Procurador-geral da República, Rodrigo Janot, identificou uma estrutura de quatro núcleos no esquema de corrupção na Petrobras: político, administrativo, econômico e financeiro. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
Segundo Janot, políticos de pelo menos três partidos tinham participação frequente no esquema: PT, PP e PMDB. O procurador-geral afirma que diretores da Petrobras pagavam propina a deputados para terem apoio político e permanecerem nos cargos.
De acordo com as delações do ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef, os integrantes dos partidos (núcleo político) indicavam diretores da Petrobras (núcleo administrativo), que usavam a influência de seus cargos para contratar empreiteiras já escolhidas de um cartel (núcleo econômico).
O pagamento era feito diretamente pelas empreiteiras aos agentes políticos ou por meio dos operadores (núcleo financeiro). Segundo os delatores, esse esquema funcionou de 2004 a 2012, no mínimo.
Ainda de acordo com o Estadão, Janot afirmou que os “grupos políticos agiam em associação criminosa, de forma estável, com comunhão de esforços e unidade de desígnios para praticar diversos crimes, dentre os quais corrupção passiva e lavagem de dinheiro”.
São incríveis as semelhanças entre o modo de atuação de Dimas Toledo, ex-diretor de Furnas, e Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras; ambos foram nomeados por partidos políticos e organizaram esquemas de financiamento político nas estatais em que agiram; nos dois casos, o doleiro Alberto Youssef recolheu propinas para o Partido Progressista; a diferença é que, enquanto o esquema de Dimas funcionou no governo FHC e não gerou maiores danos judiciais, o de Costa deu origem à Lava Jato; delação recente de Youssef, no entanto, pode tirar do limbo a investigação sobre Furnas.
'Clube das empreiteiras' doou R$ 14 milhões para 20 investigados na Lava Jato, mostra jornal. Único oposicionista na lista, Anastasia foi o que recebeu de mais empresas. http://bit.ly/1KG2UDX