Saúde

Estudos confirmam a influência positiva de certos alimentos em doenças da mente, como depressão

Foto: iStock/Getty Images

Depois de um dia difícil, vem a deliciosa compensação com um bom prato de macarrão, o hambúrguer suculento ou o sorvete mergulhado em calda. Quem nunca fez isso? Tentar minimizar sentimentos e experiências ruins com comida recheada de gordura e açúcar é uma necessidade identificada desde sempre. Já na pré-história, os alimentos mais calóricos, que proporcionassem estoque de energia por mais tempo, eram escolhidos por homens e mulheres para se defender das agruras cotidianas.

Em fascinante processo de evolução, o cérebro então se condicionou a preferir pratos mais gordurosos ou açucarados diante de adversidades. A novidade: estudos recentes revelam que o tipo de comida que induz ao bem-estar, no avesso da tristeza, pode ser de outra família, bem menos apetitosa. Surtiram efeito positivo, em cuidadosas pesquisas, os frutos do mar, vegetais, feijão e leite fermentado (veja no quadro). Funcionam porque são ricos em nutrientes, naturalmente mais balanceados.

A descoberta resulta de uma área emergente da medicina batizada de “psiquiatria nutricional”. Ela estuda fartamente o impacto dos alimentos em doenças tão complexas como as da mente. Uma das maiores pesquisas já feitas, conduzida com 12 000 homens e mulheres ao longo de dois anos e publicada no American Journal of Public Health, mostrou que as pessoas afeitas a aumentar as porções de frutas e vegetais consumidos relataram ser mais felizes e satisfeitas com a vida, em relação às que não interferiram na dieta original. A explicação está na presença abundante de compostos específicos nesses alimentos, como vitaminas e minerais. Eles agem, basicamente, protegendo as células do efeito da oxidação. Entre as doenças mais influenciadas estão a depressão, a ansiedade e o stress crônico. Eles também têm mostrado capacidade de reduzir os danos causados pelo encolhimento cerebral, um mecanismo natural do passar da idade que pode levar a perda de memória e Alzheimer.

Foto: Arte/Veja

Uma das descobertas mais fascinantes está no papel protetor dos lactobacilos, bactérias saudáveis contidas em leites fermentados e alguns iogurtes. Esses microrganismos ajudam a equilibrar a flora intestinal, onde ocorre uma farta produção de serotonina, a molécula que nos leva ao estado de bem-estar. Um estudo feito no Centro de Saúde Mental, em Xangai, na China, mostrou a ligação de doenças psiquiátricas com o desequilíbrio do trato digestivo — que pode ser regulado com lactobacilos. Em 21 trabalhos analisados, os pesquisadores verificaram que o composto impactou positivamente em sintomas de ansiedade. Os efeitos foram vistos depois de doze semanas de consumo.

“Muito em breve será comum o paciente sair do consultório com uma dieta específica para a mente, assim como hoje já se faz com regimes para a saúde do coração, ossos e o emagrecimento”, diz Antônio Carlos do Nascimento, doutor em endocrinologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e membro da Sociedade Americana de Endocrinologia. Houve um tempo em que a busca por se afastar dos prazeres da mesa, atrelada a dietas, impunha comer com os olhos. Agora, a ideia é comer com o cérebro.

Veja

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Judiciário

Lula mente ao dizer que Fachin reconheceu sua inocência

Foto: Reprodução/Lula/YouTube

Lula usa a decisão de Edson Fachin, que decretou a incompetência da 13a Vara Federal, para dizer que foi absolvido.

Ele diz que o voto do Fachin reconheceu “que nunca teve crime cometido por mim, que nunca teve envolvimento meu com a Petrobras“.

O que o ministro fez foi ceder ao entendimento da Segunda Turma, que passou a tirar de Curitiba vários outros processos considerados “sem conexão” com o petrolão. Fachin mandou todas a provas dos crimes de Lula para a Justiça Federal em Brasília.

O Antagonista

Opinião dos leitores

  1. Não estava pensando em votar em ninguém para presidente na próxima campanha, porém, vou votar em qualquer um contra o PT. Não tem cabimento o crime compensar nesta país.

  2. Pra esclarecer: Fachin anulou todos atos decisórios e condenações de Lula nos processos da lava jato. Então, considerando a presunção de inocência, já que não há condenação alguma, ele foi sim inocentado (que não se confunde com absolvido). Tanto que agora ele voltou a estar elegível.

  3. Só um doente pra acompanhar um safado desse. Mas como a maioria dos apoiadores são débios, e sem esclarecimentos, irão acreditar na “inocência” do maior ladrão da história mundial.

  4. Mesmo depois de passar mais de 01 ano na cadeia, não aprendeu nada e continua sem respeitar o povo, soltando suas mentiras. É profissional do ilusionismo verbal. Mas o povo sabe muito bem quem ele é, não adianta nada suas estórias que só convencem seus seguidores que acham que ele é "a alma mais honesta do mundo".
    Não sabe de nada que seja sobre todo seu histórico de corrupção.
    Quem tem como aliado e amigos os ditadores de Cuba, Venezuela, Irã e os treinir a ditadores da Argentina e Bolívia, nem precisa ser apresentado, já diz quem é e para quê veio.

  5. Esse encantador de pessoas. A única coisa que fez em toda sua vida. Mentir Bolsonaro 2022. Avante Brasil.

  6. Naro já está vendo Lula no retrovisor. Se Naro errar a marcha ou escorregar numa curva, o Véio Lula assume a primeira colocação.

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Jornalismo

Miguel Nicolelis afirma que culto ao corpo acabou: "agora começa o da mente"

“Tenho uma boa e uma má notícia: a má é que o culto ao corpo acabou e a boa é que agora começa o da mente”, foi assim que um dos 20 maiores cientistas do mundo segundo a revista Scientific American, Miguel Nicolelis cativou o público que lotou o Teatro Pedro II durante sua apresentação na Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto, na noite deste sábado (2).

Dono de 46 prêmios internacionais e responsável por estudos onde a neurociência consegue desafiar os limites do corpo, Nicolelis mostrou com experiências feitas com macacos que a robótica pode ser a aliada de pessoas com deficiências físicas através de um corpo artificial na busca por movimentos impossíveis de acordo com cada limitação.

Durante a apresentação, Nicolelis mostrou vídeos onde em estudos comandados por ele nos Estados Unidos, macacos conseguem movimentar braços mecânicos e até um robô que estava no Japão por meio de sinais enviados pelo cérebro. Segundo o neurocientista, isso é possível porque o órgão funciona com previsões que comandam o corpo cerca de meio segundo antes de cada movimento. “O cérebro manda o sinal e os músculos obedecem a mente”, afirmou.

Para o pesquisador, o Brasil ainda precisa de mais investimentos em ciência e educação em geral para que se criem oportunidades para que os jovens interessados em ingressar na profissão possam contribuir para o desenvolvimento do país e garante que um evento esportivo pode ser um começo para construir uma nova imagem do país do futebol. “ Na abertura da Copa de 2014 um deficiente físico dará o primeiro pontapé no primeiro jogo com uma perna robótica para mostrar que somos o país da ciência”, afirmou.

Fonte: G1

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