Jornalismo

Demóstenes Torres usou cargo em favor de Carlinhos Cachoeira

O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) utilizou o seu mandato para beneficiar os negócios do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, revelam gravações feitas pela Polícia Federal.

De acordo com as escutas, divulgadas nesta sexta-feira (30) pelo jornal “O Globo”, o senador acertou com o empresário ajuda em processo judicial e em projeto de legalização de jogos de azar em tramitação no Congresso. O empresário foi preso pela Polícia Federal no dia 29 de fevereiro, durante a Operação Monte Carlo.

Nas gravações divulgadas pelo jornal, Demóstenes também fala com Cachoeira de negócios com a Infraero na época que ele era relator da CPI do Apagão Aéreo.

Os grampos, segundo o jornal “O Globo”, foram gravados durante a Operação Vegas.

Em um diálogo gravado em 22 de abril de 2009, o empresário pede ao senador que faça um levantamento sobre o projeto de lei 7.228, que trata de jogos de azar.

“Anota uma lei aí. Você podia dar uma olhada. Ela tá na Câmara. 7.228 2002. PL (projeto de lei)”, diz Cachoeira.

O senador pede mais informações. “Vou levantar agora e depois te ligo aí.”

Ele também pede a Demóstenes que fale com o então presidente da Câmara dos Deputados e agora vice-presidente, Michel Temer. O senador diz que vai tentar fazer com que o plenário da Câmara vote a proposta, o que não aconteceu.

Em outra conversa, Demóstenes afirma que o texto do projeto, na verdade, prejudica Cachoeira.

“Regulamenta, não [as loterias estaduais]. Vou mandar o texto procê. O que tá aprovado lá é o seguinte: ‘transforma em crime qualquer jogo que não tenha autorização’. Então inclusive te pega, né? Então vou mandar o texto pra você. Se você quiser votar, tudo bem, eu vou atrás. Agora a única coisa que tem é criminalização, transforma de contravenção em crime, não regulariza nada”, afirma o senador.

Cachoeira discorda. “Não, regulariza, sim, uai. Tem a 4-A e a 4-B. Foi votada na Comissão de Constituição e Justiça.”

Avião

Reportagem de “O Globo”, publicada semana passada, com gravações da mesma operação já haviam mostrado que Demóstenes pediu dinheiro a Cachoeira para pagar despesas com táxi-aéreo, no valor de R$ 3.000.

Na conversa, ao dizer que iria pagar, o empresário aproveita para pedir ao senador que o ajude em um processo judicial.

“Deixa eu te falar. Aquele negócio [processo] tá concluso aí, aquele negócio do desembargador Alan, você lembra? A procuradora entregou aí para ele. Podia dar uma olhada com ele. Você podia dar um pulinho lá para mim?”

O senador pergunta sobre um detalhe e acedia o pedido. “Tá tranquilo. Eu faço.”

Outra conversa, gravada em 4 de abril de 2009, mostra também que os dois poderiam estar de olho em um milionário “negócio” em andamento da Infraero.

“O negócio da Infraero, conversei com a pessoa que teve lá. Disse o seguinte: o nosso amigo marcou um encontro com ele em uma padaria, não sei o quê. E levou o ex-presidente [José Carlos Pereira, da Infraero], cê entendeu? E que aí o trem lá não andou nada. Eles nem sabem o que tá acontecendo”, afirma Demóstenes.

Cachoeira pede que o senador faça o serviço. “Mas tem que ser você mesmo. Você que precisava ligar para ele.”

Sigilo

Ontem, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandowski determinou a quebra de sigilo bancário de Demóstenes, por cerca dois anos, período em que ele foi flagrado em conversas telefônicas com o empresário.

Lewandowski é o relator do inquérito sobre Demóstenes apresentado na terça-feira pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel.

Outras gravações reveladas anteontem mostravam o nome do senador mencionado em conversas em que Cachoeira e integrantes de seu grupo discutiam cifras milionárias.

O ministro pediu ainda ao Senado a lista das emendas ao Orçamento apresentadas por Demóstenes –isso pode indicar que uma de suas linhas de investigação será analisar se o senador utilizou prerrogativas de seu cargo para favorecer Cachoeira.

Lewandowski negou, no entanto, pedido do procurador-geral para um depoimento de Demóstenes por entender que ainda não é a hora.

Investigações da PF também apontam que Cachoeira repassou informações sobre apurações contra o seu grupo a Demóstenes.

A Folha obteve 12 mil páginas do inquérito da PF que culminou na Operação Monte Carlo. Ela investigou Cachoeira e mais 80 pessoas, todos denunciados neste mês pelo Ministério de Público Federal sob acusação de explorar máquinas caça-níquel e corromper agentes públicos para manter o negócio.

No inquérito a que a Folha teve acesso, o nome de Demóstenes aparece, por exemplo, num relatório da PF sobre um diálogo gravado com autorização judicial no dia 13 de março do ano passado, às 15h37. Nele, conversam Carlinhos Cachoeira e o sargento aposentado da Aeronáutica Idalberto Matias, o Dadá –apontado pela Procuradoria como o principal araponga da quadrilha. Ambos estão presos.

De acordo com a PF, eles falavam sobre investigações sigilosas que o grupo sofria à época, quando a Monte Carlo já estava em andamento.

Outro diálogo revela que Demóstenes atuava para ajudar Cachoeira na escolha de integrantes para o governo de Goiás, comandado pelo tucano Marconi Perillo. Em uma conversa no dia 5 de janeiro do ano passado, o empresário menciona duas vezes o nome do senador a um integrante de seu grupo, de acordo com a PF.

Outro lado

Questionado sobre as gravações da Polícia Federal na Operação Monte Carlo, o advogado de Demóstenes Torres, Antonio Carlos de Almeida Castro, afirmou que elas não têm valor jurídico e são totalmente nulas.

Isso porque o senador só poderia ser investigado com autorização do STF. O advogado afirmou não ter tido acesso à íntegra de todos os diálogos interceptados pela PF, mas critica a atuação da polícia.

“Como vou fazer interpretação de uma suposta interpretação do que a polícia ouviu?”, questionou.

Segundo a defesa, caberia ao juiz de primeira instância remeter o caso de Demóstenes ao Supremo logo nos primeiros dias de escutas.

* Com informações da Folha

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Trump considera possibilidade de banir vistos para torcedores brasileiros na Copa do Mundo de 2026

MetLife Stadium, em Nova Jersey, receberá a final da Copa do Mundo de 2026  • Matthew Ashton – AMA/Getty Images

Torcedores brasileiros podem ser impactados pela tensão diplomática entre Estados Unidos e Brasil, em especial durante a Copa do Mundo de 2026, que terá EUA, México e Canadá como sedes.

Segundo apuração de Lourival Sant’Anna, analista de Internacional da CNN Brasil, o presidente Donald Trump considera a possibilidade de banir os vistos para brasileiros, incluindo o período da Copa.

A medida polêmica seria uma forma de ter um impacto maior sobre a opinião pública brasileira contra o atual governo do País — essa é a intenção de Trump com outras medidas, como o tarifaço.

Ainda de acordo com Lourival Sant’Anna, a restrição de vistos a cidadãos brasileiras já começou a ser vista durante a missão de senadores em Washington, nessa semana. Os políticos receberam vistos bem mais restritos em termos de dias de estadia nos EUA.

A Copa do Mundo de 2026 será realizada entre 11 de junho e 19 de julho de 2026 e, pela primeira vez, terá um formato com 48 seleções. A Seleção Brasileira já garantiu vaga no torneio.

Outro país classificado, por exemplo, é o Irã, cujos cidadãos são proibidos de entrar nos Estados Unidos desde que Trump assinou uma proclamação para proibir viagens de vários países, em junho, alegando riscos à segurança.

A Fifa ainda não se pronunciou sobre o caso, mas o presidente da entidade, Gianni Infantino, é visto como um aliado político de Donald Trump, como ficou claro durante a Copa do Mundo de Clubes, também sediada pelos EUA.

Assim como a Fifa, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) também não pretende se posicionar no momento sobre o assunto. Segundo apuração da CNN, a entidade máxima do futebol nacional já está ciente da possibilidade, mas vai aguardar desdobramentos para tomar atitudes.

A promessa, contudo, é de defender os interesses do torcedor brasileiro, que nunca foi impedido de se fazer presente em uma Copa do Mundo. A Seleção Brasileira é a única a se classificar para todas as edições do torneio.

A CBF estuda, também, realizar reuniões com o Governo Federal para buscar a resolução da possibilidade de sanções aos torcedores nos Estados Unidos.

CNN Brasil

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Lula se reuniu com ministros para discutir tarifaço mas medidas não serão anunciadas nesta semana

Foto: WILTON JUNIOR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com ministros no Planalto nesta quinta-feira, 31, para discutir impactos do tarifaço de Donald Trump, cujo anúncio oficial foi feito na quarta-feira, 30, segundo apurou o Estadão/Broadcast. Nenhuma medida, seja de apoio às empresas e aos trabalhadores ou de reciprocidade em relação aos Estados Unidos, deve ser anunciada pelo governo nesta semana.

O Palácio do Planalto também não trabalha com a possibilidade de anúncio das medidas em formato de “pacote”.

Lula se reuniu com os ministros da Fazenda, Fernando Haddad; da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann; da Casa Civil, Rui Costa; da Saúde, Alexandre Padilha; e da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira.

O secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Márcio Elias Rosa, também participou, representando o vice-presidente Geraldo Alckmin, que participou do programa Mais Você, da TV Globo, nesta quinta pela manhã.

O objetivo de Lula com o encontro foi discutir com os ministros o conteúdo do tarifaço de Trump, com todos os setores que serão afetados (já que quase 700 itens foram isentos da sobretaxa), e o impacto na economia brasileira.

O presidente tem mapeado, junto de seus ministros, as medidas que serão tomadas para garantir empregos e apoiar as empresas em um cenário de eventual queda de receita por causa da tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros.

Fontes ouvidas pelo Estadão/Broadcast disseram que a reunião desta quinta-feira foi uma continuação da reunião de emergência convocada por Lula na tarde de quarta, logo após o anúncio da ordem executiva do presidente dos Estados Unidos. O encontro acabou no início da tarde desta quinta.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, não esteve presente na reunião. Ele estava em Washington na quarta-feira e volta ao Brasil nesta quinta.

Segundo fontes ouvidas pela reportagem, ele pode se reunir com Lula ainda hoje para relatar como foi a conversa com o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio.

O anúncio oficial do tarifaço trouxe várias exceções de produtos, que que gerou um misto de alívio entre os setores que ficaram de fora e de muita apreensão entre os que não conseguiram escapar.

É uma longa lista de exceções – são 694 itens. Entre eles estão alguns produtos importantes na lista de exportações brasileira, como o suco de laranja, a celulose e aviões da Embraer. Por outro lado, alguns produtos de peso na balança, como café, carnes e frutas passarão a ter uma alíquota extra de 40% – que se soma à de 10% atualmente em vigor, chegando à taxa de 50%. A medida entrará em vigor no dia 6 de agosto.

Estadão Conteúdo

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Alckmin diz que tarifaço deve afetar cerca de 36% das exportações do Brasil aos EUA

Foto: Cadu Gomes/VPR

O vice-presidente Geraldo Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, disse na manhã desta quinta-feira, 31, que a confirmação do tarifaço dos Estados Unidos contra o Brasil, decretado no dia anterior pelo presidente americano Donald Trump, não significa o fim do diálogo entre os países. Ao contrário, “não acabou essa questão, agora acelera a negociação”, disse Alckmin em entrevista ao programa Mais Você, da TV Globo, apresentado por Ana Maria Braga.

