Polícia

Grupo pretendia levar inspeção a dez estados

Deu na Folha de São Paulo

O grupo preso sob suspeita de fraudar a inspeção veicular no Rio Grande do Norte pretendia implantar o mesmo serviço em dez Estados, afirma o Ministério Público.

A base legal e o modelo do programa que seria usado são os mesmos da Controlar, que faz a inspeção veicular em São Paulo e agora é alvo de processo na Justiça -a Promotoria paulista acusa a empresa e o prefeito da capital, Gilberto Kassab (PSD), de uma série de irregularidades.

A Controlar repassou ao consórcio potiguar, o Inspar, toda a sua tecnologia. Telefonemas e troca de mensagens gravadas com autorização judicial revelaram o acordo entre os empresários paulistas e os do Rio Grande do Norte.

As interceptações mostraram também que já estavam em curso negociações para a implantação do serviço em Alagoas, Paraíba e Ceará.

Os procuradores não revelaram os nomes dos outros Estados onde o consórcio pretendia implantar o projeto.

CAMPANHAS

A Promotoria do Patrimônio Público de Natal, que investiga o caso, apura também eventual ligação entre essas negociações e doações de campanha feitas em Estados de interesse do grupo.

Os promotores identificaram R$ 494.249 depositados por empresas ligadas a esses empresários na campanha à reeleição do ex-governador da Paraíba José Maranhão (PMDB), derrotado por Ricardo Coutinho (PSB).

A investigação também descobriu um contrato, de 31 de maio de 2010, em que o advogado George Anderson Olimpio da Silveira, suposto líder do esquema potiguar e um dos sócios da Inspar, empresta

R$ 140 mil para uma construtora, a Delphy, do seu ex-cunhado, Eduardo Patrício.

Meses depois, a Delphy doa R$ 140 mil -o mesmo valor do empréstimo- para a campanha ao Senado da ex-governadora Wilma de Faria (PSB), uma das investigadas por suspeita de envolvimento no escândalo da inspeção.

Ou seja, o Ministério Público desconfia que essa tenha sido uma maneira de a Inspar maquiar doações de campanha a agentes públicos.

CONSEQUÊNCIAS

A suposta fraude na inspeção veicular no Rio Grande do Norte já resultou na prisão de 13 pessoas, entre elas o suplente do senador Agripino Maia (DEM-RN), João Faustino (PSDB), subchefe da Casa Civil durante o governo de José Serra, em São Paulo.

Em São Paulo, Kassab, seu secretário do Verde e do Meio Ambiente, Eduardo Jorge, empresários da Controlar tiveram seus bens bloqueados.

O contrato da inspeção veicular paulistana foi assinado em 1996 pela gestão Paulo Maluf e ressuscitado por Kassab em 2007, apesar dos alertas de membros da administração sobre os problemas que isso traria.

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Denúncia

MP considera o ex-governador Iberê Ferreira como o "poderoso" do esquema da Inspeção Veicular

Fred Carvalho/Tribuna do Norte

O ex-governador Iberê Ferreira de Souza, de acordo com o Ministério Público, seria o maior mentor e articulador do esquema suposto fraudulento para pôr em funcionamento a inspeção veicular no Rio Grande do Norte. Os promotores de Justiça que assinam a petição taxaram o ex-governador de “eminência parda” por trás de George Olímpio, que aparece como líder da Inspar.

De acordo com o Wikipedia, “Eminência parda”, em política, é o nome que se dá quando determinado sujeito não é o governante supremo de tal reino ou país mas é o verdadeiro poderoso, agindo muitas vezes por trás do soberano legítimo, o qual é uma marionete dele, e pode muito bem ser deposto pela eminência parda caso este não o agrade. A eminência parda ainda pode se utilizar de qualquer tipo de poder para exercer seu poder, seja ele militar, econômico, religioso e/ou político.

Ainda na petição, o Ministério Público diz que há provas de que Iberê Ferreira “teria recebido, pelo menos, R$ 1 milhão do esquema, além de ter sido agraciado com cotas de participação nos futuros lucros do Consórcio Inspar”.

O MP alega ainda que Iberê “teria contribuído decisivamente para a contratação irregular do Consórcio Inspar e para a contratação fraudulenta da Planet Business LTDA. Além disso, presidiu a reunião do CDE que aprovou a minuta de contrato da Planet Business LTDA sem que sequer existisse o órgão para o qual esta empresa prestaria serviço. Enfim, foi quem assinou o contrato de terceirização de serviço do CDE/Detran/RN e o termo de consessão do serviço de inspeção veicular ambiental”.

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Denúncia

Sinal Fechado: Consórcio Inspar teria pago cerca de R$ 35 milhões em propinas a políticos e empresários

O Consórcio Inspar teria pago cerca de R$ 35 milhões em propinas a políticos e empresários para poder atuar na inspeção veicular no Rio Grande do Norte nos próximos 20 anos – o que renderia um montade de aproximandamente R$ 1 bilhão nesse período. Os R$ 35 milhões são exatamente o mesmo valor em bens que o Ministério Público requereu que fosse sequestrado dos envolvidos no suposto esquema fraudulento.

De acordo com a petição do MP, o montade a ser sequestrado servirão para reparar “os danos às vítimas lesadas, que, como já referido, foram os milhares de cidadãos potiguares que pagaram taxas indevidas em razão do convênio com o IRTDPJ/RN, e o erário estadual, em razão dos contratos viciados com a PLANET BUSINESS LTDA e com o cONSÓRCIO inspar”.

Esse suposto esquema fraudulento resultou na operação Sinal Fechado, deflagrada na manhã desta quinta-feira (24).

Fonte: Tribuna do Norte

Opinião dos leitores

  1. É lamentavél que a população Natalense tenha que passar pôr essa vergonha!
    Foram prêsos? Daqui a pouco serão soltos! E continuará a fazer tudo novamente!As nossas leis não permitirá que os acusados fiquem enjaulados pôr muito tempo!

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *