Economia

Tesla compra US$ 1,5 bilhão em bitcoin e estuda aceitar a criptomoeda como pagamento

Foto: Reuters/Brendan McDermid

Elon Musk não só fala como faz. Enquanto o fundador da Tesla usava as redes sociais para enaltecer o bitcoin, a montadora comprava o equivalente a US$ 1,5 bilhão da criptomoeda, de acordo com documento enviado nesta segunda-feira (8) ao xerife do mercado americano, a SEC.

Segundo o comunicado, a Tesla pode adquirir mais criptomoedas de tempos em tempos e por um longo período. Além disso, “espera começar a aceitar bitcoin como forma de pagamento pelos produtos em futuro próximo, sujeito às aplicações das leis e inicialmente com base restrita”.

A compra de bitcoin só foi possível porque, em janeiro, a companhia atualizou a política de investimentos para fornecer mais flexibilidade e diversificação, além de maximizar os retornos sobre o caixa. “Como parte da nova política, podemos investir uma parte desse dinheiro em certos ativos de reserva alternativos especificados”, de acordo com o comunicado da Tesla.

A montadora, no entanto, lembra que o ativo é extremamente volátil. “Acreditamos que bitcoin é altamente líquido. No entanto, os ativos digitais podem estar sujeitos a preços de mercado voláteis, que podem ser desfavoráveis no momento em que desejarmos ou precisarmos liquidá-los.”

De fato, após o tuíte de Musk sobre bitcoin no dia 29 de janeiro, a criptomoeda teve valorização de quase 20%. “Em retrospecto, era inevitável”, escreveu ele. Nesta segunda, o ativo já saltou mais de 15% em dólares.

É curioso pensar na ordem dos eventos: será que Musk tuitou antes ou depois de a Tesla ter comprado os ativos? Isso pode ser entendido como manipulação de mercado?

De qualquer forma, é bom lembrar que a companhia está sujeita a variações cambiais — de moedas tradicionais — e isso pode impactar os resultados financeiros, tanto quanto de criptomoedas.

“Realizamos negócios globalmente em várias moedas e temos riscos cambiais relacionados à receita, custos, despesas operacionais e dívida denominada em outras moedas que não o dólar americano; em especial, em yuan chinês, euro, dólar canadense e libra esterlina. Se não tivermos receitas totalmente compensadas nessas moedas e se o valor do dólar americano se desvalorizar significativamente em relação a essas moedas, nossos custos, medidos em dólares americanos como um percentual de nossas receitas, aumentarão correspondentemente, e nossas margens sofrerão. Além disso, embora realizemos atividades de hedge limitadas com o objetivo de compensar o impacto da exposição de conversão de moeda, é impossível prever ou eliminar esse impacto. Como resultado, nossos resultados operacionais podem ser prejudicados.”

CNN Brasil

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Polícia

PF vai apurar se ação de hackers foi paga com bitcoin

(FOTO: PAULO WHITAKER/REUTERS)

A Polícia Federal está cruzando informações encontradas nos celulares e computadores dos quatro presos na Operação Spoofing, que investiga a invasão de telefones de autoridades, com registros de corretoras de moedas virtuais – as criptomoedas. A ideia é checar se há relação entre o dinheiro identificado em contas com a eventual venda de mensagens, o que poderia configurar outros crimes, além da invasão de dispositivos informáticos. Os investigadores buscam intermediários e possíveis “patrocinadores” dessas invasões.

Em depoimento à PF, Walter Delgatti Neto, conhecido como “Vermelho”, um dos presos na semana passada, afirmou que não recebeu pagamento para repassar as supostas mensagens captadas nas contas de procuradores da Operação Lava Jato ao jornalista Glenn Greenwald, cofundador e editor do site The Intercept Brasil.

As investigações sobre o rastro do dinheiro começaram antes da prisão de Delgatti e dos outros três suspeitos, com um pedido de informações a corretoras que atuam no setor de criptomoedas. Após a prisão, os peritos passaram a vasculhar os aparelhos atrás de e-mails e outras mensagens telemáticas que possam levar às carteiras virtuais, e aos seus donos.

As carteiras são como contas correntes abertas para realizar as operações de compra e venda das moedas virtuais. De acordo com uma fonte que teve acesso à investigação ouvida pelo jornal O Estado de S. Paulo, o objetivo é cruzar possíveis números encontrados nas mensagens com o chamado “blockchain”, uma espécie de livro contábil aberto que registra transações financeiras do mercado de criptomoeda.

As transferências virtuais são registradas em um site público, mas apenas os valores e os números das carteiras ficam abertos. Os nomes dos proprietários, no entanto, só são conhecidos pelas corretoras responsáveis pelas contas.

A PF e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) já receberam os dados das empresas que os suspeitos usavam para operar com a moeda virtual – Foxbit, Braziliex e Marcado Bitcoin.