“O presidente Lula está aberto. Mas conversa entre presidente da República precisa ser preparada. Se depender do Lula, a conversa é pra ontem”, disse Alckmin. Ele reforçou que a escalada tarifária por parte do governo americano é uma situação “perde-perde”, ou seja, é ruim tanto para os Estados Unidos quanto para o Brasil: “Esse tarifaço é um perde-perde, os americanos vão pagar mais caro no café, na carne, na fruta, no peixe, calçado, e nos atrapalha em mercado, emprego e crescimento.”

O vice-presidente também tratou de relativizar o impacto das tarifas no setor produtivo brasileiro, lembrando que, com as exceções incluídas por Trump no decreto do tarifaço, apenas 35,9% da pauta de exportação brasileira para os Estados Unidos vai ser taxada em 50%. Isso porque cerca de 45% dos produtos entraram na lista de isenção (e, portanto, pagarão apenas os 10% de tarifa anunciada em abril) e outros 20% estão submetidos a taxas setoriais que já estavam em vigor não só para o Brasil, mas para todo o mundo.

Em relação à possibilidade do tarifaço ter um efeito desinflacionário no Brasil, reduzindo preços de produtos como café e carne, que antes seriam exportados para os Estados Unidos, Alckmin disse que é cedo para ter certeza de que isso vá acontecer. Café e carne estão entre os produtos que não receberam isenção no decreto de Trump. Alckmin foi ao programa de Ana Maria Braga usando um par de meias com desenhos de grãos de café e a inscrição coffee (“café”, em inglês).

Veja

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Brasil tem desemprego de 5,8% no trimestre encerrado em junho de 2025

Foto: Felipe Menezes/Metrópoles

A taxa de desemprego no país foi de 5,8% no trimestre encerrado em junho. Foi a menor taxa de desemprego do país da série histórica para esse dado, iniciada em 2012, informou nesta quinta-feira (31) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Assim, o resultado ficou abaixo do verificado no trimestre anterior, encerrado em maio (6,2%), detalhou o IBGE na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua). A taxa também ficou abaixo do resultado de igual período de 2024 (6,9%).

No trimestre encerrado em junho, o país tinha 6,3 milhões de desempregados – pessoas de 14 anos ou mais que buscaram emprego, mas não conseguiram encontrar. O número aponta retração de 17,4% frente ao trimestre anterior, encerrado em maio (menos 1,3 milhão de pessoas), e queda de 15,4% frente a igual período de 2024 (menos 1,1 milhão de pessoas).

Entre maio e junho, a população ocupada (empregados, empregadores, funcionários públicos) era de 102,3 milhões de pessoas, também recorde da série histórica do IBGE. Isso representa um avanço de 1,8% em relação ao trimestre anterior (mais 1,8 milhão de pessoas ocupadas). Frente a igual trimestre de 2024, subiu 2,4% (acréscimo de 2,4 milhões de pessoas).

Já a força de trabalho – que soma pessoas ocupadas ou em busca de empregos com 14 anos ou mais de idade – estava em 108,6 milhões no trimestre móvel encerrado em junho, recorde da série histórica 0,5% a mais do que no trimestre móvel anterior encerrado em maio (mais 492 mil pessoas), e 1,2% acima de igual período do ano passado (mais 1,3 milhão de pessoas).

Em um total de dez grupamentos de atividade investigados pelo IBGE na Pnad Contínua, seis apresentaram alta no número de trabalhadores no trimestre encerrado em junho ante o trimestre móvel anterior (finalizado em março). São eles: administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais. Os demais não apresentaram variação significativa, informou o instituto.

Com informações de Valor Econômico

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Lei Magnitsky: Governo Lula vai atuar na defesa de Moraes contra sanções aplicadas pelos EUA

Foto: Ton Molina/STF

A Advocacia-Geral da União (AGU) vai atuar na defesa do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, contra as sanções aplicadas pelo governo de Donald Trump por meio da Lei Magnitsky.

