Jornalismo

MPF denuncia hackers e Glenn Greenwald por organização criminosa, lavagem e interceptações de procuradores da Lava Jato e Moro

O jornalista Glenn Greenwald. FOTO: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO

O Ministério Público Federal denunciou o jornalista Gleen Greenwald e outros seis investigados no âmbito da Operação Spoofing, que apura invasão e roubo de mensagens de celulares de procuradores da força-tarefa da operação Lava-Jato e do então juiz Federal Sérgio Moro.

No que se refere à responsabilização de Glenn Greenwald, o MPF ressalta que o jornalista não era alvo das investigações. Ocorre que, durante a análise de um computador apreendido na casa de Walter Delgatti, foi encontrado um áudio de um diálogo entre Luiz Molição e Glenn.

A conversa foi realizada logo após a invasão sofrida pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. “Nesse momento, Molição deixa claro que as invasões e o monitoramento das comunicações telefônicas ainda eram realizadas e pede orientações ao jornalista sobre a possibilidade de ‘baixar’ o conteúdo de contas do Telegram de outras pessoas antes da publicação das matérias pelo site The Intercept. Greenwald, então, indica que o grupo criminoso deve apagar as mensagens que já foram repassadas para o jornalista de forma a não ligá-los ao material ilícito”, diz o MPF.

Para o MPF, ficou comprovado que Glenn auxiliou, incentivou e orientou o grupo durante o período das invasões. Ainda segundo o os procuradores, essa atitude do jornalista caracteriza ‘clara conduta de participação auxiliar no delito, buscando subverter a ideia de proteção a fonte jornalística em uma imunidade para orientação de criminosos’.

“O jornalista Gleen Greenwald, de forma livre, consciente e voluntária, auxiliou, incentivou e orientou, de maneira direta, o grupo criminoso, durante a prática delitiva, agindo como garantidor do grupo, obtendo vantagem financeira com a conduta aqui descrita”, diz trecho da denúncia.

A peça de 95 páginas da Procuradoria ressalta que o inquérito cumpriu a liminar concedida pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, em agosto. A medida cautelar proibiu que Glenn fosse investigado e responsabilizado pelas autoridades públicas e órgãos de apuração administrativa ou criminal (como a Polícia Federal) pela ‘recepção, obtenção ou transmissão’ de informações publicadas na imprensa.

‘Não houve investigação. Não se descumpriu a decisão’

O procurador Wellington Divino de Oliveira ressalta que a decisão (do ministro Gilmar Mendes, do Supremo) que impedia investigação sobre Glenn ‘criou uma espécie de imunidade especial e material jure et de jure, uma presunção absoluta de inocência, garantindo um salvo conduto ao réu de ser investigado’.

“O presente inquérito policial cumpriu as determinações contidas na Medida Cautelar proferida na APDF nº 601 porém, no material decorrente das medidas de busca e apreensão, autorizadas pelo Juízo da 10.ª Vara Federal do Distrito Federal foi possível identificar um áudio que ilustra a atuação do jornalista Glenn Greenwald no caso e indica a participação direta do jornalista na conduta criminosa”, afirma a denúncia.

O procurador da Spoofing é taxativo. “Não houve investigação. Não se descumpriu a decisão.”

O procurador grifou em vermelho trechos de diálogos de Glenn com hackers.

Na avaliação do Ministério Público Federal, ‘as falas identificadas em vermelho demonstram alguns elementos importantes’ – a) o grupo efetuou a invasão de dispositivos informáticos de diversas pessoas, como Danilo Gentili, Fernando Holiday e outros integrantes do MBL ainda no ano de 2018; b) Glenn Greenwald recebeu o material hackeado das contas pertencentes ao procurador da República Deltan Dallagnol, sabia que o grupo não havia encerrado a atividade criminosa e permanecia realizando condutas de invasões de dispositivos informáticos e o monitoramento ilegal de comunicações e buscou criar uma narrativa de ‘proteção à fonte’ que incentivou a continuidade delitiva.

