Política

“Chamá-lo de genocida, como se houvesse um ato intencional de pôr fim à vida é errado. Não serei coagido a dizer algo que não é verdade”, diz jornalista Glenn Greenwald, sobre Bolsonaro

 

Foto: Gustavo Bezerra/Fotos Públicas

Antes de começar a entrevista, explico a Glenn Greenwald (e, agora, aos leitores) o propósito da conversa: conhecer um pouco mais do combativo jornalista que vem dando nó na cabeça dos esquerdistas por sua defesa intransigente da liberdade de expressão. E, de quebra, mostrar que um diálogo respeitoso e divertido entre duas pessoas que atuam em espectros políticos opostos é possível.

Ele responde com um lacônico “ok” e, no intervalo entre o silêncio constrangedor e a primeira pergunta, penso em todas as reações possíveis dos leitores mais exaltados, tanto bolsonaristas quanto lavajatistas, que talvez não estejam interessados no diálogo com o “inimigo”. Vão questionar por que estou dando espaço para Glenn Greenwald. “Aí tem”. Vão me chamar de isentão, de petista enrustido. “Seu isentão, petista enrustido!”. Vão dizer que é por isso que a esquerda sobrevive e que depois que isso daqui virar uma Venezuela não venha reclamar. E assim por diante.

Concluo rapidamente que, apesar da hostilidade em potencial, ainda assim vale a pena mostrar que dá para se sentar num bar imaginário ao lado de Glenn Greenwald e ter com ele uma conversa agradável, sem precisar apelar para a troca de sopapos. Garçom, me vê uma bem gelada!

Do outro lado da linha, Glenn parece brincar com uma lata. Ouço latidos de cachorros. E crianças fazendo algazarra. O entrevistado interrompe a entrevista duas vezes. Primeiro para dar bronca nos cachorros, que o ignoram. “Os cachorros só obedecem ao David [Miranda, deputado do PSOL e companheiro de Glenn há 16 anos], que não está aqui agora”, reclama ele. Depois para resolver os problemas de conexão.

A solução encontrada por Glenn, aliás, é generosa para com o entrevistador. Por meia hora, mais ou menos, ele se expõe à chuva e ao frio de Petrópolis, de onde fala empolgadamente e sem se irritar ou hesitar sobre todos os assuntos propostos. Sem querer que o entrevistado pegue uma pneumonia, ainda mais em tempos de Covid-19, me sinto obrigado a pôr fim à conversa um pouco antes do previsto. Uma pena.

Na entrevista abaixo, que você certamente lerá com uma atenção toda especial e com a generosidade intelectual que lhe é característica, Glenn Greenwald começa explicando por que é um defensor incansável das causas progressistas, faz “duras críticas” ao senso de humor de David Miranda, fala do policiamento de que é vítima por ser um inflexível defensor da liberdade de expressão (inclusive para o discurso de ódio) e reconhece o erro estratégico da retórica exaltada e intelectualmente desonesta de parte da esquerda.

Sempre que vejo seu nome, você está envolvido em briga, discussão, polêmica. Você não se cansa de brigar? Vale a pena tanto conflito assim?

Muitos de nós trabalhamos com coisas ligadas à nossa personalidade, que geralmente é formada quando somos crianças. Sempre gostei de debater, questionar tudo, argumentar. Minha mãe sempre reclamava de eu ficar perguntando “por que isso?”, “por que aquilo?”. Eu nunca aceitava o que falavam para mim. E tive uma experiência na infância que foi importante para mim, quando me vi como gay e a sociedade não aceitou. E isso me ensinou a nunca aceitar a autoridade, a sempre questionar tudo, debater e tentar entender os pontos de vista. Minha personalidade sempre procura o debate para questionar se a pessoa está pensando da forma certa. Mas isso não me dá raiva, tensão, ansiedade. Isso me dá força. É o que eu gosto de fazer.

[Neste momento, percebendo que o entrevistado está em desvantagem por responder às minhas perguntas numa segunda língua, sugiro que ele passe a responder às perguntas em inglês].

Ainda falando da sua personalidade, o que o faz rir?

Uso muito humor no jornalismo, no debate público. Não é necessariamente um humor que as pessoas percebam e gostam. É sarcástico, cáustico, irônico. É esse o tipo de humor de que gosto. Mas as pessoas têm senso de humor diferentes. Uma das séries de que mais gosto é Curb Your Enthusiasm. E eu passei meses tentando fazer com que David [Miranda] assistisse. Ele assistia, mas ficava dizendo que não tinha graça nenhuma. Acho que é uma questão de diferença cultural. Ele tem um estilo de humor diferente. Mas esse é o meu. Humor que deixa as pessoas incomodadas, que usa ironia, que usa deboche, que usa sarcasmo.

Você tem amigos bolsonaristas ou “de direita”? Como é seu relacionamento com eles?

Sim, claro. Aliás, a primeira vez que me convenci de que Bolsonaro venceria as eleições, em 2018, foi quando amigos nossos, incluindo amigos de infância do David que moravam no Jacarezinho, operários, pessoas das favelas, LGBTs e negros começaram a admitir que votariam em Bolsonaro. Era quase como se estivessem “saindo do armário”. E temos vários amigos que votaram em Bolsonaro. Não diria que sejam “bolsonaristas radicais”, mas, sim, tenho muitos amigos que não compartilham da minha visão política.

E você ainda conversa à mesa com esses seus amigos que votaram em Bolsonaro?

Com certeza. Não gosto que diferenças políticas interfiram na amizade. Aliás, uma das visões erradas que as pessoas têm a meu respeito é a de que, porque sou um agressivo, combativo, busco o debate político apaixonadamente, então eu devo odiar as pessoas que discordam de mim. Mas eu quase nunca levo isso para o lado pessoal. Augusto Nunes foi uma exceção, porque aquela nossa rixa não tinha a ver com política. O que me deixou com raiva foi ele ter dito que um juiz deveria tirar meus filhos de mim. Mas quando a rixa é apenas política… Eu gosto de conversar com pessoas e ter pessoas na minha vida com opiniões diferentes, porque você aprende muito a respeito de como as pessoas pensam. Você não se fia a imagens caricatas. Você realmente entende por que as pessoas pensam o que pensam, o que acho que é muito importante para um jornalista. E, por fim, evita que você fique muito à vontade com suas ideias sobre o mundo. Quando você conversa com pessoas que veem as coisas de uma outra forma, você pode aprender muito e até mudar de ideia sobre algumas coisas. Por isso é importante procurar ter na vida pessoas com opiniões diferentes da sua.

Mas você não acha que tanto a esquerda quanto a direita adoram viver em bolhas, simplesmente porque é agradável estar próximo de pessoas que pensam como a gente?

[Cães latem. Glenn grita com eles.]

Seus cachorros o obedecem em inglês ou português?

Eles não me obedecem em nenhuma língua. Eles só obedecem ao David. Eles não me respeitam. [Risos] Mas, sobre as bolhas, sempre tentei sair de bolhas. Quando comecei a trabalhar na Vaza Jato, ou antes, quando o David entrou para o Congresso, dei uma entrevista ao Pânico. E muita gente de esquerda me perguntou: “por que você vai àquela rádio [Jovem Pan]?” E eu respondia que é muito importante dialogar com as pessoas que discordam de você. Como você sabe, eu apareço na Fox News o tempo todo, e isso gera controvérsia na esquerda. Mas sempre acreditei nisso. Acho que a imprensa, os políticos, o governo têm interesse em nos manter divididos, cada um no seu canto, um na direita, outro na esquerda, o que significa que você tem que odiar a outra pessoa. E acredito que as pessoas têm mais em comum do que estão dispostas a admitir.

Por que você optou por morar no Brasil?

A primeira vez que vim para o Brasil acho que foi em 1996 e 1995. Estive no Rio de Janeiro por um dia. E disse para a pessoa que estava comigo: “Estou com medo de que, pelo resto da minha vida, eu nunca mais vá conhecer outra parte do mundo, porque sempre que eu tiver tempo para viajar vou querer vir para cá”. Me apaixonei pelo Brasil no primeiro dia que passei no Rio de Janeiro. E estou aqui há 16 anos. E, quando estou nos Estados Unidos, só consigo pensar em voltar para o Brasil. Então, apesar de todos os problemas, dos loucos e doentes que todo mundo conhece, é um país tão lindo e vibrante para mim em vários níveis e me ensina tanto. E é aqui que me sinto mais à vontade.

Meus leitores, boa parte deles lavajatistas, são evidentemente hostis ao seu trabalho e ao trabalho do Intercept em relação à Vaza Jato. Você sente orgulho do seu trabalho? Acha que fez o certo? O fim da Lava Jato não garante a impunidade de vários corruptos?

Tenho muito orgulho do nosso trabalho na Vaza Jato, porque acho que exercemos a função do jornalismo, que é a de expor a corrupção por parte de pessoas poderosas e que agiam em segredo. Nunca fui contra o trabalho da Lava Jato. Em 2017, fui convidado a falar num evento no Canadá que premia as melhores iniciativas de combate à corrupção. Eu tinha de fazer um discurso sobre cada um dos finalistas. Um era um jornalista egípcio, outro do Azerbaijão e o terceiro finalista era a força-tarefa da Lava Jato. Houve uma grande campanha da esquerda me pressionando a não ir a um evento que estava premiando a Lava Jato, mas não cedi. E eu fui e o Deltan [Dallagnol] estava lá, com outros membros da Lava Jato. E todos estavam nervosos, não sabiam o que eu diria. Fiz o discurso e disse que tinha críticas à Lava Jato, mas que, no geral, eles estavam fazendo um trabalho corajoso e importante. Elogiei o trabalho da Lava Jato, a tal ponto que eles pegaram meu discurso e reproduziram em suas contas no Facebook, incluindo Deltan. “Aqui está o grande jornalista Glenn Greenwald defendendo o trabalho da Lava Jato”. E isso foi depois da condenação do Lula.

