Especial

SEM TABU: Diretor do ITEP desmistifica ‘estórias macabras’ do necrotério e revela bastidores da perícia criminal

Foto: Cedida/José Aldenir

Todo mundo vai morrer. Isso é fato. Alguns com idade avançada, outros não. Mas, duvido que você queira fechar esse ciclo natural da vida, deitado sobre uma mesa cadavérica. Só de ouvir a palavra necrotério, a maioria torce o nariz, sente repulsa. E se um dia alguém estiver lá, realmente algo de trágico aconteceu. Seguramente, essa pessoa não irá observar, mas muita gente estará de olhos bem abertos nela – investigando a causa da morte e quem a provocou. Esta é a rotina de profissionais do setor de Medicina Legal do Instituto Técnico e Científico de Perícia (ITEP), que começam o dia, quando o de algum mortal termina.

Nossa entrevista é com o diretor-geral da instituição, o engenheiro mecânico Marcos José Brandão Guimarães, 44 anos, que também é perito criminal. A partir de agora, ele irá ‘abrir as portas do necrotério’ ao leitor do Blog do BG, relatando curiosidades da Medicina Forense, bem como desmistificando as insólitas ‘lendas urbanas’ que perduram no imaginário popular. A reportagem é de Wagner Guerra.

Sem hora marcada, o portão de acesso ao necrotério, na rua Ferreira Chaves, na Ribeira, é aberto para a chegada do rabecão (viatura de remoção de corpos). Em uma sala de quase 40 metros quadrados, bem iluminada, com leve aroma adocicado – intrínseco ao sangue humano -, e decorada apenas com um crucifixo na parede, pelo menos três médicos legistas e cinco necrotomistas aguardam, pacientemente, a entrada do cadáver no plantão.

Ao seguir, rigorosamente, os trâmites burocráticos da autoridade policial ou pericial (Guia de Remoção de Cadáver ou Guia de Exame Necroscópico), é hora de colocar a ‘mão na massa’.

Após o banho, começa uma análise criminal minuciosa no corpo, observando, antes de tudo, as lesões provocadas. Exames de detecção alcoólica e toxicológica, coleta de sangue em vísceras, verificação de conteúdo gástrico e gravidez também são providenciadas. Tudo embasará a investigação policial.

Foto: Cedida/Marcos Brandão/ITEP-RN

De fato, grande parte dos instrumentos utilizados nas necropsias é cirúrgico, como em qualquer hospital ou pronto-socorro. Contudo, lembra Marcos Brandão, como o objetivo do legista é tão somente encontrar vestígios no cadáver, a exemplo de um projétil de arma de fogo, podem ser utilizados até mesmo utensílios domésticos (concha de feijão) para retirar o acúmulo de sangue ocasionado por hemorragia. Também são usados, acredite, arcos de serras industriais em procedimento de abertura das calotas cranianas.

Se o leitor está achando tudo isso, no mínimo esdrúxulo, se prepare. Em tempos passados, o ITEP utilizava, pasmem, hastes de guarda-chuva como agulha para costurar a pele endurecida do cadáver, após as incisões. Contudo, minimiza Brandão, o ‘objeto de sutura’ já foi substituído por agulhas veterinárias. “Alguém pode até achar que se trata de uma carnificina, mas não é verdade. Procuramos, apenas, usar objetos mais práticos. Em breve, vamos adquirir serras elétricas para agilizar e facilitar o trabalho”.

Com 15 anos de carreira na Perícia Criminal, onde afirma ter ido a mais de mil locais de mortes, Brandão frisa que é preciso ter aptidão e preparo psicológico para encarar cenas extremamente violentas, embora predomine o sentimento de se fazer justiça. Trata-se, portanto, de uma tarefa investigativa, onde o ‘dever de casa’ é tentar solucionar o crime.

Foto: Cedida/José Aldenir

BG – É verdade que o cadáver começa a ser analisado, antes mesmo de chegar ao necrotério?

Sim. Antes de tudo é bom esclarecer que todo cadáver que chega ao ITEP é decorrente de morte violenta (agente externo, não biológico). Todo crime deixa vestígio que retrata uma ou mais condutas marcadas no ambiente. E é justamente nesse cenário, impregnado de alterações físicas correlacionadas com a dinâmica do delito, onde peritos do ITEP se debruçam para extrair as primeiras evidências científicas. E numa cena de crime, o cadáver é considerado um importante vestígio.