Ao transcrever um diálogo do jornalista do Intercept, o procurador enfatiza. “Comprova que, diferentemente da tese apresentada pelo jornalista, Glenn Greenwald recebeu o material de origem ilícita enquanto a organização criminosa ainda praticava condutas semelhantes, buscando novos alvos, possuindo relação próxima e tentando subverter a noção de proteção ao ‘sigilo da fonte’ para, inclusive orientar que o grupo deveria se desfazer das mensagens que estavam armazenadas para evitar ligação dos autores com os conteúdos hackeados, demonstrando uma participação direta nas condutas criminosas.”

O procurador ressalta que, por causa da liminar de Gilmar Mendes ‘não foi possível aprofundar as investigações de forma a identificar outros elementos de prova que demonstrem outras condutas de Glenn Greenwald no caso concreto’.

Ele destaca que cópia da denúncia e dos ‘elementos de prova juntados’ será encaminhada à Procuradoria-Geral da República para subsidiar eventual pedido de revogação da liminar em vigor.

Segundo o procurador, ‘é certo que Glenn agiu como partícipe nas condutas funcionando como garantidor e orientador da associação criminosa’.

Crimes cibernéticos

As sete pessoas foram denunciadas por crimes relacionados à invasão de celulares de autoridades brasileiras. São apontadas a prática de organização criminosa, lavagem de dinheiro, bem como as interceptações telefônicas engendradas pelos investigados.

A denúncia assinada pelo procurador da República Wellington Divino de Oliveira relata que a organização criminosa executava crimes cibernéticos por meio de três frentes: fraudes bancárias, invasão de dispositivos informáticos ( como, por exemplo, celulares) e lavagem de dinheiro. A peça não explora os crimes de fraudes bancárias. Nesse sentido, a finalidade ao citá-los é apenas o de caracterizar o objetivo dos envolvidos e explicar as suas ligações. Uma ação penal apresentada posteriormente tratará tais crimes.

As apurações realizadas esclareceram os papéis dos denunciados. Walter Delgatti Netto e Thiago Eliezer Martins Santos atuavam como mentores e líderes do grupo. Danilo Cristiano Marques era “testa-de-ferro” de Walter, proporcionando meios materiais para que o líder executasse os crimes. Gustavo Henrique Elias Santos era programador, desenvolveu técnicas que permitiram a invasão do Telegram e perpetrava fraudes bancárias.

Já Suelen Oliveira, esposa de Gustavo, agia como laranja e “recrutava” nomes para participarem das falcatruas. E, por fim, Luiz Molição invadia terminais informáticos, aconselhava Walter sobre condutas que deveriam ser adotadas e foi porta-voz do grupo nas conversas com Greenwald .

COM A PALAVRA, O ADVOGADO RAFAEL BORGES, QUE DEFENDE GLEEN GREENWALD

“Recebemos com perplexidade a informação de que há uma denúncia contra o jornalista Glenn Grenwald, cofundador do The Intercept. Trata-se de um expediente tosco que visa desrespeitar a autoridade da medida cautelar concedida na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 601, do Supremo Tribunal Federal, para além de ferir a liberdade de imprensa e servir como instrumento de disputa política. Seu objetivo é depreciar o trabalho jornalístico de divulgação de mensagens realizado pela equipe do The Intercept Brasil em parceria com outros veículos da mídia nacional e estrangeira. Os advogados de Glenn Grenwald preparam a medida judicial cabível e pedirão que a Associação Brasileira de Imprensa, por sua importância e representatividade, cerre fileiras em defesa do jornalista agredido”.

COM A PALAVRA, WALTER DELGATTI NETO

A reportagem busca contato com a defesa do denunciado. O espaço está aberto para manifestações.

COM A PALAVRA, GUSTAVO HENRIQUE SANTOS

A reportagem busca contato com a defesa do denunciado. O espaço está aberto para manifestações.