A estratégia jurídica ainda vai ser definida, mas, neste momento, são dois caminhos principais em avaliação pela AGU, Palácio do Planalto e pelos ministros do STF: acionar a Justiça americana e/ou recorrer a organismos internacionais para questionar a legalidade da aplicação da sanção a Moraes.

Na prática, Moraes virou “cliente” do governo federal, uma situação inédita provocada pela decisão sui generis da Casa Branca de aplicar a Magnitsky com motivações políticas.

As estratégias já estão sendo discutidas pela AGU com Lula e seus auxiliares e também com os ministros da Suprema Corte, mas a definição só ocorrerá após conversa entre Moraes e o advogado-geral da União, Jorge Messias.

Segundo reportagem da “Folha de S. Paulo”, a AGU estuda contratar um escritório de advocacia nos Estados Unidos. O blog confirmou com auxiliares de Lula e com o Itamaraty que esse é um caminho provável.

A AGU e o Itamaraty já tinham levantado a possibilidade de contratar um escritório de advocacia nos EUA no início do ano, quando Moraes foi processado na Justiça da Flórida pelo grupo de mídia de Trump, a Trump Media & Technology, junto com a plataforma Rumble. Moraes havia determinado o bloqueio da plataforma, por se recusar a cumprir decisões judiciais no Brasil.

A avaliação do governo é que a aplicação da Magnitsky contra Moraes não se trata de uma medida contra alguém individualmente, e sim de um ataque à soberania do país. Nesse sentido, cabe à AGU atuar na defesa do magistrado no exterior.

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Tarifaço dos EUA atinge oito dos 10 produtos mais exportados pelo RN; estado é o 5º mais afetado em volume de exportações

Porto de Natal (Arquivo) — Foto: Ayrton Freire/Inter TV Cabugi

A taxação de 50% sobre produtos brasileiros imposta pelo presidente dos EUA, Donald Trump, atinge em cheio oito dos dez principais produtos exportados pelo Rio Grande do Norte ao mercado norte-americano.

Apenas dois estão excluídos do tarifaço: castanha de caju e óleos de petróleo.

Trump assinou nesta quarta-feira (30) o decreto que oficializou tarifas de 50% ao Brasil, que passa a valer a partir de 6 de agosto.

Produtos mais exportados pelo RN que serão impactados pela tarifa

Peixes frescos ou refrigerados;

Pedras de cantaria ou de construção;

Produtos de confeitaria sem cacau;

Sal;

Açúcares de cana ou de beterraba;

Outros peixes congelados (exceto os filés de peixes);

Podutos de origem animal (não especificados);

Melões, melancias e mamões frescos

O ranking consta na plataforma Comex Stat, ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

Levantamento da Federação das Indústrias do RN (Fiern) mostra que o Rio Grande do Norte exportou para os Estados Unidos US$ 67,1 milhões em 2025, o que representa um aumento de 120% em relação ao mesmo período de 2024 (US$ 30,5 milhões).

Em relação às importações, o estado comprou dos americanos US$ 41,8 milhões no 1º semestre do ano passado e US$ 26,9 milhões no mesmo recorte deste ano, uma redução de 35% no comparativo.

Top 5 produtos exportados no primeiro semestre de 2025 para os EUA

Conforme o balanço divulgado pela Fiern, estão óleos de petróleo, peixes frescos ou refrigerados, produtos de origem animal, pedras de cantaria ou de construção e produtos de confeitaria sem cacau. Juntos, esses itens somaram, US$ 54.766 milhões.

RN será o 5º estado mais afetado em volume de exportações

O Rio Grande do Norte será o quinto estado do País mais afetado, em volume de exportações, pela taxação do governo Donald Trump. Isso porque os Estados Unidos responderam, no primeiro semestre deste ano, por 15,3% das vendas de produtos potiguares ao exterior.