BG – Que tipo de evidência seria essa?

Vai de uma pegada ou impressão digital a uma mancha de sangue. Tudo é analisado para estabelecer a materialização do crime, como ele se deu e quem o praticou. De acordo com a projeção de uma mancha de sangue, por exemplo, é possível saber o posicionamento dos atores envolvidos, o tipo de instrumento utilizado e traçar, assim, uma possível dinâmica para o crime. É o que chamamos de ‘princípio da correspondência’. O autor de um crime pode ser identificado com a máxima precisão através de uma mancha de sangue deixado na cena do crime, quando, devidamente coletada, e submetida a um exame de DNA. Ou então, através de um exame papiloscópico com as impressões digitais deixadas pelo suspeito na cena do crime.

BG- Existe uma famosa frase do renomado investigador criminal do Corpo Nacional de Polícia da Espanha, Angel Galán, que diz: “Os mortos falam mais que os vivos, ou ao menos não mentem”. O senhor concorda?

Claro, mas não só o corpo exprime isso, óbvio que não verbalizado, como também sua posição, estado abiótico (decomposição), lesões superficiais provocadas e as roupas que ele está vestindo. Tudo isso é levado em conta pelo perito, que para na pele, como costumamos dizer. Já no necrotério, o legista irá observar as lesões internas do cadáver, onde será feito o exame necroscópico e, posteriormente, o laudo que será anexado ao laudo necroscópico do perito criminal. Logicamente, podem ter outros exames que envolve laudo de balística, em armas ou projéteis de armas de fogo; laudo de residuográfico, para saber se suspeito ou vítima realizou disparo; laudo papiloscópico, em vestígios de impressão digital e etc.

BG- E com relação à expressão facial? O cadáver mostra o que sentiu antes de morrer?

É relativo e depende de vários fatores. Não acho que isso deveria ser levado em consideração como sinal científico, apenas aleatório. Já fui a muitas ocorrências de morte violenta, onde o cadáver estava sereno, de boa fechada e sem cara de dor ou pânico. E outra coisa, caso ele tenha sofrido uma lesão neurológica, não haverá caracterização emotiva.

BG- Muita gente acredita que será literalmente devorada por larvas quando morrer. Iremos mesmo virar ‘banquete’ para os vermes ou isso é mito?

Sim e não (risos). Existe, de fato, uma fauna necrófaga, que inclui, além das larvas e outros insetos, alguns roedores e urubus. Porém, não necessariamente o cadáver será consumido exclusivamente por eles, exceto se estiver exposto em local aberto. Acontece que o próprio odor putrefativo, que é intenso e nauseoso, atrai as moscas varejeiras. No corpo, elas depositam seus ovos, que depois viram larvas e passam a se alimentar daquela carne deteriorada durante o ciclo natural da metamorfose. Nesse caso, a decomposição do cadáver é mais acelerada. Em menos de 24 horas, já pode haver a esqueletização de alguns membros, como a face. Ao contrário disso, se o corpo estiver enumado (enterrado), a decomposição ocorrerá devido à ação de bactérias, fungos e outros microrganismos, principalmente oriundos do intestino.

BG- E como os legistas e necrotomistas fazem para minimizar esse odor nas necropsias? 

Mesmo em processo de decomposição, o cadáver é aberto do mesmo jeito, sem nenhuma substância para amenizar o fedor, até porque isso pode alterar os vestígios encontrados no sangue e nos órgãos. Todos usam máscaras apropriadas, roupas e luvas.

BG- O senhor já chegou a nausear?

Cada pessoa tem seu traço de personalidade. Eu, particularmente, nunca passei mal, tão menos tive pesadelos com isso. Meu foco é muito profissional. Sei que estou em local onde ocorreu uma morte violenta, tem um cadáver na minha frente e eu preciso extrair todas as informações inerentes à perícia criminal. Acho até que isso faz com que muitos adquiram, inconscientemente, uma proteção.

BG- Após a necrópsia, o que acontece?

O corpo já irá ficar acondicionado na câmara fria, em temperatura de aproximadamente 2°C. Existe um prazo legal de 10 dias para liberação do cadáver.

BG- E se esse prazo decorrer?

Lamentavelmente, ainda há parentes que abandonam o cadáver, mas o ITEP não é funerária. Após o prazo, se não aparecer ninguém da família para pedir a liberação, inicia-se o processo de inumação de cadáver não identificado. Mas, antes do enterro, são feitas fotografias, coleta das impressões digitais e materiais para futuro exame de DNA, caso seja necessário.

BG- Na estatística do ITEP, quem predomina nas mortes violentas?

A maioria que chega ao necrotério é do sexo masculino. São jovens entre 15 e 24 anos, de cor negra ou parda, oriundos de regiões periféricas. O instrumento causador em grande parte das ocorrências de morte violenta é a arma de fogo, seguido por acidentes de tráfego, principalmente envolvendo motocicletas. As mulheres continuam em números menores. Normalmente são vítimas de feminicídio ou suicídio, como também por estar acompanhada de um parceiro alvo de um atentado violento.

BG- Já aconteceu de algum parente ou familiar morrer, após o reconhecimento do cadáver?

Nos meus 15 anos de serviço no ITEP essa fatalidade nunca aconteceu. Também nunca soube de qualquer outro tipo de óbito dentro da instituição.

BG – Ainda nas estatísticas, existe algum dia mais propenso para incidência de mortes? Rezam as lendas que sábado é sinistro nos necrotérios.

Domingo é o dia da morte (risos). É quando o número de ocorrências tende a subir no ITEP, já que é o dia da folga no trabalho, na maior parte da população. Mas não seria uma causa efeito, apenas uma maior propensão, devido ao aumento de atividade nos bares. Um levantamento feito no ITEP, por exemplo, mostra que as mortes ocorridas por acidentes de carro, ocorrem mais entre à noite de domingo e madrugada da segunda-feira.

BG- Há muitos anos, surgiram relatos dando conta de servidores fazendo sexo com cadáveres. É fato ou lenda urbana?

Eu ouvi falar nisso, mas nada foi comprovado.

BG- Com três legistas e cinco necrotomistas por plantão, o ITEP estaria preparado para suportar uma demanda proveniente de tragédia coletiva?

Sim. Exemplo disso foi o massacre ocorrido em janeiro de 2017, na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, onde foram mortos 27 detentos. Em um caso desses, o ITEP tem como expandir o efetivo, através da disponibilização de diárias operacionais. Nossa estrutura é boa e o corpo profissional muito competente.

BG- Por falar em estrutura, o ITEP adquiriu nova câmara fria, inaugurou seu próprio laboratório para exames de DNA e segue apostando na tecnologia…

A modernização é constante, tanto que o ITEP incorporou ao necrotério o Flat-Scan. Trata-se de um equipamento de ponta, de quase R$ 1 milhão, que permite escanear o cadáver, através de Raio-X de alto desempenho, subsidiando os laudos periciais. O legista observa nas imagens a localização precisa de um projétil que será retirado na incisão. Além disso, a própria estrutura física do prédio foi reformada. Não existem mais animais domésticos no pátio, tão menos cadáveres expostos, como nos anos anteriores. Hoje, posso afirma que o necrotério se assemelha a um centro cirúrgico, com normas e padrões estabelecidos.

BG- Em 2018, mais de 21 mil pessoas prestaram provas do concurso público do ITEP. Das 165 vagas oferecidas, 35 eram destinadas ao cargo de agente de necropsia. A demanda de candidatos surpreende?

Pelo quantitativo geral, sim. No caso da procura pelo cargo de agente de necropsia, digo que é uma profissão forte, impactante. Mas não se difere tanto de outras, como técnico de enfermagem ou médico. Hoje, considero o necrotério do ITEP um centro cirúrgico, com ressalva para a questão científico-criminal. Antigamente se criavam estórias mirabolantes, verdadeiras lendas macabras. Hoje, temos várias mulheres necrotomistas em nosso quadro. Gente com formação em odontologia, engenharia, Direito, entre outras. Todos trabalham com equipamentos de proteção individual (EPI). Mas, é preciso passar por treinamento, ter vocação e, claro, um pouco de ‘estômago’ no início. Durante o curso de formação, no necrotério, foram poucas desistências. A maioria daqueles que saíram foi devido à aprovação em outros concursos públicos. A estatística de abandono foi ínfima.

