Diversos

INTERESSANTE: No Brasil, 84% dos refugiados querem ficar definitivamente

FOTO: ARTE R7

Dos refugiados que vivem no Brasil hoje, 84% desejam permanecer definitivamente. O dado é de um estudo inédito do Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados) sobre o perfil socioeconômico de pessoas refugiadas no país, divulgado nesta quinta-feira (30).

Segundo o órgão, para o levantamento foram realizadas 487 entrevistas nos oito estados brasileiros que mais acolhem refugiados — 84% dos que responderam à pesquisa também disseram que fariam uma nova solicitação de refúgio mesmo após conhecer a realidade do Brasil.

“O que esses números traduzem são o sentimento de integração dessas pessoas no Brasil. Há outros dados que apontam isso, inclusive — 20,5% dos entrevistados revelam possuir um relacionamento afetivo com brasileiros e 91% afirmam ter amigos brasileiros. Isso mostra que os refugiados estão construindo suas vidas no país com bases sólidas e se sentem confortáveis e seguros em permanecer aqui”, afirma Luiz Fernando Godinho, porta-voz do Acnur no Brasil, em entrevista ao R7.

As nacionalidades dos entrevistados incluem Síria, República Democrática do Congo, Angola e Colômbia — os venezuelanos não foram incluídos porque o estudo se restringiu às pessoas já reconhecidas como refugiadas pelo governo brasileiro.

Venezuelanos e documentação

De acordo com Godinho, é ainda difícil fazer alguma previsão sobre o futuro dos venezuelanos no Brasil — e seu eventual status de refúgio — porque muitos dos desdobramentos dependem do que vai acontecer na própria Venezuela. O vizinho sul-americano vive o colapso econômico e mergulha na pior crise humanitária de sua história.

O porta-voz do Acnur lembra que a migração dos venezuelanos para o Brasil elevou a questão das solicitações de refúgio no país a um novo patamar. “Há 100.000 solicitações de refúgio venezuelanos pendentes de análise no Brasil”, aponta.

“Nossa legislação para o refúgio é considerada moderna — garante ao refugiado o direito a todos os serviços públicos e a continuar sua vida aqui com suporte do governo —, mas nós sabemos que o comitê que analisa os pedidos precisa aumentar sua capacidade. O Acnur tem trabalhado com as autoridades para melhorar essa questão”, completa.

Mercado de trabalho

No que diz respeito à documentação dos refugiados, quase a totalidade (99%) dos que participaram do levantamento dispõem de CPF, enquanto 92% contam com RNE (Registro Nacional de Estrangeiro) e 84% têm carteira de trabalho. Mais da metade (57,5%) disse estar trabalhando, ao passo que 19,5% estão procurando trabalho e 5,7% se encontram desocupados.

Uma das principais dificuldades encontradas pelos refugiados em relação ao mercado de trabalho é a revalidação do diploma — 30% dos que responderam à pesquisa do Acnur concluíram o Ensino Superior. Dos 487 entrevistados, contudo, apenas 14 revalidaram seus diplomas, enquanto 133 tentaram sem conseguir.

“A revalidação do diploma é um processo burocrático e nós reconhecemos que existe aí uma deficiência. Muitos dos que chegam ao Brasil com diplomas de médicos, advogados, engenheiros, etc. não têm sua formação reconhecida e acabam por não trabalhar em sua área de especialidade — e aí seus ganhos ficam fora do padrão aos quais estavam acostumados”, detalha o porta-voz do Acnur.

Ao menos 395 dos participantes da pesquisa declararam sua renda mensal e, entre eles, 79,5% afirmaram ter rendimentos inferiores a R$ 3.000,00. Menos de 4% disseram ganhar acima de R$ 5.000,00.

“Por outro lado, 79,3% falaram que têm disposição para empreender e 22% já estão em atividades empresariais. É um número relevante que mostra não só a capacidade de empreendedorismo dessas pessoas, como implica que elas estão gerando impostos e, às vezes, até empregando brasileiros. Deve-se reconhecer o potencial dos refugiados de contribuir para a sociedade e a economia que os acolheu”, diz Godinho.

Atividades e políticas públicas

Para o porta-voz, o estudo do Acnur sobre o perfil socioeconômico dos refugiados se mostra importante por dois motivos principais: “Primeiro, porque o nosso trabalho tem um caráter emergencial que é o de garantir que essas pessoas tenham acesso ao território, mas, às vezes, esquecemos de acompanhar a vida dos refugiados depois de seu reconhecimento. Este é um ponto importante”, avalia.

“Depois, a pesquisa é fundamental para que se possa subsidiar — a partir das conclusões — não só políticas públicas como atividades e programas de enfrentamento às dificuldades identificadas. Discriminação, acesso ao mercado de trabalho e o aprendizado do português são algumas delas”, finaliza.

FOTO: ARTE R7

R7

Opinião dos leitores

  1. É MELHOR LAVAR PRATO NOS ESTADOS UNIDOS. EU CONHEÇO UM INDIANO QUE FICOU BILIONÁRIO LAVANDO PRATO NOS ESTADOS UNIDOS. É O SONHO AMERICANO COMO ELE DISSE. PASSOU NO 60 MINUTES( SIXTY MINUTES).

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Diversos

No Brasil, quem tem diploma ganha mais que o dobro do trabalhador com ensino médio

Foto: JORNAL O GLOBO

O Brasil é o país onde cursar o ensino superior aumenta mais as chances de empregabilidade e de ter salário maior. É o que mostra comparação feita pelo IBGE de dados brasileiros com os das nações que integram a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). Enquanto uma pessoa com o diploma universitário no Brasil ganha 2,5 vezes mais do que alguém com ensino médio, a média na OCDE, para um conjunto de 46 países (36 membros + 10 afiliados), era de 1,6 vezes mais. Os dados são do relatório Um Olhar sobre a Educação, do organismo internacional, e integram a Síntese de Indicadores Sociais 2018, divulgada nesta quarta-feira pelo IBGE.

— O Brasil é um dos países mais desiguais do mundo e isso se reflete no mercado de trabalho — analisa Betina Fresnada, coordenadora de População e Indicadores Sociais do IBGE.

Daniel Cara, coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, diz que esse abismo pode ser explicado por três fatores. O primeiro deles é estrutural: o emprego, no Brasil, é bastante concentrado nos serviços, setor que exige pouca qualificação e tem um alto nível de informalidade. Logo, emprega muita mão de obra com ensino médio a baixos salários. O segundo é a deficiência da qualidade do ensino médio, pouco voltado para a formação para o mercado de trabalho, o que também desvaloriza os salários de ocupações que exigem essa qualificação. O terceiro trata-se de uma lógica de mercado. Como o grupo de pessoas com ensino superior é relativamente pequeno, são profissionais mais valorizados.

– O grande problema é que dentro do grupo dos que têm ensino superior a desigualdade também é grande porque a qualidade do ensino não é uniforme. Universidades públicas e algumas poucas privadas bem conceituadas concentram a minoria dos alunos. E são eles quem terão os salários mais altos em relação aos que estudaram nas demais – complementa Cara.

Para Marcelo Neri, diretor do FGV Social e estudioso do tema, essa desigualdade, além de gigantesca, tem se mostrado imutável. O prêmio médio da educação para o Brasil – que é quanto um ano médio a mais de estudo impacta a renda média – caiu nos últimos 20 anos no país. Exceto para quem tem nível superior.

– Subiu bastante nesse período o quanto a mais a pessoa que fez ensino superior vai ganhar em relação a quem tem o ensino médio – diz Neri.

Esse abismo, no entanto, não tem peso elevado sobre a desigualdade total de renda do país, em razão do grupo de universitários ser pequeno, na avaliação do diretor da FGV. De acordo com a pesquisa do IBGE, menos da metade (43%) dos brasileiros com ensino médio ingressou no ensino superior.

Para Neri, diminuir essa distância passa por aumentar a qualidade do ensino médio, tornando-o mais voltado à preparação para o mercado de trabalho:

– O problema é que toda a estratégia para o ensino médio é voltada para chegar à universidade, desprezando o ensino técnico, que dá bom retorno.O estudante é visto somente como um futuro universitário. Como se não tivesse outra opção. Mas só uma pequena parte vai para o ensino superior.

Ensino médio em escola privada dá vantagem

Com relação às chances de acesso à universidade, leva vantagem quem se forma em escola privada. De acordo com a pesquisa, de cada dez adolescentes que concluem o ensino médio em escola particular, 8 entram no ensino superior. Entre os estudantes que se formaram na rede pública, essa relação cai para menos de 4 (3,6).

– Pessoas de nível socioeconômico mais alto tendem a ter um maior grau de escolarização e, quase metade do desempenho educacional de uma pessoa pode ser explicado pelo dos pais. São essas pessoas que, majoritariamente, frequentam escolas privadas. Além disso, os pobres geralmente estão inseridos num contexto de violência, perdem dias de aula por conta de tiroteios nas comunidades onde moram, e em escolas com problemas de infraestrutura e qualidade dos professores.

Cara, da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, diz que, com a política de cotas (socioeconômicas e raciais) a tendência, com o passar dos anos, é essa diferença diminuir.

Os números divulgados pelo IBGE, por meio da Síntese, mostram que, de 2009 a 2016 a proporção de matrículas por cotas no ensino superior público mais do que triplicou. Em 2009 representavam 1,5% do total de inscritos. Esse percentual subiu para 5,2% sete anos depois.

Afazeres domésticos impedem mulheres de estudar

O mercado de trabalho é o principal motivo para jovens não estudarem. Na população com ensino médio completo e incompleto, os homens não estudavam principalmente por precisarem trabalhar, procurar trabalho ou aguardar início do trabalho (52,5% no primeiro grupo e 48,9% no segundo).

Esse motivo também se mostrou relevante para as mulheres (23,2% e 33,6% respectivamente), mas há um percentual consideravelmente maior delas que não estudavam devido à dedicação aos afazeres domésticos e cuidados. Esse motivo concentrou 39,5% das jovens sem ensino médio e 14,7% das jovens com ensino médio que não haviam concluído o ensino superior.

Aumento da escolaridade é lento

A pesquisa do IBGE também mostra que o ritmo de incremento do acesso ao ensino superior foi lento e insuficiente para garantir o aumento da escolaridade da população brasileira. Ela ainda está abaixo do que já foi alcançado pela maioria dos países analisados no relatório da OCDE.

No Brasil, a proporção de pessoas de 25 a 64 anos com pelo menos o ensino superior, em 2017, era de 17%, enquanto esse mesmo indicador para países membros da OCDE era de 30,3%, em média.

