Política

Quem paga a conta dos abusos cometidos pela PF e pelo MPF?

Vale a leitura atentamente de cada parágrafo desse artigo publicado ontem (21/7), no site da Federação Nacional das Polícias Federais. São inúmeras ações espetaculares que depois não conseguiram provar nada contras os acusados, quem está pagando a conta é a “viúva”

“Como podia a Rede Globo divulgar que a Polícia Federal tinha desbaratado uma ‘organização criminosa’, quando estava em face de uma operação que deveria ser executada em ‘segredo de justiça (…)”. O questionamento é do ex-desembargador José Eduardo Carreira Alvim, autor do livro Operação Hurricane: um juiz no olho do furacão (Geração Editorial, 378 páginas, 39,90 reais), lançado no mês passado.

O livro é um rosário de mágoas e graves acusações do juiz contra ministros do Supremo Tribunal Federal, membros do Ministério Público Federal e delegados da Polícia Federal, responsáveis pelas investigações, que ele intitula de “trama armada” para afastá-lo da carreira. A operação policial, deflagrada em abril de 2007, foi anunciada como um “marco” no combate à corrupção no País.

Em vários trechos da obra, o juiz critica a exploração do episódio pelos veículos de comunicação. “Fui preso desnecessariamente e submetido a um escárnio igualmente desnecessário da mídia, que me julgou e me condenou por antecipação, antes mesmo de apurados os fatos, sendo libertado nove dias depois de encarcerado, sem que nenhuma nova diligência se mostrasse necessária, mas depois de ter sido um ator involuntário dos shows da Rede Globo e da mídia nacional por semanas inteiras.” (p. 116)

Carreira Alvim foi preso em abril de 2007, com mais duas dezenas de pessoas, entre empresários, advogados, policiais e outro desembargador do Tribunal Regional Federal, sediado no Rio de Janeiro. O grupo foi acusado de fazer parte de um esquema de jogo ilegal e de cometer crimes contra a administração pública, incluindo a venda de decisões judiciais para manter o funcionamento de casas de jogo de bingo. Ele foi aposentado compulsoriamente pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e há quatro anos aguarda julgamento do processo no Supremo Tribunal Federal.

Ainda que se compreenda sua indignação como investigado, que se sentiu injustiçado, sem entrar no mérito das acusações, algumas das críticas do juiz merecem atenção. O vazamento de dados sobre investigações sigilosas e o sensacionalismo das prisões foi uma constante nos últimos anos, em dezenas de grandes operações desencadeadas pela PF, divulgadas à exaustão pelo noticiário.

Os holofotes da mídia sobre as ações da PF, além de render resultados positivos e fortalecer a imagem institucional do órgão, também passaram a representar risco de danos, morais e materiais, à imagem de investigados, expostos pela polícia à mídia, e posteriormente inocentados pela Justiça.

Foi o que ocorreu com o empresário Roberto Carlos Castagnaro, preso e acusado de lavagem de dinheiro e associação para o tráfico de drogas em 2006, durante a “Operação Zapata”. Em abril, a Justiça Federal de Santa Catarina condenou a União a pagar R$ 50 mil, a título de indenização por danos morais.

Na sentença, o juiz federal Nelson Gustavo Mesquita Ribeiro Alves observou que “apesar de toda a exposição midiática negativa sofrida pelo autor, o Ministério Público Federal não encontrou elementos probatórios da prática do crime de lavagem de dinheiro e pugnou pela sua absolvição”. Ele também destacou que a imprensa teve acesso às investigações que culminaram com a prisão do empresário, “sendo permitido, inclusive, o levantamento fotográfico dos bens apreendidos”. O magistrado também lembrou que a maioria das reportagens que divulgaram informações sobre o inquérito, que deveria ser sigiloso, citou como fonte a própria Polícia Federal.

Há casos ainda mais graves, de pessoas sem qualquer envolvimento com fatos ilícitos, que chegaram a ser confundidas com outros alvos da polícia. Como do empresário Hugo Sterman Filho, preso indevidamente pela Polícia Federal na Operação Anaconda, deflagrada em 2003. Ele foi confundido com outra pessoa, com prenome  igual, e acabou ficando preso por 11 dias. Em 2007, a Justiça Federal de São Paulo condenou a União ao pagamento no valor de R$ 500 mil, de indenização por danos morais ao empresário.

Outro caso de prisão indevida foi o do engenheiro Antônio Carlos Hummel, diretor de Florestas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), preso em 2005, durante a Operação Curupira, com outras 110 pessoas acusadas de integrar um esquema de desmatamento e extração ilegal de madeira. Sua prisão foi pedida pelo Ministério Público Federal, que não apresentou provas contra ele. Embora a própria PF também não tivesse encontrado provas que o incriminassem, o servidor foi algemado e levado de Brasília para Cuiabá (MT), onde ficou preso por cinco dias.

Embora os dirigentes da PF informem que não há dados precisos sobre o número de ações judiciais, sabe-se que há dezenas de pedidos de condenação da União por danos morais, em virtude de erros e excessos cometidos pelos coordenadores das operações, quase sempre no afã de atrair a atenção da mídia.

O delegado Paulo Lacerda, nomeado para o cargo de diretor-geral da PF, em 2003, no primeiro mandato do presidente Lula, em entrevista concedida em 2006, explicou que a decisão de mudar a relação com a mídia e promover o que chamou de “superexposição institucional” foi motivada pela imagem que os membros do novo governo petista tinham do órgão: de uma “caixa preta”. Já em seu discurso de posse, o delegado Lacerda anunciou como prioridade o combate à corrupção e sua intenção de apurar com rigor eventuais desvios dos servidores da própria corporação.

Esta nova metodologia da Polícia Federal, de fazer investigações mais completas e pedir a prisão de um grande número de pessoas, com a realização de sucessivas operações (geralmente batizadas com nomes de forte apelo midiático) foi inaugurada com a “Operação Sucuri”, deflagrada em Foz do Iguaçu, em março de 2003. Apesar de o inquérito tramitar em segredo de justiça, a ação foi feita com estardalhaço, culminando na prisão de 44 pessoas, entre elas 22 policiais federais, acusados de facilitar o contrabando na fronteira.

À época, um delegado da própria PF, em artigo publicado no site da Federação Nacional dos Policiais Federais, afirmou que a Operação Sucuri teria atendido o objetivo de promoção pessoal do então chefe da Delegacia da PF em Foz do Iguaçu, o delegado Joaquim Mesquita, que seria conhecido pelo fato de ser “dado a produzir factóides para garantir espaço assíduo nos noticiários”. Hoje ele é superintendente regional da PF em Goiás.

Quanto aos policiais investigados, muitos ficaram afastados do serviço durante sete anos, por força de processos disciplinares. A maioria deles foi absolvida no âmbito administrativo, por falta de provas, e voltou ao serviço, no ano passado. Alguns estão aguardando o desfecho dos processos criminais para ingressar com ação judicial contra a União, por danos morais.

Em outubro de 2003, foi a vez da “Operação Anaconda”, uma investigação que colheu indícios, através de escutas telefônicas, de negociações entre criminosos e membros do Judiciário.  A Anaconda foi a que causou a maior repercussão e talvez as maiores polêmicas, tanto pela forma e conteúdo das informações divulgadas oficialmente, quanto aquelas “vazadas” à imprensa. Os “vazamentos” passaram a ser rotina na maioria das operações ditas sigilosas.

O advogado Romualdo Galvão Dias, então corregedor de ética e disciplina da OAB/SP, em artigo intitulado “Anaconda ou cobra cega” fez contundentes críticas à operação: “Aquilo que foi vendido à opinião pública brasileira como uma ‘mega-operação’ da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, ‘uma investigação como jamais vista na história, tem se revelado apenas um amontoado de trapalhadas, prisões injustas, acusações sem provas e linchamento moral de inocentes”.

Dezenas de operações, em todo o país, tornaram-se sucesso de público e de crítica e ganharam espaço privilegiado nos telejornais em horário nobre. A opinião pública vibrou com a divulgação de diálogos comprometedores, captados em interceptações telefônicas, ou com o desfile de pessoas algemadas, transportadas nas viaturas ostensivas da PF, principalmente quando os presos eram políticos, altos funcionários públicos e empresários, cujo perfil peculiar da “clientela” habitual das notícias policiais funcionava como atrativo adicional para a mídia e sua audiência.

Com freqüência, os policiais federais envolvidos nas operações – cercadas de absoluto sigilo – foram surpreendidos com a presença de jornalistas nos locais de cumprimento de mandados de busca e prisão, cujos endereços só foram conhecidos pelos policiais horas antes da deflagração das operações. Foi o que ocorreu na Operação Satiagraha.

Deflagrada em julho de 2008, a Satiagraha investigou as atividades de uma suposta quadrilha comandada pelo banqueiro Daniel Dantas, dono do grupo Opportunity, cuja finalidade seria desviar verbas públicas.

A operação pode ser apontada como o ápice da espetacularização das operações da PF. Seu coordenador, delegado Protógenes Queiroz, ficou famoso pelos métodos pouco ortodoxos empregados na investigação e pelo estilo egocêntrico, que o tornou vedete da Satiagraha. O delegado soube aproveitar os holofotes da mídia e elegeu-se deputado federal de São Paulo, ainda que com o imprescindível empurrão dos votos do palhaço Tiririca.

As imagens exibidas pela TV da prisão do falecido Celso Pitta, ex-prefeito de São Paulo, ainda de pijama, na porta de casa, tornaram-se emblemáticas da exposição abusiva das imagens de investigados, cuja prisão foi feita pessoalmente pelo delegado Protógenes.

O delegado acabou sendo condenado pela Justiça Federal, juntamente com um escrivão de sua equipe, por violação de sigilo funcional, pelo vazamento de informações sobre as investigações, e também por fraude processual. Parece anedota, mas após a instauração do inquérito contra Protógenes, para apurar o vazamento de dados sigilosos da Operação Satiagraha, seus advogados pediram a abertura de outro inquérito, para apurar “o vazamento do vazamento”.

Na sentença, proferida em novembro do ano passado, o juiz Ali Mazloum concluiu que informações sigilosas repassadas a jornalistas durante e na véspera da deflagração da operação configuram nos crimes e condenou Protógenes e o escrivão nas penas de prisão, perda dos cargos públicos e multas de R$ 100 mil e R$ 50 mil, a título de “reparação dos danos morais causados à coletividade”. O recurso apresentado pelo delegado/deputado atualmente tramita no STF.

A edição da polêmica Súmula Vinculante nº 11, aprovada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em agosto de 2008, que restringiu o uso de algemas a casos excepcionais, foi uma clara resposta do presidente daquela Corte, Gilmar Mendes, crítico contumaz do “modelo midiático da PF estabelecido a partir da gestão de Paulo Lacerda”.

Oito anos após a primeira operação policial da nova fase de “superexposição institucional”, implantada pelo delegado Paulo Lacerda, o Superior Tribunal de Justiça (STJ), em junho, anulou as provas obtidas pela Operação Satiagraha, que resultou na condenação por corrupção, a 10 anos de prisão, do banqueiro Daniel Dantas, dono do grupo Opportunity. A 5.ª Turma do STJ concluiu que a participação de servidores da Agência Nacional de Inteligência (Abin) nas investigações foi ilegal.

Por ironia, o acesso informal de integrantes da agência a dados sigilosos da Satiagraha foi autorizado pelo ex-diretor da PF, o mesmo delegado Paulo Lacerda, que ocupava o cargo de diretor da Abin. O acesso às informações sob sigilo, por parte de 76 agentes da Abin foi feita à revelia da Justiça e sem o conhecimento do então diretor-geral da PF, Luiz Fernando Correa, que inclusive sucedeu Paulo Lacerda no comando da instituição. Após o episódio, Lacerda deixou a direção da Abin, mas acabou premiado com o cargo de adido policial, em Portugal.

De acordo com relatório oficial da própria PF, encaminhado em 2008 ao Congresso, a Operação Satiagraha, custou R$ 466 mil aos cofres públicos. O documento confidencial (mas também vazado à imprensa), produzido pela Diretoria de Combate ao Crime Organizado, revelou que até então nenhuma outra missão da PF havia tido custo tão alto e mobilizado tantos agentes e delegados na fase de apuração e de execução, quando são cumpridos os mandados judiciais de buscas e prisões.

Leis não faltam para disciplinar a matéria. A Constituição Federal prevê garantias para preservação da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem, assegurando o direito a indenização pelo dano material ou moral por sua violação, assim como reconhece a presunção de inocência das pessoas. O próprio inquérito policial, os termos do art. 20 do Código de Processo Penal, tem caráter sigiloso, cabendo à autoridade assegurar “o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade”. A restrição da divulgação dos fatos à imprensa visa não apenas a melhor elucidação do caso, mas também preservar os direitos relativos à personalidade dos envolvidos. A exposição de presos ao público, contra a sua vontade, também é expressamente vedada em outros dispositivos legais.

As diretrizes internas da política de comunicação social da PF, cuja atualização coincidiu com o período que as ações do órgão passaram a ter maior projeção na mídia, também foram solenemente ignoradas na maior parte das operações. A Instrução Normativa nº 006/DG/DPF, de 26/8/04, detalha várias condutas, que deveriam ser adotadas na divulgação das operações, que se fossem observadas teriam evitado a maioria das ações judiciais. Dentre outras, recomenda se evitar a apresentação detalhada de documentos arrecadados ou apreendidos que possam identificar pessoas envolvidas ou investigadas, bem como a exposição de presos, salvo quando estes expressamente autorizarem. Também proíbe a divulgação dos meios empregados na investigação policial.

A IN também prevê que a divulgação de informações, sempre que possível, deveria ser feita pelo representante da comunicação social designado pelo dirigente da unidade local. Contudo, na maioria das unidades da PF, os servidores indicados não têm qualquer formação ou treinamento específico na área ou acumulam as atividades do setor com outras funções. Na prática, a assessoria de comunicação foi feita para não funcionar. O desinteresse dos gestores por área tão importante para a imagem da instituição tem suas razões.

Permite que autoridades policiais usem e abusem de seus nomes e imagens para promoção pessoal, numa clara afronta às regras que disciplinam as ações de comunicação do Poder Executivo Federal, prevista em decreto. O uso abusivo dos veículos de comunicação para “marketing” pessoal tem sido a regra de conduta (com raras exceções) de dirigentes do órgão e delegados que estão à frente dessa “grandes operações” ou de investigações de maior interesse dos telejornais.

Quanto às condenações sofridas pela União por danos morais ou prejuízos nos gastos milionários de operações anuladas, não se sabe se os administradores da PF tenham tomado alguma providência para responsabilizar os servidores que causaram prejuízos ao erário ou que causaram danos a terceiros, através do direito de regresso contra os responsáveis, nos casos de dolo ou culpa, como prevê o art. 37 da Constituição Federal.

Os delegados das corregedorias da PF costumam ser mais rigorosos quando se trata de instaurar procedimentos disciplinares para responsabilizar, punir e promover a cobrança, por exemplo, de prejuízos com pequenos reparos de viaturas oficiais, decorrentes de acidente de trânsito, em serviço, principalmente quando agentes e escrivães são os motoristas.

Em relação aos prejuízos mais vultosos, causados por abusos ou vedetismo de alguns, para responder à pergunta do título, a fatura fica por conta dos cofres da viúva, para usar a expressão do jornalista Elio Gaspari, numa referência ao dinheiro público.

Opinião dos leitores

  1. Os promotores do MP são experts de fritar ovo a lançar foguetes espaciais. Entendem de tudo e na maioria das vezes só atrapalham quem trabalha e produz renda. Sem falar nos seus poupudos salários, férias três vezes ao ano e por ai vai.

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Geral

Moraes divulga terceira nota sobre reuniões com o presidente do BC, e nega que esposa tenha atuado na operação do Banco Master-BRB

Foto: Mariana Campos/CB/D.A Press

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, divulgou nesta quarta-feira (24) uma terceira nota sobre seus encontros com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. Ele reiterou que não tratou da situação do Banco Master em nenhuma das reuniões.

Segundo Moraes, os dois encontros ocorreram em seu gabinete e tiveram como único tema os efeitos da aplicação da Lei Magnitsky. O ministro também afirmou que não esteve no Banco Central, não houve ligações telefônicas entre eles e que o escritório de advocacia de sua esposa, Viviane Barci de Moraes, não atuou na operação envolvendo o Banco Master e o BRB.

Veja a terceira nota, na íntegra:

O ministro Alexandre de Moraes esclarece que realizou, em seu gabinete, duas reuniões com o presidente do Banco Central para tratar dos efeitos da aplicação da Lei Magnistiky. A primeira, no dia 14/8, após a primeira aplicação da lei, em 30/7; e a segunda no dia 30/9, após a referida lei ter sido aplicada em sua esposa, no dia 22/9.

Em nenhuma das reuniões foi tratado qualquer assunto ou realizada qualquer pressão referente à aquisição do BRB pelo banco Master. Esclarece, ainda, que jamais esteve no Banco Central e que inexistiu qualquer ligação telefônica entre ambos, para esse ou qualquer outro assunto. Por fim, esclarece que o escritório de advocacia de sua esposa jamais atuou na operação de aquisição Master-BRB perante o Banco Central.

Embora a nota fale em “aquisição do BRB pelo banco Master”, na realidade, a operação seria a inversa: o BRB que pretendia comprar o banco Master.

Versões anteriores

A nova nota corrige datas de reuniões e responde a reportagem da colunista Malu Gaspar, de O Globo, que apontou suposta atuação do ministro em favor do Banco Master. A jornalista também revelou que o escritório da esposa de Moraes tem contrato de R$ 129 milhões com a instituição financeira, valor que seria pago ao longo de 36 meses.

Moraes negou qualquer pressão ou interferência no Banco Central e afirmou que se reuniu com dirigentes de outras instituições financeiras exclusivamente por causa das sanções impostas pela Lei Magnitsky.

Com informações de Metrópoles

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Embaixador diz que não sabia de vídeo de Porchat sobre direita e Havaianas gravado na sede da embaixada em Roma

O embaixador do Brasil em Roma, Renato Mosca de Souza, afirmou nesta terça-feira (23) que não tinha conhecimento nem autorizou a gravação de um vídeo do ator Fábio Porchat na sede da embaixada. No material, Porchat ironiza políticos de direita no contexto do boicote à marca Havaianas.

Em nota divulgada pelo Itamaraty, Mosca disse que Porchat era seu convidado pessoal para a celebração de Natal, mas que o vídeo foi gravado e publicado sem seu aval. O embaixador destacou ainda que a visita não gerou gastos públicos.

No vídeo, feito em parceria com o canal Porta dos Fundos, mostra Porchat no papel de um gestor de crise que envia um recado à atriz Fernanda Torres, protagonista do comercial de fim de ano da Havaianas. A campanha motivou críticas de políticos de direita após a atriz fazer uma brincadeira com a expressão “pé direito”.

Procurada pela CNN Brasil, a assessoria de Porchat informou que não conseguiu contato com o ator por ele estar de férias.

Veja o vídeo:

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CASO BANCO MASTER: banqueiros e autoridades dizem que PF também sofreu pressão de Moraes

Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Banqueiros e autoridades de Brasília afirmam ter recebido informações de que o ministro do STF Alexandre de Moraes teria pressionado o Banco Central a favorecer o Banco Master e demonstrado interesse no andamento das investigações sobre o caso junto à Polícia Federal. A informação é da coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.

Segundo esses relatos, o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, teria informado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a situação e ouvido como resposta que tomasse “as providências necessárias”. Procurado, Rodrigues negou ter tratado do assunto com Moraes ou com Lula. “Isso é mentira. O ministro nunca falou comigo sobre o Banco Master”, afirmou.

A assessoria do STF informou que Moraes nega qualquer tentativa de interferência. Em nota, o ministro afirmou que se reuniu com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, apenas para tratar das sanções impostas a ele pela Lei Magnitsky, negando ligações telefônicas ou discussões sobre o Banco Master.

A controvérsia ganhou força após reportagem da colunista Malu Gaspar, de O Globo, afirmar que Moraes teria feito contatos com Galípolo para tratar da venda do banco ao BRB. O Banco Central confirmou apenas que houve reuniões sobre a Lei Magnitsky, sem comentar outros temas.

A esposa do ministro, Viviane Barci de Moraes, é advogada do Banco Master, cujo escritório firmou contrato de R$ 129 milhões com a instituição. Em novembro, a PF prendeu o presidente do banco, Gabriel Vorcaro, e o Banco Central decretou a liquidação da instituição.

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Geral

ATRASO: Apesar de decisões da Justiça determinando pagamento ainda em 2025, Governo do RN confirma 13º somente para 9 de janeiro de 2026

Foto: Google Imagens/Reprodução/ND

Mesmo com pelo menos duas determinações judiciais para quitação do 13º salário ainda no ano de 2025, uma favorável aos servidores da Saúde, e outra a favor do servidores da Administração Direta, ativos, aposentados e pensionistas, o Governo Fátima informou em nota divulgada nesta quarta-feira (24) que o 13º salário dos servidores só será pago no dia 9 de janeiro de 2026.

