Economia

Fantástico mostra como bilhões de reais são desperdiçados no Brasil por falta de planejamento

Ontem o Fantástico mostrou um retrato do descaso em todo o país com o dinheiro público. Foi mostrado como bilhões de reais são desperdiçados por falta de um bom planejamento.Em um dos exemplos apresentados pela reportagem, o Rio Grande do Norte pode até vestir a carapuça. Parques eólicos foram montados, mas faltam as linhas de transmissões que integram a energia gerada pela força dos vento até rede elétrica.

Confira a reportagem:

Nunca ficou pronta, e parece em ruínas. Há tanto tempo abandonada, que do fosso sobe uma árvore adulta. E muita coisa aconteceu no Brasil desde que o projeto começou.

O início foi ainda no regime militar. Veio o movimento Diretas Já, a morte de Tancredo Neves, o vice, José Sarney, virou presidente – e começaram as obras. Vieram as primeiras eleições diretas – e Fernando Collor parou as obras por falta de verbas. Veio o governo Itamar Franco.
Depois, Fernando Henrique Cardoso privatizou o setor elétrico, e com ele a usina. O primeiro operário presidente, Lula. A primeira mulher presidente, Dilma. E as obras da usina de Jacuí 1, a 60 quilômetros de Porto Alegre, nunca foram terminadas.

usinaNos depósitos mostrados em vídeo, estão os equipamentos, importados da Alemanha em 1987 pelo equivalente hoje a R$ 500 milhões.

Uma usina completa, com capacidade para abastecer toda a região metropolitana de Porto Alegre, empacotada dentro de galpões há 25 anos.

Instalada, poderia gerar 360 megawatts/hora de energia. Geradores de vapor, turbinas e painéis de controle nunca registram um kilowatt sequer.

A manutenção é feita pela antiga dona, a empresa Tractebel, que comprou a usina em obras na privatização da estatal Eletrosul. A Tractebel afirma que depois vendeu a usina, mas não recebeu o pagamento. O caso está na justiça.

Segundo a Tractebel, os equipamentos são a garantia da dívida. Mas mesmo em bom estado, a possibilidade de que um dia gerem energia são cada vez menores.

Meio bilhão de reais que podem virar ferro velho, se a termoelétrica não for concluída.

“Na verdade, ela seria sucateada. Seria quase vendida a peso de ferro e dos outros metais que existem no lugar”, disse o procurador dos proprietários da usina, Marco Antônio de Costa Souza.

Na época, parecia o plano perfeito pra se aproveitar uma riqueza abundante da região, que está toda sobre um lençol de carvão mineral, a menos de 15 metros de profundidade. Mas o que levou Jacuí 1 às ruínas não foi o fato de que o carvão se tornou o inimigo número um do aquecimento global. Foi uma sequência de compras e vendas mal sucedidas.

Investidores que compraram, mas não pagaram a usina, acabaram presos por falsificar documentos para pegar empréstimo no exterior. Depois, a usina foi parar na mão de uma empresa de previdência privada americana, que faliu.

“Dificilmente se iniciaria um projeto como esse hoje. Mas, no estágio em que se encontra, eu acho um desperdício imenso não se terminar essa obra. Nós temos 70% das obras civis prontas.  A usina está praticamente toda aqui estocada”, explica o procurado. Marco Antonio Costa Souza.

O administrador da massa falida acrescenta que, com um investimento de mais meio bilhão, a usina poderia gerar energia.

Fantástico: Existe chance da usina sair?

“Muito pequena de que essa usina fique pronta, porque são praticamente 22 anos de espera”, disse o prefeito de Charqueadas, Davi Gilmar de Abreu Souza

Durante décadas a região se mobilizou para que a usina fosse terminada. Agora, a prefeitura tem outros planos. Desapropriou boa parte do terreno para fazer um polo industrial.

Sobre o dinheiro público enterrado no lugar, ele afirma: “A gente não sabe em quanto que está essa conta. E é dinheiro público. Isso dói. É dinheiro do contribuinte, do cidadão brasileiro que foi investido nesse projeto de Jacuí 1 que não saiu de onde está”.
Parques eólicos estão com hélices paradas no Nordeste

A 2,6 mil quilômetros, no sertão da Bahia, há outro exemplo de desperdício. No lugar, o recurso abundante é o vento. Basta ver as árvores, que crescem curvadas. E, nas serras da região de Caetité, torres com turbinas eólicas, que poderiam gerar energia limpa e barata, brotam às centenas sobre a caatinga.