COM A PALAVRA, THIAGO ELIEZER

A reportagem busca contato com a defesa do denunciado. O espaço está aberto para manifestações.

COM A PALAVRA, LUIZ HENRIQUE MOLIÇÃO

A reportagem busca contato com a defesa do denunciado. O espaço está aberto para manifestações.

COM A PALAVRA, SUELEN PRISCILA DE OLIVEIRA

A reportagem busca contato com a defesa da denunciada. O espaço está aberto para manifestações.

COM A PALAVRA, DANILO CRISTIANO MARQUES

A reportagem busca contato com a defesa do denunciado. O espaço está aberto para manifestações.

Fausto Macedo – Estadão

Opinião dos leitores

  1. Lembro que por muito menos que isso, apenas por dizer a verdade -dizer que Lula é um bêbado, um jornalista americano foi expulso do país.

  2. O que Glenn fez foi investigar e descobrir a verdade.
    A verdade tem que ser dita. Glenn descobriu que Moro é um Fora da Lei.
    Cadeia no fora da lei Moro.
    Viva Glenn!

    1. A trama foi desmascarada desbaratada filhinho. E isso dói demais né filhinho. Aguenta ai que a verdade veio a tona. O golpe foi revelado em detalhes.

    2. "Painho dono da verdade", vamos lá:
      1) Glenn não fez jornalismo, o que ele fez foi apoiar, incentivar, auxiliar os CRIMINOSOS que invadiram a privacidade alheia!;
      2) Moro não cometeu crime algum em buscar a justiça condenando corruptos, muito menos os procuradores. O CRIMINOSO condenado inclusive está solto, infelizmente;
      3) Se o CRIMINOSO que comandou o maior esquema de corrupção da história está solto, realmente você acha que o Sérgio Moro deveria estar preso? Qual seria a razoabilidade e coerência em você defender isso?
      4) Você acha que os criminosos foram injustiçados e o culpado foi quem investigou? É isso?

    3. O Pior Bandido é o que defende Bandido, LuLarápio e seu Bando deverá pagar pelos danos causados a essa Nação.

    4. Individuo.. Moro nao é o fora da lei. O fora da lei é o hacker que roubou (roubar é um crime), violou privacidade do juiz, vendeu dados pessoais, forjou os dados, com um unico fim de tirar proveito e prejudicar. E em relacao ao ex-juiz que condenou poderosos corruptos como o lula e outros, este nao tinha nada nas gravacoes adulteradas por este gringo que demonstrasse algum problema a respeito do ex-juiz. Problema tem esse gringo… que tem muita coisa a ser descoberta sobre ele. Isso nunca foi jornalismo, roubar para forjar noticias politicas nao é ato jornalístico.

    5. Glenn é um bandido que foi rapidamente acobertado por outro bandido mor do STF.
      Agora a verdade veio.
      Glenn na cadeia já.

  3. O gringo não fez nada de errado. Se ele não solicitou a invasão, não comprou as informações e não
    coagiu ninguém, logo não há crime.
    Ele apresentou um grande serviço desmascarando esse canalhas da mídia e MPF.

  4. Esse FDP desse gringo tem que saber respeitar as leis brasileiras, os PTralhas NÃO estão mais no poder , acabou a farra do boi

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Mundo

Trump exige US$ 230 milhões do governo dos EUA por “perseguição” do FBI e do Departamento de Justiça

Foto: Reprodução

O ex-presidente Donald Trump não está para brincadeira: ele está cobrando US$ 230 milhões do governo federal dos EUA, alegando que foi alvo de investigações ilegais do FBI e do Departamento de Justiça. A ação sem precedentes abre um conflito ético gigante, já que o governo que deve decidir sobre o pagamento é o mesmo que ele comandou.

