Sazonalmente, os meses de maio e junho sempre foram os piores para o turismo no Rio Grande do Norte. É o nosso período de chuvas e também é neste período que os brasileiros estão pagando os altos impostos federais (IR), além do IPTU e IPVA, dentre outros.
Como oásis no deserto, o mês de julho vem trazer alento para esse período de “seca”. As férias escolares e as baixas temperaturas nas regiões Sul, Sudeste e Centro-oeste, despertam o interesse para nossas belas e ensolaradas praias.
Neste ano vivemos algo diferente. O período de chuvas “esticou”, o dólar americano desvalorizou diante do real brasileiro e as famílias brasileiras vivem um endividamento inédito no Brasil. “Nunca antes na história deste País”, como Lula costuma dizer, houve tanto crédito com juros em alta como agora. Falam que em Curitiba, por exemplo, 88% das famílias estão endividadas e a média nacional gira em torno de 65%, segundo a imprensa nacional.
Até o vulcão do Chile tentou nos ajudar com suas cinzas encobrindo nosso grande concorrente Bariloche, mas a tentação é grande. Nunca o Departamento de Polícia Federal emitiu tantos passaportes.
Isso tudo acontece, mas as famílias continuam viajando e o crédito é farto. Os pacotes turísticos são parcelados em 10 ou 12 vezes e a chamada classe C entrou pra valer no mercado. Aeroportos como o de Cumbica em São Paulo estão operando acima do limite. O que nos falta?
Falta divulgação. O poder público usa o turismo no discurso de campanha e quando eleito faz pouco para promover o destino. Não temos ações continuadas e ainda resiste a crença maléfica de se achar que apenas alguns poucos são beneficiados pela presença dos turistas aqui.
Pesquisas apontam que a hotelaria fica com pouco mais de 14% do dinheiro trazido nos aviões. O grande beneficiado é o comércio, que fica com certa de 35%. O “ponto turístico” mais visitado é o shopping center e o Midway ganha da Fortaleza dos Reis Magos (que carece de manutenção). O Restaurante Camarões está em todos os roteiros de todas as operadoras, assim como a Tábua de Carne e o Mangai.
Na Universidade não se chama de setor turístico e sim, a atividade econômica do turismo, pois dela dependem 54 outros setores, segundo a Organização Mundial do Turismo. Ambulantes, artesanato, táxis, locadoras, bares, restaurantes, hotéis e tantos outros.
O investimento necessário em divulgação retorna rapidamente em impostos, segundo dados do Natal Convention & Visitors Bureau, cada R$ 1,00 investido retornam outros R$ 99,00. É fácil assim.
Infelizmente alguns gestores não reconhecem este fato e ficam somente no discurso. Como se a mídia espontânea fosse resolver tudo. É necessário investimento. Se faz necessária a participação junto com o empresariado nas estâncias de governança, como o Pólo Costa das Dunas e o Conselho Estadual de Turismo. Quem mais arrecada com os “serviços” do turismo é o Município (ISS) e o dinheiro arrecadado, que por lei deveriam ser reinvestido, não o é, pois o Conselho Municipal do Turismo em Natal não funciona.
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