O Nordeste já tem instalados e prontos para funcionar parques com capacidade para abastecer uma cidade do tamanho de Brasília. Mas as hélices estão paradas. E não por falta de vento.

Os parques ficaram prontos em julho, bem a tempo de ajudar o Brasil a enfrentar o período das secas, quando os reservatórios das hidrelétricas ficam mais baixos. Só que até agora nem um kilowatt produzido no lugar entrou na rede. Simplesmente porque as linhas de transmissão, que deveriam entregar a energia de lá até o sistema, não foram construídas.

Várias empresas privadas investiram R$ 1,2 bilhão nos parques eólicos.

“Enquanto isso não é escoado, os parques têm que ficar parados. Tem uma manutenção especial, custosa, pra poder manter a máquina que foi feita pra girar, ela ficar parada”, disse o diretor presidente da Renova Energia, Mathias Becker.

eólica rePor contrato, como terminaram a construção no prazo, as empresas estão recebendo do governo pela energia que poderiam gerar R$ 33,6 milhões por mês. De julho a outubro, foram R$ 134,4 milhões. E, segundo a Aneel, deve passar dos R$ 440 milhões até setembro, quando as primeiras linhas deverão ficar prontas. Esse dinheiro sai da sua conta de luz.

Cabos enrolados no local indicam literalmente um fim de linha. Toda a energia produzida pelos parques eólicos da região já poderia chegar até o lugar. Bastaria os cabos cruzarem a estrada pra chegar a uma subestação que deveria ter sido construída em um terreno onde o mato ainda está crescendo. Do ponto mostrado em vídeo até a linha principal pra se conectar ao sistema nacional, são 120 quilômetros. Só que as obras ainda nem começaram.

A responsável pela linha é a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf). O diretor de engenharia da empresa diz que a culpa é da demora nos licenciamentos ambiental e do patrimônio histórico. Mas a Aneel entendeu que a Chesf geriu mal os prazos, e multou a empresa em R$ 12 milhões – o que dá menos de 10% do prejuízo acumulado até agora.
A Aneel informa que vai cobrar esse dinheiro da Chesf.

Fantástico: A Chesf é também uma empresa pública?
“A Chesf é uma empresa de economia mista”, disse o diretor de Engenharia e Construção da Chesf, José Aílton de Lima.

Fantástico:Com maioria controladora do poder público. O contribuinte brasileiro. Se a Aneel ou a Chesf pagarem o prejuízo, de qualquer maneira o prejuízo sai do consumidor.

“De Todo jeito.Se fosse privada também. Quem paga a conta é sempre o consumidor de qualquer jeito. No momento em que a energia não tiver lá, não tiver saindo da usina, o consumidor vai estar pagando”, disse o diretor.

Especialistas apontam as linhas de transmissão como o ponto crítico do sistema elétrico brasileiro hoje.

“Quando hoje nós observamos alguns apagões aqui e ali, isso quer dizer subinvestimento nas redes, subinvestimento na rede de transmissão. Não adianta você ter geração e ter distribuição se você não tem aquele meio que é a transmissão de energia”, explica o especialista em infraestrutura Cláudio Frischtak.

No Brasil inteiro, 58 linhas de transmissão estão com as obras atrasadas em pelo menos quatro meses; 21 são de responsabilidade da Chesf. Em outras cinco a Chesf faz parte do grupo construtor.

Repórter: A empresa não tentou dar um passo maior que a perna? Ou pegar muitas concorrências, muitos leilões sem conseguir entregar as obras?
Diretor: A empresa que não tentar dar um passo maior que a perna não é uma empresa, é outra coisa. Toda empresa que se preza dá um passo maior que a perna. E nós vamos continuar dando passo maior do que a perna. Isso pra mim não é problema.

Neste momento, o Brasil não pode desprezar energia. Está usando todas as usinas térmicas, por causa dos reservatórios baixos nas hidrelétricas.