Trump apresentou queixas administrativas – um passo que geralmente antecede processos judiciais – alegando que seus direitos foram violados. Entre os alvos estão investigações sobre a interferência russa em 2016, supostas conexões com sua campanha e, mais recentemente, a revista do FBI em Mar-a-Lago, sua residência e clube na Flórida, em busca de documentos confidenciais. Ele acusa ainda o Departamento de Justiça de processá-lo de forma maliciosa após deixar o cargo.

A reclamação de Trump cita nomes de peso: Merrick Garland, então procurador-geral; Christopher Wray, diretor do FBI; e Jack Smith, procurador especial que investigava o ex-presidente. Segundo Trump, eles cometeram “assédio” para tentar influenciar resultados eleitorais – uma acusação que coloca em xeque a credibilidade de investigações políticas do governo.

Especialistas alertam que o caso levanta problemas éticos enormes, já que as queixas são analisadas pelos mesmos órgãos que ele acusa. Se a reclamação for rejeitada, Trump ainda poderia levar o caso à Justiça, mas por enquanto, está negociando diretamente com quem está dentro do Departamento de Justiça.

 

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Judiciário

STF reabre investigação contra Valdemar Costa Neto por trama golpista do PL: “bizarro” é pouco, critica Moraes

Foto: Reprodução

A Primeira Turma do STF decidiu, por 4 a 1, reabrir a investigação sobre o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, no inquérito que apura a chamada trama golpista. A medida atende a pedido do ministro Alexandre de Moraes, que apontou elementos para investigar crimes de organização criminosa e tentativa de abolição do Estado democrático de Direito.

O caso está ligado ao relatório produzido pelo presidente do instituto contratado pelo PL, Carlos Rocha, sobre supostas fraudes nas urnas eletrônicas. Esse documento foi usado pelo partido para questionar o resultado das eleições de 2022 no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ação que Moraes chamou de “uma das coisas mais bizarras” que a Justiça Eleitoral já recebeu. Rocha já foi condenado a sete anos e seis meses de reclusão em regime semiaberto.

Valdemar ainda não foi denunciado, conforme informações do Uol. Ele foi indiciado pela Polícia Federal por apoiar e financiar os questionamentos ao sistema eleitoral, mas a Procuradoria-Geral da República (PGR) não encontrou provas suficientes até agora. A reabertura do inquérito permitirá que a PGR avalie se há elementos novos para incluir o presidente do PL na investigação ou se serão necessárias diligências extras.

Moraes criticou duramente a postura do PL, que tentou contestar todas as urnas e acabou multado em R$ 22 milhões por litigância de má-fé. “Bizarro é pouco para definir essa ação do partido na Justiça Eleitoral”, disse, lembrando que o tribunal manteve a multa e rejeitou os recursos do PL.

O pedido formal será enviado à PGR. Caso a investigação avance contra Valdemar, ele poderá responder pelos crimes de organização criminosa e tentativa de abolição do Estado democrático de Direito.

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Mundo

Maduro transforma venezuelanos em espiões: novo app manda população vigiar vizinhos 24h por dia

Foto: Reprodução

O ditador Nicolás Maduro ordenou a criação de um aplicativo para que a população reporte “tudo o que vê e tudo o que ouve”, alegando que a medida ajudará a proteger a Venezuela de supostas ameaças externas. A ordem foi dada durante evento público transmitido pela TV estatal VTV, com ênfase na participação da milícia bolivariana e da Força Armada Nacional Bolivariana.

O sistema, chamado VenApp, já existia desde 2022 para denúncias de falhas em serviços públicos, mas agora será usado para monitorar cidadãos. Maduro exaltou o papel do povo como “olhos do Estado”, reforçando o controle social em um país já marcado pela repressão política e pelo autoritarismo.

Críticos e organizações internacionais alertam que o app pode ser usado para perseguição e intimidação. Em 2024, após eleições questionadas, o VenApp foi denunciado pela Anistia Internacional por permitir que simpatizantes do governo delatassem opositores, prática considerada violação de direitos humanos. O regime nega os abusos, afirmando que os detidos eram criminosos ou agitadores.

