Especial

SEM TABU: Diretor do ITEP desmistifica ‘estórias macabras’ do necrotério e revela bastidores da perícia criminal

Foto: Cedida/José Aldenir

Todo mundo vai morrer. Isso é fato. Alguns com idade avançada, outros não. Mas, duvido que você queira fechar esse ciclo natural da vida, deitado sobre uma mesa cadavérica. Só de ouvir a palavra necrotério, a maioria torce o nariz, sente repulsa. E se um dia alguém estiver lá, realmente algo de trágico aconteceu. Seguramente, essa pessoa não irá observar, mas muita gente estará de olhos bem abertos nela – investigando a causa da morte e quem a provocou. Esta é a rotina de profissionais do setor de Medicina Legal do Instituto Técnico e Científico de Perícia (ITEP), que começam o dia, quando o de algum mortal termina.

Nossa entrevista é com o diretor-geral da instituição, o engenheiro mecânico Marcos José Brandão Guimarães, 44 anos, que também é perito criminal. A partir de agora, ele irá ‘abrir as portas do necrotério’ ao leitor do Blog do BG, relatando curiosidades da Medicina Forense, bem como desmistificando as insólitas ‘lendas urbanas’ que perduram no imaginário popular. A reportagem é de Wagner Guerra.

Sem hora marcada, o portão de acesso ao necrotério, na rua Ferreira Chaves, na Ribeira, é aberto para a chegada do rabecão (viatura de remoção de corpos). Em uma sala de quase 40 metros quadrados, bem iluminada, com leve aroma adocicado – intrínseco ao sangue humano -, e decorada apenas com um crucifixo na parede, pelo menos três médicos legistas e cinco necrotomistas aguardam, pacientemente, a entrada do cadáver no plantão.

Ao seguir, rigorosamente, os trâmites burocráticos da autoridade policial ou pericial (Guia de Remoção de Cadáver ou Guia de Exame Necroscópico), é hora de colocar a ‘mão na massa’.

Após o banho, começa uma análise criminal minuciosa no corpo, observando, antes de tudo, as lesões provocadas. Exames de detecção alcoólica e toxicológica, coleta de sangue em vísceras, verificação de conteúdo gástrico e gravidez também são providenciadas. Tudo embasará a investigação policial.

Foto: Cedida/Marcos Brandão/ITEP-RN

De fato, grande parte dos instrumentos utilizados nas necropsias é cirúrgico, como em qualquer hospital ou pronto-socorro. Contudo, lembra Marcos Brandão, como o objetivo do legista é tão somente encontrar vestígios no cadáver, a exemplo de um projétil de arma de fogo, podem ser utilizados até mesmo utensílios domésticos (concha de feijão) para retirar o acúmulo de sangue ocasionado por hemorragia. Também são usados, acredite, arcos de serras industriais em procedimento de abertura das calotas cranianas.

Se o leitor está achando tudo isso, no mínimo esdrúxulo, se prepare. Em tempos passados, o ITEP utilizava, pasmem, hastes de guarda-chuva como agulha para costurar a pele endurecida do cadáver, após as incisões. Contudo, minimiza Brandão, o ‘objeto de sutura’ já foi substituído por agulhas veterinárias. “Alguém pode até achar que se trata de uma carnificina, mas não é verdade. Procuramos, apenas, usar objetos mais práticos. Em breve, vamos adquirir serras elétricas para agilizar e facilitar o trabalho”.

Com 15 anos de carreira na Perícia Criminal, onde afirma ter ido a mais de mil locais de mortes, Brandão frisa que é preciso ter aptidão e preparo psicológico para encarar cenas extremamente violentas, embora predomine o sentimento de se fazer justiça. Trata-se, portanto, de uma tarefa investigativa, onde o ‘dever de casa’ é tentar solucionar o crime.

Foto: Cedida/José Aldenir

BG – É verdade que o cadáver começa a ser analisado, antes mesmo de chegar ao necrotério?

Sim. Antes de tudo é bom esclarecer que todo cadáver que chega ao ITEP é decorrente de morte violenta (agente externo, não biológico). Todo crime deixa vestígio que retrata uma ou mais condutas marcadas no ambiente. E é justamente nesse cenário, impregnado de alterações físicas correlacionadas com a dinâmica do delito, onde peritos do ITEP se debruçam para extrair as primeiras evidências científicas. E numa cena de crime, o cadáver é considerado um importante vestígio.

BG – Que tipo de evidência seria essa?

Vai de uma pegada ou impressão digital a uma mancha de sangue. Tudo é analisado para estabelecer a materialização do crime, como ele se deu e quem o praticou. De acordo com a projeção de uma mancha de sangue, por exemplo, é possível saber o posicionamento dos atores envolvidos, o tipo de instrumento utilizado e traçar, assim, uma possível dinâmica para o crime. É o que chamamos de ‘princípio da correspondência’. O autor de um crime pode ser identificado com a máxima precisão através de uma mancha de sangue deixado na cena do crime, quando, devidamente coletada, e submetida a um exame de DNA. Ou então, através de um exame papiloscópico com as impressões digitais deixadas pelo suspeito na cena do crime.

BG- Existe uma famosa frase do renomado investigador criminal do Corpo Nacional de Polícia da Espanha, Angel Galán, que diz: “Os mortos falam mais que os vivos, ou ao menos não mentem”. O senhor concorda?

Claro, mas não só o corpo exprime isso, óbvio que não verbalizado, como também sua posição, estado abiótico (decomposição), lesões superficiais provocadas e as roupas que ele está vestindo. Tudo isso é levado em conta pelo perito, que para na pele, como costumamos dizer. Já no necrotério, o legista irá observar as lesões internas do cadáver, onde será feito o exame necroscópico e, posteriormente, o laudo que será anexado ao laudo necroscópico do perito criminal. Logicamente, podem ter outros exames que envolve laudo de balística, em armas ou projéteis de armas de fogo; laudo de residuográfico, para saber se suspeito ou vítima realizou disparo; laudo papiloscópico, em vestígios de impressão digital e etc.

BG- E com relação à expressão facial? O cadáver mostra o que sentiu antes de morrer?

É relativo e depende de vários fatores. Não acho que isso deveria ser levado em consideração como sinal científico, apenas aleatório. Já fui a muitas ocorrências de morte violenta, onde o cadáver estava sereno, de boa fechada e sem cara de dor ou pânico. E outra coisa, caso ele tenha sofrido uma lesão neurológica, não haverá caracterização emotiva.

BG- Muita gente acredita que será literalmente devorada por larvas quando morrer. Iremos mesmo virar ‘banquete’ para os vermes ou isso é mito?

Sim e não (risos). Existe, de fato, uma fauna necrófaga, que inclui, além das larvas e outros insetos, alguns roedores e urubus. Porém, não necessariamente o cadáver será consumido exclusivamente por eles, exceto se estiver exposto em local aberto. Acontece que o próprio odor putrefativo, que é intenso e nauseoso, atrai as moscas varejeiras. No corpo, elas depositam seus ovos, que depois viram larvas e passam a se alimentar daquela carne deteriorada durante o ciclo natural da metamorfose. Nesse caso, a decomposição do cadáver é mais acelerada. Em menos de 24 horas, já pode haver a esqueletização de alguns membros, como a face. Ao contrário disso, se o corpo estiver enumado (enterrado), a decomposição ocorrerá devido à ação de bactérias, fungos e outros microrganismos, principalmente oriundos do intestino.

BG- E como os legistas e necrotomistas fazem para minimizar esse odor nas necropsias? 

Mesmo em processo de decomposição, o cadáver é aberto do mesmo jeito, sem nenhuma substância para amenizar o fedor, até porque isso pode alterar os vestígios encontrados no sangue e nos órgãos. Todos usam máscaras apropriadas, roupas e luvas.

BG- O senhor já chegou a nausear?

Cada pessoa tem seu traço de personalidade. Eu, particularmente, nunca passei mal, tão menos tive pesadelos com isso. Meu foco é muito profissional. Sei que estou em local onde ocorreu uma morte violenta, tem um cadáver na minha frente e eu preciso extrair todas as informações inerentes à perícia criminal. Acho até que isso faz com que muitos adquiram, inconscientemente, uma proteção.

BG- Após a necrópsia, o que acontece?

O corpo já irá ficar acondicionado na câmara fria, em temperatura de aproximadamente 2°C. Existe um prazo legal de 10 dias para liberação do cadáver.

BG- E se esse prazo decorrer?

Lamentavelmente, ainda há parentes que abandonam o cadáver, mas o ITEP não é funerária. Após o prazo, se não aparecer ninguém da família para pedir a liberação, inicia-se o processo de inumação de cadáver não identificado. Mas, antes do enterro, são feitas fotografias, coleta das impressões digitais e materiais para futuro exame de DNA, caso seja necessário.

BG- Na estatística do ITEP, quem predomina nas mortes violentas?

A maioria que chega ao necrotério é do sexo masculino. São jovens entre 15 e 24 anos, de cor negra ou parda, oriundos de regiões periféricas. O instrumento causador em grande parte das ocorrências de morte violenta é a arma de fogo, seguido por acidentes de tráfego, principalmente envolvendo motocicletas. As mulheres continuam em números menores. Normalmente são vítimas de feminicídio ou suicídio, como também por estar acompanhada de um parceiro alvo de um atentado violento.

BG- Já aconteceu de algum parente ou familiar morrer, após o reconhecimento do cadáver?

Nos meus 15 anos de serviço no ITEP essa fatalidade nunca aconteceu. Também nunca soube de qualquer outro tipo de óbito dentro da instituição.

BG – Ainda nas estatísticas, existe algum dia mais propenso para incidência de mortes? Rezam as lendas que sábado é sinistro nos necrotérios.

Domingo é o dia da morte (risos). É quando o número de ocorrências tende a subir no ITEP, já que é o dia da folga no trabalho, na maior parte da população. Mas não seria uma causa efeito, apenas uma maior propensão, devido ao aumento de atividade nos bares. Um levantamento feito no ITEP, por exemplo, mostra que as mortes ocorridas por acidentes de carro, ocorrem mais entre à noite de domingo e madrugada da segunda-feira.

BG- Há muitos anos, surgiram relatos dando conta de servidores fazendo sexo com cadáveres. É fato ou lenda urbana?

Eu ouvi falar nisso, mas nada foi comprovado.

BG- Com três legistas e cinco necrotomistas por plantão, o ITEP estaria preparado para suportar uma demanda proveniente de tragédia coletiva?

Sim. Exemplo disso foi o massacre ocorrido em janeiro de 2017, na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, onde foram mortos 27 detentos. Em um caso desses, o ITEP tem como expandir o efetivo, através da disponibilização de diárias operacionais. Nossa estrutura é boa e o corpo profissional muito competente.

BG- Por falar em estrutura, o ITEP adquiriu nova câmara fria, inaugurou seu próprio laboratório para exames de DNA e segue apostando na tecnologia…

A modernização é constante, tanto que o ITEP incorporou ao necrotério o Flat-Scan. Trata-se de um equipamento de ponta, de quase R$ 1 milhão, que permite escanear o cadáver, através de Raio-X de alto desempenho, subsidiando os laudos periciais. O legista observa nas imagens a localização precisa de um projétil que será retirado na incisão. Além disso, a própria estrutura física do prédio foi reformada. Não existem mais animais domésticos no pátio, tão menos cadáveres expostos, como nos anos anteriores. Hoje, posso afirma que o necrotério se assemelha a um centro cirúrgico, com normas e padrões estabelecidos.

BG- Em 2018, mais de 21 mil pessoas prestaram provas do concurso público do ITEP. Das 165 vagas oferecidas, 35 eram destinadas ao cargo de agente de necropsia. A demanda de candidatos surpreende?

Pelo quantitativo geral, sim. No caso da procura pelo cargo de agente de necropsia, digo que é uma profissão forte, impactante. Mas não se difere tanto de outras, como técnico de enfermagem ou médico. Hoje, considero o necrotério do ITEP um centro cirúrgico, com ressalva para a questão científico-criminal. Antigamente se criavam estórias mirabolantes, verdadeiras lendas macabras. Hoje, temos várias mulheres necrotomistas em nosso quadro. Gente com formação em odontologia, engenharia, Direito, entre outras. Todos trabalham com equipamentos de proteção individual (EPI). Mas, é preciso passar por treinamento, ter vocação e, claro, um pouco de ‘estômago’ no início. Durante o curso de formação, no necrotério, foram poucas desistências. A maioria daqueles que saíram foi devido à aprovação em outros concursos públicos. A estatística de abandono foi ínfima.

BG- Mesmo assim, o profissional presenciando imagens nada agradáveis todo dia…

O contato gradativo com a morte abala, realmente (pausa). Mas temos objetivo de trabalhar com a saúde mental dos servidores do ITEP. No próximo ano, iremos desenvolver terapias de grupo. Talvez, policiais militares e civis, além dos bombeiros, estejam mais expostos a um abalo psicológico. Na verdade, a Segurança Pública é uma atividade muito exigente nesse ponto de vista e os profissionais que trabalham na área precisam ter uma política de saúde mental bem orientada para tais peculiaridades. Ademais, fora da área de Segurança Pública, médicos e enfermeiros que atuam nos serviços de saúde também sofrem bastante ao se depararem com vítimas agonizando.

BG- No ponto de vista espiritual ou religioso, é verdade que o legista ou necrotomista estariam propensos a se tornar ateus, após tanta exposição de cadáveres que foram vítimas, inclusive crianças?

Religião vai da convicção de cada um. Pode ser que existam ateus, espíritas, evangélicos no quadro do necrotério.  Na condição de católico, embora não praticante, acredito que Deus não vai ficar regulando quem é bom ou ruim. Ele é uma força que nos permite superar medos, perdas e traumas, ou seja, enfrentar os obstáculos que a vida faz surgir. As coisas simplesmente ocorrem, muitas vezes por livre arbítrio. Não acho que Deus é um ser julgador, tanto que na Bíblia há escrito que para ele todos são iguais. Portanto, a energia divina equilibra o universo.

Opinião dos leitores

  1. Amei essa matéria.PARABENS AO DIRETOR E SERVIDORES DO ITEP PELO GRANDE TRABALHO Q TODOS OS DIAS REALIZAM.

  2. Demorou mas apareceu uma postagem decente!! Parabéns Wagner Guerra, pelo texto e construção da matéria.

  3. Parabéns, o jornalismo no RN está carecendo de reportagens assim, hoje só se noticia mortes e violência. Matérias mesmo é uma coisa rara, principalmente na TV.

