Saúde

Mapeamento analisa percepção de natalense sobre a Covid-19

Foto: 4X-image/istock 

O Grupo Georisco, do Núcleo de Pesquisa sobre Desastres (NUPED/UFRN), divulgou os resultados preliminares da Pesquisa Participativa para o Mapeamento da Covid-19 na Região Metropolitana de Natal, que busca mapear os casos suspeitos e confirmados da COVID-19 a partir da percepção da população. Foram aplicados 3.966 questionários no período de 15 a 19 de abril.

A pesquisa constou de perguntas como: você conhece alguém que contraiu a Covid-19? Você conhece alguém que faleceu por conta da Covid-19? Há casos confirmados de Covid-19 na sua casa? Entre outras. As respostas dos entrevistados identificaram 38 casos confirmados da doença, concentrados especialmente nos bairros da Zona Sul.

A pesquisa também analisou a dimensão de subnotificação da doença que poderia chegar a 1.390 casos, além de 140 suspeitos. Os números revelam ainda que 823 pessoas teriam ido ao hospital com sintomas relacionados ao coronavírus, mas não foram testados, enquanto que 1.500 fizeram os testes para a doença. Outro número revelado pela pesquisa é que haveria 541 possíveis óbitos em Natal relacionados à Covid-19, também com maior concentração na área Sul.

O professor Lutiane Almeida, coordenador da pesquisa, explicou que a metodologia utilizada tem algumas limitações em relação à precisão das informações se comparada com os dados da Secretaria de Saúde de Natal. Porém, ressalta que essa metodologia tem grande potencial, pois é fácil e rápido de conseguir informações com as pessoas, ainda mais por causa da internet e das redes sociais. “Assim, a pesquisa tem um potencial enorme à medida em que há um grau elevado de subnotificação da Covid-19 na região metropolitana de Natal e no RN também”, lembrou.

A pesquisa conta ainda com a coordenação da professora Marysol Dantas de Medeiros e os pesquisadores Jhonathan Lima de Souza, Vinnícius Dionízio, a estudante Ana Clara Belchior e Francisca L. S. Oliveira.

UFRN

Opinião dos leitores

  1. hoje dei uma volta de carro depois de 2 semanas sem sair e passei em ponta negra… estava LOTADA, cheia de carros, surfistas, gente trabalhando. Então tem gente em casa fazendo sua parte enquanto tem gente tratando tudo isso como FÉRIAS!

  2. Só 540 mortos? Tipo 15x mais que o oficial? Çei! Eh por essas e outras que certos modelos matemáticos que estão usando não batem com a realidade…

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Saúde

Mapeamento de genoma mostra que novo coronavírus já adquiriu características próprias no Brasil

No microscópio. Imagem colorizada mostra as várias partículas de Sars-Cov-2 (laranjas) atacando células Vero (azuis) Foto: Niaid / Reuters

Em tempo recorde, cientistas sequenciaram o genoma do novo coronavírus em pacientes das regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste do Brasil.

O trabalho mostra que o vírus Sars-CoV-2 já se propagou no país a ponto de apresentar características que o distinguem dos coronavírus introduzidos. É a comprovação genética da transmissão comunitária, e veio acompanhada de um apelo dos pesquisadores sobre a necessidade do isolamento social para conter o avanço da pandemia no país.

Esse tipo de trabalho se chama vigilância genética viral e é fundamental para saber como e o quanto a Covid-19 se espalha no Brasil.

O desdobramento do trabalho será procurar por mutações que possam ser associadas à gravidade e à facilidade de transmissão. Foram feitos os genomas completos dos vírus de 19 pacientes internados em hospitais de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Goiás, Rio Grande do Sul e São Paulo. Só dois desses 19 vírus têm origem asiática. Os demais são todos de origem europeia.

Uma das autoras do trabalho, Ana Tereza Vasconcelos, diz que há entre eles um “cluster” — um agregado de marcas no genoma que indicam que o vírus introduzido sofreu alterações após chegar ao Brasil. Isso só acontece quando o patógeno está há tempo e em quantidade suficientes para que essas alterações possam ocorrer e ser percebidas.

— Ele está realmente entre nós —afirma Vasconcelos, que é coordenadora do Laboratório de Bioinformática do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), em Petrópolis.