A oposição, que reivindica vitória nas eleições com Edmundo González, teme que o aplicativo amplie a vigilância e a repressão contra cidadãos contrários ao governo. Maduro, por sua vez, promove a ferramenta como “instrumento de paz e segurança”, transformando o próprio povo em informantes do regime.

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Geral

VÍDEO: Com R$ 27 milhões, Paulinho Freire moderniza coleta de resíduos com 35 caminhões novos

Imagens: Divugação/PMN

A Prefeitura do Natal deu, nesta terça-feira (21), um passo firme na limpeza urbana: 35 caminhões novos começaram a reforçar a coleta de resíduos na cidade. A entrega, realizada no estacionamento do Ginásio Nélio Dias, na Zona Norte, faz parte de um investimento de R$ 27 milhões, dentro de um total de R$ 50 milhões destinados à modernização da frota da Urbana.

São 30 caminhões compactadores e 5 microcompactadores, veículos maiores que reduzem viagens e agilizam a coleta. O objetivo é claro: mais eficiência, menos lixo acumulado e menos emissão de gases poluentes. Para quem vive em Natal, isso significa ruas mais limpas e operação mais rápida em toda a cidade.

Além dos caminhões, a Urbana recebeu reforço com trituradores de podas, caçambas, retroescavadeiras, tratores roçadeiras e carros-pipa, ferramentas que ajudam a manter ruas e áreas de grande circulação limpas e organizadas. A ação também fortalece a sustentabilidade e prepara a cidade para novas modalidades de coleta e ecopontos de reciclagem.

Para o prefeito Paulinho Freire, a entrega é resultado de uma gestão séria e comprometida com a população. “Modernizar só traz benefícios. É importante que a população mantenha parceria com a Urbana para conservar nossa cidade limpa”, afirmou. O presidente da Urbana, Alvamar Vale, reforçou: “Essa frota representa um marco para Natal. Paulinho Freire mostra dedicação real com o bem-estar da população”.

 

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Saúde

Fecomércio e UFRN vão testar bebidas em Natal para detectar metanol: sigilo e imparcialidade garantidos

Foto: Cedida/SP

A Fecomércio-RN anunciou nesta terça-feira (21) um esquema inédito para colocar fim ao risco de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas vendidas em Natal e no resto do estado. A ação, em parceria com a UFRN, vai testar destilados de supermercados, atacadistas e distribuidoras de forma totalmente sigilosa e técnica.

Segundo o diretor executivo da Fecomércio, Laumir Barreto, todas as amostras serão codificadas. “O laboratório não sabe qual bebida está analisando. Só trabalha com códigos. Assim garantimos um resultado totalmente imparcial”, explicou. A iniciativa protege consumidores e empresários sérios, evitando que marcas sejam acusadas injustamente.

O acordo técnico, assinado na segunda-feira (20), prevê o uso do Laboratório de Combustíveis e Lubrificantes da UFRN (LCL-UFRN), equipado com cromatografia a gás — tecnologia de ponta usada para detectar até pequenas quantidades de metanol. É a primeira vez que o método será aplicado em bebidas alcoólicas no RN, embora seja rotina no monitoramento de combustíveis.

A coleta ficará a cargo da Fecomércio, que vai lacrar e codificar cada garrafa antes do envio ao laboratório. “É um processo pensado com critério técnico e transparência total”, garante Barreto. O objetivo é claro: segurança para quem consome e justiça para quem produz legalmente.

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Geral

STF condena militares e aliados de Bolsonaro na ‘trama das fake news’ por 4×1

Foto: Gustavo Moreno/STF

O STF concluiu nesta terça-feira (21) a condenação de todos os réus do núcleo 4 da chamada “trama das fake news”. A maioria dos condenados é formada por militares e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusados de questionar falhas no sistema eleitoral. O placar final foi 4 a 1, com o presidente da Primeira Turma, Flávio Dino, seguindo integralmente o voto de Alexandre de Moraes.

