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O sucesso do áudio pornô, que atrai cada vez mais mulheres

FOTO: GETTY IMAGES

A indústria pornográfica migrou das fitas para o DVD, do DVD para internet, e agora acompanha a tendência de sucesso dos podcasts com uma novidade: o áudio pornô.

Ele é bem diferente do velho “disque-sexo”: consiste basicamente em histórias eróticas sem imagens, voltadas principalmente para o público feminino.

Nos últimos anos, houve um aumento no número de plataformas que oferecem o áudio pornô. De acordo com a revista Forbes, as startups dedicadas ao setor arrecadaram mais de US$ 8 milhões (R$ 33,6 milhões) só neste ano.

Para a sexóloga Francisca Molero, diretora do Instituto Iberoamericano de Sexologia, com sede em Barcelona, vários fatores explicam a crescente popularidade dos áudios pornôs.

Segundo ela, o primeiro é a “hipertrofia de alguns sentidos” que existe na sociedade contemporânea. “Há uma saturação de estímulos visuais. Chega um momento que os estímulos já não geram o mesmo efeito que geravam antes”, diz Molero à BBC News Mundo, serviço em espanhol da BBC.

Portanto, de acordo com o especialista, o áudio pornô ou as plataformas áudio eróticas refletem a demanda de uma parte da sociedade em usar outros sentidos.

Essa demanda pode ver vista, diz Moelo, no fato de estarmos cada vez mais buscando cursos de culinária ou fazendo massagens ou spas.

Isso “tem a ver com os sentidos”, diz ela e, acima de tudo, com a consciência de que os estamos usando.

O poder da imaginação

Para Molero, a audição é um sentido muito importante para o erotismo, porque deixa muito mais espaço para a imaginação.

“A palavra é muito importante porque permite que você imagine muitas coisas”, diz ela.

O áudio — não necessariamente o pornô — também tem a vantagem de permitir que as pessoas façam outras coisas simultaneamente.

“Vivemos em um sociedade cada vez mais individualista e multitarefas, e colocar fones de ouvido permite que as pessoas façam mais de uma coisa simultaneamente.”

Enfoque feminino

“A pornografia sempre foi território masculino”, diz Molero. “É uma pornografia feita para homens e com cenas de mulheres fazendo coisas que os homens pensam que as mulheres gostam, mas que na verdade são voltadas para eles.”

“É um modelo absolutamente desigual, onde a mulher não existe, exceto como corpo e como corpo estereotipado.”

O áudiô pornô, no entanto, tem uma abordagem mais feminina, com muitas das plataformas fundadas por mulheres.

“As mulheres sempre usaram a literatura erótica como estímulo, porque as palavras permitem que você imagine as coisas de maneira diferente”, diz Molero.

Plataformas populares

Os formatos do áudio pornô variam.

Alguns sites oferecem gravações sonoras de encontros reais, orgasmos ou sexo oral.

Muitos dos áudios eróticos estão em sites conhecidos de pornografia, como o PornHub. Outros podem ser encontrados no Tumblr ou no Reddit. Normalmente nesses sites o que existe são áudios de pessoas anônimas gravadas durante o sexo.

Outros sites oferecem guias de masturbação assistida, como o site Voxxx, voltado especificamente para mulheres.

Mas existem várias novas plataformas que oferecem pequenas histórias eróticas, em formato de podcasts. A maioria oferece histórias apenas em inglês.

Um dos mais populares é o Dipsea, um aplicativo fundado pelas americanas Gina Gutierrez e Faye Keegan. É um aplicativo com assinatura, com um custo mensal de US$ 8,99 (R$ 37,74), que dá acesso a 175 histórias com atualizações semanais.

Outra plataforma popular é a Quinn, fundada por Caroline Spiegel e Jackie Hanley. É uma plataforma gratuita para usuários que, de acordo com o The New York Times, em breve terá uma opção para sugestões pagas aos criadores das histórias.

Já o site Literotica oferece ficção erótica gratuita com autores que enviam novas histórias todos os dias.

BBC Brasil

 

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Diversos

Humanidade esgota recursos da Terra para o ano e ‘entra no vermelho’ cada vez mais cedo

Usina elétrica de Belchatow, na Polônia: ecossistemas comprometidos por poluição Foto: PETER ANDREWS / Reuters

A Humanidade viverá no crédito a partir desta segunda-feira, pois já consumiu todos os recursos naturais (água, terra, ar limpo…) que o planeta oferece, segundo um cálculo realizado pela organização Global Footprint Network .

O chamado Dia da Sobrecarga , calculado desde 1986, chegou dois meses antes de 20 anos atrás e a cada ano se antecipa no calendário. Em 1993, ocorreu em 21 de outubro; em 2003, em 22 de setembro; e em 2017, 2 de agosto.

“O fato de que o Dia da Sobrecarga da Terra seja 29 de julho significa que a Humanidade utiliza atualmente os recursos ecológicos 1,75 vez mais rápido” que a capacidade de regeneração dos ecossistemas, destaca a ONG em um comunicado. “Gastamos o capital natural do nosso planeta, reduzindo ao mesmo tempo sua capacidade futura de regeneração”, adverte também a organização.

“O custo desta sobrecarga econômica mundial está se tornando cada vez mais evidente com o desmatamento , a erosão dos solos , a perda da biodiversidade e o aumento do dióxido de carbono na atmosfera. Isto leva às mudanças climáticas e a fenômenos climáticos extremos mais frequentes”, explica a organização.

Os modos de consumo apresentam enormes diferenças entre os países. “O Catar alcançou seu dia de sobrecarga depois de 42 dias, enquanto a Indonésia consumiu todos os recursos para o ano inteiro depois de 342”, destaca WWF , associada à Global Footprint Network.

“Se todo mundo vivesse como os franceses, precisariam de 2,7 planetas”, e se todo mundo adotasse o modo de consumo dos americanos, seriam necessárias cinco Terras.

Segundo a WWF, “diminuindo as emissões de CO2 em 50%, poderíamos ganhar 93 dias ao ano, isto é, atrasar no dia da sobrecarga da Terra até outubro”.

A pegada ecológica de cada indivíduo pode ser calculada no site da Foot Print Calculator .

O Globo, com AFP

 

Opinião dos leitores

  1. Interessante que os defensores do capeta+lismo e das empresas não relacionam esse esgotamento dos recursos naturais com o modelo hegemônico de sociedade e Estado. Sociedade e Estado que desmata, que acelera uma catástrofe anunciada dos pontos de vista social, ambiental, econômica e política.
    O meio ambiente começa a cobrar a conta com força. Mesmo assim assistimos figuras no planeta como o Bozo tocar acelerar esse caos anunciado.

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