BG- Mesmo assim, o profissional presenciando imagens nada agradáveis todo dia…

O contato gradativo com a morte abala, realmente (pausa). Mas temos objetivo de trabalhar com a saúde mental dos servidores do ITEP. No próximo ano, iremos desenvolver terapias de grupo. Talvez, policiais militares e civis, além dos bombeiros, estejam mais expostos a um abalo psicológico. Na verdade, a Segurança Pública é uma atividade muito exigente nesse ponto de vista e os profissionais que trabalham na área precisam ter uma política de saúde mental bem orientada para tais peculiaridades. Ademais, fora da área de Segurança Pública, médicos e enfermeiros que atuam nos serviços de saúde também sofrem bastante ao se depararem com vítimas agonizando.

BG- No ponto de vista espiritual ou religioso, é verdade que o legista ou necrotomista estariam propensos a se tornar ateus, após tanta exposição de cadáveres que foram vítimas, inclusive crianças?

Religião vai da convicção de cada um. Pode ser que existam ateus, espíritas, evangélicos no quadro do necrotério.  Na condição de católico, embora não praticante, acredito que Deus não vai ficar regulando quem é bom ou ruim. Ele é uma força que nos permite superar medos, perdas e traumas, ou seja, enfrentar os obstáculos que a vida faz surgir. As coisas simplesmente ocorrem, muitas vezes por livre arbítrio. Não acho que Deus é um ser julgador, tanto que na Bíblia há escrito que para ele todos são iguais. Portanto, a energia divina equilibra o universo.

Opinião dos leitores

  1. Amei essa matéria.PARABENS AO DIRETOR E SERVIDORES DO ITEP PELO GRANDE TRABALHO Q TODOS OS DIAS REALIZAM.

  2. Demorou mas apareceu uma postagem decente!! Parabéns Wagner Guerra, pelo texto e construção da matéria.

  3. Parabéns, o jornalismo no RN está carecendo de reportagens assim, hoje só se noticia mortes e violência. Matérias mesmo é uma coisa rara, principalmente na TV.

  4. Pouco se fala sobre o risco que sofrem os peritos, sendo normal serem recebidos a bala, coagidos e etc. Alguns sofrem tentativas de agressão no próprio Itep que recebe presos para exames, esse ano houve ate tiroteio. É uma atividade policial, exercida por não policiais. Um absurdo que só se vê no RN. Devem estar esperando alguém morrer em serviço para rever a legislação.

  5. Parabéns pela matéria, pois esse assunto é pouco explorado. Fico imaginando o quanto deve ser difícil para os profissionais se acostumaram com esse serviço. A gente nunca imagina que pode um dia está sendo examinado lá. Este é um assunto bastante sinistro. Parabéns pela matéria.

  6. Excelente a reportagem do ITEP, matéria com perguntas e respostas muito esclarecedoras. Parabéns aos envolvidos no blogdobg.

  7. Excelente reportagem sobre o ITEP, Gostei muita das perguntas muito bem colocadas que me ajudaram a entender coisas que era leigo. Parabéns BG, seu blog sempre atualizado e com certeza uma rica fonte de informações para informar a população. Grande abraço. E parabéns ao jornalista da matéria.

  8. Parabens pela materia, eh um tema pouco galado e que pouco sabiamos desse assunto e veio nos trazer a luz dessa rotina que nos passa dispercebida cotidianamente. Muito esclarecedor!

  9. Incrível a burocracia e falt de agilidade do ITEP, tem um caso de nossa secretaria que seu tio foi encontrado degolado e já faz mais de um mês que se encontra naquele órgão sem que o corpos seja liberado para família fazer o sepultamento. Absurdo

