Tecnologia

Brasil recicla menos de 3% do lixo eletrônico

Foto: WEEE Irland / Divulgação

Os brasileiros ainda não sabem o que é resíduo eletrônico e como descartá-lo, de acordo com a pesquisa Resíduos eletrônicos no Brasil — 2021, conduzida pela Radar Pesquisas a pedido da Green Eletron, gestora de logística reversa da Associação Brasileira da Indústria Eletroeletrônica (Abinee). O Brasil ocupa o 5º lugar do ranking mundial e o primeiro da América Latina na produção desse tipo de material.

“O Brasil descartou, apenas em 2019, mais de 2 milhões de toneladas de resíduos eletrônicos, sendo que menos de 3% foram reciclados. Além das possíveis contaminações de solo e água com o descarte incorreto, também há um grande desperdício, porque os materiais reciclados podem ser reutilizados em diferentes indústrias, evitando a extração de matérias-primas virgens”, explicou Ademir Brescansin, gerente executivo da Green Elétron.

De acordo com o The Global E-waste Monitor 2020, mais de 53 milhões de toneladas de equipamentos eletroeletrônicos e pilhas são descartadas em todo o mundo. Além disso, o número de dispositivos cresce cerca de 4% por ano e, quando descartados e manuseados incorretamente, os componentes químicos podem ser prejudiciais ao meio ambiente e à saúde humana.

O Brasil tem poucas informações sobre o que é lixo eletrônico, a possibilidade de reciclagem dos aparelhos e componentes e a importância da discussão desse tema para a sustentabilidade do planeta. “O público é parte fundamental no processo de logística reversa e reciclagem, esse cenário precisa mudar, por isso essa pesquisa é tão importante”, disse Brescansin.

Entre os participantes da pesquisa, 87% já ouviram falar em lixo eletrônico e 42% relacionaram o conceito a aparelhos quebrados. Um terço dos entrevistados (33%), entretanto, acredita que lixo eletrônico está relacionado ao meio digital, como spams, e-mails, fotos ou arquivos, o que mostra que ainda existe muita dúvida. Das pessoas ouvidas na pesquisa, 71% alegaram que não há muita informação na mídia sobre o assunto. A maioria dos brasileiros (87%) guarda algum tipo de eletroeletrônico sem utilidade em casa e mais de 30% ficam com eles por mais de um ano.

Jovens com idades entre 18 e 25 anos são os que declaram maior desconhecimento do que é lixo eletrônico — 14%, contra 5% dos adultos de 26 a 45 anos e 3% dos mais experientes (46 a 65 anos). Apesar disso, os jovens associam menos o lixo eletrônico a spam (28%), enquanto 36% das pessoas da segunda faixa etária e 31% dos integrantes da última já ligaram os termos alguma vez.

O estudo foi realizado com 2.075 pessoas de 13 estados e do Distrito Federal, entre 14 e 24 de maio de 2021. O público-alvo contemplou homens e mulheres de 18 a 65 anos das classes A, B e C.

Onde descartar
A pesquisa revelou que um terço dos entrevistados (33%) nunca ouviu falar em pontos ou locais de descarte correto para lixo eletrônico, os pontos de entrega voluntária (PEVs). O índice de desconhecimento entre a classe C foi maior (41%) do que nas classes A (24%) e B (26%).

Entre os que já ouviam falar dos pontos de coleta, mas nunca levaram seus eletrônicos usados para descartar nesses locais, apenas 7% dão destino correto ao lixo eletrônico — mesmo assim, doam, vendem ou chamam alguém para retirar. Os motivos para não levar os resíduos ao descarte são vários: 20% não sabem onde há um coletor, 21% dizem que é distante e 21%, que não existem pontos de coleta onde moram. No total, 25% dos brasileiros que já ouviram falar em PEVs nunca levaram aparelhos para serem descartados no local.

Em sua grande maioria, os entrevistados que levaram algum lixo eletrônico aos pontos de coleta, mais da metade disse que os PEVs estão a mais de 15 minutos de carros de sua residência, e 10% não sabiam onde havia um posto perto de sua residência. Outros motivos para não fazer o descarte correto foram falta de tempo (10%), falta de informação sobre o descarte (6%) e falta de interesse (4%).

Entre os entrevistados no estudo, 75% dos que têm entre 46 e 65 anos já ouviram falar nos pontos de descarte, ante apenas 57% na faixa etária de 15 a 25 anos.

Correio Braziliense

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Diversos

VÍDEO: Professor na Grande Natal desenvolve projeto reaproveitando o Lixo Eletrônico e transformando em artes

Reportagem na TV Ponta Negra aqui. Assista a partir de 43 minutos e 26 segundos.

O Professor Lindemberg Caridade desenvolveu um projeto intitulado, RESET: Reaproveitando o Lixo Eletrônico e transformando em artes. Isso, aconteceu numa escola pública Estadual na cidade de Extremoz/RN.