Corretoras

O CEO da Foxbit, João Canhada, não quis comentar sobre o caso do hacker alegando haver “segredo de Justiça”. Questionado, em tese, se é possível rastrear os pagamentos, Canhada explicou que o mercado das moedas virtuais segue padrões de controle que possibilitam identificar a origem e o destino dos recursos.

“Todas as transações são registradas nos blockchains de cada criptomoeda. É como se seu extrato bancário estivesse completamente disponível, mas sem o nome. Se você conseguir associar o número da carteira a um nome é possível saber tudo que ele fez com aquela conta desde a criação da moeda”, afirmou Canhada.

De acordo o CEO da Mercado Bitcoin, a maior operadora de moeda digital do País, Marcos Alves, as comunicações de operações atípicas no setor são feitas regularmente às instituições de controle como a Receita Federal e o Coaf, além de sofreram controles internos rigorosos.

“Seguimos padrões de compliance como as principais bolsas do mundo. Qualquer tipo de operação suspeita é relatada às autoridades. Dentro do mercado de criptomoeda há sistemas que funcionam como uma espécie de Serasa que alertam para eventuais riscos nas operações”, afirmou Alves, que também não quis comentar o caso da invasão dos celulares investigado pela Polícia Federal.

Bloqueio

Na sexta-feira, o juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10.ª Vara Federal do Distrito Federal, determinou o bloqueio de ativos que os investigados pela Operação Spoofing tiverem em carteiras de criptomoedas.

Oliveira informou que a PF e o Ministério Público Federal apontaram a necessidade de obter senhas e chaves de acesso das carteiras de criptomoedas do casal Gustavo Henrique Elias Santos e Suellen Priscila de Oliveira, presos na operação.

No pedido de prisão, a PF incluiu relatório do Coaf que apontou movimentações atípicas nas contas do casal, que totalizam R$ 627 mil – R$ 424 mil na de Santos e R$ 203,5 mil vinculado ao nome de Suellen. Ao mesmo tempo, a renda mensal declarada pelos dois é de cerca de R$ 5 mil. Parte dessas transações, de acordo com a versão apresentada pela defesa, tem como origem o mercado de criptomoedas.

Na decisão que autorizou a ação da PF, Oliveira aponta a necessidade de se investigar possíveis “patrocinadores” do grupo. “Diante da incompatibilidade entre as movimentações financeiras e a renda mensal de Gustavo e Suellen, faz-se necessário realizar o rastreamento dos recursos recebidos ou movimentados pelos investigados e de averiguar eventuais patrocinadores das invasões ilegais dos dispositivos informáticos (smartphones)”, escreveu o magistrado.

Época Negócios

Opinião dos leitores

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Finanças

Entenda de uma vez o Blockchain: a tecnologia que pode ir muito além da bitcoin

O conceito foi criado para dar suporte à moeda virtual, mas pode ser útil em muitos contextos. Saiba mais sobre ele a seguir

Finanças costumam ser um tema sensível para muitos. Na era digital, em que essas transações se dirigem, cada vez mais, para o universo virtual, muitos são os questionamentos. Há quem faça todas as atividades financeiras online, mas há os que não querem nem ter contato com essa possibilidade. Afinal, tudo o que é feito nesse ambiente hoje pode ser rastreado.

Para tornar as operações financeiras online mais confiáveis, muitas tecnologias já foram testadas. De senhas a tokens, passando por acessórios físicos de geração de códigos, houve muitas tentativas diferentes nesse aspecto.

A mais elaborada delas é a blockchain. Com ela, é possível ter uma internet anônima, descentralizada e com garantia de proteção à privacidade. Em tradução livre, blockchain é corrente de blocos. O sistema é composto por duas partes: uma rede peer-to-peer (P2P) e um banco de dados descentralizado.

A rede P2P tem usuários que compartilham tarefas, trabalho ou arquivos sem a necessidade de um servidor central (o que traz uma redução de custos significativa). Todos os participantes têm iguais privilégios e influência no ambiente.

Cada computador integrante da rede é um nó e, sempre que um novo dado entra no sistema, ele é recebido por todos os nós. Essa informação é encriptada e não há como rastrear quem a adicionou — só é possível verificar sua validade.

Como medida de segurança, o método faz o registro distribuído das informações para descentralizar o processo. Assim, quando um nó deixa a rede, os outros já têm uma cópia de toda a informação compartilhada. Da mesma forma, se novos nós entram nela, os demais criam cópias de suas informações para eles.

Livro contábil

Na prática, então, a blockchain é como um livro contábil, em que são cadastrados vários tipos de transações. Com a descentralização, as páginas desse livro contábil são armazenadas em bibliotecas localizadas em lugares distintos. Ou seja, trata-se de um registro coletivo, em que os dados são distribuídos entre todos os computadores ligados à rede.

Como essas anotações são públicas e compartilhadas, podem ser verificadas a qualquer momento. Apesar de a transparência ser uma das principais qualidades da blockchain, os dados dos envolvidos ficam seguros, pois tudo é criptografado. Cria-se, assim, uma relação de confiança na comunicação direta entre as partes, o que elimina a necessidade de intermediários.