  10. "Maioria jovens de 15 a 24 anos, da periferia" como falou o diretor. São esses as maiores vítimas do lulopetismo, que escantearam o ensino de 1o e 2o a mera burocracia, esqueceram do ser humano, que ali estaria um jovem se formando e não derão a atenção de devida e o investimento nescessário, e insensívelmente, transformaram esses jovens em órfãos da esquerdalha, onde sem amparo estatal, migraram ou foram cooptados pelas facções criminosos, como um exército de suicidas, que morrem aos montes, sem que o estado os protegessem. Essa constatação foi reforçada pelo resultado do último PISA, onde mostrou o abandono que o Brasil teve na educação nos últimos 20 anos, além de outros dados já coletados com mesmos resultados. Mesmo assim, ainda tem metido a intelectualizados defendo esse tipo de governo, chamam-o de progressistas, agrave-se a isso, a implantação do modelo deb corrupção sistêmica entranhada nas veias de toda administração do estado brasileiro. Ora, aonde está a racionalidade humana, que não consegue ver óbvio, e excluir de sua vida o que é nefasto pra ele e sua família e seu mundo.

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Geral

Após afirmar que traficantes são vítimas de usuários, Lula diz que fala foi ‘mal colocada’

Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que fez “uma uma frase mal colocada” ao afirmar que “traficantes são vítimas de usuários”. Depois da repercussão negativa da fala feita durante viagem à Indonésia, Lula escreveu em uma rede social que seu “posicionamento é muito claro contra os traficantes e o crime organizado”. O presidente disse ainda que “importante do que as palavras são as ações que o meu governo vem realizando” e citou a PEC da Segurança que está tramitando no Congresso.

“Fiz uma frase mal colocada nesta quinta e quero dizer que meu posicionamento é muito claro contra os traficantes e o crime organizado. Mais importante do que as palavras são as ações que o meu governo vem realizando, como é o caso da maior operação da história contra o crime organizado, o encaminhamento ao Congresso da PEC da Segurança Pública e os recordes na apreensão de drogas no país. Continuaremos firmes no enfrentamento ao tráfico de drogas e ao crime organizado.”

Lula afirmou nesta sexta-feira, que os traficantes de drogas “são vítimas de usuários também”, ao comentar a ofensiva dos Estados Unidos contra o narcotráfico no exterior. Desde o início do ano, o governo de Donald Trump designou vários cartéis como organizações terroristas e, mais recentemente, promoveu ataques letais a embarcações no Caribe e no Pacífico, sem apresentar evidências de que os alvos eram, de fato, “narcoterroristas”. Em entrevista a jornalistas, Lula criticou a iniciativa de Washington na área de domínio de outros países e disse que discutiria “com prazer” o tema num futuro encontro com o presidente americano.

— Toda vez que a gente fala sobre combater as drogas, possivelmente fosse mais fácil a gente combater os nossos viciados internamente. Os usuários são responsáveis pelos traficantes, que são vítimas dos usuários também. Ou seja, você tem uma troca de gente que vende porque tem gente que compra, de gente que compra porque tem gente que vende. Então, é preciso que a gente tenha mais cuidado no combate à droga — disse o presidente.

 

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Geral

1ª Corrida Action Prime celebra aniversário de Macaíba com esporte, música e diversão

O próximo domingo, 26 de outubro, será de festa e movimento em Macaíba, com a realização da 1ª Corrida Action Prime, evento que promete agitar a cidade no dia do seu aniversário, unindo esporte, lazer e muita música.

A promoção é da Academia Action Prime, conhecida como “a academia prime que cabe no seu bolso”, que idealizou a corrida para incentivar hábitos saudáveis e integrar alunos, atletas e comunidade.

A concentração começa às 16h, na sede da academia, na Rua Heráclito Vilar, com show de Rodrigo e Marcelo. A largada será às 17h, com percurso de 5 km pelas ruas do bairro.

Na chegada, o público será recebido com o show de Renan Miranda, encerrando o evento com energia e celebração — uma verdadeira homenagem à cidade e ao bem-estar.

📍 Local: Academia Action Prime — Rua Heráclito Vilar, Macaíba
🕓 Concentração: 16h
🏃‍♂ Largada: 17h
📏 Percurso: 5 km

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Geral

VÍDEO: ‘Moralista, equivocado, punitivista e raso’, diz jornalista da GloboNews sobre fala de Lula de que traficantes são vítimas dos usuários

“Completamente equivocada”, assim definiu a jornalista da GloboNews Flávia Oliveira a fala de Lula de que “traficantes também são vítimas dos usuários”.

Flávia chamou o discurso do presidente de “moralista, equivocado, punitivista e raso”. “Escorreu sem salvação”, completou.