O Lixo Eletrônico ou Lixo Tecnológico nada mais é do que todo resíduo material presente em aparelhos eletrônicos que são qualificados como sem utilidade e que são descartados, podendo gerar danos ao meio ambiente, assim como a saúde dos seres vivos, devido a presença de alguns metais pesados como: chumbo, mercúrio, cádmio. Estes são uns dos principais danos ambientais causados pelo lixo eletrônico ao meio ambiente, pois tratam-se de substâncias altamente poluentes e que afetam tanto a qualidade do solo quanto da água, dos rios e dos lençóis freáticos.

Danos à saúde pública

Embora não seja uma consequência ambiental propriamente dita, este problema está diretamente relacionado ao descarte incorreto do lixo eletrônico, porque a poluição causada pelo descarte errado desse tipo de lixo pode causar danos à saúde da população que vive no entorno dos aterros sanitários ou que vivem da seleção dos resíduos destinados aos mesmos.

Então, com o objetivo de despertar a importância do descarte correto desse tipo de lixo e ainda no intuito de reaproveitar e transformar o lixo em artes, o professor Lindemberg Caridade conterrâneo da cidade mais precisamente do distrito de Estivas junto com alunos do Centro Estadual de Educação Profissional Prof. Hélio Xavier de Vasconcelos – CEEP de Extremoz, tocaram esse projeto semanalmente e foram expostos no dia 20/11/2019 todas as criatividades desenvolvidas com o uso do lixo eletrônico e que teve a cobertura da TV PONTA NEGRA e noticiado no Programa Notícias da Manhã RN do dia 21/11/2019.

A importância do descarte correto

“No intuito de evitar os danos causados pelo lixo eletrônico, na minha opinião não há outro caminho que não seja investir no descarte correto e em projetos e/ou programas de reciclagem que induzam todas as pessoas e instituições/órgãos envolvidos na vida útil dos equipamentos”, diz o Professor Lindemberg Caridade.

O professor ainda reforça que é preciso ajudar a evitar os danos causados pelo lixo eletrônico ao meio ambiente, pois se trata de um método difícil, em específico porque muitas empresas fornecedoras desses tipos de equipamentos eletrônicos ainda não têm programas de logística reversa verdadeiramente ativas.

“Dessa forma, quero agradecer aos colegas profissionais que fazem parte do CEEP de Extremoz, aos queridos alunos e as pessoas de um modo geral que direta e indiretamente contribuíram, para com o projeto RESET, pois jamais conseguiria sozinho. Sempre penso: é melhor uma esperança tardia do que um desengano sempre!”, encerrou.

Opinião dos leitores

    1. Obrigado Mércia. Projetos como esse merece visibilidade, pois contribui com o processo de ensino e aprendizagem através de uma Educação Baseada em Projetos.

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Diversos

URBANA realiza mais uma campanha de arrecadação de lixo eletrônico; veja os 24 pontos de recolhimento em Natal

Foto: Ilustrativa, via Município de Porto Vera Cruz

A URBANA começa nesta segunda-feira(03), a 8ª campanha de arrecadação do lixo eletrônico durante a Semana do Meio Ambiente, de 03 a 07 de junho. Lixo Eletrônico é todo resíduo material produzido pelo descarte de equipamentos eletrônicos, que geralmente é feito quando o equipamento apresenta defeito ou se torna obsoleto (ultrapassado). O problema ocorre quando este material é descartado no meio ambiente.Além do contaminar o meio ambiente, estas substâncias químicas podem provocar doenças graves em pessoas que coletam produtos em lixões, terrenos baldios ou na rua.Para não provocar a contaminação e poluição do meio ambiente, o correto é fazer o descarte de lixo eletrônico em locais apropriados como, por exemplo, empresas e cooperativas que atuam na área de reciclagem.

Em Natal, na campanha de recolhimento de lixo eletrônico de 2018, foram arrecadadas cerca de seis toneladas de material eletrônico, como monitores, câmeras fotográficas digitais, celulares, bateria de celular, teclados, mouses, fones de ouvido, carregadores, notebook, impressoras, telefone, etc.

Este ano serão 24 pontos de recolhimento de lixo eletrônico: URBANA, Ministério Público RN, Receita Federal, OAB/RN, SEBRAE, UFRN, SEMAHR, Justiça Federal RN, Natal Shopping, Shopping Cidade Jardim, UNI-RN, IFRN, Miranda Computação, Praia Shopping, Partage Norte Shopping, Shopping CCAB Sul, AGN (Agência de Fomento do RN), ARSBAN, Postos Pinheiro Borges, Amico, Casa Durval Paiva, Escola Estadual Governador Walfredo Gurgel, EVS e Natal Reciclagem.

Informações: 3232-8763/3081-2525/99177-0519

Opinião dos leitores

    1. É sério? Não sabia que a Senhora cuidava de todo o ciclo de seu lixo particular.

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