Mesmo para um grupo etário mais jovem, a distância entre o Brasil e a média dos países da OCDE permanece elevada. O percentual de pessoas de 25 a 34 anos com ensino superior completo em 2017 era de 19,7% no Brasil, praticamente a metade do percentual médio da OCDE (36,7%).

Com relação ao acesso à pré-escola, o Brasil está perto da média dos países da OCDE. A proporção de crianças com 4 anos de idade frequentando escola ou creche no Brasil era de 87,1% em 2017. Na comparação com países da organização, fica imediatamente abaixo da média (88%), ocupando o 27º lugar entre 35 países, à frente de Chile, Finlândia e Estados Unidos, por exemplo.

O Globo

 

Opinião dos leitores

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Política

No Brasil, 15 dos 35 partidos mantêm presidentes há mais de 10 anos ou desde a fundação

Roberto Freire (PPS-SP) durante audiência pública – Givaldo Barbosa / Agência O Globo (04/04/2017)

As negociações para a definição de alianças à disputa presidencial revelam como o poder em boa parte dos partidos segue sendo exercido por caciques que se perpetuam no comando. Levantamento feito pelo GLOBO com base em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostra que 15 das 35 siglas registradas têm presidentes eternizados no cargo. Para especialistas, essa prática mostra falta de democracia interna e controle da burocracia por oligarquias.

As lideranças enraizadas há mais de uma década ou desde a fundação — o que ocorre nos partidos criados recentemente — estão presentes em todo o espectro eleitoral brasileiro. Vão desde legendas tradicionais, como o PDT de Carlos Lupi, e o PPS de Roberto Freire, a nanicos das mais variadas matizes ideológicas, como PSTU, PRTB e Democracia Cristã — o antigo PSDC. Também incluem siglas médias criadas durante os governos petistas, como PSD, PROS e Solidariedade. Juntas, essas 15 agremiações receberão 20% dos valores destinados aos fundos partidário e eleitoral em 2018, cerca de R$ 474 milhões.

O caso do pedetista Lupi é emblemático. Herdeiro político de Leonel Brizola, assumiu o controle do partido após a morte do ex-governador do Rio, em 2004. Lidou com movimentos oposicionistas usando todas as prerrogativas do cargo, como a possibilidade de destituir comissões estaduais e municipais. Há alguns anos, em meio a um motim com a participação dos netos de Brizola, chegou a acumular a direção nacional do partido com o comando dos diretórios estadual e municipal do Rio de Janeiro. Venceu e viu os opositores rumarem para outras siglas.

— Eu não passei um dia na presidência do partido que não fosse confirmado pelo voto dos meus companheiros. De dois em dois anos tem convenção para eleger a presidência — diz, sem prever quando se dará a renovação no partido: — Acho que vai acontecer, mas não sei prever quanto tempo isso leva. Isso acontece naturalmente.

Roberto Freire comanda o PPS desde 1992, quando o partido foi criado a partir do que restou do antigo Partido Comunista Brasileiro (PCB). Deputado federal, senador e ministro, comandou a legenda em diversas mudanças de rumo. Da extrema esquerda a um posicionamento reformista de centro, passando por uma oposição radical aos governos petistas e a um alinhamento ao PSDB. Foi até uma posição independente nos últimos anos, que culminou com o apoio à candidatura de Eduardo Campos (PSB) à Presidência em 2014, herdada por Marina Silva após a morte do ex-governador de Pernambuco em um acidente aéreo.

Para um integrante da executiva nacional, aliado de Freire e que pediu o anonimato, os 26 anos de comando são reflexo da representatividade do líder e não ameaçam a democracia interna.

— Já houve companheiros que levantaram essa tese da renovação, mas o debate sempre foi feito e superado. Freire é reconduzido sempre por quase a unanimidade do partido. Ele segue no cargo pela representatividade que tem na política nacional, mas o centro decisório do PPS é o secretariado — defende.

Para o sociólogo Paulo Baía, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a permanência de lideranças por décadas no comando de partidos mostra falta de conexão com a sociedade.

— Isso é sintoma de que os partidos não têm democracia interna. Eles têm dono. Uma oligarquia se apodera das estruturas e trabalha para garantir seus próprios interesses.

Se a falta de renovação no comando é um cenário comum em siglas históricas, o mesmo ocorre nas mais recentes. Criados entre 2011 e 2013, PSD, PROS, Solidariedade e Patriota são controlados até hoje por seus articuladores. Segundo o cientista político Ricardo Caldas, professor da Universidade de Brasília (UnB), a liderança de partidos é um grande ativo para figuras como Gilberto Kassab e Paulinho da Força, que deixaram legendas tradicionais (DEM e PDT, respectivamente) para criarem suas próprias siglas.

— Comandar um partido dá prestígio e acesso a outras lideranças. Todos os líderes políticos precisam cortejar os demais. Isso faz com que uma das figuras de maior status na política brasileira seja o líder partidário — explica Caldas.

Poder aumenta com comissões provisórias

Uma das armas das lideranças nacionais para assegurar o controle dos partidos é manter comissões provisórias nos diretórios municipais e estaduais. A prática é criticada pelo TSE, que já aprovou resolução obrigando os partidos a institucionalizarem suas instâncias regionais. A aplicação na norma, porém, vem sendo adiada.

Dados levantados em janeiro mostravam que mais de 70% desses órgãos tinham caráter provisório, em todos os partidos do Brasil. Isso faz com que a direção nacional possa desfazer as comissões a qualquer momento, inibindo o surgimento de dissidências. No PROS, 99,7% dos diretórios eram provisórios. Esse percentual alcançava 98,3% no Patriota; 89,9% no Solidariedade; e 84,1% no PSD.

Eurípedes Junior, presidente nacional do PROS, diz que vem autorizando a instalação de comissões permanentes em muitos estados.

— Em nosso entendimento, não existe falta de democracia interna, tanto é que o PROS talvez seja o partido mais preparado para o diálogo com seus filiados, e as decisões têm sido tomadas com ampla participação das bases do partido, de forma transparente e aberta.

Em nota, o PSD diz cumprir a legislação e o estatuto do partido. Ressalta que outros membros exerceram o comando interinamente. Ministro da Ciência e Tecnologia, Kassab atualmente está licenciado do comando para exercer o cargo no governo: “Desde sua fundação, no final de 2011, a presidência do partido foi exercida por Gilberto Kassab, Guilherme Campos Junior e Alfredo Cotait Neto. Vale ressaltar ainda que as comissões possuem autonomia para debater e definir suas ações localmente, o que também acontece no plano nacional, sempre em sintonia com o estatuto partidário e a legislação vigente”.

Outros dirigentes partidários também ganham destaque em época de eleições, como candidatos nanicos ao Planalto. É o caso de Levy Fidelix, do PRTB, José Maria Eymael, do Democracia Cristã, e Zé Maria, do PSTU. Figuras carimbadas nas disputas presidenciais, eles garantem sua vaga nas urnas com o controle da máquina partidária.

O caso mais polêmico é o de Fidelix. Presidente do PRTB desde 1997, ele já disputou mais de uma dezena de eleições desde os anos 1980, sempre com votações inexpressivas. Seu melhor desempenho veio na disputa pela Presidência em 2014, quando terminou o primeiro turno em sétimo lugar, com mais de 446 mil votos. Ele já foi alvo de diversas acusações por ex-integrantes do PRTB, como manipulação de convenções e cobrança de multas de filiados com mandatos eletivos ou cargos comissionados que migrem para outra sigla — esta última prática admitida publicamente. Chegou a ser destituído do cargo pela Justiça, mas conseguiu retomar o comando da executiva nacional, na qual também emplacou parentes.

— Até estes partidos disputam doações de campanha e, sobretudo, também negociam participação nos governos que se elegem — explica Baía, que faz uma avaliação particular sobre o PSTU: — Participa de eleições porque disputa a hegemonia do poder sindical, onde é forte, com PT, PSOL e PCdoB.

O Globo

 

Opinião dos leitores

  1. Como acreditar que nossa Democracia possa sobreviver, se nem mesmo em nossos partidos políticos há democracia??? É só esperar… Dentro dos próximos 10 anos entraremos em nova Ditadura (de esquerda ou de direita).

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Diversos

No Brasil, metade dos homens acham que feminismo é tão ruim quanto machismo

Imagem: Getty Images

Um estudo feito pelo Google BrandLab São Paulo mostrou como os homens têm se comportado e mudado nos últimos tempos quando o assunto é o machismo. Para chegar aos resultados – alguns bem alarmantes – foram entrevistados 700 homens de 25 a 44 anos.

A pesquisa mostrou que 81% dos homens consideram o Brasil um país machista, um entendimento que pode ter sido atingido pelo aumento expressivo de buscas relacionadas ao tema, como: “o que é machismo”, “o que é ser machista” e “machismo no Brasil”, que ocuparam o pódio das três pesquisas mais executadas entre os internautas desse grupo.

No entanto, nem todos os resultados são tão positivos quanto gostaríamos que fosse. Metade dos homens acredita que o machismo é tão “ruim” quanto o feminismo. Ou seja, 50% dos homens brasileiros não possuem o correto entendimento sobre o que é feminismo e ainda creditam as ideias do movimento à ideais pejorativos e não à igualdade de gênero.

Outro ponto analisado pela empresa foi sobre a “masculinidade tóxica”. 75% dos entrevistados nunca ouviram falar sobre esse termo, ainda pouco usado no Brasil em comparação a países como os Estados Unidos e o Canadá, que tem como significado a ideia de que homens não podem chorar e demonstrar sentimentos, pensamento construído ao longo dos anos pela sociedade patriarcal em que ainda vivemos.

E por incrível que pareça, a “feminilidade” ainda é algo que constrange os homens. Mais da metade deles já foi chamado de “gay” ou “afeminado” por ter expressado seus sentimentos.

Em números mais exatos, 49% dos homens só discutem cuidados pessoais e trocam dicas de produtos quando perguntados sobre o assunto e mais de 50% dos homens preferem caçoar ou não comentar quando os amigos fazem alguma mudança na aparência, como mudar o corte de cabelo, por exemplo. Algo contrastante aos números que mostraram o aumento de 46% de conteúdos sobre maquiagem masculina na internet.

Em questões profissionais e domésticas, o estudo mostrou que mais de 83% das crianças brasileiras de até 4 anos tem como primeira responsável uma mulher – como mãe, avó ou madrasta. Foi atestado ainda que os homens dedicam 10,8 horas da semana às tarefas domésticas, enquanto as mulheres praticam 20,9 horas.