  4. Pouco se fala sobre o risco que sofrem os peritos, sendo normal serem recebidos a bala, coagidos e etc. Alguns sofrem tentativas de agressão no próprio Itep que recebe presos para exames, esse ano houve ate tiroteio. É uma atividade policial, exercida por não policiais. Um absurdo que só se vê no RN. Devem estar esperando alguém morrer em serviço para rever a legislação.

  5. Parabéns pela matéria, pois esse assunto é pouco explorado. Fico imaginando o quanto deve ser difícil para os profissionais se acostumaram com esse serviço. A gente nunca imagina que pode um dia está sendo examinado lá. Este é um assunto bastante sinistro. Parabéns pela matéria.

  6. Excelente a reportagem do ITEP, matéria com perguntas e respostas muito esclarecedoras. Parabéns aos envolvidos no blogdobg.

  7. Excelente reportagem sobre o ITEP, Gostei muita das perguntas muito bem colocadas que me ajudaram a entender coisas que era leigo. Parabéns BG, seu blog sempre atualizado e com certeza uma rica fonte de informações para informar a população. Grande abraço. E parabéns ao jornalista da matéria.

  8. Parabens pela materia, eh um tema pouco galado e que pouco sabiamos desse assunto e veio nos trazer a luz dessa rotina que nos passa dispercebida cotidianamente. Muito esclarecedor!

  9. Incrível a burocracia e falt de agilidade do ITEP, tem um caso de nossa secretaria que seu tio foi encontrado degolado e já faz mais de um mês que se encontra naquele órgão sem que o corpos seja liberado para família fazer o sepultamento. Absurdo

  10. "Maioria jovens de 15 a 24 anos, da periferia" como falou o diretor. São esses as maiores vítimas do lulopetismo, que escantearam o ensino de 1o e 2o a mera burocracia, esqueceram do ser humano, que ali estaria um jovem se formando e não derão a atenção de devida e o investimento nescessário, e insensívelmente, transformaram esses jovens em órfãos da esquerdalha, onde sem amparo estatal, migraram ou foram cooptados pelas facções criminosos, como um exército de suicidas, que morrem aos montes, sem que o estado os protegessem. Essa constatação foi reforçada pelo resultado do último PISA, onde mostrou o abandono que o Brasil teve na educação nos últimos 20 anos, além de outros dados já coletados com mesmos resultados. Mesmo assim, ainda tem metido a intelectualizados defendo esse tipo de governo, chamam-o de progressistas, agrave-se a isso, a implantação do modelo deb corrupção sistêmica entranhada nas veias de toda administração do estado brasileiro. Ora, aonde está a racionalidade humana, que não consegue ver óbvio, e excluir de sua vida o que é nefasto pra ele e sua família e seu mundo.

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Judiciário

MPF obtém condenação do município de São Miguel do Gostoso (RN) para proibir tráfego de veículos nas praias

Foto: Reprodução

A Justiça Federal acatou parcialmente ação civil pública proposta pelo Ministério Público Federal (MPF) e determinou que o município de São Miguel do Gostoso (RN) adote diversas medidas para coibir e fiscalizar o trânsito de veículos nas praias, especialmente no período de novembro a junho.

O objetivo é a proteção dos banhistas, moradores e trabalhadores do turismo, bem como da área considerada extremamente sensível do ponto de vista ambiental, já que a região é local de desova de tartarugas marinhas, sobretudo as tartarugas-de-pente, espécie ameaçada de extinção.

A decisão reconheceu a omissão do poder público municipal e confirmou a maior parte das medidas já determinadas em uma liminar concedida ao MPF, em dezembro do ano passado, mas cujas determinações não foram cumpridas pela prefeitura local.

A ação, de autoria do procurador da República Felipe Siman, foi ajuizada em 2024, diante dos perigos representados pelo tráfego desordenado de veículos na faixa de areia. Inicialmente, o MPF buscou várias formas de solução para o problema, como recomendações e reuniões, contudo o município não solucionou a questão e foi necessário acionar a Justiça Federal.

Omissão – A ação sustenta que o município, apesar de possuir atribuição legal para exercer o poder de polícia de trânsito e ambiental, deixou de implementar medidas de fiscalização e ordenamento do uso das praias, mesmo depois de todos os alertas e da criação de uma legislação municipal específica. A ação civil pública foi reforçada com inspeção judicial e a manifestação de órgãos ambientais, como o Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema) do RN e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), além do posicionamento de entidades da sociedade civil.

Em 2025, com o aumento do fluxo turístico, a utilização de veículos para passeios sem regramento adequado continuou sendo uma constante em São Miguel do Gostoso. A decisão da Justiça Federal reconheceu que o município se omitiu ao não implementar políticas públicas eficazes de fiscalização e controle, violando o dever constitucional de proteção ao meio ambiente.

