O sociólogo Mateus Prado se autodefine como “um dos educadores mais influentes do Twitter.” Neste sábado, ele testará sua influência fora da internet, numa convenção da Rede Sustentabilidade. Irá ao encontro como um dos pré-candidatos da agremiação de Marina Silva ao governo de São Paulo. Há três dias, Mateus foi sabatinado por correligionários. Cometeu inúmeras sinceridades. Uma delas pode ser assistida no vídeo acima.
Instado a dizer o que pensa sobre a maconha, ele evocou um comentário feito por Marina Silva em julho do ano passado. Ao participar de um debate em São Paulo, ela dissera que “pelo menos 70%” da Rede era a favor descriminalização do aborto, da legalização da maconha e da união civil entre pessoas do mesmo sexo.
Mateus afirmou que, em relação à droga, a estimativa de Marina “foi chute”. Pelas suas contas, “mais de 90% da Rede é a favor” da descriminalização da maconha. Até aí, nada de extraordinário. Até o grão-tucano Fernando Henrique Cardoso já atravessou esse Rubicão. A própria Marina, evangélica, defendera na sucessão de 2010 a realização de um plebiscito.
Mas Mateus Prado levou sua franqueza às fronteiras do paroxismo ao revelar que a relação dos auxiliares de Marina com a maconha não é meramente teórica. “Boa parte da assessoria dela puxa um baseado”, ele fez questão de acrescentar, num desafio à serenidade da líder da Rede e ao conservadorismo do eleitorado de São Paulo.
“Isso não tem nada demais, porque não faz mal”, Mateus tentou amenizar. “O uísque faz muito pior do que a maconha. Nós temos que tratar isso como política de Estado de saúde.” Confundiu-se ao dizer que é necessário “tirar a responsabilidade do traficante”. Em verdade, quis dizer que convém aliviar a punição do usuário da droga. Defendeu, de resto, que o Brasil imite Portugal, onde se desenvolve o que chamou de “a melhor política” nessa área.
Beneficiário da “filiação solidária” que o PSB ofereceu a Marina e aos seus seguidores depois que o TSE negou registro à Rede, Mateus não soou grato. “Eu só fui me filiar ao PSB no último dia”, disse. Só rubricou a ficha depois de ouvir uma ponderação de Fernando Oliveira, membro da comissão estadual da Rede. “O Fernando teve uma conversa séria comigo. […] Ele falou pra mim: ‘A Erundina foi pra lá e ninguém acha que ela não é séria. É só você fazer as coisas certas.”
A exemplo da maioria da Rede, Mateus avalia que, no momento, há duas “coisas certas” a fazer em São Paulo. A primeira é impedir que o presidente estadual do PSB, deputado Márcio França, empurre o partido para dentro da coligação reeleitoral do governador tucano Geraldo Alckmin. A segunda é bloquear a candidatura do próprio França ao governo paulista.
Mateus disse ter ficado “puto” com uma “brincadeira” que França fez com Walter Feldeman, outro pré-candidato da Rede ao Palácio dos Bandeirantes. O mandachuva do PSB estadual dissera que não se opunha à candidatura de Feldman, desde que disputasse a vaga de candidato com ele na convenção do PSB.
“Eu fiquei puto quando ele falou isso pro Feldman”, abespinhou-se Mateus. “Minha vontade é bater no França quando ele fala um negócio desses. Desculpem o temperamento. Não vou bater. Vocês não vão deixar.” Noutro trecho da sabatina, a pretexto de reforçar o desapreço que nutre por França, o orador arrancou aplausos da plateia ao pregar a inversão da chapa presidencial do PSB: Marina na cabeça, Campos na vice.
“Eu odeio Márcio França, não queria ser da chapa dele”, disse Mateus Prado. “Mas eu posso topar ser vice se o Eduardo Campos topar trocar e ser vice da Marina. Eu topo.” Mais adiante, um dos presentes perguntou se o pré-candidato se disporia a liderar um movimento nacional em favor da inversão da chapa. Ao responder, Mateus deu voz à desconfiança que vigora na Rede em relação a Eduardo Campos.
“Eu poderia fazer esse papel também. Mas, se eu estou me propondo a ser candidato a governador para salvar o DNA da Rede, não posos liderar uma coisa que não vai acontecer: a inversão de chapa. Gente, do mesmo jeito que o França é dono aqui, o Eduardo é dono do partido nacionalmente. […] Não vamos ser inocentes. Não vão deixar a Marina ser candidata.”
Mateus prosseguiu: “Só se o Eduardo for muito elegante, muito inteligente, muito desprendido, coisas que eu não espero dele. O que eu espero dele, minimamente, é que pelo menos parte do programa ele incorpore no governo, não só no discurso.”
Tomado pelo discurso, Mateus Prado seria personagem duro de roer para os amantes de automóvel se um milagre o transformasse em governador de São Paulo. “Nós temos que incentivar a cidade sem carro e ter uma política no Estado de São Paulo bastante agressiva de proibição da utilização do carro.”