Por fim, 34% dos entrevistados acreditam que o “homem moderno” também assume as tarefas domésticas e 88% afirmam que um “bom pai” participa ativamente do dia a dia dos filhos.

Universa – UOL

Opinião dos leitores

  1. E a outra metade, tem certeza.
    Ora se machismo é ruim, feminismo é tal qual. Temos que parar com essa competição besta e pregar a igualdade de direitos e obrigações para todos independente de sexo, cor, religião e preferência sexual. Somos todos iguais!!!!

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Diversos

União Europeia traça plano concreto de combate à notícia falsa. No Brasil? Nada

(Foto: Zach Gibson/Getty Images)

A próxima eleição para o Parlamento europeu só acontece em maio de 2019, mas a União Europeia já deu passos firmes para combater as notícias falsas que se alinham no horizonte. Na última quinta-feira dia 26, o bloco anunciou oito medidas claras e concretas para fazer frente à desinformação on-line — sobretudo a de caráter político. E elas devem começar a sair do papel até julho. O Brasil, por sua vez, assiste — meio bestificado — à morosidade de suas instituições. A menos de quatro meses do início oficial da disputa pelo Planalto, autoridades patinam feio sempre que convidadas a falar sobre o tema fake news e eleições. Uma pena.

Segundo o comunicado emitido pela Comissão Europeia na última quinta-feira, um novíssimo código de conduta digital vem aí. E ele será duro na queda com plataformas como Facebook, Twitter e Google. A previsão é que o texto estabeleça que as plataformas com atuação na Europa sejam totalmente transparentes em relação aos conteúdos patrocinados (em particular os políticos), sejam mais claras sobre o funcionamento de seus algoritmos e que forneçam meios para que eles sejam auditados de tempos em tempos. Ideias que podem não descer assim tão redondo pela garganta de Mark Zuckerberg e cia., mas que agradaram os europeus.

E eles não pararam por aí. Nesse novo código, a União Europeia também deve exigir que as plataformas facilitem a vida de seus usuários: que os ajudem a encontrar fontes de informação com visões diferentes sobre um determinado assunto, numa espécie de xarope antibolhas digitais. Por fim, os europeus devem determinar que as plataformas tenham maneiras bem simples e objetivas para identificar e deletar páginas, contas e perfis que produzem conteúdos falsos de forma sistemática. A ação e a reação, dizem eles, precisam estar em sintonia. Na mesma frequência.

Ao fazer esse movimento — já de olho em 2019 —, a União Europeia também dá ao mundo do fact-checking um lugar de maior destaque. Membros verificados da International Fact-Checking Network (rede da qual a Agência Lupa faz parte há dois anos) serão convidados a se unir regionalmente para estabelecer uma metodologia de trabalho comum e atuar de forma integrada. O objetivo é fazer com que as verificações realizadas por eles na web tenham o maior impacto possível dentro das plataformas de conteúdo on-line, em detrimento — é, claro — dos vídeos, memes, fotos e conteúdos falsos que tanto circulam por ali. Para isso, os checadores europeus contarão com o apoio de especialistas em dados e tecnologia da informação apontados pela Comissão Europeia.

Outro braço de atuação fixado pela UE é o mais óbvio de todos: a educação. Diferentemente do Brasil, a União Europeia entendeu que é preciso alertar o cidadão comum para a existência das notícias falsas, bem como encorajá-lo a fazer suas próprias checagens, ensinando-lhe o mínimo sobre isso. O termo em inglês é news literacy. Em português, o descaso tem sido tão grande que ainda não conseguimos estabelecer uma boa tradução para essa expressão.

Assim, na última terça-feira dia 24, mais ou menos enquanto a UE burilava os últimos parágrafos desse novo comunicado, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Luiz Fux, foi a São Paulo para participar do fórum Amarelas ao Vivo, evento promovido pela revista Veja. Lá, diante de uma série de repórteres e editores, disse que, se ficar comprovado que notícias falsas beneficiaram um candidato a ponto de garantir sua vitória, as eleições deste ano no Brasil poderiam ser anuladas.

Quando soube disso, estava em Beirute, no intervalo de uma série de conferências sobre notícias falsas no mundo árabe (Sim! Eles também sofrem com isso e também buscam soluções). Não resisti. Fui até o finlandês Mikko Salo, que foi um dos conselheiros (senior advisers) da União Europeia para a formulação do comunicado da última quinta-feira, e lhe mostrei a tela do celular. Traduzi para o inglês a frase de Fux e aguardei imóvel sua reação. “Não. Não pode ser!” Ao lado dele, um grupo composto por libaneses e egípcios se aproximou e quis saber do que se tratava. Repeti a história e ouvi de um deles: “Mas dar esse tipo de declaração não vai acabar estimulando a criação de notícias falsas durante o período eleitoral brasileiro?”. Eu ri. De puro nervosismo.

Época

 

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Diversos

No Brasil, molenga é progressista, aplicar a lei é fascismo, e país virou bagunça, diz ministro do STF Alexandre de Moraes

Foto: Jorge William/ O Globo

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi bem claro: integrante da corte não tem liberdade de expressão. Mas se não pode dizer tudo o que quer e pensa, ele falou quase tudo na noite desta quinta-feira. Moraes disse por exemplo que, no Brasil, a moleza se confundiu com progressismo, enquanto a aplicação da lei e da justiça é tachada de fascismo. Para ele, o país virou uma bagunça, onde pode quebrar tudo numa manifestação. Afirmou ainda que a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL), do Rio de Janeiro, levará o Congresso a aprovar quatro leis aumentando penas, mas sem eficácia no combate ao crime.