O Brasil tem sérios problemas de corrupção e acho que o trabalho deles foi importante, mas não se pode combater corrupção com corrupção. Por exemplo, se há um criminoso à solta, alguém que cometeu um crime horrível, como estupro ou assassinato, você não pode permitir que a polícia simplesmente invada a casa de todo mundo e, quando ela finalmente capturar o bandido, diga “ah, agora desculpe por todas as leis que a polícia infringiu, afinal ela conseguiu pegar o bandido”. Não. A polícia precisa obedecer a lei porque, se a polícia infringir a lei, isso gera abusos contra a sociedade. Foi isso o que aconteceu com a Lava Jato. E a culpa pelo fato de a Lava Jato estar em perigo não é minha nem de outros jornalistas por revelarmos a corrupção por parte de Sergio Moro e da força-tarefa. A culpa é deles. Eles deveriam ter cumprido as regras. E, sim, eles descobriram muita corrupção, mas eles também foram corruptos ao abusarem do poder de processar e julgar. E isso é grave.

E queria acrescentar só mais uma coisa: para mim é uma ironia esse argumento de lavajatistas de que não se deve criticar o que Moro e a Lava Jato fizeram porque o trabalho deles foi importante e, ao criticar isso, você menospreza a importância do trabalho deles. Esse é exatamente o mesmo argumento e mentalidade que os defensores de Lula e do PT usaram durante o Mensalão, dizendo “certo, eles talvez tenham feito algumas coisas que não deveriam ter feito, mas estão tentando tirar pessoas da pobreza, melhorar o país. Por que vocês estão atacando Lula e o PT, impedindo que eles ajudem os pobres?”. É o mesmo argumento. E a resposta para isso era “não que eu seja contra a plataforma política do PT, mas pagar propina a deputados é algo que corrompe a democracia”. Não importa o que tenha motivado isso. Então é exatamente assim que vejo nosso trabalho de reportagem. Não sou contra a Lava Jato. Sou a favor da Lava Jato. Sou contra o abuso de poder por parte de juízes e procuradores. E foi isso o que a reportagem revelou.

Também não sou contra o jornalismo investigativo, claro. Mas usar mensagens hackeadas também não seria uma forma de corrupção? A gente não acaba entrando num círculo vicioso de abuso de poder, de corrupção do poder de cada instituição?

Olha, alguns dos maiores trabalhos jornalísticos já feitos só foram feitos porque as fontes infringiram a lei para obter informações. Porque em geral as autoridades, o governo, os poderosos conseguem usar a lei para esconder o que fazem. Então a única forma de obter informações sobre o que eles fazem é infringindo a lei. Eu lhe dou um exemplo: durante cinco anos, a Lava Jato e a Polícia Federal vazaram delações para a imprensa. Para a Globo, Folha, Estadão. Isso era ilegal. Sempre que a Lava Jato ou Polícia Federal vazavam detalhes de uma investigação, o que faziam constantemente, isso era ilegal. E a Globo estava ganhando muito dinheiro com essas manchetes, colocando isso no Jornal Nacional. E ninguém jamais disse “ah, a Globo não deveria estar divulgando acusações em delações porque o vazamento disso é ilegal”. Não. As pessoas diziam que isso era de interesse público. O mesmo serve para a conversa entre Lula e Dilma que teria revelado abuso de poder por parte de Dilma, que tentava pôr Lula no governo para protegê-lo. No final das contas, o STF disse que a gravação daquelas conversas era ilegal porque Moro precisava de permissão do STF para gravar Dilma. E ainda assim as conversas foram divulgadas. As pessoas consideravam isso uma informação importante, ainda que tenha sido ilegalmente obtida. [A ligação começa a falhar]

Glenn, a ligação falhou e eu perdi a última parte do que você disse. Mas peguei a maior parte da resposta. Você prefere repetir ou podemos prosseguir?

Não! Deixe-me repetir porque acho que é importante.

[Glenn começa com “alguns dos maiores trabalhos jornalísticos”, mas a ligação precisa ser restabelecida. Quando isso finalmente acontece, Glenn repete a resposta com uma precisão incrível, usando praticamente as mesmas frases, com as mesmas palavras, na mesma ordem. E acrescenta a parte que ficou inaudível].

Se você olha para os Estados Unidos, com o Pentagon Papers, com a reportagem que fiz com Edward Snowden sobre a NSA e como ela espiava todo mundo, incluindo o Brasil, com a Wikileaks e a corrupção dentro do Partido Democrata… A maior parte disso era de fontes infringindo a lei para dar informações a jornalistas. Informações que os jornalistas não teriam como obter, sobre o que poderosos estavam fazendo. Então é óbvio que jornalistas não têm o direito de infringir a lei. Mas se a fonte chega até você com informações relevantes e verdadeiras, o fato de elas terem sido obtidas ilegalmente não lhe dá o direito de omiti-las ou escondê-las ou ignorá-las. Na verdade você tem o dever de divulgar. Quando eu estava trabalhando numa reportagem com a Globo sobre como a NSA espiava a Petrobras, o Ministério das Minas e Energia e o sistema brasileiro de telecomunicações, ninguém nunca me perguntou por que eu estava divulgando aquelas informações obtidas à margem da lei. Fui ao Senado e fui inquirido pela direita, esquerda, centro… A Globo ganhou até prêmio pela reportagem. Então as pessoas parecem ter esse problema só quando a reportagem de alguma forma atinge seu lado político.

Mas o uso jurídico dessas mensagens é que complica a trama, não acha?

Sim. A lei obviamente diz que informações ilegalmente obtidas não podem ser usadas em processos judiciais. E o arquivo que nós tínhamos não pôde ser usado pelos advogados de Lula porque foi obtido ilegalmente. O arquivo acabou sendo usado só porque foi a Polícia Federal o apreendeu ao prender os supostos hackers [na Operação Spoofing]. Só por isso as mensagens acabaram usadas no processo judicial. Não o nosso arquivo, mas o arquivo obtido pela Polícia Federal.

Nessa nossa conversa, por duas vezes você mencionou o policiamento da esquerda, que criticou sua ida ao Pânico e a um evento no Canadá. Nós, na Gazeta do Povo, enfrentamos essa perseguição por parte da milícia virtual Sleeping Giants. Você tem um histórico de luta pela liberdade de expressão, por isso queria que você me dissesse o que pensa de iniciativas como a do Sleeping Giants e do policiamento por parte dessas pessoas que você chama de “ideólogos extremistas”.

Essa é uma das minhas maiores discordâncias com a esquerda, provavelmente a maior. Essa coisa de a esquerda ter se tornado o movimento político que acredita em censura, em policiamento do discurso, em proibir e banir ideias de que não gostam, em expulsar pessoas da Internet – que deveria ser livre do controle de empresas e do governo. Acredito que essa seja uma grande diferença cultural entre os Estados Unidos e o Brasil. Lá, o movimento pela liberdade de expressão ao longo de todo o século XX foi de esquerda. A organização que mais agiu para defender a liberdade de expressão defendia até mesmo nazistas e supremacistas brancos. Essa organização era a ACLU [American Civil Liberties Union], composta quase que totalmente por advogados esquerdistas. Eles eram meus heróis na minha juventude. Eles defendiam o direito à liberdade de expressão das pessoas mais odiadas do país. Antes de ser jornalista, eu era advogado constitucionalista e participei de muitos casos como esses, seguindo os passos da ACLU, defendendo supremacistas brancos e também extremistas de esquerda. Além disso, os votos mais importantes na Suprema Corte dos EUA, em casos que diziam respeito à liberdade de expressão, foram escritos por juízes de esquerda. O movimento pela liberdade de expressão ganhou força com o movimento antibélico, nos anos 1960. Era um movimento sediado em Berkeley, uma universidade de esquerda. Então para mim a liberdade de expressão sempre foi uma causa da esquerda, um dos mais importantes princípios da esquerda. Nos Estados Unidos, a censura geralmente vinha da direita. Eles queriam censurar material pornográfico, discos que…

[A ligação é novamente interrompida. Fico lá falando “alô, alô, tem alguém me ouvindo?” até perceber que não há o que fazer senão ligar de novo. Glenn atende e continua animadamente com a resposta].

Acho que no Brasil sempre houve essa ideia de que a liberdade de expressão deveria ser restrita, de que o discurso de ódio deveria ser contido. Não concordo com isso. Não confio em nenhuma autoridade que tenha poder para determinar quais ideias podem ou não ser expressas. Não acho que as pessoas devam ser expulsas da Internet por defenderem ideias de que as Big Tech ou governos não gostam. Acho que é muito perigoso dar ao Facebook ou ao Judiciário o poder de determinar o que é verdade e o que é mentira. E tenho falado sobre os perigos da investigação do ministro Alexandre de Moraes contra bolsonaristas, incluindo alguns que eu desprezo, como Oswaldo Eustáquio. É perigoso tirar bolsonaristas das redes sociais, obrigar Twitter e Facebook a silenciá-los, prendê-los por suas opiniões. Essa é definitivamente uma grande diferença que tenho com a esquerda. O que nunca entendi é que, se você perguntar a um esquerdista o que ele pensa sobre o governo, sobre o Judiciário, sobre as Big Tech, ele dirá que essas instituições são totalitárias, fascistas, direitistas. Mas daí você pergunta se ele quer dar poder a essas instituições para controlar o discurso e ele responde “sim, quero permitir que Mark Zuckerberg, o governo e o Judiciário possam determinar o que pode ou não ser dito na Internet”. Pra mim essa é uma ideia muito mais perigosa do que qualquer dessas ideias que eles tentam censurar.

Quando você se posicionou contra Joe Biden, deu um nó na cabeça de muita gente. Me parece que sua posição está mais para a de um anarquista. Você não reconhece autoridade. Mas agora você é casado com um político, com uma autoridade constituída. Não há uma contradição aí?

[Risos] Na verdade não me identifico como anarquista. Não vejo minha filosofia como uma que defende a extinção do governo ou o fim da política. Mas com certeza sou antiautoritarismo. Acho que esse é um rótulo justo. Em geral não gosto de rótulos como “esquerda” e “direita”, mas se alguém me pergunta com que rótulo me sinto à vontade, geralmente respondo “libertário”.

Quanto à sua pergunta, quando conheci o David ele não era político. Na verdade, lembro que, quando comecei minha carreira de jornalista e nós tínhamos que jantar com um político ou jornalista, o David dizia: “ah, não quero ir. Vocês vão ficar falando de política a noite toda. Isso é chato demais”. Ele realmente não queria saber de política. Queria trabalhar para a Sony, trabalhar com videogames. Foi a política que o encontrou e não ele quem encontrou a política. Ele foi detido no aeroporto de Heathrow [em Londres] e isso o radicalizou. O que [Edward] Snowden sofreu o radicalizou ainda mais. Ele fez campanha pelo asilo de Snowden. O fato é que, depois de 16 anos de casamento, você sempre terá diferenças políticas com a pessoa. Não compartilho de todas as opiniões políticas de David e nem ele as minhas. E não vejo uma contradição aí, porque não vejo David como um político autoritário. Ele tem falado em entrevistas sobre os excessos da esquerda, sobre a cultura do cancelamento e essa recusa em estabelecer um diálogo. E é interessante porque, quando David foi vereador no Rio de Janeiro, antes de virar deputado, ele trabalhou com vários vereadores de direita, incluindo Carlos Bolsonaro, a fim de aprovar leis. Então acho que ele faz uma política com a qual me sinto à vontade.

Levando em conta a polarização, radicalização, os movimentos identitários, a pandemia e até a expansão da China, como você imagina o mundo daqui a 30 anos? Ele é melhor ou pior do que hoje?

É difícil prever o futuro porque ele será determinado pelas batalhas que estamos travando agora. Acho que uma das invenções mais importantes dos últimos cem anos foi a Internet, justamente por ser um instrumento de libertação, permitindo que as pessoas se comunicassem e disseminassem ideias sem que autoridades pudessem controlá-las. Mas a Internet também é capaz de fazer o contrário, centralizando o poder nas mãos de governos e empresas, virando uma arma de vigilância e monitoramento. Então hoje há essa batalha para garantir que a tecnologia não permita o controle centralizado. Há todo um movimento agora em torno de criptomoedas. E não é um movimento financeiro. A ideia é contornar o controle centralizado. Por isso eu me atenho a essas batalhas: liberdade de expressão, Internet livre, privacidade. Porque, se perdermos essas batalhas, as tecnologias que estão sendo desenvolvidas serão usadas para controlar os seres humanos como nunca antes. Por outro lado, se vencermos essas batalhas, teremos uma liberdade como não vemos há séculos. Então sou otimista, mas não acho que esteja garantido que, daqui a 40 anos, o mundo será mais livre. Consigo vê-lo com facilidade sendo mais repressivo, mais autoritário.

A China é uma ameaça para o mundo?

Existe uma coisa muito interessante acontecendo entre a China e os EUA. Em geral, quando os Estados Unidos têm um inimigo, todos os centros de poder norte-americanos se unem. Foi assim com Cuba e União Soviética, durante a Guerra Fria, ou Venezuela e Irã. Grandes empresas, as Forças Armadas, a CIA, todos se unem e passam a ver o inimigo como tal. Hoje o que estamos vendo com a China é o oposto. Os centros de poder norte-americanos estão em dívida com a China. E não só Hollywood. Também as Big Tech. E, mais importante, Wall Street. Porque as empresas norte-americanas, nas últimas décadas, têm transferido a produção e empregos para o exterior, sobretudo para a China, porque a China não tem leis trabalhistas, os salários são baixos, eles têm fábricas insalubres que empregam mão-de-obra infantil. Assim, os maiores aliados da China são Wall Street, o Vale do Silício e Hollywood. Mas as forças armadas e a CIA veem a China como um adversário e uma ameaça. Assim, como a China será vista pelos EUA é uma grande incógnita. Acho que o mais provável é que China e EUA se aproximem e os EUA se tornem mais parecidos com o modelo chinês, e não que eles venham a se tornar grandes adversários, como numa nova Guerra Fria. E me preocupo com isso, porque não acho que a China seja uma ameaça para os EUA. A maior ameaça é a de que os EUA fiquem mais parecidos com a China.

Algo que me incomoda muito na esquerda é essa coisa de chamar Bolsonaro de genocida. Você se sente à vontade com esse rótulo? Ou você acha que isso é até desrespeitoso com povos que realmente sofreram genocídio?

É algo muito semelhante ao que aconteceu nos EUA, com Trump. As pessoas não se satisfaziam em criticar Trump pelo que ele merecia ser criticado. Trump defendia políticas que eu não só desaprovava como considerava perigosas. Mas não bastava dizer isso. Era preciso compará-lo a Hitler. Você tinha de dizer que ele era ditador, supremacista branco, que ele foi chantageado pela Rússia, que era um agente russo infiltrado. Rótulos malucos e extremistas tinham de ser colocados nele e, se você não fizesse isso, acabava acusado de ser um apoiador de Trump.

Um dos motivos para eu ser contrário a essa abordagem é que ela é desonesta. Trump não é um Hitler. E acho que é ofensivo usar o Holocausto e Hitler para se referir a alguém que não é, de forma alguma, capaz de tentar fazer o que fez de Hitler um ser tão unicamente mau, como matar milhões de pessoas por causa da sua raça e religião. Intelectualmente eu considero isso ofensivo, historicamente eu considero isso ofensivo. E também acho que é estúpido. Porque quando você usa retórica extremista, as pessoas perdem a confiança no que você está dizendo. Assim, quando chega a hora de realmente fazer soar o alarme para coisas realmente horríveis, as pessoas ignoram, porque essas palavras são ditas tão a esmo que perdem a força. Acho que isso acontece muito com palavras como “racismo”, “misoginia”. Se você as usa exageradamente, elas perdem a força. Acho que isso aconteceu com “antissemitismo”. As pessoas que criticavam Israel eram consideradas antissemitas com tanta frequência que a palavra perdeu sua força.

No Brasil o que acontece é algo bastante semelhante. Se você é de esquerda, não basta dizer que acha que Bolsonaro gerencia muito mal a pandemia e que, por isso, pessoas morrem. É nisso que acredito. Não basta dizer que ele preferiu crescimento econômico e defender sua popularidade política a proteger a vida das pessoas. Acho que essa também é uma crítica válida. Mas chamá-lo de genocida, como se houvesse um ato intencional de pôr fim à vida de um grupo por causa de sua raça, etnicidade ou religião, o que seria um genocídio de verdade, é errado. Não serei coagido a dizer algo que não é verdade.

E também acho que, quando você faz isso, consegue um monte de apoio. Se você vai para o Twitter e chama Bolsonaro de “genocida”, consegue 5 mil retuítes e 25 mil likes. Seu cérebro lhe diz: “você está fazendo algo de bom. Continue fazendo isso”. Esse é um dos efeitos nocivos das redes sociais. Acho que esse foi um dos motivos para a vitória de Bolsonaro e Trump. Os críticos foram tão irresponsáveis e tão descuidados com a verdade que ele se tornou uma figura admirável para as pessoas que ainda não estavam convencidas a votar nele. Então essa obsessão da esquerda em usar linguagem exagerada, sem se importar com o fato de ser ou não verdade, só porque isso faz com que eles se sintam bem, é ofensivo, desonesto e é sobretudo estrategicamente estúpido.

Sem contar que é mais difícil fazer uma crítica contundente e inteligente. É muito mais fácil xingar. E também é difícil reconhecer algo de bom no seu opositor.

Sim, mas vamos deixar claro uma coisa. Não é só a esquerda que faz isso. Se você perguntar a um bolsonarista o que ele pensa do Lula, ele dirá que é um comunista. Mas Lula governou o Brasil por oito anos e o capitalismo prosperou, os grandes empresários amam o Lula, o mercado quer Lula presidente de novo porque o Brasil cresceu em termos econômicos. Ele não era comunista, não governou como comunista e nunca vai. E nem se quisesse ele poderia. Acho que, como o debate é realizado nas redes sociais, sobretudo no Twitter, que é onde políticos e jornalistas passam a maior parte do tempo, isso encoraja esse tipo de linguagem que estimula as emoções. Se você for ao Twitter e disser “eis quatro coisas que acho que Bolsonaro fez de errado na pandemia”, você terá uns poucos retuítes, talvez 30 likes. Mas se você postar algo o chamando de assassino, fascista, genocida, um louco como Hitler, você terá 10 mil retuítes e sua popularidade vai aumentar. Então as redes sociais estimulam esse tipo de discurso.

(mais…)

Opinião dos leitores

  1. Até esse Glenn, casado com um deputado do PSOL, consegue entender o que alguns mentirosos e irresponsáveis (criminosos) que postam por aqui, não enxergam. Essa militância paga só pode ser mesmo do PT. Rsrsrs

  2. No nosso RN já morreram mais de 700 pessoas sem direito o direito a UTI, enquanto o governo aqui diz que é enxugar gelo a instalação de novos equipamentos. Isso na minha terrinha tem nome.