Proibições – A sentença confirmou a vedação ao trânsito de veículos automotores em toda a faixa litorânea, com exceção de veículos de emergência, de apoio à pesca artesanal, de práticas esportivas autorizadas e de transporte de pessoas com mobilidade reduzida, “desde que previamente cadastrados e monitorados”.

O município será obrigado a exercer de forma contínua e efetiva o poder de polícia de trânsito nas praias, com fiscalização permanente, adoção de medidas administrativas, instalação de barreiras físicas, placas de advertência e câmeras de monitoramento.

Entre as obrigações impostas, estão, ainda, a criação de acessos controlados, a implantação de bolsões específicos para veículos turísticos autorizados, a identificação e o credenciamento de veículos, além do desenvolvimento de ações educativas voltadas à conscientização ambiental.

Rota – A prefeitura deve implementar, de forma progressiva uma rota alternativa para passeios turísticos, a ser definida com base em estudos técnicos e com a participação dos órgãos ambientais competentes, de modo a equilibrar a atividade turística com a preservação das áreas de desova das tartarugas marinhas.

Determinou-se também a criação de um comitê local de acompanhamento, com participação de diferentes setores, para monitorar a implementação das ações e promover a compatibilização entre proteção ambiental, turismo e acessibilidade.

A sentença manteve a multa prevista na liminar, para pagamento por parte do município, e cujo valor ainda será devidamente calculado.

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Educação

MPRN recomenda convocação de professores aprovados em concurso para a rede estadual

Foto: Ilustrativa 

O Ministério Público do Rio Grande do Norte, por meio da 58ª Promotoria de Justiça de Natal, emitiu uma recomendação para que o Estado realize a convocação de candidatos aprovados no concurso público da Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e do Lazer. A medida visa garantir o direito à educação e a manutenção do padrão de qualidade no ensino público estadual.

A recomendação tem como base o acompanhamento das políticas públicas relacionadas ao concurso regido pelo Edital 01/2024. Este concurso oferece 729 vagas, além de cadastro de reserva, para os cargos de professor e especialista de educação. O resultado final da seleção foi publicado oficialmente no dia 16 de setembro de 2025.

O documento aponta que o Estado ficou sem um concurso válido para esses cargos entre outubro de 2022 e setembro de 2025. Durante esse período, o MPRN identificou que profissionais foram contratados de forma temporária para ocupar vagas que deveriam ser preenchidas por servidores efetivos, a fim de garantir que os estudantes não fossem prejudicados com a ausência de professores em sala de aula.

O MPRN destaca, no entanto, que a justiça brasileira considera irregular manter contratações temporárias quando existem candidatos aprovados em concurso vigente para os mesmos cargos. Essa prática pode ferir o direito dos aprovados de serem chamados para trabalhar, especialmente quando há vagas disponíveis.

O MPRN estabeleceu um prazo de 30 dias para que a Secretaria de Educação realize um levantamento de quantos professores temporários estão ocupando vagas efetivas atualmente. Após esse levantamento, o Estado deve nomear os aprovados no concurso de 2024 em quantidade suficiente para substituir esses profissionais.

A intenção é que os novos professores e especialistas sejam integrados à rede estadual antes do dia 23 de fevereiro de 2026, data prevista para o início das aulas. A substituição antecipada permite que as escolas planejem suas atividades sem prejudicar o aprendizado dos alunos.

A recomendação esclarece que a reposição de vagas por meio de concurso público é permitida pela lei mesmo quando o governo está acima dos limites de gastos com pessoal. Dessa forma, as restrições financeiras da Lei de Responsabilidade Fiscal não impedem a nomeação dos novos servidores para as vagas abertas.

A Secretaria de Educação tem o prazo total de 40 dias para informar ao MPRN se irá cumprir as orientações apresentadas. Caso as medidas não sejam adotadas, o órgão poderá tomar outras providências extrajudiciais ou entrar com ações na Justiça para garantir as nomeações.

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Cidades

MPRN recomenda combate à poluição sonora em Pirangi e Cotovelo

Foto: Ilustrativa 

O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) recomendou que haja reforço na fiscalização para combater o uso abusivo de equipamentos de som em bares, veículos e eventos durante o veraneio nas praias de Cotovelo e Pirangi do Norte, em Parnamirim.

O MPRN recomenda que proprietários de bares, clubes e casas de show utilizem sistemas de som de forma moderada para não prejudicar o sossego público. Os donos desses estabelecimentos devem proibir que clientes utilizem som automotivo de maneira que perturbe a vizinhança e devem se recusar a atender aqueles que insistirem na emissão sonora excessiva.

As forças de segurança, incluindo as Polícias Militar e Civil, devem identificar as vítimas e medir a intensidade do barulho sempre que houver suspeita de perturbação do sossego. Os responsáveis pelo som podem ser conduzidos para a delegacia para registro de ocorrência e, se não obedecerem às ordens policiais, podem responder por crimes de desobediência ou resistência.