A sinceridade de Moraes não parou por aí. Ele criticou a forma como as audiências de custódia são feitas atualmente, dizendo que elas aumentam a sensação de impunidade nas cidades pequenas e médias. Até ironizou os juízes do Rio de Janeiro, que tiveram reconhecido no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) o direito de ganhar um adicional por audiências de custódia realizadas. Sobrou inclusive para o jogo do bicho e as escolas de samba, sugerindo que elas fingem acreditar que seus patronos não cometem outros delitos. Disse ainda que no Direito brasileiro há uma amor ao folheamento de processos, em vez de partir para medidas mais efetivas. E até citou o jornalista Bóris Casoy, ao destacar que é uma vergonha o sistema de progressão de penas no Brasil.

Nos primeiros minutos da palestra realizada no Fórum Nacional de Juízes Criminais, no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), Moraes mostrou a que veio.

– Qualquer tratamento rigoroso de criminalidade é questão de ditadura – ironizou, sendo bastante aplaudido, e acrescentando em seguida:

– No Brasil, se confunde moleza com pessoas progressistas. Se você é molenga, você é amado pela mídia e é progressista. Se você quer aplicar a lei, quer fazer justiça, você no mínimo é chamado de fascista. Então isso é um pós conceito absurdo, que até se justificaria, ou se justificava, logo após a ditadura militar. Enquanto país temos trauma realmente, porque tivemos ditaduras durante nossa história. Ditadura Vargas, militar. Traumas foram se somando, só que esses traumas ou por causa desses traumas chegamos a essa situação de hoje de total insegurança pública – disse Mores.

Depois, ele citou a morte da vereadora Marielle Franco:

– Cada vez que morre alguém… Vocês vão ver agora, com a lamentável morte da vereadora, devem aprovar umas quatro leis. Aumentou de 12 para 15 anos a pena, acabou a criminalidade. Se vocês pegarem as últimas, é só aumentando pena. Aumenta a pena. Há uma necessidade de mudança de mentalidade. Se não houver, infelizmente nós podemos ter alguns picos de melhora, mas nós vamos voltar para a UTI.

Ele destacou que no Brasil pode quebrar tudo e que o país é leniente com a aplicação da lei.

– As garantias constitucionais em nenhum momento impedem a aplicação da lei. Não há nada (na Constituição) em relação a isso. O Brasil virou bagunça – disse ele, acrescentando que no exterior passeatas e manifestações têm que ser avisadas com antecedência à autoridades, ao contrário do que ocorre por aqui:

– Se pegarmos o Brasil, pode quebrar tudo. E se houver alguma forma de atuação, quem atuou que é o fascista. Por quê? Porque a legislação não vai sendo aplicada. Porque nós todos naturalmente, tradicionalmente, nós enquanto país, vamos nos tornando lenientes na aplicação (de lei).

Ele criticou também o sistema de progressão de pena no Brasil. Destacou que quem é pego roubando banco com uso de fuzil e reage a tiros à polícia pode progredir em 11 meses de regime.

– O sistema de progressão de regime no Brasil é lastimável. Como diria Boris Casoy, é uma vergonha – disse Moares, concluindo: – Crime grave, criminalidade organizada, progredindo com um sexto (da pena), nem na Suíça isso acontece. Nós queremos ser mais realistas que o rei. Nem na Finlândia acontece. O pessoal quer comparar? Os países nórdicos são duros pra burro nisso. Nós não. No Brasil pode progredir com um sexto Não tem semiaberto? Vai para o aberto. Não tem aberto? Vai para casa com tornozeleira.

Ele criticou o modelo hoje das audiências de custódia, que aumentaram o volume de trabalho dos juízes e ainda aumentaram a sensação de impunidade nas cidades menores, onde o baderneiro preso numa noite é visto solto no dia seguinte. Ele chegou a perguntar quem era contra as audiências de custódia, e boa parte dos juízes levantou a mão. Também perguntou quem era do Rio e ironizou:

– Pode ganhar um adicionalzinho. Não vem falar que não, né? Ganhou e não levou! Também não dá para querer tudo na vida.

Foi uma referência a uma decisão tomada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que liberou um pagamento extra aos juízes do estado em razão das audiências de custódia, mas não podendo ultrapassar o teto constitucional, de R$ 33,7 mil, quando somado ao salário regular. Depois, ainda fez outra ironia ligada ao assunto.

– No Ceará, o presidente do Senado (Eunício Oliveira, que foi eleito pelo estado) me mostrou, reclamando da audiência de custódia, que o mesmo acusado ou preso em flagrante em 2016 participou de 77 auduiência de custódia. Campeão mundial. Acho que ele se apaixonou pela juíza. Em São Paulo, o recorde foram 16 vezes – disse Moraes.

O ministro falou até da relação das escolas de sambas com o jogo do bicho:

– Quando sai uma decisão cumprindo a lei, dura, se é uma juíza, tem até matéria. “Olha, as mulheres são duras!” É um negócio! As pessoas estranham. Mas é a lei. A juíza Denise Frossard sabe muito bem disso. “Ah, prendeu gente do jogo do bicho! Não pode! Eles só fazem jogo do bicho.” Tem gente que acredita que eles só fazem jogo do bicho. As escolas de samba acreditam.