  3. O gleen sendo reproduzido aqui? Surpresa mesmo. Por que será? Será porque disse que Bolsonaro não é genocida?

  4. Genocida é o governo das trevas (PT) que passou 16 anos no poder e faliu o país, preferiu construir estádios do que hospitais.

  5. Alguém tem que indagar a esse canalha?, Se tivessem gravado as ligações dos bastidores do governo petralha, com toda sua podridão, ele também teria divulgado, outra, ele acha que mesmo depois de recuperado e provas das propinas pra luladrão, ele acha que o comandante do maior esquema de corrupção do mundo é inocente?

  6. Num governo que tem generais da reserva e da ativa comandando ministérios cruciais e 6 mil militares aparelhando cargos de nomeação política, vamos aceitar que caia tudo nas costas só de Pazuello?

  7. Bolsonaro RECUSOU 11 OFERTAS de fornecimento de vacina. ONZE! Estamos falando de crime, de sabotagem deliberada, não de incompetência. Em qualquer democracia saudável, um presidente desses já teria sido afastado do cargo e estaria sentado no banco dos réus como homicida.

    1. Alguma dessas vacinas tinha chancela da Anvisa? Vc tá contando com aquela sem-vergonhice que Pfeizer andou oferecendo?

    2. Ontem a Anvisa barrou a russa. Que nenhum país sério aprovou. Era pra Bolsonaro ter aceitado sem questionar? O primeiro defunto, mesmo que um em um milhão, ia pra conta dele.

    3. Qual a fonte dessa informação? Tem procedência? Credibilidade? Ou foi em algum grupo de whatssapp que você viu isso?

    4. Vc teria alguma comprovação do que diz? Leio muita noticia, até as mentirosas (que são inúmeras), e NUNCA vi essa contagem. Onze? Não há sequer onze vacinas em uso no mundo. Se fosse verdade (não é), por quais motivos teriam sido rejeitadas? A da Pfizer só pode ser comprada depois de aprovada uma lei específica pelo Congresso. Vc está espalhando mentiras.

    5. Das onze recusas conhecidas e que podem ser provadas com documentos, seis são referentes à Coronavc. Há três ofícios assinados pelo diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, oferecendo o imunizante. O primeiro, datado de 30 de julho de 2020, e o segundo, de 18 de agosto, ficaram sem resposta. O terceiro documento foi entregue pessoalmente em 7 de outubro por Dimas Covas, ao ministro da saúde, o general Pazuello.

    6. O presidente obedece as leis do país e age com ética e moral. Não pode comprar vacina sem aprovação da ANVISA ou mediante condições absurdas e não permitidas pelas leis brasileiras. Quem agia assim eram os governos do PT. A coisa mudou, minha cara. O Brasil está sendo “consertado”.

    7. 3 ofícios, 3 videoconferências, 3 ofertas da Pfizer(NÃO É CHINESA, sem mimimi), fora o COVAX FACILITY.
      Enquanto isso, ISRAEL neste mesmo tempo…

    8. O do Peru caiu por muito menos. A Anvisa está negando a liberação da vacina Russa, não serve para o Brasil, mas 60 países, inclusive a Rússia, usam. Vai fazer igual a vacina chinesa, não servia e hoje é a que salva o país, pois sem a mesma, o ridículo número de imunizados seria quase nada.

  8. Eu concordo. O presidente tem culpa pq nao comprou vacinas, instiga o povo a sair de casa e a nao usar mascara, na contramao do resto do mundo, MAS, genocida é um termo inapropriado, na minha visao.

    1. É isso. Pode-se criticar tudo (eu mesmo acho que, fosse quem fosse na presidência, a situação geral de mortandade seria similar, porque o Brasil é Brasil), mas não é genocídio, nem existe “negacionismo”. O uso abusivo desses termos é ofensivo para o que realmente ocorreu no holocausto e outros genocídios.

    2. O Presidente comprou vacinas sim. Só não tem oferta bastante. O resto do mundo não teve uma abordagem homogênea quanto às medidas de isolamento. E a eficácia ainda é muito questionável. Ele nunca estimulou que as pessoas não usassem máscaras. SE fica nesse papo infantil do ‘mau exemplo’.

    3. Vc pode achar o que quiser, Felipe. Pode até votar em corrupto. Mas não pode MENTIR. O Brasil já comprou mais de 500 milhões de doses de vacinas e somos o 4° país no mundo em vacinação. Só estamos perdendo para países que produzem vacinas (EUA, Índia e China). Quanto a “sair de casa”, é claro que precisamos viver. Desde que tomamos os devidos cuidados, precisamos trabalhar, estudar e tocar nossas vidas. Mas, vc pode ficar trancado em casa, pode não tomar remédio algum, pode usar 3 máscaras ao mesmo tempo, escolha seu caminho. Respeite o direito alheio e cuide da sua vida.

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Política

FOGO NO PARQUINHO: Glenn Greenwald diz que artigo sobre Biden foi censurado e pede demissão

Foto: Aloisio Mauricio/Estadão Conteúdo

Glenn Greenwald, co-fundador do The Intercept, pediu demissão do site hoje. Ele alegou que foi censurado por causa de um artigo que escreveu sobre Joe Biden, candidato a presidente dos Estados Unidos.

Glenn escreveu um texto sobre o pedido de demissão e publicou no site Substack. Também prometeu que vai publicar, neste mesmo site, o artigo sobre Biden. Segundo ele, trata-se de um texto com “sessões críticas” sobre o candidato democrata e o filho dele, Hunter Biden. O jornalista afirmou que os outros editores do The Intercept estão apoiando Biden com veemência e por isso não quiseram publicar o artigo no The Intercept.

“O artigo censurado, baseado em e-mails revelados recentemente e depoimentos de testemunhas, levantou questões críticas sobre a conduta de Biden. Não contentes em simplesmente impedir a publicação deste artigo no meio de comunicação que eu co-fundei, esses editores da Intercept também exigiram que eu me abstivesse de exercer um direito contratual de publicar este artigo em qualquer outra publicação”, escreveu Gleen.

O jornalista também alegou que não via problemas por discordar dos editores politicamente. Mas queria que o site publicasse textos com opiniões diferentes e desse liberdade para os leitores decidissem quem está certo.

No texto, Gleen relembrou a própria trajetória como jornalista, desde quando era colunista, e citou que sempre pediu liberdade para escrever o que quisesse, com independência e sem censura, algo que também prezava no The Intercept. Agora, segundo ele, o site age de forma diferente.

“A iteração atual do The Intercept é completamente irreconhecível quando comparada com a visão original. Em vez de oferecer um local para a discordância, para vozes marginalizadas e para perspectivas desconhecidas, está rapidamente se tornando apenas mais um meio de comunicação com lealdades ideológicas e partidárias obrigatórias”, afirmou Glenn, entre outras críticas, sobre problemas recentes.

Durante o texto, Glenn citou as reportagens que publicou no site The Intercept Brasil, que ficaram conhecidas como “Vaza-Jato”.

“O Intercept fez um ótimo trabalho. Seus líderes editoriais e gerentes do First Look apoiaram firmemente as reportagens difíceis e perigosas que fiz no ano passado com meus bravos jovens colegas do The Intercept Brasil para expor a corrupção nos mais altos escalões do governo Bolsonaro, e nos apoiaram enquanto suportávamos ameaças de morte e prisão”, lembrou Glenn.

Por fim, Glenn indicou que estava aguentando bem os problemas que via no site, mas a censura foi a gota d’água para que ele saísse. Também disse que cogita criar um novo meio de comunicação futuramente. E no final do texto, ele divulgou o e-mail com o pedido de demissão que enviou, no qual também apresenta as críticas contra o The Intercept.

UOL

Opinião dos leitores

  1. Não existe meio de comunicação isento, todos têm uma “agenda” (pra ficar no termo norte-americano) e trabalham para concretizar esses objetivos.

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Judiciário

Defesa de Glenn Greenwald recorre e pede rejeição de denúncia na Justiça Federal

Foto: Reprodução

A defesa do jornalista do The Intercept Brasil Gleen Greenwald apresentou recurso em primeira instância pedindo a rejeição da denúncia apresentada contra ele pelo Ministério Público Federal, por suposto auxílio e orientação aos responsáveis pela captação de mensagens hackeadas de celulares de autoridades – ação alvo da operação Spoofing.

De acordo com informações publicadas pelo Painel da Folha de S. Paulo, os advogados argumentam que o MPF violou a autoridade do ministro Gilmar Mendes (que havia proibido investigação contra o jornalista), apontam ilegalidade na conduta da procuradoria (ao não ter pedido à Justiça acesso às conversas citadas na denúncia, que são protegidas pelo sigilo de fonte), e questionam ainda a responsabilização de Greenwald sem comprovação de cometimento de delito.

O recurso foi apresentado à 10ª Vara Federal, mas não impede possível movimentação junto ao STF.Na 1ª instância.

Justiça Potiguar com Painel Folha

Opinião dos leitores

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Jornalismo

Lula e Dilma solidários a Glenn Greenwald

Fotos: Reprodução/Twitter

oLula e Dilma Rousseff fazem parta da lista de petistas que vêm se solidarizando com o denunciado Glenn Greenwald.

Minha solidariedade ao jornalista Glenn Grewnwald, vítima de mais um evidente abuso de autoridade contra a liberdade de imprensa e a democracia”, tuitou Lula.

Dilma seguiu a linha do comandante máximo e classificou a denúncia do MPF como “um grave atentado à liberdade de imprensa”. “É inadmissível num país democrático, sendo também uma clara afronta à liminar em sentido contrário concedida pelo STF.”

O Antagonista

Opinião dos leitores

  1. A verdade incomoda muita gente. Deve ter muito cidadão de bens interessado em manter os fake news gerindo os interesses gerais. Mas a verdade sempre vence a mentira.

  2. Os três se nivelam: bandidos, vagabundos. Esse tal de valdeverde deveria ser devolvido imediatamente aos EUA; os outros dois, para Curitiba.

  3. Esse morto vivo, cada dia mais morto, não tem moral nem pra galinheiro, ladrão, canalha, genocida, teu lugar tá guardado na prisão e no inferno.

    1. Tu ainda não viu??
      E os desvios pros ditadores de Cuba, Venezuela, Argentina, etc etc.
      O pior cego é o que não quer vê.
      Para de adorar ladrão condenado, doutrinado.
      Vai trabalhar, vai arrumar um emprego, as vagas começaram a surgir.
      Ou vai arrumar uma lavagem de roupa que também da certo pra ocupar a mente e deixar de adorar ladrão condenado em duas instâncias.

  4. Qualquer coisa dita por esse ladrão, denominado nove dedos e por essa anta, são dignos de repúdio. O santo nunca viu nada, não sabe de nada. Mais está rico, essa égua ignorante que saia pelo mundo esticando ventos, adorando a mandioca e outros absurdos, ficaram terrivelmente indignados com o vazamento verdadeiro da tentativa do primeiro para ministro, já com esses vazamentos ilegais e manipulados do INTERCEPT ficam em êxtase, quanta hipocrisia.

  5. BG
    Lugar de marginal é na cadeia e ponto final, agora esses meliantes tentam defender seus comparsas.

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Jornalismo

MPF denuncia hackers e Glenn Greenwald por organização criminosa, lavagem e interceptações de procuradores da Lava Jato e Moro

O jornalista Glenn Greenwald. FOTO: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO

O Ministério Público Federal denunciou o jornalista Gleen Greenwald e outros seis investigados no âmbito da Operação Spoofing, que apura invasão e roubo de mensagens de celulares de procuradores da força-tarefa da operação Lava-Jato e do então juiz Federal Sérgio Moro.

No que se refere à responsabilização de Glenn Greenwald, o MPF ressalta que o jornalista não era alvo das investigações. Ocorre que, durante a análise de um computador apreendido na casa de Walter Delgatti, foi encontrado um áudio de um diálogo entre Luiz Molição e Glenn.

A conversa foi realizada logo após a invasão sofrida pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. “Nesse momento, Molição deixa claro que as invasões e o monitoramento das comunicações telefônicas ainda eram realizadas e pede orientações ao jornalista sobre a possibilidade de ‘baixar’ o conteúdo de contas do Telegram de outras pessoas antes da publicação das matérias pelo site The Intercept. Greenwald, então, indica que o grupo criminoso deve apagar as mensagens que já foram repassadas para o jornalista de forma a não ligá-los ao material ilícito”, diz o MPF.

Para o MPF, ficou comprovado que Glenn auxiliou, incentivou e orientou o grupo durante o período das invasões. Ainda segundo o os procuradores, essa atitude do jornalista caracteriza ‘clara conduta de participação auxiliar no delito, buscando subverter a ideia de proteção a fonte jornalística em uma imunidade para orientação de criminosos’.

“O jornalista Gleen Greenwald, de forma livre, consciente e voluntária, auxiliou, incentivou e orientou, de maneira direta, o grupo criminoso, durante a prática delitiva, agindo como garantidor do grupo, obtendo vantagem financeira com a conduta aqui descrita”, diz trecho da denúncia.

A peça de 95 páginas da Procuradoria ressalta que o inquérito cumpriu a liminar concedida pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, em agosto. A medida cautelar proibiu que Glenn fosse investigado e responsabilizado pelas autoridades públicas e órgãos de apuração administrativa ou criminal (como a Polícia Federal) pela ‘recepção, obtenção ou transmissão’ de informações publicadas na imprensa.

‘Não houve investigação. Não se descumpriu a decisão’

O procurador Wellington Divino de Oliveira ressalta que a decisão (do ministro Gilmar Mendes, do Supremo) que impedia investigação sobre Glenn ‘criou uma espécie de imunidade especial e material jure et de jure, uma presunção absoluta de inocência, garantindo um salvo conduto ao réu de ser investigado’.

“O presente inquérito policial cumpriu as determinações contidas na Medida Cautelar proferida na APDF nº 601 porém, no material decorrente das medidas de busca e apreensão, autorizadas pelo Juízo da 10.ª Vara Federal do Distrito Federal foi possível identificar um áudio que ilustra a atuação do jornalista Glenn Greenwald no caso e indica a participação direta do jornalista na conduta criminosa”, afirma a denúncia.

O procurador da Spoofing é taxativo. “Não houve investigação. Não se descumpriu a decisão.”

O procurador grifou em vermelho trechos de diálogos de Glenn com hackers.

Na avaliação do Ministério Público Federal, ‘as falas identificadas em vermelho demonstram alguns elementos importantes’ – a) o grupo efetuou a invasão de dispositivos informáticos de diversas pessoas, como Danilo Gentili, Fernando Holiday e outros integrantes do MBL ainda no ano de 2018; b) Glenn Greenwald recebeu o material hackeado das contas pertencentes ao procurador da República Deltan Dallagnol, sabia que o grupo não havia encerrado a atividade criminosa e permanecia realizando condutas de invasões de dispositivos informáticos e o monitoramento ilegal de comunicações e buscou criar uma narrativa de ‘proteção à fonte’ que incentivou a continuidade delitiva.

Ao transcrever um diálogo do jornalista do Intercept, o procurador enfatiza. “Comprova que, diferentemente da tese apresentada pelo jornalista, Glenn Greenwald recebeu o material de origem ilícita enquanto a organização criminosa ainda praticava condutas semelhantes, buscando novos alvos, possuindo relação próxima e tentando subverter a noção de proteção ao ‘sigilo da fonte’ para, inclusive orientar que o grupo deveria se desfazer das mensagens que estavam armazenadas para evitar ligação dos autores com os conteúdos hackeados, demonstrando uma participação direta nas condutas criminosas.”

O procurador ressalta que, por causa da liminar de Gilmar Mendes ‘não foi possível aprofundar as investigações de forma a identificar outros elementos de prova que demonstrem outras condutas de Glenn Greenwald no caso concreto’.

Ele destaca que cópia da denúncia e dos ‘elementos de prova juntados’ será encaminhada à Procuradoria-Geral da República para subsidiar eventual pedido de revogação da liminar em vigor.

Segundo o procurador, ‘é certo que Glenn agiu como partícipe nas condutas funcionando como garantidor e orientador da associação criminosa’.

Crimes cibernéticos

As sete pessoas foram denunciadas por crimes relacionados à invasão de celulares de autoridades brasileiras. São apontadas a prática de organização criminosa, lavagem de dinheiro, bem como as interceptações telefônicas engendradas pelos investigados.

A denúncia assinada pelo procurador da República Wellington Divino de Oliveira relata que a organização criminosa executava crimes cibernéticos por meio de três frentes: fraudes bancárias, invasão de dispositivos informáticos ( como, por exemplo, celulares) e lavagem de dinheiro. A peça não explora os crimes de fraudes bancárias. Nesse sentido, a finalidade ao citá-los é apenas o de caracterizar o objetivo dos envolvidos e explicar as suas ligações. Uma ação penal apresentada posteriormente tratará tais crimes.

As apurações realizadas esclareceram os papéis dos denunciados. Walter Delgatti Netto e Thiago Eliezer Martins Santos atuavam como mentores e líderes do grupo. Danilo Cristiano Marques era “testa-de-ferro” de Walter, proporcionando meios materiais para que o líder executasse os crimes. Gustavo Henrique Elias Santos era programador, desenvolveu técnicas que permitiram a invasão do Telegram e perpetrava fraudes bancárias.

Já Suelen Oliveira, esposa de Gustavo, agia como laranja e “recrutava” nomes para participarem das falcatruas. E, por fim, Luiz Molição invadia terminais informáticos, aconselhava Walter sobre condutas que deveriam ser adotadas e foi porta-voz do grupo nas conversas com Greenwald .

(mais…)

Opinião dos leitores

  1. Lembro que por muito menos que isso, apenas por dizer a verdade -dizer que Lula é um bêbado, um jornalista americano foi expulso do país.

  2. O que Glenn fez foi investigar e descobrir a verdade.
    A verdade tem que ser dita. Glenn descobriu que Moro é um Fora da Lei.
    Cadeia no fora da lei Moro.
    Viva Glenn!

    1. A trama foi desmascarada desbaratada filhinho. E isso dói demais né filhinho. Aguenta ai que a verdade veio a tona. O golpe foi revelado em detalhes.

    2. "Painho dono da verdade", vamos lá:
      1) Glenn não fez jornalismo, o que ele fez foi apoiar, incentivar, auxiliar os CRIMINOSOS que invadiram a privacidade alheia!;
      2) Moro não cometeu crime algum em buscar a justiça condenando corruptos, muito menos os procuradores. O CRIMINOSO condenado inclusive está solto, infelizmente;
      3) Se o CRIMINOSO que comandou o maior esquema de corrupção da história está solto, realmente você acha que o Sérgio Moro deveria estar preso? Qual seria a razoabilidade e coerência em você defender isso?
      4) Você acha que os criminosos foram injustiçados e o culpado foi quem investigou? É isso?

    3. O Pior Bandido é o que defende Bandido, LuLarápio e seu Bando deverá pagar pelos danos causados a essa Nação.

    4. Individuo.. Moro nao é o fora da lei. O fora da lei é o hacker que roubou (roubar é um crime), violou privacidade do juiz, vendeu dados pessoais, forjou os dados, com um unico fim de tirar proveito e prejudicar. E em relacao ao ex-juiz que condenou poderosos corruptos como o lula e outros, este nao tinha nada nas gravacoes adulteradas por este gringo que demonstrasse algum problema a respeito do ex-juiz. Problema tem esse gringo… que tem muita coisa a ser descoberta sobre ele. Isso nunca foi jornalismo, roubar para forjar noticias politicas nao é ato jornalístico.