VEJA MAIS: Justiça manda governo do RN pagar 13º salário de servidores da Saúde até o fim de dezembro

LEIA TAMBÉM: Justiça determina que Governo do Estado pague 13º salário ainda em 2025 para todos os servidores da Administração Direta, ativos, aposentados e pensionistas

Leia abaixo a nota do Governo:

O Governo do Estado do Rio Grande do Norte informa que o pagamento do 13º salário dos servidores públicos estaduais — ativos, aposentados e pensionistas — será realizado em 9 de janeiro de 2026, terceiro dia útil do mês.

A definição do calendário considera o atual cenário financeiro e o compromisso com uma programação responsável, assegurando o pagamento integral da folha. 

A medida reforça o empenho da gestão em manter a regularidade dos pagamentos e a continuidade dos serviços públicos.

Natal, 24 de dezembro de 2025
Governo do Estado do Rio Grande do Norte

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Geral

Justiça determina que Governo do Estado pague 13º salário ainda em 2025 para todos os servidores da Administração Direta, ativos, aposentados e pensionistas

Foto: Assecom/Governo do RN

O Juiz Jussier Barbalho Campos determinou que o Governo do Estado pague o 13º salário dos servidores da Administração Direta, ativos, aposentados e pensionistas, até o último dia do mês de dezembro de 2025, acatando um pedido do SINSP (Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público da Administração Direta do RN).

A Assessoria Jurídica do SINSP protocolou uma ação civil coletiva para que o Esstado respeitasse a Constituição Federal, a Constituição Estadual e a Lei Complementar Estadual nº 122/94 (Regime Jurídico Único), além de precedentes do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte. O SINSP afirmou que acompanhará o processo de pagamento para que a decisão da Justiça seja cumprida.

“A postergação do pagamento dessa verba, essencial para a subsistência dos trabalhadores e suas famílias, não apenas configura uma ilegalidade, mas também agrava significativamente a já delicada situação financeira de muitos servidores. Em um período de festividades e despesas tradicionais de final de ano, a ausência ou o atraso na quitação do 13º salário pode gerar prejuízos irreparáveis, comprometendo o sustento e a dignidade desses indivíduos.”, afirmou o Juiz Jussier Barbalho Campos na sua decisão.

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Geral

Michelle Bolsonaro fará pronunciamento na mesma hora do discurso de Lula nesta quarta (24)

Foto: Cristiano Mariz/O Globo e Evaristo Sá/AFP

A ex-primeira-dama e presidente do PL Mulher, Michelle Bolsonaro, fará um pronunciamento de Natal nesta quarta-feira (24), às 20h30, com duração de cinco minutos. Os temas da fala não foram divulgados.

O pronunciamento será exibido no mesmo horário da mensagem de Natal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O discurso de Lula, gravado previamente, terá 6 minutos e 39 segundos e será transmitido simultaneamente por rádios e emissoras de TV aberta.

A expectativa é que o presidente adote um tom institucional, comum em datas comemorativas, com um balanço das ações do governo ao longo do ano e mensagens de união e paz.

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Geral

Correios precisam de R$ 10 bilhões para regularizar entregas; índice de atraso é de 67%

Foto: Rafaela Araújo/Folhapress

Às vésperas do Natal, os Correios enfrentam uma forte crise operacional, com 67% de atraso nas entregas nesta terça-feira (23). Segundo relatos de executivos e funcionários da estatal, a regularização do serviço dependeria de uma injeção de até R$ 10 bilhões no caixa até o fim de dezembro.

A queda na qualidade ocorre em meio à greve iniciada no último dia 16, período de maior demanda do ano. Embora os Correios afirmem que 90% dos funcionários seguem em atividade, fontes ouvidas por O Globo e pelo UOL apontam impacto direto da paralisação na operação.

O índice médio de eficiência, que historicamente girava em torno de 96%, caiu para 68%, com situações ainda mais críticas em alguns estados. Na Bahia, por exemplo, o nível de pontualidade está próximo de 50%.

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Geral

Sem água há mais de 45 dias, moradores fecham RN-015 em protesto em Baraúna

Foto: Reprodução

A falta de água por mais de 45 dias levou moradores de Baraúna, no Oeste potiguar, a interditarem a RN-015 em protesto pela interrupção do abastecimento. O ato, ocorrido no bairro Mataburro, reuniu moradores do bairro Filadélfia, um dos mais afetados.

Com pneus incendiados sobre a pista, a rodovia ficou bloqueada nos dois sentidos. O ato provocou congestionamento e longas filas de caminhões e carros, especialmente para quem seguia em direção ao Ceará, uma das principais rotas da região, segundo informações do Icem Caraúbas.

Segundo os moradores, o desabastecimento se arrasta há mais de um mês e meio, sem qualquer resposta concreta das autoridades. A população afirma que buscou esclarecimentos junto à Companhia de Água e Esgoto do Rio Grande do Norte (Caern), mas a empresa atribui o problema à Prefeitura de Baraúna.

Já o município, de acordo com os manifestantes, transfere a responsabilidade para a Caern. O resultado é um impasse que, na prática, mantém milhares de pessoas sem acesso a um serviço essencial. Durante o protesto, uma moradora fez um desabafo emocionado e cobrou uma solução imediata. “Chega de mentira, chega dessa situação. A gente não aguenta mais”, afirmou.

Novo Notícias 

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Religião

VÍDEO: Cia. Atos Populares apresenta espetáculo na Paróquia de Jesus Bom Pastor

 

A Paróquia de Jesus Bom Pastor, localizada no bairro Bom Pastor, recebeu a apresentação do espetáculo da Cia. Atos Populares, reunindo fiéis e comunidade em um momento de arte, cultura e reflexão.

O espetáculo contou com direção geral e atuação de Vinicius Fortunato, dramaturgia e música original de Danilo Guanais, além da direção de movimento e coreografia assinadas por André Rosa.

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Brasil

Moraes chegou a ligar seis vezes para Galípolo em um dia, diz jornal

Foto: Adriano Machado

Na tentativa de saber sobre o andamento da operação de compra do Banco Master, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), chegou a ligar seis vezes em um mesmo dia para o presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, segundo informações do Estadão.

Ainda de acordo com o jornal, além dessa série de telefonemas, o ministro teria conversado com Galípolo sobre o tema em, ao menos, outras quatro ocasiões — tendo sido uma delas um encontro presencial.

O Estadão obteve as informações com pessoas do meio jurídico e do mercado financeiro que ouviram relatos das conversas.

A notícia de que Moraes teria procurado Galípolo para interceder pelo Banco Master foi veiculada inicialmente pelo jornal O Globo no início da semana.

Na terça-feira (23), o ministro se manifestou pela primeira vez sobre o caso. Pela manhã, Moraes divulgou uma nota em que afirmava que a reunião que teve com o presidente do Banco Central foi para discutir as consequências da aplicação da Lei Magnitsky contra ele. O ministro não citou o Master nesse comunicado.

Pouco depois, o BC também divulgou uma nota confirmando que manteve reuniões com o ministro do STF para tratar dos efeitos da aplicação da Magnitsky.​

Já à noite, Moraes emitiu um novo comunicado dizendo que “inexistiu qualquer ligação telefônica entre ambos, para esse ou qualquer outro assunto”.

Segundo o magistrado, a primeira reunião com o presidente do BC aconteceu em 14 de agosto, após ser sancionado pelo governo dos Estados Unidos com a aplicação da lei Magnitsky, em 30 de julho. A segunda aconteceu em 30 de setembro, após a medida ter sido aplicada contra sua esposa, em 22 de setembro.

“Em nenhuma das reuniões foi tratado qualquer assunto ou realizada qualquer pressão referente a aquisição do BRB pelo Banco Master”, afirmou. A nota diz ainda que “o escritório de advocacia de sua esposa jamais atuou na operação de aquisição BRB-Master perante o Banco Central”.

Em setembro, o BC vetou a compra do Banco Master pelo BRB, citando ausência de documentos que comprovassem a “viabilidade econômico-financeira”. Dois meses depois, o dono do Master, Daniel Vorcaro, foi preso pela PF (Polícia Federal) e é investigado por fraudes contra o sistema financeiro.

O jornal O Globo revelou ainda que o escritório de advocacia da esposa de Moraes tinha um contrato de R$ 129 milhões com o Banco Master, prevendo pagamentos mensais de R$ 3,6 milhões entre 2024 e 2027.

CNN

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