A única exceção foi Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, engenheiro e presidente do Instituto Voto Legal, condenado apenas por organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Apesar das acusações graves, muitos apontam que o STF transformou patriotas em “criminosos de Estado”.

Entre os condenados estão o major expulso Ailton Gonçalves Barros, que discutiu golpe com Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o major da reserva Ângelo Denicoli, ligado a estratégias de descredibilização das urnas; e o subtenente Giancarlo Rodrigues, acusado de usar sistemas da Abin para espalhar informações sobre supostas fraudes.

Também figuram o tenente-coronel Guilherme Marques de Almeida, que em áudio defendeu “sair das quatro linhas da Constituição” para proteger o país; o coronel Reginaldo Vieira de Abreu, investigado por planejar atentados contra Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes; e o agente da PF Marcelo Bormevet, acusado de atuar como núcleo paralelo da Abin. O STF, mais uma vez, mira patriotas que questionam irregularidades, transformando dissidência em crime.

STF define penas

O julgamento agora avança para definir as penas. Os réus respondem por crimes como organização criminosa armada, golpe de Estado e danos ao patrimônio público, acusações usadas pelo Supremo para atacar opositores do governo Lula e do PT.

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Economia

Governo Fátima antecipa 50% do ICMS e sufoca empresas potiguares: setor produtivo vê “bomba tributária” em plena crise

Foto: Reprodução

O Governo do RN voltou a apertar o cerco contra quem ainda gera emprego e renda no Estado. A Secretaria Estadual de Fazenda (SEFAZ-RN) publicou a Portaria nº 1.065/2025, determinando que empresas beneficiadas pelo PROEDI, atacadistas e centrais de distribuição terão que antecipar 50% do valor do ICMS devido no mês anterior.

Na prática, a decisão — que vale já para outubro de 2025 — obriga as empresas a pagar metade do imposto antes mesmo de vender os produtos, com prazo até 28 de outubro para recolher a antecipação. O complemento deve ser quitado até 15 de novembro. O débito será lançado automaticamente no extrato fiscal de cada contribuinte, e quem não pagar dentro do prazo enfrentará multas e juros pesados.

O governo de Fátima Bezerra (PT) alega que a medida é “excepcional”, mas empresários e contadores afirmam que a antecipação é um verdadeiro golpe no caixa das empresas, especialmente em um momento de retração nas vendas e aumento de custos. “Querem matar de vez quem ainda resiste no Rio Grande do Norte”, reclamou um empresário do setor atacadista.

O PROEDI, que nasceu como programa de incentivo industrial, agora virou dor de cabeça para os próprios beneficiados. Muitos afirmam que a cobrança antecipada anula o benefício fiscal, reduzindo o capital de giro e colocando em risco empregos e investimentos.

Enquanto o governo federal de Lula segue aumentando impostos e o governo estadual do PT aperta o setor produtivo, empresários potiguares pedem socorro e cobram medidas que realmente incentivem o desenvolvimento, em vez de asfixiar quem trabalha e movimenta a economia.

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Judiciário

STF forma maioria para condenar militares e aliados por “tentativa de golpe”; Cármen Lúcia acompanha Moraes e Zanin — Fux é o único a divergir

Foto: Rosinei Coutinho/STF

A Primeira Turma do STF formou maioria nesta terça-feira (21) para condenar sete réus do chamado “núcleo da desinformação”, acusados de tentar um golpe de Estado após as eleições de 2022. O voto da ministra Cármen Lúcia, que acompanhou Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin, selou o placar de 3 a 1 pela condenação. Apenas Luiz Fux discordou, afirmando que o Supremo não tem competência para julgar o caso e defendendo a absolvição de todos.