A declaração do presidente que causou polêmica nesta sexta-feira (24) foi durante coletiva de imprensa na Indonésia. Ao falar sobre o enfrentamento às drogas, o petista disse que seria “mais fácil”, para Brasil e Estados Unidos, “combater viciados”.

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Geral

Contas externas do Brasil têm saldo negativo de US$ 9,8 bilhões em setembro

Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil

As contas externas do Brasil tiveram saldo negativo de US$ 9,774 bilhões em setembro, informou nesta sexta-feira (24) o Banco Central (BC). No mesmo mês de 2024, o déficit foi de US$ 7,383 bilhões nas transações correntes, que são as compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda com outros países.

A piora na comparação interanual é resultado do recuo de US$ 2,2 bilhões no superávit comercial e do aumento de US$ 946 milhões do déficit em renda primária, que contabiliza o pagamento de juros e lucros, além de dividendos de empresas. Em contrapartida, houve redução de US$ 640 milhões no déficit em serviços e aumento de US$ 115 milhões no superávit em renda secundária.

Nos 12 meses encerrados em setembro, o déficit em transações correntes somou US$ 78,947 bilhões, o que corresponde a 3,61% do Produto Interno Bruto, indicador da soma dos bens e serviços produzidos no país. Em relação ao período equivalente terminado em setembro de 2024, houve aumento significativo no déficit; naquele mês, o resultado em 12 meses foi negativo em US$ 49,769 bilhões, ou 2,23% do PIB.

De acordo com o BC, as transações correntes têm cenário bastante robusto e vinham com tendência de redução nos déficits em 12 meses, o que se inverteu a partir de março de 2024. Ainda assim, o déficit externo está financiado por capitais de longo prazo, principalmente pelos investimentos diretos no país, que têm fluxos e estoques de boa qualidade.

Jovem Pan com informações de Agência Brasil

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Geral

Itamaraty impõe sigilo sobre telegramas envolvendo JBS e irmãos Batista nos EUA

Foto: reprodução

O Ministério das Relações Exteriores impôs sigilo de cinco anos sobre dois telegramas da embaixada brasileira nos Estados Unidos envolvendo o conglomerado de proteína animal da JBS e os irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da empresa.

Como revelado pela Folha em setembro, o empresário e dono da JBS Joesley Batista teve um encontro com o presidente Donald Trump para tratar das tarifas.

Na ocasião, ele argumentou que as diferenças comerciais entre Brasil e EUA poderiam ser resolvidas por meio do diálogo entre os dois governos —numa mensagem de incentivo a uma aproximação. Além das tarifas sobre a carne, Joesley tratou também da celulose, cuja taxação foi depois diminuída.

O encontro antecedeu o aceno de Trump a Lula durante a Assembleia-Geral da ONU, gesto que disparou o início de negociações concretas entre os dois países e que deve culminar no encontro entre os líderes no próximo domingo (26), na Malásia.

O sigilo sobre os telegramas envolvendo essas conversas foi decretado pelo ministro de segunda classe Kassius da Silva Pontes, lotado em Brasília.

O primeiro telegrama, de 14 de julho, trata de uma análise sobre investimentos de empresas brasileiras nos EUA. O segundo, datado do dia 31 do mesmo mês, está descrito como um relato sobre assunto parlamentar: “comissão temporária para interlocução sobre as relações econômicas com os EUA”.

O jornal O Globo revelou o termo de classificação da informação, depois confirmado pela reportagem. O documento não lista os motivos para o sigilo, apenas informa que é um “dado classificado”.

Folhapress

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Geral

Oposição critica fala de Lula e diz que ‘país precisa de justiça, não de romantização do tráfico’

Sóstenes Calvacante usou as redes sociais para criticar a fala de Lula – Foto: Leonardo Prado/Câmara dos Deputados

Após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva dizer que os narcotraficantes são vítimas dos usuários de drogas, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Calvacante (RJ), usou as redes sociais para criticar a fala do petista. “É inacreditável. O homem que governa o país defende quem destrói famílias, quem enche os cemitérios e quem espalha violência nas ruas. O país precisa de justiça, não de romantização do tráfico”, escreveu.