A Secretaria Municipal de Segurança e o Policiamento Rodoviário Estadual devem aplicar multas aos veículos que utilizarem equipamentos de som em volume incompatível com a legislação de trânsito. Nesses casos, o veículo deve ser retido para que o equipamento de som seja retirado, conforme as normas previstas no Código de Trânsito Brasileiro.

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano precisa realizar fiscalizações regulares e atender prontamente às reclamações da população. Os agentes de fiscalização devem utilizar o decibelímetro para conferir o nível do ruído e encaminhar os autos de infração à Promotoria de Justiça em até cinco dias.

A recomendação também orienta que a Prefeitura impeça a fixação de vendedores ambulantes sem autorização nas calçadas das avenidas São Sebastião e Deputado Márcio Marinho, em Pirangi. O uso do poder de polícia está autorizado para a retirada de mesas, cadeiras ou outros objetos que bloqueiem a passagem de pedestres e carros.

A autorização para eventos pela Secretaria de Meio Ambiente deve ficar condicionada à capacidade de fiscalização do órgão. Os horários de encerramento das festas devem respeitar a lei e a escala de trabalho dos agentes ambientais, impedindo que as atividades sonoras continuem após o término do horário de serviço dos fiscais.

As autoridades podem realizar a apreensão de veículos, paredões de som ou outros equipamentos que incomodem o trabalho ou o descanso alheio em vias públicas. Se houver recusa em atender a ordem de baixar o volume, o infrator pode ser autuado com base na Lei de Crimes Ambientais, que prevê pena de detenção e multa.

A liberação de veículos ou aparelhos sonoros apreendidos só poderá ocorrer mediante autorização judicial específica. O MPRN ressalta que a falta de fiscalização por parte dos órgãos responsáveis pode ser considerada negligência e resultar em punições por improbidade administrativa ou crimes ambientais.

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Cidades

VÍDEO: Mercado da Redinha é reaberto para a alta estação e movimenta turismo na Zona Norte de Natal

 

 

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Vídeo: ZN News

O Mercado da Redinha, na praia da Redinha, voltou a abrir suas portas nesta alta estação em Natal. O espaço, que estava fechado desde março após reformas, passou por um processo de modernização e agora recebe visitantes e moradores até 22 de fevereiro.  O espaço foi reaberto nesta segunda-feira (22), como podemos ver nas imagens.

Reconhecido como ponto tradicional da Zona Norte potiguar e famoso pela comercialização da ginga com tapioca, o mercado integra o Complexo Turístico da Redinha, reforçando o potencial cultural e econômico da região. 

A reabertura é coordenada pela Prefeitura do Natal com apoio de diversas secretarias municipais e visa impulsionar o empreendedorismo local durante a temporada de verão. Entre as novidades estão atividades culturais, serviços de educação e saúde ao público, além de apoio à capacitação dos comerciantes. 

 

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Educação

Maple Bear Natal: imersão bilíngue e metodologia canadense que transformam a aprendizagem

Fotos: Divulgação 

Em sala de aula, crianças observam, levantam hipóteses, registram descobertas e apresentam conclusões em inglês. A cena se repete em diferentes etapas da rotina escolar da Maple Bear Natal e revela como o bilinguismo é vivido na prática. Desde a Educação Infantil até os anos finais do Ensino Fundamental, o segundo idioma é utilizado como língua de instrução em atividades acadêmicas, projetos e interações cotidianas, integrando aprendizagem de conteúdo e linguagem de forma contínua e contextualizada.

Segundo a diretora pedagógica Mona Lisa Dantas, o inglês na Maple Bear não é ensinado como disciplina, mas utilizado como língua de instrução, o que torna o aprendizado parte orgânica da rotina escolar. “A imersão acontece de forma natural e contínua. Desde cedo, os alunos participam de projetos temáticos, jogos, histórias e experimentos de Ciências conduzidos integralmente em inglês, ampliando o repertório linguístico de maneira contextualizada”, explica.

No Ensino Fundamental, o trabalho se aprofunda com metodologias baseadas no CLIL (Content and Language Integrated Learning), que integram aprendizagem de conteúdo e língua. Aulas de Matemática, Ciências e English Language Arts colocam o estudante em contato com vocabulário acadêmico e estratégias de investigação, resolução de problemas e projetos interdisciplinares, tudo em inglês. “Essa vivência constante dentro e fora da sala gera oportunidades reais de uso significativo da língua e promove fluência com confiança”, completa Mona Lisa.

Os efeitos dessa imersão são perceptíveis já nos primeiros anos. A diretora destaca que a autonomia e a espontaneidade das crianças para se comunicar em inglês se desenvolvem rapidamente. “Eles começam com gestos e frases curtas, mas logo conseguem relatar informações, participar de rodas de conversa e interagir com naturalidade. O engajamento cresce porque o uso do inglês se torna funcional e necessário no cotidiano escolar”, afirma.