Entre os réus estão militares e agentes públicos acusados de espalhar supostas “fake news” sobre as urnas eletrônicas e o sistema eleitoral. Entre eles, o major da reserva Ailton Barros, o engenheiro Carlos César Rocha, do Instituto Voto Legal (IVL), e o subtenente Giancarlo Rodrigues, apontado por criar uma rede clandestina de espionagem na Abin.

Cármen Lúcia afirmou que os acusados “espalharam mentiras” que colocaram em dúvida a integridade das eleições e das instituições democráticas. Segundo a ministra, há “fartas evidências” de que o grupo agiu de forma organizada para sustentar uma narrativa golpista e abalar a confiança no sistema eleitoral.

Os sete são acusados de organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e outros crimes. As penas ainda serão definidas. A defesa alega perseguição política e diz que o julgamento é parte de uma ofensiva contra apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, o que reforça o clima de tensão entre o STF e a direita brasileira.

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Política

RN estoura limite de gastos com servidores e expõe falta de controle do governo Fátima, aponta Tesouro Nacional

Foto: Reprodução

O governo do RN, comandado por Fátima Bezerra, ultrapassou novamente o limite de gastos com pessoal previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Segundo dados do Tesouro Nacional, divulgados nesta terça-feira (21), o Estado comprometeu 55,73% da sua receita corrente líquida apenas com a folha de pagamento entre maio e agosto de 2025 — bem acima do teto de 49% permitido por lei.

A informação mostra o que os potiguares já sentem na pele: o Estado gasta demais e entrega de menos. Enquanto falta dinheiro para áreas essenciais, como saúde e segurança, a gestão do PT segue inchando a máquina pública com cargos, gratificações e despesas que estouram qualquer limite de bom senso — e agora, também o da lei.

O Relatório de Gestão Fiscal em Foco dos Estados e do Distrito Federal mostra que o RN não está sozinho na farra de gastos públicos. Alagoas (3,58%) e Roraima (3,84%) também ultrapassaram o limite de despesas com pessoal do Poder Legislativo, que é de 3%. Já os limites do Judiciário (6%) e do Ministério Público (2%) foram respeitados por todos os Estados.

Com a marca de 55,73%, o RN figura entre os piores desempenhos do país em equilíbrio fiscal. Um retrato fiel de uma gestão que parece ter perdido o controle das contas públicas — e que, mais uma vez, coloca o Estado na contramão da responsabilidade e da eficiência que o potiguar tanto espera.

Opinião dos leitores

  1. E, ainda fica iludindo os pobres concurseiros, anunciando que vai ter concursos para penal e detran. Mente, e mente muuuuuito. Caso tenha, só nomeia em 2050.

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Judiciário

STF: Fux pede vaga na Segunda Turma e balança decisões sobre o 8 de Janeiro

Foto: Andressa Anholete/STF

O ministro Luiz Fux, do STF, surpreendeu ao enviar um ofício ao presidente da Corte, Edson Fachin, pedindo para trocar a Primeira Turma pela Segunda Turma. A mudança promete abalar o tabuleiro dos julgamentos do tribunal.

Fux atualmente integra a Primeira Turma ao lado de Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Cármen Lúcia. Esse colegiado é responsável pelas ações penais relacionadas à trama do 8 de janeiro de 2023, que envolveu ataques ao Congresso e ao STF. Nos julgamentos, Fux se destacava como contraponto, mas agora busca novas posições dentro do tribunal.

O ministro manifestou interesse em assumir uma vaga na Segunda Turma, composta por Gilmar Mendes, Nunes Marques, Dias Toffoli e André Mendonça. A mudança pode alterar a dinâmica das decisões, especialmente nos casos ligados à desinformação e à tentativa de golpe após as eleições de 2022.

Durante o julgamento do Núcleo 4 — grupo ligado à desinformação — Fux indicou que vai absolver os réus pelos crimes de tentativa de golpe, abolição e organização criminosa, além de rever os danos imputados pelo episódio do 8 de janeiro. É uma guinada que muda o rumo das análises da Primeira Turma.

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