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Brasileiro reconhece racismo, mas critica ‘politicamente correto’, diz pesquisa

Foto: Natalia Riabchenko/Shutterstock

Estudo publicado nesta quarta-feira (17) sobre a percepção do brasileiro em relação ao racismo e ao preconceito racial no país aponta que a população negra em geral tem menores chances de ascensão no trabalho, salários e cargos mais precários e maiores chances de ser abordada de forma truculenta pela polícia. No geral, os brasileiros reconhecem que a cor de pele pode influenciar na carreira e nos estudos, mas ainda assim criticam a chamada “patrulha do politicamente correto”.

De acordo com o levantamento, 94% dos brasileiros consideram que uma pessoa negra tem mais chances de ser abordada de forma violenta ou ser morta pela polícia. No sentido inverso, a percepção da população é de que uma pessoa branca tem 91% mais chances de conseguir um emprego e 85%, mais chances de entrar numa faculdade.

O estudo também alerta para a desigualdade racial no ambiente de trabalho. De acordo com a pesquisa, 36% dos brasileiros e 76% dos brasileiros negros dizem conhecer alguém que já tenha sofrido preconceito, discriminação ou algum tipo de humilhação ou deboche por sua cor ou raça dentro do ambiente de trabalho.

“Não estamos falando de um problema dos negros, estamos falando de um problema da sociedade”, considerou o presidente da Cufa Global, Preto Zezé, durante conferência online. “Mesmo nos espaços progressistas, onde se discute igualdade de gênero e questões raciais, os nossos representantes são brancos.”

Anna Karla Pereira, da Frente Favela Brasil, apontou para a necessidade de que negros tenham mais presença nos parlamentos e cargos executivos no Brasil. “Isso é importante para que criem leis e formas para que se mude (o racismo estrutural), desde o processo de educação até a destinação do dinheiro público”, pontuou.

‘Patrulha’

Apesar de reconhecer as diferenças de tratamento entre negros e brancos, a pesquisa apontou que o brasileiro, em geral, critica o que chama de “patrulha do politicamente correto”. Ao todo, 58% concordam ou concordam em parte que a “patrulha” está “deixando o mundo mais chato”.

“A questão é que, ao falar do politicamente correto, a gente está falando de hábitos, de pessoas que se reconhecem neles”, ressaltou Anna Karla. “Isso nada mais é do que o ego da pessoas.”

Coronavírus

O estudo também apontou o reflexo da pandemia do novo coronavírus na sociedade. A população negra, mais uma vez, foi a mais afetada. Segundo o levantamento, 73% tiveram diminuição de renda na família (ante 60% entre os brancos); 49% deixaram de pagar alguma conta (foram 32% entre os brancos); e 36% relataram ter alguém na família que perdeu o emprego, ante 28% na população branca.

Parte da pesquisa – realizada pelo Instituto Locomotiva para a Central Única das Favelas (Cufa) – foi respondida, por amostragem, por 1.459 pessoas de 72 cidades do País e de todas as classes sociais. Outra parte contou com um questionário online, respondido por 1.652 pessoas de todo o Brasil.

CNN Brasil com Estadão

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Política

Desaprovação do governo Dilma sobe para 64%, diz pesquisa CNI-Ibope; 74% não confiam na presidente

CBg2dVoVIAAh_vhMesmo com a estratégia de melhorar a comunicação com a população e de explicar os ajustes feitos pelo governo na economia, a reprovação ao governo da presidente Dilma Rousseff continua expressivo. Segundo pesquisa CNI-Ibope divulgada nesta quarta-feira (1º), 64% da população consideram o governo ruim ou péssimo, e 74% dizem não confiar na presidente.

A pesquisa mostra que Dilma perdeu popularidade em todos os estratos avaliados pela pesquisa, como combate a fome, desemprego e inflação e impostos.

Em dezembro, quando a última pesquisa CNI-Ibope foi divulgada, Dilma teve 40% de aprovação e 27% de reprovação. Agora, apenas 12% dos entrevistados avaliaram o governo positivamente, e 23% o consideraram regular.

Já a reprovação da maneira de governar da presidente também aumentou expressivamente, chegando a 78% da população. Apenas 19% dos entrevistados aprovam a maneira da petista governar. Em dezembro, essa aprovação era de 52%.

A confiança em seu governo também despencou. A pesquisa mostra que apenas 24% confiam na presidente, enquanto 74% dizem não confiar.

A pesquisa mostra que 76% dos entrevistados avaliam que o segundo governo Dilma está sendo pior que o primeiro, 18% avaliam que ele os dois mandatos estão sendo iguais e apenas 4% dos ouvidos acham que o segundo mandato está sendo melhor.

Questionados sobre as perspectivas para os próximos anos de governo, 55% dos entrevistados acham que o futuro não será bom. Apenas 14% deles acreditam que o restante do governo será ótimo ou bom.

A pesquisa CNI-Ibope analisou o primeiro trimestre deste ano. Realizada entre os dias 21 e 25 de março, a pesquisa ouviu 2.002 pessoas em 142 cidades. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, e o grau de confiança é de 95%.

Folha Press

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