Essa evolução também é reconhecida pelos próprios estudantes. Beatriz Camacho, do 6º ano, ingressou na Maple Bear ainda bebê e cresceu imersa no bilinguismo. Ela conta que o uso do inglês sempre foi natural. “Não foi difícil porque comecei muito cedo. Eu gosto das atividades em grupo, das apresentações e de projetos como o Festival de Curtas Golden Bear. Na feira de Ciências, por exemplo, apresentei em inglês sem dificuldade”, relata. Fora da escola, o impacto também é claro. Beatriz conta que consegue assistir a séries sem dublagem e se comunica bem em viagens internacionais.

*Bilinguismo para além da língua*

A abordagem canadense da Maple Bear tem como princípio formar alunos que pensam academicamente em duas línguas. Isso se reflete não só no desempenho acadêmico, mas no desenvolvimento socioemocional. “O bilinguismo favorece autonomia, flexibilidade cognitiva, respeito às diferenças culturais e visão global. É um projeto de formação integral, que prepara o estudante para o mundo”, destaca Mona Lisa.

Os depoimentos das famílias reforçam a experiência descrita pela equipe pedagógica. Para Izabel Cristina, mãe de Laura, do 1º ano, a Maple Bear é um lugar onde a criança é conhecida pelo nome e acolhida nas suas necessidades. Ela destaca a criação da Escola de Pais, iniciativa que envolve famílias em práticas de educação consciente. “A escola entrega muito mais que bilinguismo: oferece uma estrutura socioemocional sólida, ferramentas de convivência e repertório para a vida.”

Para Gilmara Oliveira, mãe de Benício e Cauã, alunos da Maple Bear Natal há mais de uma década, o impacto é visível no desenvolvimento acadêmico e pessoal dos filhos. “A metodologia acolhe e faz os alunos pensarem fora da caixa. Eles se sentem felizes em estudar lá. Todos os dias pergunto como se sentiram na escola e eles sempre respondem: ‘muito bem, mamãe’.”

Entre metodologias consistentes e um ambiente acolhedor, a escola segue formando jovens prontos para transitar entre culturas, idiomas e desafios do mundo contemporâneo, sempre com confiança, curiosidade e humanidade.

 

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Política

Gestão Nilda celebra Festival Gastronômico e Artesanal Pirangi Sabor & Arte com mais de 20 mil visitantes

Foto: Divulgação

A 1ª edição do Festival Pirangi Sabor & Arte foi um grande sucesso e marcou a programação do Natal do Povo, promovido pela Prefeitura de Parnamirim, na gestão da prefeita Nilda Cruz. Realizado nos dias 19 e 20, na orla da Praia de Pirangi, o evento reuniu mais de 20 mil pessoas ao longo dos dois dias, contando com a participação de 20 estandes de gastronomia e 40 artesãs e empreendedores, consolidando-se como uma iniciativa que uniu cultura, sabores, arte e desenvolvimento econômico.

Com uma proposta inovadora, o festival valorizou a culinária regional, os talentos locais e o litoral de Parnamirim, transformando a orla de Pirangi em um grande espaço de convivência, lazer e celebração. A expressiva presença do público confirmou o acerto da iniciativa e o potencial do evento para integrar, de forma permanente, o calendário cultural e turístico da cidade.

A programação musical foi um dos grandes destaques do evento. No primeiro dia, o público vibrou com as apresentações de Giannini Alencar, acompanhado da Orquestra Sanfônica, e Alan Persa. Já no segundo dia, a orla foi tomada por emoção com o show do consagrado Geraldo Azevedo, além da apresentação de Alana Pessôa, encerrando o festival em clima de celebração.

Além de promover cultura e lazer, o Pirangi Sabor & Arte cumpriu um papel estratégico no fortalecimento da economia local. O evento movimentou o comércio, impulsionou o turismo, gerou emprego e renda e fortaleceu a cadeia produtiva ligada à gastronomia, ao artesanato e aos serviços, beneficiando diretamente trabalhadores e empreendedores locais.

A prefeita Nilda Cruz destacou o orgulho pelo sucesso da iniciativa e pelos resultados alcançados.

“Ver mais de 20 mil pessoas passando pelo festival, 20 estandes de comida e 40 artesãs e empreendedores participando dessa primeira edição é motivo de muito orgulho. É a prova de que iniciativas da nossa gestão dão certo, movimentam a economia, valorizam a nossa cultura e levam oportunidades para a população. O Pirangi Sabor & Arte mostrou a força do nosso povo e do nosso litoral”, afirmou a prefeita.

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Jornalismo

PLANO DE SAÚDE: O pau que dá em Francisco dá em Chico?

Foto: Ilustrativa

PLANO DE SAÚDE: O pau que dá em Francisco dá em Chico?

Os últimos tempos estão meio nebulosos no mercado de planos de saúde de Natal.

A pressão do poderio financeiro, e até ameaças e chatangem,
viraram moeda para pressionar parceiros e empresas credenciadas a não atender a planos concorrentes.

Parceiros de outrora se dizem decepcionados e frustados.