É possível saber que a operação ocorreu porque ela fica gravada no sistema para sempre. Além disso, depois que ela é inserida, não pode ser desfeita nem alterada. Isso faz da blockchain um registro permanente e à prova de violação.

A blockchain é composta por blocos ligados uns aos outros — ou seja, eles são sua parte concreta. Cada um deles recebe um conjunto de informações, que são protegidas por uma camada de criptografia com códigos bastante complexos. Toda vez que um bloco é concluído (após o registro das transações mais recentes), um novo é criado.

Criptografia e segurança

Na blockchain, quando uma transação é realizada, ela recebe um código único — isto é, uma assinatura digital. Esse carimbo, com data e hora, é verificado pelos próprios participantes da corrente e a operação só é incorporada à blockchain (em forma de um novo bloco) depois de aprovada. Essa verificação é uma etapa importante para evitar fraudes.

Além da assinatura digital da atividade, cada bloco tem seu próprio código criptografado — as chamadas hashs. Além disso, eles carregam a hash do bloco anterior: ela é o elo que os mantém ligados. Quem monta essa sequência de blocos interligados são os mineradores.

São eles que reúnem as transações que ainda não foram colocadas em um bloco e, depois, calculam a hash para formar a ligação entre eles. Esses cálculos são bastante complexos e, por isso, feitos por computadores de alto desempenho.

Desse modo, para ter acesso aos dados contidos em um bloco, é preciso descobrir a criptografia de duas hashs (a dele e a do anterior). Como é uma corrente em que tudo está interligado, o processo teria de ser feito sucessivamente e não teria fim.

Graças às hashs, a blockchain permite, além de proteger as informações, compartilhá-las sem perder o controle sobre elas. As atividades inseridas na rede só são validadas quando todo o bloco é preenchido.

Para que uma transação seja adicionada a um bloco, é preciso que haja o consenso da rede: isso significa que a maioria simples (50%+1) dos participantes deve concordar que a operação é legítima e correta. Se duas cadeias de blocos forem formadas ao mesmo tempo, a rede vai escolher uma delas — em geral, a que tiver a maior quantidade de trabalho.

A cada 10 minutos, aproximadamente, um novo bloco é formado e conectado ao anterior. Nesse intervalo de tempo, os dados são verificados e adicionados a ele. Como os blocos são dependentes um dos outros, a tecnologia é ideal para registrar informações que requerem confiabilidade — o que é o caso das operações financeiras.

Os blocos são adicionados de modo linear e cronológico. Cada participante — os computadores conectados à rede — deve validar e repassar as informações. Ao ingressarem no sistema, eles recebem uma cópia da blockchain e ela tem informação completa, do bloco gênese (o que deu início à sequência) ao mais recentemente concluído.

Para fraudar a blockchain seria necessário, então, alterar os dados registrados em cada um dos dispositivos ligados a essa rede. Como ela aumenta continuamente, isso requer altíssima capacidade de processamento: algo maior do que o total de computadores existentes hoje.

Criação do conceito

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Finanças

Bitcoin voltou a ultrapassar seu “valor real”, dizem analistas

Desde o fim do mês passado, a Bitcoin vem operando em alta e, após uma breve derrapada nesta semana, vem sendo comercializada por valores na casa dos US$ 8 mil, cerca de R$ 32,7 mil. Aproveitando que a tendência está em pauta, os analistas do famoso grupo bancário JP Morgan Chase & Co deram seus palpites sobre o futuro da criptomoeda e disseram que o dinheiro eletrônico ultrapassou seu “valor intrínseco”.

Para chegar a essa conclusão, os analistas trataram a moeda como um commodity e calcularam seu valor de produção, que inclui fatores como gasto de energia elétrica, poder computacional e custo de hardwares envolvidos no processo.

Apesar de existirem divergências sobre a metodologia adotada pela JP Morgan, já que alguns especialistas acreditam que a moeda não possui um valor base, o grupo acredita que a alta pode ser o presságio de uma nova “bolha”, como aconteceu em 2017.

“Essa divergência entre os valores reais e intrínsecos lembra um pouco a valorização no fim de 2017 e, na época, essa divergência foi resolvida principalmente com uma redução nos preços reais”, explicam os analistas do grupo, em um relatório lançado no fim da semana passada.

Há dois anos, a Bitcoin teve uma grande alta e chegou a ser comercializada por quase US$ 20 mil, o que movimentou o mercado de criptomoedas e causou problemas no setor de hardware para computadores, graças ao grande número de placas de vídeo vendidas para mineração. Nos meses seguintes, porém, os valores da moeda digital acabaram caindo drasticamente.

Desde abril, a Bitcoin já valorizou cerca de 50% e alcançou seu valor mais alto desde julho de 2018. Será que estamos próximos de um novo “apocalipse” das criptomoedas no mercado financeiro? Deixe sua opinião nos comentários!

Tecmundo

 

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