    5. Glenn é um bandido que foi rapidamente acobertado por outro bandido mor do STF.
      Agora a verdade veio.
      Glenn na cadeia já.

  3. O gringo não fez nada de errado. Se ele não solicitou a invasão, não comprou as informações e não
    coagiu ninguém, logo não há crime.
    Ele apresentou um grande serviço desmascarando esse canalhas da mídia e MPF.

  4. Esse FDP desse gringo tem que saber respeitar as leis brasileiras, os PTralhas NÃO estão mais no poder , acabou a farra do boi

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Geral

COMPLICOU-SE: Glenn Greenwald gravou em vídeo várias conversas com hacker – e também foi gravado

Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

O Antagonista apurou que Glenn Greenwald gravou em vídeo várias conversas com o hacker Walter Delgatti.

A descoberta pela PF do áudio de Luiz Molição, como revelou a Crusoé, indica que o jornalista também foi gravado pelo grupo de hackers.

O Antagonista

Opinião dos leitores

  1. A vida boa pra bandido acabou!!!! Agora a tocada é outra Glenn…Sua palhacada vai terminar mal……….A bandidagem pira sob o efeito Bolsonaro….kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

  2. Esse Glenn é um pau mandado, tem que banir esse pilantra do Brasil. Esses petistas acima que é a favor dele também.

  3. O Glenn seria muito otário se pegasse os dados e pronto. Ele fez o que um jornalista sério faz: foi conversar com a fonte. Como se trata de algo muito sério e poderia ser até uma armadilha ele gravou. Os Hackers fizeram o mesmo. Até agora das TRANSCRIÇÕES não tem nada incriminador. Só os boçais dos Bolsominions que estão achando que prova que Glenn articulou tudo. Nada disso. Quero ouvir as GRAVAÇÕES!!!! Transcrição da PF do Moro não é prova. Ele era mestre em vazar gravações. Porque não fez isso agora e só soltou transcrições? Só Otário pra acreditar que é verdade.

  4. Sem novidades, um mês atrás a Manuela disse que tinha dado o número do Glenn. Não tem problema nenhum em ter conversado com o cara… Ninguém desmentiu e bem fugiu da responsabilidade. Já não se pode dizer o mesmo da "força tarefa" da lava a jato… Tomem cuidado pra não por o ódio antes da razão, vocês parecem burros fazendo isso.

  5. É verdade Rita , cadê o mocinho do Moro que ia por na cadeia os corruptos, o Queiróz tá estampado que é laranja dos Bostonaros e ele não prende só querem prender os do PT, e os ladrões do PSL e PSDB do Aécio esses o Moro bonequinho deles não prende o Queiróz, só num país como nosso acontecer isso

    1. São 16 anos dos ladrões do pt. Eles comandavam o Brasil inteiro. Antes disso foram prescritos os crimes, apesar d que está cunha, cabral, grandes empresários, políticos de todos os partidos

  6. A justiça brasileira poderia mandar esse troço vagabundo de volta pro país dele. Será que por lá ele faria as safadezas que tem feito no Brasil?

  7. Vagavaldo sai do país dele com medo e vem dá uma de honesto aqui no Brasil. Foi-se o tempo que o Brasil se ajoelhava diante de bandido.

    Ficou Green, Wald?
    É bom ir atrás do João Uiliam.

  8. Que NADA!
    É mais um inocente, tudo culpa de Sérgio Moro e o MP que pensam que podem impor ao Brasil a lei e a ordem. Logo. logo vai receber uma medalha pro bons serviços prestados ao Brasil.
    Vai ser elevado a mártir da esquerda, um injustiçado nas mãos da justiça que teima em cumprir o que está definido nas leis e não segue a cartilha dos corruptos, ou não?

    1. Está não. É jornalista e escritor top nos Estados Unidos. Premiado com o Pulitzer. Fatura milhões de dólares só em direitos autorais. Deltan está morrendo de inveja. Acho que fudido está você que vive num país de terceiro mundo, sem saúde, educação e segurança, e fica glorificando um governo de milicianos. E o Moro que não acha o Queiroz heim?

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Finanças

Coaf aponta ‘movimentações atípicas’ de R$ 2,5 milhões do deputado federal David Miranda(PSOL-RJ), marido do jornalista Glenn Greenwald

Foto: Reprodução / Facebook

Um relatório enviado pelo Coaf ao Ministério Público do Rio dois dias depois de o site The Intercept Brazil começar a divulgar mensagens atribuídas a autoridades da Lava-Jato aponta que o deputado federal David Miranda (PSOL-RJ) fez “movimentações atípicas” de R$ 2,5 milhões em sua conta bancária entre 2 de abril de 2018 e 28 de março de 2019. Miranda é casado com o jornalista Glenn Greenwald , editor do Intercept.

A partir do documento, o Ministério Público do Rio abriu uma investigação sobre as movimentações de Miranda. Nesta terça-feira, conforme antecipou o colunista Lauro Jardim , a 16ª Vara de Fazenda Pública do Rio de Janeiro, barrou a tentativa do MP de quebrar o sigilo fiscal e bancário do deputado. Em despacho de sete páginas que decretou o segredo de justiça do caso, o juiz Marcelo da Silva pede que o deputado e outras quatro pessoas, entre assessores e ex-assessores dele, sejam ouvidos antes de qualquer ação cautelar. “Entendo prudente postergar a análise do pleito para o momento posterior à instauração do contraditório”, escreveu Silva.

Procurado pelo GLOBO, Miranda afirmou, através de sua equipe, que o cargo de deputado não é a sua única fonte de renda e, portanto, “as movimentações são compatíveis com sua renda familiar”. O deputado recebe R$ 33,7 mil de salário. Ele afirmou que depósitos fracionados detectados pelo Coaf vêm dessa outra fonte, uma empresa de turismo da qual é sócio com Glenn Greenwald. Ele, porém, não informou os serviços prestados pela companhia e, por meio de sua assessoria, disse que os demais esclarecimentos seriam prestados no Judiciário.

O relatório do Coaf sobre Miranda foi feito em meio a uma investigação que apurava supostas ilegalidades em gráficas no município de Mangaratiba, na região metropolitana do Rio, e não tem relação direta com ele. O deputado contratou os serviços de uma das empresas investigadas e, por isso, acabou tendo as movimentações financeiras em sua conta enviadas pelo Coaf ao MP.

No período analisado, o Coaf aponta que R$ 1,3 milhão entrou na conta corrente do parlamentar, registrada em uma agência do Banco do Brasil em Ipanema, na Zona Sul do Rio. As saídas da conta somaram R$ 1,2 milhão no mesmo período. A movimentação considerada atípica pelo órgão não significa que tenha sido identificada uma ilegalidade. O deputado alega receber na conta o salário de parlamentar e valores oriundos de uma empresa na qual é sócio com Greenwald.

O Coaf informa no relatório que considera “suspeita de ocultação de origem” uma série de depósitos de valores que giravam entre R$ 2,5 mil e R$ 5 mil, feitos em espécie. Os analistas do órgão destacam no relatório o fracionamento dos depósitos e também a existência de repasses de funcionários do gabinete ao deputado.

Suspeita de Rachadinha

Quatro assessores e ex-assessores de Miranda também tiveram a quebra do sigilo pedida pela 5ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva da Capital ao Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) na 16ª Vara de Fazenda Pública, porque foram identificados depósitos deles na conta de Miranda. Para investigadores, existe a suspeita de um esquema de “rachadinha”, de devolução de parte dos salários ao parlamentar. Os pedidos do Ministério Público de quebra de sigilo foram negados pela Justiça, ao menos até que os depoimentos sejam tomados.

Estão incluídos no pedido de quebra de sigilo Reginaldo Oliveira da Silva e Silvia Mundstock, que atualmente trabalham no gabinete de Miranda na Câmara dos Deputados, em Brasília. O trabalho de ambos foi iniciado em fevereiro deste ano, quando o parlamentar assumiu o mandato após a desistência do colega de partido, Jean Wyllys.

O MP ainda pediu a quebra de sigilo fiscal e bancário de Camila Souza Menezes e Nagela Rithyele Pereira Dantas, que desde o início do ano estão lotadas na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) nos gabinetes das deputadas estaduais Renata Souza e Mônica Francisco, ambas do PSOL, mesmo partido de Miranda. A investigação apura a “prática de improbidade administrativa”, delito da esfera cível.

Também foi aberta uma investigação sobre suposto crime de peculato e lavagem de dinheiro, mas, como Miranda é deputado federal, esse procedimento foi remetido da 24ª Promotoria de Investigação Penal para a Procuradoria-Geral da República, em Brasília.

Miranda nega irregularidades. À Justiça Eleitoral, ele declarou participar da sociedade da Enzuli Management (nos Estados Unidos) e da Enzuli Viagens e Turismo (no Brasil). O deputado é dono de 18,75% da companhia americana e de 1% da brasileira, e ambas também têm participação do jornalista Glenn Greenwald, fundador do site The Intercept Brasil.

Ao pedir quebra de sigilo, o MP apontou a movimentação atípica de R$ 2,5 milhões e “possível evolução patrimonial incompatível com a do então vereador municipal”.

Na eleição passada, em 2018, Miranda declarou à Justiça Eleitoral que era dono de um patrimônio de R$ 353,4 mil, dos quais quase 20% eram referentes a um carro e o restante a investimentos em renda fixa e quinhões de capital. Já na eleição de 2016, o patrimônio declarado era de R$ 74.825,00.