Mas o mais grave é que descobrimos no fim de semana, que até pedido de taxa de retorno por fora está existindo em negociações de futuro contratos com entidades, já negociados com bastante desconto e o contratante para ter o desconto teria que voltar 10% por fora de comissão. Que coisa…

Assustador.

Fica a pergunta, o pau que dá em Francisco dá em Chico?

As cenas dos próximos capítulos prometem…

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Geral

VÍDEO: Polícias Civil do RN e PB prendem homem suspeito por chefiar o tráfico de drogas na praia de Pipa

 

 

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Vídeo: Divulgação

A Polícia Cívil do Rio Grande do Norte, em ação integrada com a Polícia Civil do Estado da Paraíba, prenderam, neste domingo (21), um suspeito apontado como chefe do tráfico de drogas na praia de Pipa. A prisão ocorreu durante mais uma fase da “Operação Liberdade”, em cumprimento a um mandado de prisão preventiva.

De acordo com as investigações, o homem é apontado como principal fornecedor de drogas comercializadas no município de Tibau do Sul, especialmente na praia de Pipa, além de ocupar posição de liderança em um grupo criminoso com atuação na região.

Ainda segundo as investigações, o suspeito exercia papel central na organização criminosa, sendo responsável por decisões relacionadas às ações do grupo, inclusive julgamentos internos conhecidos como “tribunais do crime”.

Diligências foram realizadas pelas equipes policiais do Rio Grande do Norte, que localizaram o suspeito no Estado da Paraíba. Após a troca de informações, equipes dos dois estados realizaram uma ação integrada e prenderam o homem em um condomínio à beira-mar, no bairro de Intermares, em João Pessoa/PB.

O suspeito foi conduzido à Delegacia de Polícia para os procedimentos legais e, em seguida, encaminhado ao sistema prisional, onde permanecerá à disposição da Justiça.

Toda a ação foi conduzida pela 103ª Delegacia de Polícia (DP) de Tibau do Sul, em ação integrada com a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco), Grupo de Operações Especiais (GOE), Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) e a Unidade de Inteligência Policial (Unintelpol) da Polícia Civil da Paraíba.

 

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Judiciário

Lula sanciona lei que redefine atuação da polícia judicial

Foto: Reprodução 

A reorganização da carreira da polícia judicial no Poder Judiciário passou a valer a partir de 6ª feira (19.dez.2025), com a sanção da lei 15.285. A norma transfere esses servidores da área administrativa para a área de apoio especializado, redefine denominações dos cargos e ajusta regras sobre gratificação e porte de arma.

O texto foi publicado no Diário Oficial da União e é assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.

A lei tem origem no projeto 2.447 de 2022, de iniciativa do STF (Supremo Tribunal Federal), aprovado pelo Senado em 10 de dezembro com relatório favorável do senador Angelo Coronel (PSD-BA).

Novidades

Com as mudanças, a Lei das Carreiras dos Servidores do Poder Judiciário da União passa a determinar, de forma expressa, que as atividades de polícia institucional integrem a área de apoio especializado de cada órgão de suporte. Técnicos judiciários que exercem essas atribuições passam a ser denominados agentes de polícia judicial, enquanto os analistas recebem a denominação de inspetores de polícia judicial.

O texto também assegura o porte de arma de fogo, de propriedade particular ou fornecida pela instituição, aos servidores enquadrados na especialidade de polícia judicial. Para isso, é exigido porte institucional, comprovação de capacidade técnica e aptidão psicológica, além do efetivo exercício da função, conforme as regras do Estatuto do Desarmamento e em regulamento próprio.

Outra mudança é a ampliação do alcance da GAS (Gratificação de Atividade de Segurança). A gratificação poderá ser paga aos servidores que exerçam atribuições de segurança institucional mesmo quando estiverem designados para função comissionada ou cargo em comissão, desde que lotados nas unidades de segurança do Poder Judiciário.

Poder360

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Brasil

Mulher de Ramagem diz que ex-deputado foragido vai vender curso online

Foto: Reprodução

procuradora Rebeca Ramagem, mulher do ex-deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), afirmou nas suas redes sociais que o marido, foragido da Justiça brasileira, está elaborando e vai oferecer um curso online.

Rebeca explicou que a iniciativa será “uma forma da família receber apoio” e agradeceu as mensagens com ofertas de doações que vem recebendo. Ela, porém, não deu detalhes do teor das aulas.

“Alexandre já está trabalhando na elaboração de um curso online, que será disponibilizado em plataformas digitais. Será um curso de altíssimo nível, com conteúdo sério, relevante e transformador, e com um valor acessível, pensado para caber na renda de todos”, escreveu.

“Dessa forma, além de adquirir conhecimento de qualidade, as pessoas de bem que desejarem nos apoiar poderão fazê-lo de maneira digna, transparente e justa”, acrescentou.

Alexandre Ramagem foi condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) a 16 anos de prisão no processo da trama golpista.

CNN

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