De acordo com o ranking das exportações para os EUA, o Ceará é o estado que poderá sentir o maior impacto, levando em conta que o mercado americano representou 51,9% das exportações daquele estado. Espírito Santo, Sergipe e São Paulo, onde os EUA responderam, respectivamente, por 33,9%, 31,4% e 19,5% das vendas ao exterior nos primeiros seis meses de 2025, também serão fortemente afetados.

Tarifaço

Divulgado nesta quarta-feira (30), o texto da Casa Branca que oficializou a taxação de 50% aos produtos brasileiros faz críticas ao governo do presidente Lula e faz uma defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro e de “milhares de seus apoiadores” como alvos de “violações dos direitos humanos que minaram o Estado de Direito no Brasil”.

Com informações de Tribuna do Norte

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  1. Ótimo! Vamos dobrar a meta, se tiver alguma reclamação a fazer, lembre-se que o presidente fantástico passou vários meses provocando e insultando Donald Trump.

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Governo Trump tem plano de sanções graduais contra autoridades do Brasil

Foto: Brendan SMIALOWSKI / AFP

O Departamento de Estado dos Estados Unidos planeja impor a Lei Magnitsky a outros ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) que votaram a favor do processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, segundo apuração de Lourival Sant’Anna, analista de Internacional da CNN Brasil.

O governo dos EUA aplicou na quarta-feira (30) a legislação contra Alexandre de Moraes, ministro do STF. A lei é usada para punir estrangeiros acusados de violações graves de direitos humanos.

Ao programa WW na noite de quarta, Sant’Anna afirmou que o processo deve ser feito de forma gradual.

“Esse plano inclui também outras medidas em relação aos vistos das pessoas que estão ali em torno do presidente Lula, isentando Lula, a primeira-dama e o vice-presidente Alckmin. E essa restrição de vistos pode se estender também aos brasileiros em geral”, acrescentou ele.

O analista disse que, segundo o mesmo plano, vistos que já existem podem ser revogados, e brasileiros podem ter que pagar 500 dólares para tirar novamente o documento.

Sant’Anna também afirmou que as tarifas impostas por Donald Trump são uma forma do presidente dos Estados Unidos impor a própria vontade.

“O que o governo americano quer é demonstrar muita munição e que essa munição vai sendo empregada gradualmente a partir de cada resposta do governo brasileiro”, destacou.

Possível interferência na eleição presidencial de 2026

Na avaliação de Lourival Sant’Anna, Trump gostaria que Lula fosse à Casa Branca para tentar “constrangê-lo”.

Segundo o analista, a ideia é que presidente brasileiro seja visto reconhecendo que o processo contra Bolsonaro foi longe demais. “Isso seria o cenário ideal para o Trump. O próprio Trump tem informação de que isso não vai acontecer”, afirmou.

Dessa forma, ele afirma que o outro cenário possível na visão de presidente dos EUA seria a possibilidade de uma eventual interferência nas eleições de 2026, para colocar no poder alguém aliado ao republicano.

“Trump quer impor este alinhamento. Primeiro, o Departamento de Estado está planejando estender este tipo de medida contra a Colômbia. Já está havendo um conflito forte contra o Panamá”, ressalta o analista.

“O Departamento de Estado está premiando a Argentina, o governo do Javier Milei, com discussão sobre tarifa zero em 80% dos produtos de ambos os lados e também com a isenção de visto para os argentinos viajarem para os EUA. Então, com isso se vê que é um jogo bem claro de premiar os aliados e castigar os adversários”, disse Sant’Anna.

Exigências americanas tocam em pontos sensíveis para o Brasil

As negociações entre Brasil e Estados Unidos sobre tarifas comerciais revelam profundas divergências conceituais sobre democracia e liberdade de expressão.

O debate surge em um momento em que os EUA oficializaram novas tarifas comerciais contra o Brasil.

De acordo com Lourival Sant’Anna, as exigências americanas tocam em pontos sensíveis relacionados à soberania nacional brasileira e à independência dos Poderes.

As discussões ultrapassam a esfera puramente comercial e adentram questões fundamentais sobre o funcionamento das instituições democráticas.