O Sars-CoV-2 é um vírus de RNA. Seu material genético é muito simples e altamente sujeito a alterações ou mutações. Passar por mutações em pouquíssimo tempo é inerente ao vírus e é por isso que estudá-las permite identificar sua origem, sua “árvore genealógica”, e também detectar mutações perigosas. É um trabalho com importância na prevenção, na contenção e, no futuro, no desenvolvimento de testes, vacinas e terapias.

O sequenciamento é resultado de uma força-tarefa que passou 48 horas trabalhando sem interrupção no fim de semana. Além do LNCC, o grupo reúne cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), apoiados pelas fundações de amparo a pesquisa dos seus estados (Faperj e Fapemig) e pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Comunicações (MCTIC).

A iniciativa contou com a parceria de pesquisadores do grupo de Ester Sabino, diretora do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (CADDE/USP), e da Universidade de Oxford, na Inglaterra.

Eles são do mesmo grupo que sequenciou, também em tempo recorde, o genoma do vírus que infectou o primeiro paciente no Brasil.

O novo sequenciamento só foi possível em tão pouco tempo porque teve ainda o trabalho voluntário de alunos de pós-graduação de laboratórios que sofreram cortes recentes de bolsas da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), vinculada ao Ministério da Educação.

Supercomputador

As amostras foram coletadas de pacientes atendidos pela UFRJ e também de alguns que tiveram exames feitos pelos laboratórios Hermes Pardini e Símile, ambos de Belo Horizonte. O trabalho de sequenciamento foi realizado no LNCC, que tem um dos mais poderosos supercomputadores do Brasil, o Santos Dumont.

— Nosso trabalho reforça a importância do isolamento social e da testagem para conter a transmissão da Covid-19 no Brasil. São as armas que temos agora. Não teremos vacina ou remédios prontos a tempo de salvar as vítimas dessa pandemia — salienta um dos coordenadores do estudo, Renato Santana, do Departamento de Genética, Ecologia e Evolução da UFMG.

O grupo continuará a sequenciar e analisar genomas de coronavírus de pacientes de todo o Brasil e pretende aumentar a rede de colaborações, explica Santana. O sequenciamento será feito inicialmente no LNCC, que também funcionará como um banco de amostras genéticas de Covid-19.

O trabalho será constante. A análise genética mostra que ainda há vírus entrando, observam os cientistas.

— Vamos acompanhar a dispersão da Covid-19 e usar inteligência artificial para identificar padrões que possam estar ligados a mudanças importantes, que aumentem a agressividade dele, por exemplo — explica Vasconcelos.

Os cientistas começarão também a analisar amostras de Sars-CoV-2 extraídas do sangue de pacientes em estado grave. Vão investigar se há no material genético desses vírus algum indicador que possa ser associado à severidade da doença. Até hoje, nenhum trabalho revelou que o novo coronavírus sofreu alguma mutação que o tornasse mais letal.

O Globo

Opinião dos leitores

  1. E o bozo ainda quer cortar verba da ciencia e Tecnologia e pesquisa academica. e tem gado que aplaude

  2. Espero que cientistas encontrem uma solução rápida contra este mal. Minha oração, é que Deus dê sabedoria a eles para encontrar uma cura.

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Social

Quintas, Potengi e Santos Reis registram maior concentração de usuários de crack

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Um mapeamento feito pela Secretaria Nacional Antidrogas em Parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) traçou o cenário das zonas mais utilizadas para consumo e comercialização de crack nas capitais brasileiras. De acordo com o levantamento, Natal possui três zonas com alta densidade de usuários da droga, localizadas nos bairros de Potengi, Quintas e Praia do Meio.

De acordo com o estudo, a capital potiguar também apresenta concentração de usuários, mas em menor quantidade, nos bairros de Capim Macio e Ponta Negra.

O mapeamento pesquisou 16 das 26 capitais do país, além do Distrito Federal. Além de Natal também foram analisadas a densidade de usuários de crack nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, João Pessoa, Porto Alegre, Florianópolis, Salvador, Distrito Federal, Cuiabá, Vitória, Rio Branco, Manaus, Boa Vista, Macapá, Belém, São Luís e Teresina.

Fonte: Tribuna do Norte

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