Sobre o risco de apagão que o Brasil corre, Cláudio Sales, presidente do Instituto Acende Brasil, afirma: “Depende de que horizonte você está olhando. Se você olhar a realidade hoje, não. Hoje não estamos correndo esse risco de maneira dramática como corremos por exemplo em 2008. Mas se olharmos pra frente, supondo que o Brasil volte a crescer a taxas que todos desejamos, então nós temos que olhar pros problemas que estão acontecendo como indicadores de que há um risco, sim”, disse o presidente do Instituto Acende Brasil, Cláudio Sales.

“No momento eu diria que a gente não corre o risco de falta de energia. O risco que a gente corre é dessa energia ser progressivamente muito cara”, diz o ex-presidente da Eletrobrás, José Luiz Alquéres.

Outra energia indispensável é combustível. A frota de veículos mais do que dobrou em dez anos. Somos autosuficientes em petróleo, mas precisamos importar cada vez mais gasolina, por falta de refinarias.

Um imenso complexo petroquímico, na região metropolitana do Recife, a Refinaria do Nordeste, A Abreu e Lima, deveria resolver parte do problema. Só podemos mostrar imagens de helicóptero, porque a Petrobras não permitiu o acesso ao canteiro de obras, alegando falta de segurança. Pelo projeto inicial, ela já deveria estar funcionando.

Só que as obras estão com dois anos atraso. E com essa demora, os custos também se multiplicaram. Em 2005, quando foi aprovado o orçamento para a construção, era de R$ 4,7 bilhões. Em agosto do ano passado, ele foi revisto pela Petrobras para 41,2 bilhões. Um aumento de mais de oito vezes e meia.

Numa cerimônia no ano passado, a presidente da Petrobrás disse que o caso da refinaria deveria ser estudado e nunca mais repetido.

“As razões são muitas. Erros de planejamento, erros de projeto, entrega de equipamento atrasado. Então, tudo isso está colaborando pro preço duplicar, triplicar, multiplicar por 20”, disse o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, Adriano Pires.

Mas a Petrobras diz que houve muitas mudanças no projeto, e não dá para usar o preço inicial como referência.

“É uma referência a um projeto muito diferente do projeto que esta sendo implementado”, diz o gerente-executivo de engenharia e abastecimento, Mauricio Guedes.

Segundo a Petrobras, a refinaria terá capacidade para produzir também outros combustíveis com nova tecnologia ambiental.

Então, um projeto diferente, sendo implantado num cenário diferente, num contexto diferente.
Mas o relatório Fiscobrás, editado pelo Tribunal de Contas da União, aponta irregularidades.
A terraplenagem teria sido superfaturada em R$ 90 milhões. Outros cinco contratos têm sobrepreço, ou seja, serão pagos preços muito acima do mercado.

Segundo o TCU, nesses cinco contratos o prejuízo para os brasileiros, todos sócios da Petrobras, chega a R$ 1,380 bilhão. A Petrobras não acatou a recomendação de paralisar as obras e refazer os contratos.

“Paulatinamente, nós temos esclarecido todas as irregularidades ou supostas irregularidades apontadas pelo TCU. E até hoje não existe julgamento sobre nenhuma irregularidade que tenha, em definitivo, sido constatada como tal pelo TCU. Até hoje conseguimos esclarecer a maior parte delas. Tem uma pequena parte que a gente ainda precisa esclarecer. E essa discussão continua”, disse gerente-executivo de engenharia e abastecimento, Mauricio Guedes.
Para especialistas no setor do petróleo, as causas do aumento de custos são muitas.

Abreu e Lima começou errada desde o momento que foi escolher o sócio  que foi a PDVSA da Venezuela.

Até hoje a PDVSA não colocou um tostão na obra. No Rio de Janeiro, a Petrobras constrói outro complexo petroquímico, o COMPERJ – também atrasado, e também com indício de sobreço apontado pelo TCU. O contrato de implantação de uma tubovia está R$ 163 milhões acima do preço de mercado.

Um exemplo de falha de planejamento ocupa um grande espaço no porto do Rio. São 13 equipamentos – todos muito grandes e muito pesados para passar nas estradas existentes.
Estão no pátio há um ano e meio, porque não tem como ser transportados até o complexo petroquímico.

Precisam atravessar a Baía de Guanabara, chegar à Praia da Beira, em São Gonçalo.
Mas no lugar não há sinal de obras para construir o píer onde os equipamentos serão desembarcados.

Para ser levados por uma estrada especial – que ainda não existe – até a obra do Comperj.
A Petrobras não informa quanto está pagando pelo espaço ocupado no porto. Mas o Fantástico apurou que esse valor está na casa dos milhões de reais.

A poucos quilômetros de Caetité, no sertão da Bahia, bem perto das usinas eólicas paradas que mostramos no início desta reportagem, mais uma noite chega escura para Dona Luiza.

“Eu sento aqui na calçada de noite no escuro sozinha, só mais Deus, olhando. A gente já acostumou. Tudo no escurinho. Tem vez que a tem lamparina. Tem vez que não tem. Não tem nem pra comprar o óleo para colocar nela. Fazer o que? Não tem novela, porque não tem energia”, conta a agricultora Dona Luiza.

A eletricidade ainda não chegou a mais de um milhão de lares no brasil. A agricultora não tem o dinheiro para puxar os fios, a 500 metros de casa.

Ela conta o que vai querer colocar em casa, quando tiver energia: “só uma geladeira pra guardar as comidinhas. Às vezes, sobra um pouquinho que tem que botar na geladeira. Por que a gente não tem a geladeira, sobrou tem que jogar fora”.

À luz da lamparina, ela sonha. “Tem que sonhar mesmo. Sonhar sempre. Um dia vai chegar. Fé em Deus”, diz a agricultora.
O Fantástico tentou por três semanas uma entrevista com o Ministro de Minas e Energia, mas não foi atendido.

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Judiciário

Lava Jato enfraquece: Justiça reduz pena de ex-diretor da Dersa de 143 para 5 anos

Foto: Reprodução

Paulo Vieira de Souza, o infame “Paulo Preto”, ex-diretor da Dersa e alvo da Lava Jato, viu sua pena de 143 anos virar apenas 5 anos, 11 meses e 3 dias em regime semiaberto. O engenheiro foi condenado por desviar milhões do Rodoanel e avenidas paulistanas para beneficiar empregadas domésticas da família.

O TRF-3 ainda reduziu a multa de R$ 13,4 milhões para apenas 28 dias-multa. Dinheiro que deveria indenizar moradores prejudicados pelas obras agora praticamente desaparece na decisão. Segundo o MPF, a roubalheira era clara, mas a Justiça resolveu dar um “alívio” surreal.

A juíza Maria Isabel do Prado havia condenado Paulo em 2019 por peculato, fraude e associação criminosa. Em 2023, revisou a pena para 143 anos. Agora, com apenas o crime de peculato mantido, a defesa já promete pedir prescrição. Resultado: um escárnio judicial que faz parecer que crimes milionários saem barato.

O advogado Leandro Ponzo celebrou: “A decisão mostra a importância do duplo grau de jurisdição e da proporcionalidade”. Para o cidadão comum, resta a sensação de que no Brasil milionários desviadores riem da Justiça — literalmente.

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Geral

PAPO DE FOGÃO – Sabor & Tradição: Receitas caseiras de terrine de camarão e manteigas saborizadas

O sabor da nossa terra tá garantido no Papo de Fogão – Sabor e Tradição: Feito Potiguar!

Tem o Cajumar da Chef Sanylle Faraj, da Petisqueria, vai fazer uma terrine com camarões e geleia de caju, e as manteigas de garrafa saborizadas da Chef Adriana Lucena, com gostinho de melado e umbu-cajá.

É de dar orgulho, é Feito Potiguar!

SÁBADO
BAND MARANHÃO e PIAUÍ – 8h
PARAÍBA
TV CORREIO/RECORD, 13h30

DOMINGO
RIO GRANDE DO NORTE – TV TROPICAL/RECORD, 10h

Ou no nosso canal do YouTube
http://youtube.com/c/PapodeFogao

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Política

Motta provoca PT: escolha de Derrite para relatar PL de Lula provoca revolta em Lindbergh Farias

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente da Câmara, Hugo Motta irritou aliados do presidente Lula ao escolher o deputado Guilherme Derrite, secretário de Segurança no governo de Tarcísio de Freitas, para relatar o Projeto de Lei Antifacção. A iniciativa do governo visa combater facções criminosas, mas a escolha de Derrite foi vista como provocação.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, criticou duramente a decisão: “É um desrespeito com o presidente Lula. Parece um interesse deliberado de atrasar ou inviabilizar a pauta prioritária do governo na área de segurança pública.”