Nesta sexta-feira (24), Lula comentou sobre as ações do governo dos Estados Unidos ao tráfico internacional e disse que os narcotraficantes são vítimas dos usuários de drogas. A fala do petista, que está na Indonésia, foi feita após ser questionado sobre a comparação que o presidente Donald Trump fez dos cartéis latinos ao Estado Islâmico.

“Toda vez que a gente fala em combater drogas, possivelmente era mais fácil a gente combater os nossos viciados internamente. Os usuários são responsáveis pelos traficantes, que são vitimas dos usuários também”, disse. “Ou seja, então você tem uma troca de gente que vende porque tem gente que compra. Tem gente que compra porque tem gente que vende. Então, é preciso que a gente tenha mais cuidado no combate à droga”, completou.

A declaração do petista também repercutiu entre outros parlamentares. O deputado federal Messias Donato (Republicanos-ES) disse que a postura de Lula é um “desrespeito às forças de segurança e a todos que perderam entes queridos para o crime”.

“O Brasil precisa de liderança com coragem para enfrentar bandidos, não de um presidente que passa pano para eles”, completou.

O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) considerou o discurso do presidente “perigoso” e que enfraquece a segurança e valores.

“Enquanto Lula chama narcotraficantes de “vítimas” e Gustavo Petro os trata como “trabalhadores do tráfico, nós, brasileiros de bem, seguimos pagando o preço da violência das drogas. É inacreditável ver a esquerda romantizando o crime e invertendo a lógica da responsabilidade”, escreveu.

Parlamentares como Nikolas Ferreira (PL-MG) e Carlos Jordy (PL-RJ) também criticaram a fala. “No ritmo que vai, daqui a pouco o PCC vira ONG”, disse Nikolas.

R7

Opinião dos leitores

  1. Agora tudo está no seu lugar, ladrão defende ladrão e traficante defende traficante, Lula é os dois.

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Geral

Leitos de UTI estão bloqueados por falta de materiais de limpeza no RN

O Governo do Rio Grande do Norte mantém leitos de UTI bloqueados por falta de materiais de limpeza em hospitais regionais. Pelo menos três leitos estão bloqueados por ausência de insumos básicos para higienização no interior do estado.

“A Regulação de Leitos Oeste, Venho por meio deste, informar que a nossa unidade (HRNIS) se encontra atualmente com 03 leitos bloqueados devido a FALTA DE INSUMOS PARA HIGIENIZAÇÃO’’, diz o e-mail.

Nesta semana, o médico Francisco Ygor, coordenador da Regulação de Saúde da região Oeste, denunciou que o governo estadual tem deixado leitos de UTI bloqueados por problemas estruturais, como falta de material limpeza e ar-condicionado quebrado.

A denúncia foi feita na última segunda-feira (20). O médico relatou também que um jovem morreu por falta de vaga em UTI.

Opinião dos leitores

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Brasil

VÍDEO: Lula diz que ‘traficantes são vítimas de usuários’ de drogas e vira meme nas redes sociais

A fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta sexta-feira, 24, em Jacarta (Indonésia), sobre traficantes serem “vítimas” dos usuários de drogas deu munição para a oposição e virou meme nas redes sociais.

“Toda vez que a gente fala de combater as drogas, possivelmente fosse mais fácil a gente combater os nossos viciados internamente. Os usuários são responsáveis pelos traficantes, que são vítimas dos usuários também. Você tem uma troca de gente que vende porque tem gente que compra, de gente que compra porque tem gente que vende”, disse o presidente durante entrevista coletiva na qual criticava a política do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de combater militarmente cartéis do narcotráfico na América Latina.

Imediatamente, a declaração do petista passou a ser bombardeada nas redes sociais pela oposição. “Lula acaba de anunciar que traficantes são vítimas dos usuários. No ritmo que vai, daqui a pouco o PCC vira ONG”, postou o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG).

Confira algumas declarações:

“Os traficantes são vítimas dos usuários, os assaltantes são vítimas dos assaltados, os assassinos são vítimas dos mortos, os estupradores são vítimas das violentadas e por aí vai. Presidente Lula, vítima é o povo brasileiro dessa visão em que as vítimas são culpadas e os culpados são vítimas”, escreveu o senador Ciro Nogueira (PI), presidente do PP e um dos articuladores de uma candidatura de oposição a Lula em 2026.

