios serão realizados às terças e quintas-feiras, movimentando ruas e pontos históricos que estavam esquecidos.

Para a cidade, a retomada do turismo promete revalorizar o patrimônio histórico, aquecer o comércio local e devolver vida ao Centro de Natal, tornando-o novamente um ponto de encontro de turistas e moradores.

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