Derrite afirmou que apresentará um substitutivo ao projeto, acatando pontos do governo federal, mas introduzindo mudanças que considera essenciais para criar um “novo Marco Legal de Combate ao Crime Organizado no Brasil”. O parlamentar voltou à Câmara recentemente para relatar outro projeto da oposição que equipara facções a organizações terroristas.

A movimentação acende o alerta sobre a tensão entre governo federal e aliados do Republicanos e PP na Câmara. A escolha do relator indica que a tramitação do projeto antifacção pode sofrer alterações significativas, mesmo sendo prioridade do governo Lula.

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Política

Hugo Motta costura projeto e cria Marco Legal da Segurança: unindo Antifacção e Antiterrorismo

Foto: Agência Câmara

O presidente da Câmara, Hugo Motta, pegou o cabo de guerra entre o projeto Antifacção, do governo, e o Antiterrorismo, da oposição, e resolveu costurar uma solução. O resultado é o novo Marco Legal da Segurança Pública contra o Crime Organizado, que deve unificar pontos fortes das duas propostas.

O relator escolhido foi o deputado federal Guilherme Derrite, de acordo com a Agência Brasil. O texto, já rascunhado, aproveita trechos importantes do PL Antifacção e passou por uma rodada de consultas com o STF para garantir que o projeto não esbarre na Constituição.

O projeto também recebeu contribuições do secretário licenciado de Segurança Pública de São Paulo, que vai incorporar pontos do texto elaborado pelo governo. A intenção é criar um marco jurídico sólido, capaz de enfrentar facções e organizações criminosas de forma coordenada, sem brechas legais.

Se aprovado, o Marco Legal da Segurança será uma ferramenta inédita para dar resposta rápida ao crime organizado, trazendo clareza sobre punições, investigação e cooperação entre estados. A medida promete movimentar o Congresso e reforçar a política de segurança no país.

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Geral

Lixo da Ásia aparece nas praias de Natal e expõe o caos global da poluição dos oceanos

Foto: Divulgação/Urbana

Durante o trabalho diário de limpeza das praias de Natal, garis da Urbana se depararam com garrafas de água, pacotes de macarrão instantâneo e até embalagens de chá verde com inscrições em chinês e tailandês. O achado inusitado chamou atenção e reforçou o alerta sobre o tamanho do problema ambiental que vem de fora: o lixo que viaja milhares de quilômetros e vai parar no litoral potiguar.

Segundo o presidente da Urbana, Alvamar Vale, o material não tem origem local. “Esses resíduos chegam aqui trazidos pelas correntes marítimas. É reflexo do mau gerenciamento dos plásticos em escala mundial, um problema que ultrapassa fronteiras e exige cooperação entre países”.

Dados internacionais mostram que países asiáticos como Filipinas, Índia, Malásia, China e Indonésia estão entre os maiores poluidores dos oceanos, despejando milhões de toneladas de plástico por ano. Parte desse lixo cruza o planeta e aparece em praias do Brasil — inclusive em Natal.

A Prefeitura de Natal afirmou que a Urbana mantém a limpeza diária das praias e ações de conscientização sobre o descarte correto de resíduos. O prefeito Paulinho Freire elogiou o trabalho da equipe e mandou o recado: “Cuidar das nossas praias é cuidar de Natal e das pessoas. Esse achado mostra que estamos atentos e reforça a necessidade de políticas mais responsáveis no mundo todo”.

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Geral

Mais saúde em São Gonçalo: nova UBS promete atendimento digno à população

Foto: Divulgação

O clima era de alegria e comemoração no conjunto Parque dos Ipês, em Novo Santo Antônio. Em cada olhar da população era nítida a gratidão pela nova Unidade Básica de Saúde (UBS), inaugurada na noite desta quinta-feira (6) pelo prefeito Jaime Calado, ao lado da senadora e primeira-dama Zenaide Maia.

A UBS leva o nome de Antônio Soares de Oliveira, conhecido por criar o Galo Branco Dona Neném como conhecemos hoje, teve indicação apresentada pelo vereador Nonato Queiroz. O espaço conta com uma área de 302,63 m² e recebeu um investimento de R$ 763 mil, proveniente de emenda da senadora Zenaide Maia.