CNN Brasil

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  1. Será que a seleção brasileira participará da próxima copa do mundo? Kkk acho que será nos EUA.

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Casal vai a motel sem dinheiro e deixa moto roubada como ‘garantia’

Foto: reprodução

Uma situação inusitada aconteceu em um motel localizado na cidade de Caxias, no interior do Maranhão, há cerca de duas semana, e virou caso de polícia.

Um casal, após usufruir dos serviços do estabelecimento, saiu do local alegando não ter dinheiro para pagar a conta e deixou uma motocicleta como ‘garantia’ de retorno. Detalhe, a moto era roubada!

A Polícia Militar foi acionada por volta das 23h10 e, ao checar os dados do veículo no sistema, confirmou que o bem deixado como ‘garantia’ de pagamento da conta no motel era de fato oriundo de furto.

A motocicleta foi apreendida e encaminhada à Delegacia de Polícia Civil da cidade. O caso segue sendo investigado, e os autores ainda não foram identificados ou localizados.

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Operação da PF em Extremoz teve como alvo organização criminosa do RS envolvida em comércio ilegal de armas de fogo

Fotos: Divulgação/PF

A operação policial mostrada no BLOGDOBG na manhã desta quinta-feira (31) teve como objetivo investigar integrantes de uma organização criminosa oriunda do Rio Grande do Sul, suspeita de envolvimento com o comércio ilegal de armas de fogo, munições e outros crimes. A ‘Operação Bate Lata’ foi deflagrada pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado do Rio Grande do Norte (FICCO/RN), com o apoio da FICCO/PE.

Durante a ação, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão — dois em Extremoz/RN e dois na Ilha de Itamaracá/PE — expedidos pela Unidade Judiciária de Delitos de Organizações Criminosas (UJUDOCRIM) do TJRN.

Armas, munições, carro e joias apreendidas

No cumprimento dos mandados, foram apreendidas uma pistola Glock .45 com seletor de rajada, uma pistola Arex 9mm, um kit de adaptação de arma, farta quantidade de munições e carregadores (inclusive estendidos), além de veículos de luxo — um deles blindado — bolsas, joias, mídias e documentos. Três pessoas foram presas em flagrante por posse de arma de fogo ou acessório de uso restrito.

Em um dos endereços das buscas, ainda foi dado cumprimento a dois mandados de prisão sendo uma preventiva por homicídio qualificado da 2ª Vara Criminal da Comarca de Natal, e outro por condenação transitada em julgada por tráfico de drogas da 2ª Vara Regional de Execução Penal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte.

A investigação já havia identificado e apreendido, no dia 14/07/2025, em Alhandra/PB, uma remessa expressiva de armamento, incluindo 12 carregadores (8 de pistola e 4 de fuzil), 4 pistolas, 1 revólver, 2 coletes balísticos e 2.455 munições de diversos calibres.

A FICCO/RN é composta pela Polícia Federal, Secretaria Nacional de Políticas Públicas – SENAPPEN, Polícia Militar, Polícia Civil e Polícia Penal do RN, atuando de forma integrada no enfrentamento ao crime organizado.

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Jornalismo

VÍDEO: Homem procura UPA com cenoura presa no ânus

 

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Vídeo: Reprodução

Um homem procurou ajuda na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município de Dom Eliseu, no sudeste do Pará, depois de prender uma cenoura no reto, que fica na parte final do intestino grosso, entre o cólon e o ânvs.

O caso chamou a atenção depois que um vídeo, que mostra o tumulto na recepção da UPA e a reação do homem ao descobrir que precisaria passar por exames antes de retirar a cenoura do reto, foi publicado nas redes sociais, na terça-feira (29/7).

Após a realização de exames de imagem e com a confirmação da presença do item no reto do homem, a equipe realizou o procedimento de remoção. Ele foi encaminhado para observação e cuidados ambulatoriais, com acompanhamento médico.

Metrópoles

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