Mateus disse que, “se fosse prefeito, proibia a entrada de carro em todo o centro expandido de São Paulo.” Como seu desafio é tornar-se governador, acha que pode “implementar o rodízio estadual.” Para não beneficiar os mais ricos, que têm vários carros, a proibição recairia sobre as pessoas, não sobre as placas dos automóveis. Os motoristas seriam impedidos de dirigir por dois ou três dias na semana. Não é só: o orador defende o fechamento de Congonhas e a inauguração de um novo aeroporto no qual ninguém possa chegar de carro
Conforme noticiado aqui, Mateus Prado não é o único pré-candidato que a Rede se dispõe a apoiar. Vencida a etapa da escolha do nome, a turma de Marina terá de convencer o PSB a refugar Alckmin e França para abraçar o seu candidato. Para Mateus, esse é um problema que cabe a Eduardo Campos embalar:
“O único jeito de viabilizar a candidatura é pela [direção] nacional, é botar o problema pro Eduardo Campos. O França nunca vai abrir, porque abrir significa perder os 200, 300 cargos dele [na administração Alckmin]”, exagerou o correligionário de Marina. “É o Eduardo Campos quem precisa sofrer esse problema, que nós estamos criando a partir de hoje…”.
Josias de Souza – UOL
SOBRE A VOTAÇÃO DOS REQUERIMENTOS NA CÂMARA DOS VEREADORES
Durante a audiência pública sobre a questão da Reforma Administrativa ocorrida no dia 08 de abril, o SINSENAT propôs a aprovação de um requerimento condicionando a votação dos sete projetos da Reforma, inclusive o aumento dos cargos comissionados, ao cumprimento da data-base dos servidores municipais.
Quem deu entrada nesse requerimento foi o Vereador Sandro Pimentel do PSOL. A votação desse requerimento foi adiada por duas vezes. O governo propôs votar a reforma administrativa com exceção do aumento dos cargos comissionados, mas, o vereador Sandro Pimentel não aceitou.
No dia 06 de maio, a reforma administrativa foi colocada na ordem do dia e o aumento de até 166% foi aprovado com a ajuda dos vereadores, PASMEM!, Sandro Pimentel e Marcos Antônio do Psol que se ABSTIVERAM DA VOTAÇÃO.
Na quinta-feira, 08 de maio, estava previsto a segunda votação do aumento dos cargos comissionados onde seria apresentada uma emenda para condicionar a publicação e a eficácia do aumento ao cumprimento da data-base dos servidores de carreira.
O SINSENAT e o SINDAS montou acampamento desde às 8 horas da manhã onde centenas de servidores compareceram. Diante da crescente mobilização dos servidores municipais foi apresentado um novo requerimento pela vereadora Júlia Arruda onde a publicação e implantação de TODOS os projetos aprovados da reforma administrativa, inclusive o aumento dos cargos comissionados, seja condicionada ao cumprimento da data-base e que o conteúdo do requerimento seja transformado em EMENDA em todos os projetos de lei da reforma administrativa.
O chamado grupo dos 10 foi CONTRA, inclusive os vereadores Sandro Pimentel, Marcos Antônio do PSOL e Amanda Gurgel do PSTU. Mais uma vez demonstram que o interesse não é a luta pelos direitos dos servidores municipais e sim os seus, porque fazem parte da oposição ao SINSENAT juntamente com o Sindsaúde e tem eleição da Entidade no segundo semestre desse ano. Aliam-se a vereadores de cunho fascista e burguês como o Vereador Maurício Gurgel onde na gestão passada votou contra em todas as matérias de interesse dos servidores municipais como o auxílio-transporte em fevereiro de 2010, votando a favor do SETURN. Esse mesmo vereador agrediu em plena sessão a presidente do SINSENAT, Soraya Godeiro.
Para atender a esses interesses espúrios desejaram que saíssemos mais uma vez derrotados da Câmara Municipal. Mas, não caímos na pegadinha, tivemos a sabedoria e a clareza de conduzir a luta, que naquele momento apontou para a aprovação do requerimento. O requerimento foi aprovado!
Como não caímos na pegadinha, a fúria tomou conta das falas e diante das agressões à presidente do SINSENAT foi proposto um tempo de 5 minutos para que a sindicalista pudesse fazer uso da palavra no plenário da Câmara e a matilha travestida de cordeiros, o Vereador Sandro Pimentel e a vereadora Amanda Gurgel, que sempre tiveram a fala disponibilizada por nós, NEGARAM O DIREITO DE DEFESA DA SINDICALISTA e a desconstrução do FACTÓIDE INVENTADO!
A luta segue lutadores, porque somos de luta! Vamos fortalecer ainda mais a greve. À vitória!
Direção do SINSENAT.
No entanto o percentual que for enviado à câmara será votado pelos vereadores, sendo assim poderão não aceitar um percentual que não seja satisfatório aos servidores. Fico me perguntando pq tanta relutância em dar um aumento digno aos servidores de carreira já que são eles que carregamos esta máquina administrativa………comissionado está hoje e pode não estar amanhã dependo da conjuntura politica, então quem detém todos os conhecimentos técnicos? quem mostra os caminhos a serem seguidos pelos "chefes" que chegam? durante a próxima campanha quem irá dar continuidade aos trabalhos quantos muitos irão acompanhar seus 'lideres" para tentarem eleger seus padrinhos políticos? não são os servidores?