Todos os ambientes internos estão equipados com aparelhos novos, salas climatizadas, farmácia abastecida e consultórios completos, incluindo ginecológico com banheiro anexo, sala de vacinação, curativos e consultório odontológico, além de espaço externo para atividades e estacionamento.

A secretária de Saúde comentou sobre a entrega do novo equipamento público: “Sem dúvidas esse é um sonho que se tornou realidade. Nasce do coração de Dra. Zenaide, que sempre deseja servir com excelência o nosso povo.”

Foto: Divulgação

A senadora, responsável por destinar a emenda parlamentar, destacou a importância de manter a esperança na gestão pública: “Tenho orgulho de destinar uma emenda que foi executada pela equipe de Jaime. É a concretização da eficiência do serviço público”, afirmou.

O prefeito Jaime Calado agradeceu pela oportunidade de servir à população: “Eu estou muito feliz, eu sou médico, e reconheço todo o esforço das nossas equipes de saúde. É um equipamento da população, e peço que zelem por esse espaço que agora abre as portas para atender e reduzir o sofrimento das pessoas”, disse.

A moradora do Parque dos Ipês, Jose Lima, recordou como era difícil conseguir atendimento antes da unidade: “Antigamente tinha que pegar ônibus para conseguir atendimento, mas agora não. A UBS fica bem próxima à minha casa, eu só tenho a agradecer.”

A inauguração contou com a presença de vereadores, servidores, secretários municipais, do vice-prefeito Flávio Henrique e da deputada estadual Terezinha Maia, além da população que também pôde aproveitar a animação do grupo musical Samba do Galo.

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Economia

Riachuelo vende Midway Mall por R$ 1,6 bilhão — o maior negócio imobiliário da história do RN

Foto: Reprodução

O maior shopping do RN tem novo dono. A Guararapes, controladora das Lojas Riachuelo, fechou a venda do Midway Mall, em Natal, por impressionantes R$ 1,6 bilhão. O negócio atende a uma antiga cobrança dos investidores, que pediam há anos uma melhor alocação de capital do grupo potiguar, segundo informações do Metro Quadrado.

O valor é gigante: equivale a quase 30% do valor total da Guararapes na Bolsa, que encerrou a sexta-feira (7) valendo R$ 5,5 bilhões na B3. A notícia empolgou o mercado — as ações da empresa subiram quase 3% no pregão de hoje.

A companhia assinou um memorando de entendimento com um grupo de investidores liderado pela Capitânia, gestora de fundos imobiliários. O consórcio também reúne outros fundos do setor, um player que já atua na região e uma família tradicional do Nordeste.

Com o acordo, a Riachuelo reforça o caixa e dá um passo estratégico num momento de forte disputa do varejo nacional. O Midway Mall, ícone de Natal e um dos maiores shoppings do Nordeste, muda de mãos, mas continua sendo símbolo do poder econômico do RN no cenário nacional.

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Arte

Cesar Revorêdo une arte e cinema em “Todas as Mulheres do Mundo”, em São Miguel do Gostoso

Foto: Divulgação

São Miguel do Gostoso será palco do novo mergulho artístico de Cesar Revorêdo. O artista plástico potiguar apresenta a exposição “Todas as Mulheres do Mundo”, com curadoria de Manoel Onofre Neto, na Galeria Sol da Meia Noite, a partir do dia 15.

A exibição propõe um encontro entre arte e cinema, dialogando com a 12ª Mostra de Cinema de Gostoso e prestando uma homenagem sensível ao cineasta Domingos de Oliveira e à atriz Leila Diniz, ícones que transformaram a representação do feminino nas telas brasileiras.

“Todas as Mulheres do Mundo” é uma profunda reflexão sobre o universo feminino, apresentada pelas lentes sensíveis de Revorêdo. A exposição se alinha perfeitamente à Mostra de Cinema, funcionando como um enquadramento fixo e poético para a diversidade de narrativas em movimento do cinema.

O título da exposição é uma referência ao filme “Todas as Mulheres do Mundo”, de 1966, dirigido por Oliveira, tendo Diniz como atriz principal”, explica o curador Manoel Onofre Neto.

Fotos: Divulgação

Com pinturas e esculturas inéditas, Revorêdo celebra a força, liberdade e reinvenção da mulher contemporânea. “As obras são um tributo à mulher que se despede de velhos moldes para construir seus próprios presentes e futuros”, afirma o curador Manoel Onofre Neto.

