Gerson Camarotti e Maria Lima, O Globo
O desmonte do comando do Dnit começou antes mesmo de estourar a atual onda de denúncias de desvios e cobrança de propinas no setor, com a exoneração, dia 14 de junho, do então diretor de Administração e Finanças, Heraldo Cosentino.
Ele é ligado ao PT e alegações pessoais justificaram sua saída. Hideraldo Caron, diretor de Infraestrutura Rodoviária e também pertencente aos quadros do partido, é outro que deve cair a partir de agosto.
Tido como homem de confiança do Planalto, integrantes do PR sustentam que Caron avaliza 90% das obras rodoviárias, inclusive aditivos em obras suspeitas de irregularidades.
Mas o PR de Valdemar Costa Neto (PR-SP) é o grande prejudicado com a ‘dança das cadeiras’, já que a maioria do comando do Dnit era de indicados do partido. Mesmo os que pertencem ao quadro técnico de carreira do órgão, acabaram sendo apadrinhados pelo PR, que está em vias de ficar completamente fora do comando do Dnit e do Ministério dos Transportes.
Isso porque a cada denúncia de corrupção envolvendo dirigentes nomeados por indicação politica do PT ou PR, a presidente Dilma Rousseff intervém e faz as trocas imediatamente.
Já estão afastados temporariamente: o diretor geral do Dnit, Luiz Antonio Pagot, que deverá ser exonerado quando retornar das férias; Mauro Barbosa, ex-chefe de gabinete de Nascimento; Sadok de Sá, que substituiu Pagot no comando do Dnit e foi afastado [ontem] com a denúncia de que a empresa de sua mulher, a Construtora Araújo, foi beneficiada com contratos de R$ 18 milhões no Dnit.
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