Retaliação

O deputado também afirmou que “diante da ausência de provas e evidências sobre qualquer ilegalidade, não há dúvida de que (a investigação) é uma retaliação”. Para ele, “a suposição que motivou o pedido de quebra de sigilo não faz sentido” e “é óbvio que é uma resposta ao trabalho do The Intercept Brasil na cobertura da Vaza-Jato”. Miranda vê as investigações como “uma perseguição via aparato estatal” e afirmou que está “providenciando os extratos da conta da empresa que originou os saques e correspondentes depósitos” e que está à disposição da Justiça.

Na semana passada, em entrevista ao “Roda Viva”, da TV Cultura, Greenwald foi questionado sobre o caso que envolve o deputado. Aos entrevistadores, o jornalista disse que não vão existir evidências contra Miranda porque ele não cometeu crimes.

– Estamos totalmente tranquilos porque é uma mentira. É exatamente o tipo de jogo sujo que eles fazem e não vamos parar por causa disso — afirmou Greenwald.

O Globo

 

Opinião dos leitores

  1. Acho que os 40 mil reais do queiroz adquiridos em 10 anos, mais importante saber a origem, do que os 2,5 milhoes de reais em 6 meses desse dep do psol. Todo esquerdista é pobre, ganha pouco… lula so tinha uns 40 milhoes so fazendo palestras. Justifica. Mas queiroz, nao. 40 mil é muito.

  2. Vamos ver se a justiça vai dar a esse caso o mesmo tratamento que deu ao caso do Flávio Bolsonaro, que aliás teve a investigação suspensa. Ou será que vai ser dois pesos e duas medidas?

  3. Uiuiui, movimentou 2 vezes mais que o Queiroz. Aproveitou bem com o bofe. Isso é despeito, menina

    1. Silvino sua matemática está com problemas, o Queiroz teve movimentação suspeita de R$ 40, R$ 80 mil, sei lá, já esse rapaz, marido do hacker que investe contra e difama o governo, movimentou R$ 2,1 milhões. Numa conta simples significa uma movimentação 2.000 vezes maior.

  4. Como assim? Vão se preocupar com esse trocado? O que importa é achar a movimentação atípica do Queiroz de R$ 40 mil. Também não importa a movimentação de R$ 1,1 milhão do irmão do ex presidente, tem que parar o mundo e descobrir os R$ 40 mil do Queiroz, o resto é desculpa, coisinha sem importância.

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Finanças

Coaf relata transações atípicas do deputado David Miranda, marido do jornalista e editor do site The Intercept, Glenn Greenwald

Foto: Câmara dos Deputados

“O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), agora chamado de Unidade de Inteligência Financeira (UIF), relatou movimentações atípicas na conta do deputado David Miranda (Psol-RJ), marido do jornalista e editor do site The Intercept, Glenn Greenwald, também mencionado no relatório. A informação foi divulgada pela Crusoé, que teve acesso ao Relatório de Inteligência Financeira do Coaf. Ao todo, seriam R$ 50 mil em transações atípicas entre 2018 (quando Miranda era vereador do Rio de Janeiro) e 2019. Um dos autores de repasses seria Reginaldo Oliveira Silva, funcionário do gabinete do deputado.

“O pedido de investigação, conforme noticiou Época, foi do Ministério Público do Rio de Janeiro. A suspeita é de prática de “rachadinha”, quando um político recebe parte dos salários de seus funcionários comissionados.

Gazeta do Povo

Opinião dos leitores

  1. Por falar em COAF, alguém tem notícia da DELAÇÃO DO PALOCCI?
    Sabem dizer o que PALOCCI anda denunciando? Quem o PALOCCI está detonando?
    O que PALOCCI falou de Bolsonaro? Afinal sabemos que Bolsonaro é o culpado por tudo no passado e no futuro do país (mas só as coisas ruins, as boas é tudo fruto dos outros).
    Seria engraçado se não fosse patético o que a imprensa sem recurso público vem desconstruindo e manipulando as informações contra o governo. Beira a criminalidade a forma e o nível de inversão dos fatos noticiados.

  2. Pronto, o COAF acabou de assinar sua sentença de morte, como pode se atrever a supor que existe transação financeira atípica sobre qualquer pessoa que seja contra o governo Bolsonaro?
    O COAF vai cair em desgraça com a esquerda, vem chumbo grosso contra o órgão a partir de agora, isso não pode ser noticiado ou investigado.
    Só quem tem movimentação financeira atípica é Queiroz e ninguém mais, não entendeu não COAF? Estão doidos, não respeitam não? Cadê os R$ 22 mil do Queiroz?

    1. Se preocupa não, esquerdopatas tem dificuldade em ler apenas o que quer. A reportagem é bem clara, “a pedido do MP”.

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Jornalismo

Rodrigo Maia diz que Glenn Greenwald manipulou sua fala: “não tem o direito de interpretar o que eu disse de acordo com seus interesses”

Reprodução

Rodrigo Maia foi ao Twitter dizer que Glenn Greenwald “postou sua própria interpretação” do vídeo que o presidente da Câmara gravou.

“No vídeo, defendo EXCLUSIVAMENTE a liberdade de Imprensa e o direito ao sigilo da fonte garantidos na Constituição”, escreveu o presidente da Câmara –as maiúsculas são do original.

“Portanto, não aceito manipulação da verdade. O Sr. Glenn não tem o direito de interpretar o que eu disse de acordo com seus interesses”, acrescentou Maia.

O Antagonista

 

Opinião dos leitores

  1. KKKKKKKKKKKKKKK. Provando do veneno do Glenn? KKKKKKKKK Pode distorcer mensagens a vontade, só que as minhas não! KKKKKKKKKKKKKKKK

  2. A esquerda brasileira está, todinha, se pendurando no rabo do Glenn.., e ele tá quase torando!!!!!kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

  3. Ah, agora já não defende a liberdade de imprensa, esse gleengay se esconde por trás desse escudo, pra divulgar tudo manipulado, onde defender seus objetivos espúrios. O Brasil aceita tudo que favorece a esquerdalhada

    1. Cara, a PF tem os arquivos agora. Tu ainda tá nessa de manipulado?

  4. -a esquerda petralha falava mal dos internautas direitista de usar a internet para fazer a campanha de bolsonaro,mas eles usam hackers para manipular conversas de membros do governo,tomem vergonha na cara petralhas…

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Polícia

Deputado do PSL protocola na PGR pedido de prisão de Glenn Greenwald

O deputado Filipe Barros (PSL) acaba de protocolar na PGR um pedido de prisão temporária de Glenn Greenwald.

Ele acredita “haver fortes indícios de que o financiamento e a transmissão dos dados obtidos criminosamente implicam Glenn Greenwald como coautor dos crimes informáticos”.

O parlamentar sugere a prisão “para melhor apuração dos fatos”.

A íntegra do pedido está aqui.

O Antagonista

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Polícia

Glenn Greenwald sabe que hacker será preso e que seus cúmplices e financiadores também, destaca coluna

Foto: shutterstock

Diz Diogo Mainardi, na Crusoé:

“Chega de Glenn Greenwald. A festa está terminando. Agora só falta a PF prender o hacker que lhe repassou as mensagens roubadas da Lava Jato. Glenn Greenwald sabe que o hacker será preso. E que seus cúmplices e financiadores também devem acabar na cadeia. Sim, a festa vai terminar. E depois vem a parte aborrecida: limpar o salão.”

Leia a coluna completa aqui.

O Antagonista

Opinião dos leitores

  1. kkkkk,.. QUERIA SABER ONDE GLLENN ERROU? JORNALISMO É ISSO, TEM QUE MOSTRAR ESSE JUDICIÁRIO SELETIVO. POR QUAL MOTIVO DESMORONOU, NÃO ACEITOU A DELAÇÃO DE EDUARDO CUNHA? MINHA GENTE, NÃO TROQUEM OS PAPEIS, NESSE CASO QUE SE APRESENTA, OS VERDADEIROS BANDIDOS SÃO NÃO SÃO EM HIPÓTESE ALGUMA OS REPÓRTERES, REVEJAM SEUS CONCEITOS ENQUANTO TEMOS TEMPO.

  2. Esse gringo irresponsável, tá querendo sair de fininho.
    Pode se colocar no meio dos hacks, vc é um cúmplice, sai do teu País pra querer avacalhar aqui?
    Tu tá F…
    Deixa Moro e Donald Tramp, botar a caneta em cima de vcs. É
    Muito bem empregado.
    Errou tem que pagar.

  3. Muita gente com dificuldade de interpretação ou então nem lê a matéria. Quem vai preso não é o Glenn, mas sim o hacker e seus financiadores.

    1. Tenha medo não que vai respingar nesse gringo fdp.
      Vc vai vê.

  4. Finalmente uma boa notícia, Não vejo a hora de comprovar que esse fdp vai para a cadeia que é o lugar de bandido.

  5. Tem que prender mesmo. Aí fica mais fácil provar que tudo que foi dito até agora é verdade. O Juiz não era Juiz, era apenas um justiceiro que não respeitava a ética e as leis. Simples.

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Judiciário

Reação da Justiça: “traques” de Glenn Greenwald estão perdendo o efeito

Foto: Flickr/Senado Federal

Os traques de Glenn Greenwald estão perdendo o efeito.

Merval Pereira resumiu:

“A impossibilidade constitucional de usar provas conseguidas através de meios ilícitos para anular processos da Lava Jato, ou punir os procuradores de Curitiba, começa a ser explicitada através de decisões em várias instâncias judiciais.

Todas concordam também que os diálogos, se verdadeiros, não indicam nenhuma ação ilegal ou prejuízo ao ex-presidente Lula.”

O Antagonista

Opinião dos leitores

  1. Merval Pereira foi designado pela Globo para tentar desqualificar as divulgações de Gleen. Merval tá sendo pago pra isso. Pau mandado. Deveria ter vergonha na cara, notadamente pela idade q tem, já um ancião.

  2. Não é se quer track.
    E pêido sem ar comprimido, ou seja, é BUFA mesmo.
    Fulllllllllll
    Kkkkkkkkkkkkkkk
    Mimimimimimimi

  3. Vejam o desespero dos apoiadores de corruptos, eles estão agarrados nas manipulações desses criminosos e fazem das versões montadas que eles publicam como algo que aconteceu.
    É o mesmo que acreditar numa versão onde a mula sem cabeça começou a falar.
    Os traques soltos pelo criminoso Glenn só alimenta a insanidade dos corruptos, nada mais.
    Talvez alimente o pouco que falta para os militares entrarem em ação.
    Só não esqueçam o que o pavão tem para revelar. A diferença é que esse rapaz expulso de 02 países pelos crimes cometidos, só revela mentira, já o pavão vem mostrando a podridão daqueles que usam da ilegalidade para difamar quem não tem culpa e atua pela força da justiça.
    Aguardem, quem com fogo fere, com fogo será ferido…

  4. É o velho ditado: "quem é ruim, não quer ser só". O petralhismo insiste em nivelar nossos heróis, que levam adiante a Lava Jato, aos corruptos presos, condenados e outros que estão sendo investigados por faltas cometidas pelos que tomaram conta do país a partir de 2003.

    1. Ôôô petralha assumido, esse sujeito botou a cabecinha só se foi na guilhotina, porquê nos brasileiro, esse GRINGO TONTO não botou não.
      Agora!
      Encheu a cabeça dos petralhas de humus de minhoca.
      Kkkkkkkkk

  5. ESTE CALHORDA ERA PARA SER PRESO E DEPORTADO,TELEGUIADO POR GRUPO QUE TEM INTERESSES ESCUSOS ,ALGUÉM OU GRUPO QUE FOI PEGO PELA LAVAJATO OU ESTÂO PRESTES A SEREM ATINGIDOS !!!TÁ NA CARA,E QUEM DEFENDE BANDIDO É COMPARSA!!!

    1. Calma querido, não precisa esbravejar. Você defende o seu bandido também, ou você acha que a famílicia é idônea? Você sabe de alguma informação sobre o Queiroz? Sabe do COAF? Quando souber nos avise. ? nos ombros.

    2. Tá na Veja e Folha. O Sr Merval foi incumbido disso. Q vergonha de jornalista. Sem qualquer crédito.

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Jornalismo

Globo responde ataques de Glenn Greenwald revelando bastidores de como ele tentou emplacar as mensagens roubadas na emissora

Glenn Greenwald, o cúmplice de hackers, atacou a Globo na entrevista que deu a um blog de esquerda e depois reproduzida por outros blogs. A emissora rebateu os ataques de Greenwald em nota enviada a quem publicou a entrevista, contando que ele ofereceu as matérias com mensagens roubadas à Globo, mas sonegou informações básicas para a prática de um jornalismo minimamente sério.

Leia a nota que a emissora enviou aos blogs:

“Glenn Greenwald procurou a Globo por e-mail no último dia 29 de maio para propor uma nova parceria de trabalho. Em 2013, a emissora já havia dividido com ele o trabalho sobre os documentos secretos da NSA referentes ao Brasil. Uma parceria que mereceu elogios dele pela forma como foi conduzido o trabalho.

Greenwald ficou ainda mais agradecido por um gesto da Globo. Nas reportagens que a emissora divulgou, em algumas frações de segundo era possível ver nomes de funcionários da agência americana, que não trabalhavam em campo, mas em escritório. Mesmo assim, tal exposição poderia levá-lo a responder a um processo em seu país natal, os Estados Unidos. A Globo, então, assumiu sozinha a culpa, declarando que, durante a realização da reportagem, Greenwald se preocupava sobremaneira com a segurança de seus compatriotas. Tal atitude o livrou de qualquer risco.

Ao e-mail do dia 29 de maio seguiram-se alguns telefonemas na tentativa de conciliar agendas (ele estava viajando) para um encontro, finalmente marcado. Ele ocorreu na redação do Fantástico no dia 5 de junho. Na conversa, insistindo em não revelar o tema, ele disse que tinha uma grande ‘bomba a explodir’ e repetiu que queria voltar a dividir o trabalho com a Globo, pelo seu profissionalismo. Mas, antes, gostaria de saber se a emissora tinha algo contra ele, sem especificar claramente os motivos da pergunta, apenas dizendo que falara mal da Globo em algumas ocasiões. Provavelmente se referia a um artigo que seu marido, o deputado David Miranda, do PSOL, tinha publicado no Guardian com mentiras em relação à cobertura do impeachment da presidente Dilma Rousseff. O artigo foi rebatido por João Roberto Marinho, presidente do Conselho Editorial do Grupo Globo, fato que deu origem a comentários desairosos do próprio Greenwald.

Na conversa de 5 de junho, ele afirmou que ‘tudo estava no passado’. Prontamente, ouviu que jamais houve restrição (de fato, David Miranda já foi inclusive convidado para entrevista em programa da GloboNews). Greenwald ouviu também, com insistência, por três vezes, que a Globo só poderia aceitar a parceria se soubesse antes o conteúdo da tal ‘bomba’ e sua origem, procedimento óbvio. Greenwald se despediu depois de ouvir essa ponderação.

A Globo ficou aguardando até que, na sexta-feira à tarde, Greenwald mandou um e-mail afirmando que não recebeu nenhuma resposta da Globo e que devia supor que a emissora não estava interessada em reportar este material. Como Greenwald, no e-mail, continuava a sonegar o teor e origem da ‘bomba’, não houve mais contatos. Não haveria como assumir qualquer compromisso de divulgação sem conhecimento do que se tratava.

No domingo, seu site, o Intercept, publicou as mensagens atribuídas ao ministro Sergio Moro e procuradores da Lava-Jato, assunto que mereceu na mesma noite destaque em reportagem de mais de cinco minutos no Fantástico (e depois em todos os telejornais da Globo).

Na segunda, uma funcionária do Intercept sugeriu que o programa Conversa com Bial entrevistasse um dos editores do site para um debate sobre jornalismo investigativo. Como o próprio site anunciou que as publicações de domingo eram apenas o começo, recebeu como resposta que era conveniente esperar o conjunto da obra, ou algo mais abrangente, antes de se pensar numa entrevista.

Por tudo isso, causam indignação e revolta os ataques que ele desfere contra a Globo na entrevista publicada na Agência Pública. Se a avaliação dele em relação ao jornalismo da Globo e a cobertura da Lava-Jato nos últimos cinco anos é esta exposta na entrevista, por que insistiu tanto para repetir “uma parceria vitoriosa” e ser tema de um dos programas de maior prestígio da emissora? A Globo cobriu a Lava-Jato com correção e objetividade, relatando seus desdobramentos em outras instâncias, abrindo sempre espaço para a defesa dos acusados. O comportamento de Greenwald nos episódios aqui narrados permite ao público julgar o caráter dele.”

O Antagonista

 

Opinião dos leitores

  1. Fonte: O Antagonista

    Nada mais nada menos que o blog da Lava Jato. E quem discordar, basta ler as mensagens vazadas.

  2. O Planalto deveria negociar a extradição dessa biba reincidente, e deixar que os EUA lhe aplique o mesmo remédio moral com que pretende brindar a Julian Assange.

  3. Impressiona ver a turma do quanto pior melhor pra eles vibrando com todas essas ilegalidades, não tem nada que seja aproveitado, tudo montado!
    A globo sabe melhor que ninguém como e de que forma usar a informação, mas tomou um cuidado básico de saber antes como foi obtida e como seria exposta, então resolveu não entrar na roubada
    A globo detecta o que presta e o que não presta, decidiu não entrar no jogo da manipulação montado e de altíssimo risco
    A globo saiu dessa situação, ou seja, viu que havia muita coisa errada na situação e calculou que o resultado seria desastroso, caiu fora
    Escutando um advogado falando, ele disse: "No mundo jurídico nunca foi aceito fruto de árvore podre", será que isso vai mudar agora? Será que fruto produzido na ilegalidade vai suplantar aos fatos? Até a globo caiu fora, a situação deve realmente ter muita sujeira, ilegalidade, montagens, armação e tudo mais que vem do submundo da corrupção

    1. É o seguinte: no mundo jurídico, não é aceita prova ilícita como você mencionou. Todavia, ela poderá ser usada para absolver o réu. Exemplo se uma carta for aberta criminosamente (violação de correspondência) e nela se descobrir que um inocente está pagando por um culpado, o inocente poderá se beneficiar dessa prova ilícita.

    2. Potiguar, isso é verdade, mas, no caso de suspeição, tem de se provar que as decisões não condizem com a realidade. Bom lembrar que as provas e as sentenças foram objeto de recursos no tribunal superior. Se houvesse alguma prova que fosse ilícita ou se o juiz desse a decisão sem calço, testemunha falsa, algo assim, seria passível de anulação. Neste caso, o juiz seria somente retirado do caso, o que já ocorreu.

  4. A globo fazendo uma defesa prévia do que vem por ai. Está claro, tanto para bolsominions, coxinhas, mortadelas e outras iguarias que a globo nunca foi sinônimo de isenção e que sempre esteve por trás ou junto a todos os ataques que sofreu a democracia nos últimos 60 anos, além de sempre ser porta voz da elite brasileira. Embora sabe-se de todo seu potencial e capacidade de influência como empresa de comunicação. Talvez tenha sido isso que o jornalista quis usar.

    1. É óbvio. O Greenwald passou a perna na CIA. Agora, pegou o Moro. A próxima é a rede globo. Vem bomba por aí!!!

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