A mostra representa um desdobramento natural da exposição Alma Mater, apresentada pelo artista há um ano em Natal, e agora ganha novos contornos em diálogo com o cinema e a paisagem de São Miguel do Gostoso.

Nas composições de Revorêdo, figuras femininas se entrelaçam a elementos simbólicos — gatos, cadeiras, escritas e cores intensas —, criando um território poético de intuição, coragem e delicadeza. “Todas as Mulheres do Mundo” é, sobretudo, um convite à contemplação da beleza que habita as pequenas grandezas da vida.

Serviço

Exposição: Todas as Mulheres do Mundo
Artista: Cesar Revorêdo
Curadoria: Manoel Onofre Neto
Vernissage: 15 de novembro, às 19h
Período da exposição: de 15/11 a 01/02/2026
Horário: Terça a domingo, das 19h às 21h
Durante a 12ª Mostra de Cinema de Gostoso (20 a 24/11): das 17h às 21h
Local: Galeria Sol da Meia Noite — Av. dos Arrecifes, 2452, São Miguel do Gostoso (RN)

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Política

Eduardo expõe Nikolas: “Quer se livrar do Bolsonaro sem perder votos bolsonaristas”

Foto: Reprodução

O deputado federal Eduardo Bolsonaro lançou mais uma farpa contra o colega Nikolas Ferreira. Em post compartilhado na rede social X, Eduardo acusa Nikolas de tentar se desvincular do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas mantendo o eleitorado bolsonarista. “Eles querem continuar sendo eleitos pelos bolsonaristas, mas não querem mais prestar contas ao Bolsonaro”, afirma a publicação.

Essa não é a primeira vez que Eduardo critica Nikolas publicamente. Em julho, chamou atenção ao dizer que era “triste ver a que ponto o Nikolas chegou”, mostrando que o racha na direita vem de longa data. O clima entre os jovens políticos bolsonaristas esquenta à medida que surgem dissidências internas, com Nikolas liderando parte desse movimento.

O episódio ganhou reforço nos registros da Polícia Federal. No relatório que embasou o indiciamento de Bolsonaro e do filho Eduardo por coação, consta que Eduardo compartilhou críticas a Nikolas com o pai via WhatsApp, em 17 de julho. As mensagens incluíam links de postagens que cobravam o deputado mineiro por não divulgar manifestações em apoio a Bolsonaro e por tentar se “descolar” do ex-presidente.

Uma das publicações compartilhadas diz: “Divulgar a manifestação na Av. Paulista, zero. Divulgar palestra em Curitiba, vale até repostar o Silvio Grimaldo. Jair Bolsonaro está em BH, já já veremos na prática a arte de ‘colar no Bozo’ pra depois ‘descolar do Bozo’”. O confronto evidencia o conflito interno que agita a base bolsonarista, enquanto jovens políticos tentam equilibrar popularidade e lealdade dentro do PL.

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Política

Lula quer taxar super-ricos e multinacionais para bancar clima: “Conta não fecha sem o capital privado”

Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Lula voltou a defender impostos sobre multinacionais e sobre os super-ricos como forma de financiar o combate às mudanças climáticas. Segundo ele, sem mexer no bolso de quem concentra riqueza, a conta “não fecha”.

Em discurso na abertura da sessão sobre os 10 anos do Acordo de Paris, na Cúpula de Líderes antes da COP30 em Belém, Lula afirmou que os mais ricos poluem muito mais e, portanto, devem contribuir mais. “Um indivíduo do 0,1% mais rico emite, em um único dia, mais carbono que metade mais pobre do planeta em um ano”, disse.

O presidente também criticou o modelo atual de financiamento climático. Para ele, a maior parte dos recursos oferecidos a países em desenvolvimento vem na forma de empréstimos, obrigando o Sul a pagar o Norte. “Isso é um financiamento reverso, do Sul para o Norte Global. Não faz sentido ético ou prático”,.

Lula aposta que impostos sobre grandes corporações e patrimônio de super-ricos podem gerar recursos “valiosos” para ações climáticas, enquanto os orçamentos nacionais encolhem. A ideia reforça a pressão do Brasil por mais recursos internacionais para enfrentar os efeitos do aquecimento global.

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