Os riscos do zika vírus e o combate ao mosquito Aedes Aegypit foram temas de discussão na tarde desta segunda-feira (14), na Assembleia Legislativa. Por iniciativa do deputado Carlos Augusto Maia (PT do B), o Legislativo reuniu parlamentares e representantes do Poder Público para tratar sobre o problema no Rio Grande do Norte. Para os participantes, é necessária a conscientização da população sobre os riscos, ações diretas por parte dos potiguares e um trabalho para se acabar com a
subnotifcação de casos.
De acordo com a coordenadora de Promoção à Saúde da Secretaria de Saúde do Rio Grande do Norte, Cláudia Frederico, o estado já tem 373 casos de microcefalia com suspeita de associação ao zika vírus, transmitido através do Aedes Aegypit. O trabalho de monitoramento tanto sobre os focos de Aedes quanto dos casos de microcefalia, de acordo com ela, dependem da interação do estado com os municípios, mas os dados ainda não são repassados de maneira satisfatória.
“Há um problema sério de subnotificações e buscamos os dados com os gestores nos municípios diuturnamente. Para se fazer a saúde, a parte administrativa e de gestão é fundamental. Sem informação, sem dados, é difícil se trabalhar”, reclamou Cláudia Frederico.
Para minimizar os casos de subnotificações, a maternidade Januário Cicco busca o cruzamento de dados com outros hospitais universitários do país. Na área tecnológica, aplicativos para telefones celulares e tablets também são usados como meio para interação e monitoramento junto à população. Com os dados, é possível. inclusive, faze o planejamento para melhoria dos atendimentos de mulheres que têm o risco de darem à luz crianças com microcefalia.
“Fazemos o monitoramento porque é uma forma também de direcionarmos melhor nossas ações em prol da vida e saúde dessas mulheres e desses bebês”, explicou o diretor da Januário Cicco, Kleber Morais.
Além dos problemas de monitoramento, os investimentos na área de Saúde também foram alvos da discussão. O deputado Ricardo Motta (PSB) cobrou a ampliação dos atendimentos com a construção de um hospital voltado para a mulher em Natal, que atenderia todo o Rio Grande do Norte. O pedido, de acordo com o parlamentar, foi encaminhado ao governador Robinson Faria (PSD) e ao secretário de Saúde, Ricardo Lagreca. Por outro lado, os recursos federais voltados à área foram foco do Ministério Público.
A promotora Iara Pinheiro solicitou que o deputado Rafael Motta (PSB), que estava presente à reunião, trabalhasse junto à bancada potiguar e demais deputados do país para evitar que um veto à Lei de Diretrizes Orçamentárias resultasse no contingenciamento de R$ 11 bilhões para a área de Saúde. Segundo ela, é necessário o trabalho para que o veto seja derrubado e outros recursos voltados à prevenção de casos de zika sejam liberados.
“A Câmara Federal deve derrubar esse veto. É um direito e uma obrigação. E também deve se apropriar da questão (prevenção ao zika) e cobrar do Ministério de Desenvolvimento Social a compra de repelentes às mulheres grávidas que são beneficiadas pelo Bolsa Família. Há R$ 300 milhões para este fim e não vemos essa distribuição”, cobrou a promotora.
Em resposta ao pedido da promotora, o deputado Rafael Motta garantiu que é importante que ocorra a conscientização da população e que o Governo Federal atue no combate ao mosquito transmissor, assim como na ajuda à prevenção de contaminação por parte das gestantes.
“Promotora, com toda certeza, votaremos pela derrubada deste veto. Em um momento como esse não podemos contigenciar recursos para a área de Saúde”, disse o deputado.
Propositor da audiência, Carlos Augusto Maia (PT do B) comemorou o nível do debate travado na Casa, que também contou com a participação de profissionais que atuam na área de saúde da sociedade civil organizada. Para o parlamentar, ainda há muito o que se discutir sobre essa questão e é imperativo que a população e também os municípios tomem consciência para contribuir com o combate ao mosquito.
“Ainda há muito desconhecimento, falta de informações e queremos usar nosso mandato aqui na Assembleia no sentido de disseminar informações corretas sobre o zika vírus e a microcefalia, além de propor políticas públicas para a reabilitação das crianças vítimas da microcefalia. Queremos engajar os diversos segmentos da sociedade e minimizar os impactos desse vírus na Saúde pública do Rio Grande do Norte, que está preocupado com a situação. Precisamos unir forças e estreitar os laços para conseguir os objetivos”, disse o deputado.
Façam um teste: entrem em contato com qualquer endereço eletrônico ou telefone indicado pelo governo, para denúncia de áreas de risco. Eu tentei e… nada! Parece piada. Essas reuniões só servem para divulgação na mídia. Na prática, não está sendo feito nada de efetivo.