Economia

Guedes diz que conversa com chineses sobre formação de área de livre comércio: “Brasil já perdeu tempo demais”

Foto: Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira (13) que o governo brasileiro tem intenção de formar uma área de livre comércio também com a China.

No fim de julho, o Brasil iniciou oficialmente as negociações para o fechamento de um acordo comercial com os Estados Unidos, após o Mercosul ter fechado, semanas antes, um acordo de livre comércio com a União Europeia.

“Estamos conversando com a China sobre a possibilidade de considerarmos uma ‘free trade area’ [área de livre comércio]. Estamos buscando um alto nível de integração. É uma decisão. Queremos nos integrar às cadeias globais. Perdemos tempo demais, temos pressa”, afirmou o ministro, em seminário do banco dos Brics, em Brasília.

A capital federal recebe a partir desta quarta o encontro de cúpula do grupo, que reúne líderes de Brasil, China, Índia, Rússia e África do Sul.

Guedes afirmou que, por 40 anos, a economia brasileira ficou isolada do comércio mundial, com participação muito pequena. E acrescentou que nos próximos anos buscará caminhar mais rapidamente em termos de abertura da economia. “Vamos fazer 40 anos em quatro”, declarou.

O ministro da Economia afirmou ainda que não interessam ao Brasil guerras ou tensões comerciais – como as protagonizadas nos últimos meses entre os Estados Unidos e a China, as duas maiores economias do mundo.

“Ao contrário, we want to be friends with everybody’ [queremos ser amigos de todos]”, disse. E completou, ainda em inglês: “we are open for business [estamos abertos aos negócios]”.

Segundo ele, o governo Bolsonaro chegou com uma “clara decisão” de buscar um caminho de prosperidade, por meio da integração do país ao comércio global, “que os países que deram certo no mundo sempre utilizaram”.

Situação da América Latina

O ministro avaliou, ainda, que parte da Europa, e a Ásia, estão saindo da pobreza por meio da integração ao comércio global, e às chamadas cadeias globais de produção.

“Os chineses, indianos, malaios, filipinos, está todo mundo subindo o padrão de vida. A metade de lá. Enquanto isso, do lado de cá, particularmente a América Latina, o Mercosul, fez o contrário: cabeça de avestruz, enfiamos a cabeça no chão. Ficamos fechados. Nosso padrão de vida está piorando”, declarou.

Ele disse, também, que a situação está confusa na América do Sul, com “movimento, agitação, reclamação, cai presidente, ditadura”. Nas últimas semanas, Bolívia e Chile têm vivido dias de tensão política. No caso chileno, manifestações de rua pedem melhorias nas condições de vida da população. Na Bolívia, a crise política culminou com a renúncia do então presidente Evo Morales.

“Está uma confusão danada aqui na América do Sul, enquanto do outro lado do mundo sobe sem parar o padrão (…) A África é o continente da esperança, cresce mais do que a América Latina, pois está se integrando às cadeias globais”, afirmou.

De acordo com Paulo Guedes, o Brasil negociava com a China um volume de comércio de cerca de US$ 2 bilhões ao ano 20 anos atrás, que já saltou para mais de US$ 100 bilhões nos dias atuais. Disse, porém, que, com a Índia, outro parceiro dos Brics, o comércio ainda está ao redor de US$ 4 bilhões por ano.

“Estamos bem atrasados nas possibilidades com a Índia. O maior ‘upside’ [possibilidade de crescimento] de comércio é com a própria Índia, pois o comércio é limitado. Há um enorme espaço. Não temos nada ainda realizado em termos de comércio”, declarou.

O ministro anunciou a intenção de aumentar os investimentos entre as economias do Brics e também as trocas tecnológicas entre os parceiros.

G1

Opinião dos leitores

  1. Quem mais reclama é quem mais se beneficia. Chora bando de petralhas escrotos. Melhor vocês chorando aqui do que fazendo merda no governo.

  2. Achei inovador esse lance de taxar o seguro desemprego. Imposto sobre as grandes pobrezas. Impressionante.

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Economia

Brasil assinará acordo para livre comércio de carros com Argentina

O ministro da Fazenda, Paulo Guedes, durante evento de um banco em São Paulo no mês de agosto — Foto: Aloisio Mauricio/Estadão Conteúdo

O acordo automotivo entre Brasil e Argentina, que será anunciado nesta sexta-feira (6) pelos ministros Paulo Guedes (Economia) e Dante Sica, ministro argentino da Produção, prevê que em dez anos haverá livre comércio de carros entre os dois países.

O último acordo entre Brasil e Argentina foi assinado em 2016 e se encerra em junho do ano que vem. O texto prevê uma regra de comércio pela qual as exportações de um país para o outro não pode ultrapassar uma vez e meia do valor que importa do outro. É chamado sistema flex do acordo.

Pelo novo acordo, essa relação irá aumentando até chegar a três vezes. Ou seja, as exportações de um país podem exceder em até três vezes as importações. Mas a partir de janeiro de 2029, estabelece-se o livre comércio, sem qualquer limite para importações e exportações entre os dois países.

Essa regra flex tem beneficiado o Brasil, que tradicionalmente tem exportado mais do que importado da Argentina. Mas o comércio bilateral de veículos e autopeças é relevante para ambos os países. Cerca de 50% das exportações de automóveis do Brasil tem como destino a Argentina. Já em relação à Argentina, as vendas para o Brasil representam 80% das exportações totais de veículos.

O acordo a ser assinado hoje tem outro aspecto importante: procura alinhar as regras de comércio entre os dois países ao que prevê o acordo Mercosul-União Europeia. Caso esse acordo seja ratificado, prevê imediata redução de 35% para 17,5% da alíquota de importação de automóveis da Europa, limitada a uma cota anual de 50 mil veículos, dos quais 32 mil são para o Brasil.

A partir do décimo ano, a alíquota cai progressivamente até chegar a zero no 16° ano. A partir de então, haverá livre comércio de veículos entre os dois blocos, sem restrição de cotas.

O que se busca então com o acordo desta sexta é prever livre comércio de automóveis entre Brasil e Argentina, antes que entre em vigor o livre comércio entre Mercosul e União Europeia.

G1

 

Opinião dos leitores

    1. BG
      Quero comprar um automóvel novo DIESEL que eles tem lá inclusive exportado do Brasil.

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *