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Polícia e MP prendem 2 pessoas em investigação sobre contratos do Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas) com a Prefeitura do Rio

Policiais foram até condomínio onde mora o ex-controlador da OS Iabas — Foto: TV Globo

A Polícia Civil do RJ e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) prenderam nesta quinta-feira (23) duas pessoas por supostos desvios de R$ 6,5 milhões em contratos da Organização Social Iabas (Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde) com a Prefeitura do Rio.

Os presos são os empresários Marcos Duarte da Cruz e Francesco Favorito Sciammarella Neto.

A polícia procurava por Luis Eduardo Cruz, ex-controlador do Iabas, e a mulher dele, Simone Amaral da Silva Cruz. Eles não estavam na casa no Rio, uma mansão na Barra da Tijuca. O casal já havia sido preso em 2018.

Segundo a força-tarefa, a antiga gestão do Iabas recebeu, entre os anos de 2009 e início de 2019 — nas gestões de Eduardo Paes e Marcelo Crivella –, R$ 4,3 bilhões em recursos públicos, dos quais os R$ 6,5 milhões teriam sido desviados. Ainda não se sabe quando esse esquema começou.

Alvos na operação

Luis Eduardo Cruz, ex-controlador do Iabas;

Simone Amaral da Silva Cruz, esposa de Luis Eduardo;

Marcos Duarte da Cruz, irmão de Luis Eduardo;

Adriane Pereira Reis;

Francesco Favorito Sciammarella Neto, empresário.

Os cinco vão responder por peculato (desvio de recursos públicos), lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

O que dizem os envolvidos

Ao G1, a assessoria do Iabas disse às 8h que não recebeu os mandados e desconhecia a operação.

“São contratos antigos, que não estão mais em vigência. O último contrato que o Iabas teve com a Prefeitura do Rio foi em 2019. Atualmente, o Iabas não tem qualquer contrato com a Prefeitura do Rio”, disse em nota.

A Prefeitura do Rio afirmou em nota que o Iabas foi desqualificado na gestão Crivella e que o multou em R$ 27,7 milhões (veja a íntegra abaixo).

O G1 tenta contato com o ex-prefeito Eduardo Paes.

Ação em São Paulo

A sede da OS em São Paulo também foi alvo de busca e apreensão — o escritório precisou ser arrombado.

Na capital paulista, a polícia ainda realizou buscas na casa de Luciano Artioli Moreira, sócio-fundador do Iabas.

No local, foram encontrados diversos animais, inclusive um macaco — para o qual Moreira não tinha autorização de criação.

‘Dissimulação’

Os investigadores sustentam que foi arquitetado “um complexo esquema criminoso” para a dissimulação do desvio de parte de recursos públicos.

Entre as manobras estavam repasses fraudulentos para empresas intermediárias prestadoras de serviços. A investigação apura o envolvimento de pelo menos quatro:

Laboratório de Análises Clínicas Ipanema LTDA;

Arbóreas Consultoria e Execução de Projetos Ambientais S/C;

Escala X Arquitetura Manutenção e Design LTDA EPP;

Real Selection Comércio de Veículos LTD.

Hospitais de campanha

Em outra frente, o Iabas também está sendo investigado por supostas irregularidades na instalação e na gestão de hospitais de campanha do governo do RJ para o combate à Covid-19.

Em São Paulo, o Iabas administra 561 leitos no Hospital de Campanha do Anhembi para o tratamento de pacientes com Covid que serão desativados no dia 1º de agosto. O instituto também possui outros contratos ativos com a Prefeitura de SP para administração de outras unidades de saúde.

Superfaturamento e laranjas

Segundo as investigações, o esquema movimentou cerca de R$ 6,5 milhões e envolvia superfaturamento e contratações de fornecedores laranjas (pelo Iabas), que eram supostamente controlados pelo próprio Eduardo Cruz.

O dinheiro, aponta a investigação, era sacado na boca do caixa.

 

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