“É inacreditável. O homem que governa o país defende quem destrói famílias, quem enche os cemitérios e quem espalha violência nas ruas. Para ele, o bandido é vítima e o cidadão de bem é o culpado”, publicou o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do seu partido na Câmara.

A deputada Caroline de Toni (PL-SC) postou que Lula lembrou os piores momentos de Dilma Rousseff, que na Presidência se notabilizou por dar algumas declarações confusas. “Dilmou! Calado é um poeta!”, postou.

Veja

Opinião dos leitores

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Judiciário

Entenda julgamento que pode manter nomeação de parentes em cargos políticos

Foto: Nelson Jr

O STF (Supremo Tribunal Federal) formou maioria na quinta-feira (23) para manter a possibilidade de autoridades nomearem seus parentes para cargos políticos. Até o momento, o placar está em 6 a 1.

Os demais magistrados seguiram o entendimento do relator, ministro Luiz Fux, que votou para validar uma lei do município de Tupã, no interior de São Paulo. A lei em questão permitia com que a prefeitura nomeasse parentes para o posto de secretário municipal.

O julgamento é feito sob Repercussão Geral, ou seja, o entendimento da Corte deverá ser aplicado por todas as instâncias do Poder Judiciário.

Entendimento do STF

O Supremo já tinha um entendimento geral sobre o tema. Em 2008, o tribunal aprovou a Súmula Vinculante 13, que barrava a indicação de parentes de cônjuges, companheiros ou parentes até o terceiro grau para cargos “em comissão ou de confiança”.

No entanto, mesmo com a súmula, em casos posteriores à sua publicação, os ministros decidiram de formas diferentes ao entendimento fixado.

Em mais de uma ocasião, os integrantes da Corte abriram, de forma individual, exceção à regra, passando a permitir a nomeação de parentes apenas para cargos políticos, como os postos de ministros e secretários estaduais e municipais.

De 2008 a 2020, o Supremo formou a jurisprudência dominante de que a súmula não valia de forma automática para esses cargos em específico. Porém, nenhum dos casos foi feito sob Repercussão Geral, o que não obrigava os tribunais do país a acompanharem as decisões, mas por meio de decisões individuais dos ministros.

CNN

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Polícia

Mulher tem orelha e dedo decepados com facão pelo companheiro em Parnamirim

Um homem de 54 anos foi preso em flagrante, na madrugada desta sexta-feira (24), suspeito de tentar matar sua companheira a golpes de facão no bairro Bela Parnamirim, na Grande Natal. A vítima, atacada na presença da filha, sofreu ferimentos graves na cabeça, teve um dedo decepado e a orelha parcialmente arrancada.

Ela foi socorrida em estado crítico ao Hospital Walfredo Gurgel, em Natal. A Polícia Civil representou pela prisão preventiva do suspeito, e o caso é investigado como tentativa de feminicídio pela Delegacia da Mulher de Parnamirim (DEAM).

Confira a nota da polícia na íntegra:

A Polícia Civil do Rio Grande do Norte informa que representou pela prisão preventiva de um homem, de 54 anos, suspeito de tentar matar sua companheira, na madrugada desta sexta-feira (24), no bairro Bela Parnamirim, em Parnamirim, na Grande Natal.

De acordo com as informações iniciais, a vítima foi socorrida em estado crítico, com lesões graves na região da cabeça, um dos dedos decepado e a orelha parcialmente arrancada. O crime foi praticado com o uso de um facão, instrumento cortante, capaz de causar ferimentos graves e risco à vida. A mulher foi rapidamente encaminhada ao Hospital Walfredo Gurgel, em Natal, onde passou por cirurgia. Em razão da gravidade dos ferimentos, ela ainda não teve condições de ser ouvida. O crime, caracterizado como tentativa de feminicídio, foi praticado na presença da filha da vítima.

O suspeito foi conduzido pela Polícia Militar até a Delegacia de Plantão de Parnamirim, onde foi lavrado o auto de prisão em flagrante pela 2ª equipe de plantão. Em seguida, a equipe policial representou pela prisão preventiva do investigado.

Os procedimentos foram encaminhados à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) de Parnamirim, responsável pela continuidade das investigações e pela coleta de novas informações sobre o caso.

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