Ele criticou ainda o trabalho de parte dos juízes:

– Você não pode comabter algo totalmente organizado de uma forma românctica, do século XIX. Cada juiz escrevendo a decisão em casa, citando 83 autores estrangeiros. Eu também gosto de citar, mas não resolve. Integliência, no sentido de troca de informações (resolve).

O Globo

Opinião dos leitores

  1. PEIXINHO DE TEMER ESTÁ ABRINDO A BOCA PRA QUÊ?
    Num País em que juízes fazem greve pelos seus próprios pixulecos, o que se pode esperar?

    1. Esquerdista estamos nessa bagunça por causa de quem ?????
      E só você por 13 anos em quem tinha 7 aí você vê quem não deu ordem e nem progresso no país
      Se não sabe foi os ladroes da esquerda

  2. Precisamos de ministros no STF que julguem de acordo com a lei e não conforme o réu como querem alguns dos atuais ministros, onde 7 deles foram criteriosamente escolhidos pelo PT, entre eles, tem 2 ex advogados do PT que nunca deveriam ser nomeados. Isso deveria ser barrado na sabatina, mas aquilo não passa de um faz de conta, mais uma situação de negociações políticas.
    MUDA BRASIL, VOLTA A ORDEM PAÍS QUE UM DIA TINHA FUTURO E HOJE É UMA HERANÇA MALDITA DE 13 ANOS DE DESGOVERNO DA ESQUERDA.

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Finanças

No Brasil, Joesley cita verba a Lula e Dilma ao depor

O empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS, divulgou um comunicado nesta terça-feira (13) no qual informou que que voltou ao Brasil no domingo. Joesley estava no exterior desde que foi divulgada a informação de que ele e outros executivos do grupo fecharam acordo de delação premiada.

No comunicado, Joesley diz que participou de reuniões nesta segunda-feira (12), em Brasília, e de encontros de trabalho nesta terça (13), em São Paulo.

Segundo o Jornal Nacional, o empresário prestou novo depoimento nesta segunda à Procuradoria da República em Brasília, na investigação sobre dinheiro em contas no exterior destinado pela JBS aos ex-presidentes Lula e Dilma – como ele apontou na delação; os ex-presidentes negam as acusações.

O depoimento desta segunda ocorreu pela manhã e o diretor da J&F Ricardo Saud, outro delator da Lava Jato, também foi ouvido.

Joesley e Saud prestaram esclarecimentos ao procurador da República Ivan Cláudio Marx no âmbito de um Procedimento Investigatório Criminal (PIC) instaurado para apurar o repasse de recursos por parte do grupo empresarial ao Partido dos Trabalhadores, por intermédio do ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Os recursos, originários de contratos com o BNDES, Funcef e Petros, teriam contas no exterior como garantia, cujos extratos seriam mostrados por Mantega aos ex-presidentes Lula e Dilma. A informação que motivou a abertura do PIC consta do acordo de colaboração premiada firmada pelo empresário com a Procuradoria Geral da República (PGR) e homologada pelo Supremo Tribunal Federal. Como não envolvem pessoas com prerrogativa de foro, o caso foi enviado à primeira instância, tramitando de forma reservada na Procuradoria da República no Distrito Federal.

Na delação, Joesley Batista disse que depositou US$ 150 milhões em contas no exterior a pedido do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega e que esse dinheiro seria propina relacionada a empréstimos e aportes financeiros do BNDES. O dinheiro teria financiado campanhas políticas.

Novo depoimento

Além do depoimento desta segunda, Joesley também deverá prestar um novo depoimento – desta vez à Polícia Federal – sobre as investigações da Operação Bullish, que apura suposto favorecimento do BNDES à JBS.

O juiz da operação, Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, autorizou que Joesley fosse avisado com antecedência.

O empresário disse que viajou com autorização da Justiça brasileira e que estava na China e “não passeando na Quinta Avenida, em Nova York”.

A J&F não confirmou a agenda de Joesley Batista no Brasil.

Íntegra

Leia abaixo a íntegra do comunicado de Joesley Batista:

O empresário Joesley Batista informa que está no Brasil desde domingo passado.

Ele se ausentou do Brasil nos últimos dias para proteger a integridade de sua família, que sofreu reiteradas ameaças desde que ele se dispôs a colaborar com o Ministério Público.

Joesley Batista estava na China – e não passeando na Quinta Avenida, em Nova York, ao contrário do que chegou a ser noticiado e caluniosamente dito até pelo presidente da República. Não revelou seu destino por razões de segurança. Viajou com autorização da Justiça brasileira.

O empresário esteve ontem, segunda-feira, em Brasília, em reuniões. Hoje, participou de encontros de trabalho em São Paulo.

Joesley é cidadão brasileiro, mora no Brasil, paga impostos no Brasil e cria seus filhos no Brasil. Está pessoalmente à disposição do Ministério Público e da Justiça brasileiros para colaborar de forma irrestrita no combate à corrupção.

G1

 

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Diversos

No Brasil, ter título de mestrado faz renda aumentar quatro vezes

estudantes-vestibular-arquivo-thinkstock-20130108-02-original17Foto: (Thinkstock/VEJA/VEJA)

Um brasileiro que detém o título de mestrado ganha, em média, quatro vezes mais que a média dos trabalhadores brasileiros. Se o profissional tiver doutorado, o salário pode ser quase seis vezes maior. A conclusão é do estudo Mestres e Doutores 2015, feito pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), associação sem fins lucrativos ligada ao Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação (MCTI), que fez um amplo retrato dos pós-graduados brasileiros. O relatório, publicado na última terça-feira, cruzou indicadores como renda, idade e proporção dos pós-graduados entre 1996 e 2014 e revela que, apesar de o número de profissionais com títulos ter crescido, ainda há uma grande distância em relação à média internacional.

Em 2013, por exemplo, a média brasileira foi de 7,6 doutores formados para cada grupo de 100.000 habitantes. Entre as nações da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), apenas México (4,2) e Chile (3,4) apresentaram desempenho inferior ao Brasil.

“O estudo demonstra que há uma grande distância em relação aos países desenvolvidos, o que nos incentiva a manter e expandir os investimentos”, afirmou a coordenadora do estudo, Sofia Daher.

Renda – Segundo o relatório, em 2014, a remuneração média dos profissionais com título de mestrado era de 9.719 reais, enquanto os ganhos de um indivíduo com emprego formal, independentemente de seu nível educacional, era 2.449 reais. Isso significa que um mestre recebia praticamente quatro vezes mais do que a média dos trabalhadores brasileiros. Um doutor tinha salário médio de 13.861 reais, ou seja, 5,7 vezes mais do que recebia a média dos trabalhadores do país.

“O elevado diferencial da remuneração dos mestres em relação à dos trabalhadores de todos os níveis educacionais é um indicativo do baixo nível educacional da população e da carência de profissionais mais bem qualificados”, afirma o relatório. O maior salário estava entre os doutores e mestres empregados em entidades empresariais estatais – os doutores ganhavam 19.409 reais e os mestres recebiam em média 14.833 reais. Segundo a pesquisa, em 2009, um mestre ganhava de 8.880 reais, enquanto um doutor tinha a remuneração média de 11.732 reais.

Idade – O número de programas de mestrado e doutorado no Brasil também aumentou durante o período. Em 2014, existiam 3.629 programas de mestrado no país, enquanto em 1996, o número era menos da metade: 1.187. Os cursos de doutorado aumentaram de 630, em 1996, para 1.954 em 2014, um crescimento de 210%.

A pesquisa analisa ainda a idade com que mestres e doutores se formam no país. Entre 1996 e 2014, a idade dos pós-graduados caiu em média dois anos. Em 2014, os estudantes brasileiros adquiriam o título de mestrado no Brasil com 32,3 anos. Em 1996, isso acontecia aos 33,4 anos. Já o recém-formado no curso de doutorado tinha em média 37 anos em 2014. Em 1996, ele tinha 39.

Segundo o estudo, a queda é importante, mas ainda bem distante do panorama internacional. Em 2014, um americano receberia o título de doutorado pelo menos cinco anos antes. “Quanto mais elevada a idade ao titular, menor deverá ser o número de anos que o indivíduo poderá trabalhar utilizando os conhecimentos adicionais adquiridos nos cursos”, afirma o texto.

A publicação, lançada durante uma sessão especial da 68ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Porto Seguro, na Bahia, faz parte de um esforço do CGEE para avaliar a formação de profissionais nas áreas de ciência, tecnologia e inovação no Brasil e subsidiar a formulação de políticas públicas na área. É a quarta edição do estudo, publicado desde 2011.

Veja

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Diversos

Termina neste sábado o prazo para os municípios acabarem com os lixões no Brasil

2014-730627127-2014-730154116-2014070216748.jpg_20140702.jpg_20140704Foto: Pablo Jacob / Pablo Jacob

Vence no próximo sábado, dia 2 de agosto, o prazo de quatro anos para que todos os municípios do país acabem com os lixões e criem locais adequados para destinação dos resíduos sólidos. Até agora apenas 2.202 cidades cumpriram essa meta, mas elas representam a produção de 60% de lixo do país. A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, informou na tarde desta quinta-feira que o governo não irá baixar qualquer medida estendendo esse prazo, como estão solicitando entidades ligadas às prefeituras. A ministra afirmou que o governo defende um debate no Congresso Nacional sobre o assunto e, se os parlamentares assim entenderem, ampliem esse prazo.

Izabella Teixeira afirmou que sair punindo os municípios nesse momento não é a solução. O governo procurou o Ministério Público Federal e pediu que se busquem soluções com as Prefeituras, como termos de conduta, antes de qualquer punição. No final de agosto, haverá um encontro em Porto Alegre (RS), entre governo, procuradores e prefeitos para discutir como vai se dar esse pacto.

— O governo não irá prorrogar esse prazo e entende que essa lei de resíduos sólidos é extremamente positiva. Os termos foram pactuados no Congresso, que levou 21 anos para aprová-la. Mas apoiamos diálogo com o Congresso para eventual repactuação. Ninguém quer ter um lixão em casa. Não é questão de prazo, mas de entender os problemas que levaram a isso Não estou dizendo que não vai haver punição. Está na mão da Justiça — disse Izabella Teixeira.

A ministra disse ainda que é preciso parar com a ideia de que a punição resolve. Ela afirmou que não encontrou má vontade dos gestores que não conseguiram criar alternativas para destinar seus resíduos. Teixeira afirmou que é preciso entender dificuldades regionais e de capacitação para tornar essa política uma realidade. As regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste são as com mais dificuldades para solucionar esses problemas.

O Globo

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