Saúde

Saiba as recomendações para prática do exercício físico ao ar livre em tempos de pandemia

Saiba como praticar atividades ao ar livre respeitando as recomendações de saúde pública (Foto: Arek Adeoye/Unsplash)

Na primeira semana de maio, a Espanha permitiu que os cidadãos saíssem para praticar exercícios físicos, respeitando uma escala de horários que separava os grupos de maior risco dos demais. A decisão voltou a levantar uma dúvida que surgiu desde o início das recomendações de isolamento social mesmo em países onde elas não chegaram a ser tão radicais, como o Brasil: a prática de exercícios físicos ao ar livre deveria ser permitida durante a quarentena?

Cuidado com a saúde

Por mais que a tentação de passar o dia no sofá durante o período de recolhimento, é consenso entre especialistas que os exercícios físicos devem ser mantidos. “Atividade física regular beneficia o corpo e a mente”, diz uma nota da Organização Mundial da Saúde (OMS) incentivando as pessoas a se manterem ativas durante a pandemia. “Ela reduz a pressão sanguínea alta, ajuda a manter o peso e a reduzir o risco de doenças do coração, derrame, diabetes do tipo 2, e vários tipos de câncer.” Isso sem falar nos benefícios para a saúde mental, reduzindo o risco de depressão, declínio cognitivo e demência.

Quantidade ideal

Para crianças e adolescentes de até 17 anos, a OMS aponta que sejam realizados pelo menos 60 minutos diários de atividade moderada a vigorosa, ao menos 3 dias por semana. Já para adultos, o ideal é fazer pelo menos 150 minutos de atividade moderada ao longo da semana, ou pelo menos 75 minutos de exercício com alta intensidade 2 vezes por semana. É importante não focar somente em aeróbicos, incluindo também musculação.

Ir ou não para a rua

Não há recomendação oficial nem consenso entre os especialistas, embora exista uma tendência de apoiar as atividades ao ar livre, desde que sejam feitas com cuidado. Em dois informes sobre o tema (um publicado em março e outro em abril), a Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE), em parceria com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO), avaliou que os exercícios ao ar livre estão permitidos, desde que observados alguns cuidados e respeitadas as recomendações dos órgãos locais competentes, que podem variar entre estados e mesmo cidades.

As orientações do poder público são ambíguas: em estados como São Paulo, não há proibição explícita no decreto que instituiu o isolamento social, mas o governo desencoraja as atividades ao ar livre. Já o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, chegou a recomendar a prática em uma coletiva de imprensa no início de abril, mas o ministério não emitiu notas a respeito do assunto.

Se for, vá na paz

Na nota sobre Covid-19 e atividades físicas, a OMS elencou uma série de cuidados para que sejam feitas de forma segura: evitar se exercitar em caso de febre, tosse ou dificuldade para respirar; optar por atividades de baixa intensidade (caso não seja ativo normalmente) e que diminuam o risco de lesões para não sobrecarregar o sistema de saúde; e, se for se exercitar ao ar livre, manter distância física e lavar as mãos antes de sair de casa, ao chegar ao local e assim que voltar para casa (se não for possível lavar, usar álcool gel). Em abril, a pré-publicação de um estudo europeu indicou que a distância entre os atletas deve ser maior do que os 2 metros recomendados: 4 a 5 metros para caminhadas, 10 para corridas e pelo menos 20 para ciclismo rápido. Apesar de servir de alerta, a pesquisa sofreu críticas por não ter sido submetida para publicação em alguma revista científica e ter sido divulgada antes de passar pela revisão de pares, padrão na ciência.

Galileu

 

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Saúde

Exercício físico pode minimizar danos do álcool, segundo pesquisa

CsOjhyCWAAAt2B1(Foto: CDC/ Amanda Mills)

Para determinar se a atividade física modera a associação entre a ingestão de álcool e a morte por várias causas, os pesquisadores estudaram as respostas a questionários apresentados em nível nacional na Inglaterra e na Escócia entre 1994 e 2006.

Comparados com a abstinência, o consumo de álcool no passado e o consumo em níveis nocivos – ou seja, mais de uma unidade de álcool diária, equivalente a mais de uma taça de vinho por dia, aproximadamente, por exemplo – se associaram a um aumento do risco de mortalidade.

Ao se levar em consideração o fator da atividade física, observou-se que o risco de mortalidade aumentava em função da quantidade de álcool ingerida para as pessoas sedentárias.

O risco diminui, porém, e até desaparece em alguns casos, para os fisicamente ativos, desde que o consumo seja apenas esporádico e abaixo do quantidade recomendada.

“Nossos resultados dão argumentos adicionais a favor da atividade física como meio para favorecer a saúde da população, ainda na presença de outros comportamentos menos saudáveis”, acrescenta o estudo.

Bem Estar – Globo

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