Finanças

SE LIGA: Especialista orienta qual é a chave Pix mais segura contra golpes

Foto: Freepik

Clientes de diversas instituições financeiras podem registrar sua chave do Pix, novo sistema de pagamentos eletrônico, a partir da última segunda-feira (5). Segundo dados do Banco Central, só no primeiro dia, mais de um milhão de chaves foram cadastradas em 677 bancos, fintechs e cooperativas.

A chave consiste em um “apelido” dos dados bancários, que pode ser o CPF, o número do celular, um endereço de e-mail ou até mesmo uma combinação numérica escolhida pelo usuário. Dessa forma, a partir de 16 de novembro, não será mais necessário o nome do banco, agência e conta para fazer uma transação.

O registro das chaves é feito exclusivamente pelo aplicativo das instituições financeiras em que a pessoa tem conta. No entanto, como muitas pessoas ainda não estão familiarizadas com o assunto, golpistas usam essa falta de informação para roubar dados pessoais com links falsos.

“Não necessariamente o objetivo do cibercriminoso será fraudar o Pix do usuário – até porque não sabemos até que ponto isso será possível –, mas sim conseguir informações pessoais da vítima”, afirma o diretor da área de Risco Cibernético da consultoria de riscos Kroll, Walmir Freitas.

O especialista alerta que o compartilhamento de dados pessoais para concluir uma transação bancária pode oferecer riscos e fornecer material para um futuro golpe.

“A partir de uma única informação, os golpistas podem conseguir diversas outras, por meio de uma base de dados que é obtida por meio de aliciamento de pessoas que trabalham em instituições financeiras”, diz Freitas.

Os criminosos conseguem elaborar golpes mais sofisticados a partir de dados coletados de uma vítima. Para evitar esse tipo de situação, a orientação do especialista é criar a própria chave Pix, ao invés de usar o CPF ou o número de celular. “Quanto mais complexa for a chave, melhor.”

Durante a fase de pré-cadastro do Pix, a Kaspersky, empresa da área de segurança digital, identificou links enviado por e-mails que simulavam o contato de um banco com a intenção de enganar as pessoas.

Segundo relatório publicado pela empresa, os brasileiros estão entre os principais alvos de crimes digitais que têm como objetivo o roubo de dados, o chamado phishing. Cerca de um a cada oito usuários de internet no país (13%) acessaram, de abril a junho deste ano, ao menos um link malicioso.

R7

Opinião dos leitores

  1. Vai ser complicado para uma parcela da população criar uma chave com o apelido…
    A gadolandia vai ter dificuldades com os apelidos. São poucas opções.

    1. A tua chave tem 8 dígitos, mas todo mundo conhece, fácil, fácil. É LULADRÃO, não é mesmo????

    2. O cara é tão esperto que nem entendeu direito o que é o pix.

      Vou tentar te explicar, o pix não precisa de apelido nenhum… nem de cadastramento de chave, ele é basicamente o mesmo que um TED, só que mais barato e mais rápido.

      E, pra quem quer uma facilidade a mais, basta cadastrar um apelido no BC e em vez de passar o banco, número da conta, agencia, tipo de conta pra fazer um pix, basta passar o apelido. Ou seja, o apelido é só pra facilitar, mas não é obrigatório.

    3. George, pelo que eu sei, tem que cadastrar uma chave no banco que você possui conta. A chave pode ser CPF, e-mail, número de telefone, apelido, etc. Ou seja, precisa fazer o cadastro das chaves no banco sim.

    4. A minha vai ser o nome do cabaré que tua trabalha aquela cadela

    5. Opa, mas pode acreditar, o cadastramento da chave é opcional e mesmo sem cadastrá-la você pode receber ou enviar "um pix".

      A chave é apenas para facilitar a transferência, para vc não precisar passar os seus dados bancários para quem fará o pix.

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Finanças

LEITURA FUNDAMENTAL. Cadastro, ‘chave’, pagamento: perguntas e respostas sobre sistema de transferência PIX

Foto: Reprodução

O que é?

O PIX é um novo meio de pagamentos e transferências desenvolvido pelo Banco Central para facilitar as transações financeiras. Não é um aplicativo nem banco, e funciona com as contas que o cliente já tem em alguma instituição financeira.

A expectativa do mercado é que o sistema seja o grande substituto de DOCs e TEDs, por ser gratuito e estar disponível a qualquer hora, sete dias por semana. A quantia cai instantaneamente.

Para que serve?

O PIX servirá para transferências de dinheiro, seja entre pessoas físicas ou jurídicas, e para fazer e receber pagamentos.

No caso dos pagamentos, será possível realizar compras e pagar ao lojista imediatamente pelo celular, via aplicativo da instituição bancária do consumidor, sem precisar de dinheiro, cartão de crédito ou boleto. Os órgãos governamentais também vão aderir ao PIX, para que os cidadãos possam pagar contas e tributos de forma instantânea.

Como se cadastrar?

O cadastramento começa em 5 de outubro, mas vários bancos já estão fazendo o pré-cadastro, que deve ser realizado pelo site ou aplicativo da própria instituição bancária.

O que é a Chave PIX?

É a ‘identificação’ do usuário no sistema. A chave pode ser:

um e-mail;

número do CPF;

número de telefone ou;

um código de números e letras aleatório chamado EVP.

Cada conta pode ter até cinco chaves diferentes destinadas a ela. O inverso também é possível: clientes podem ativar o PIX para diferentes contas de bancos que possua, mas é necessário usar diferentes chaves para cada conta.

Posso usar uma mesma chave para vários bancos?

A pessoa física pode ter chaves em mais de uma instituição bancária, mas só pode ter uma modalidade por instituição. Se cadastrar o CPF em um determinado banco, por exemplo, ele só pode ser usado como chave naquele banco.

O cliente que tiver conta em mais de um banco deverá cadastrar uma chave PIX para cada um deles. Por exemplo: no banco A, o cliente cadastra o CPF; no banco B, cadastra o número de celular, e assim por diante.

Qual a diferença entre o PIX, o DOC e a TED?

Para os clientes, a principal diferença entre eles é que o novo sistema permite realizar as operações a qualquer dia e horário.

No geral, a Transferência Eletrônica Disponível (TED) permite a movimentação de valores entre contas bancárias, sem limite de valor, com o crédito na conta de destino sendo realizado no mesmo dia, desde que feito até as 17h.

Já o Documento de Ordem de Crédito (DOC) permite a transferência de, no máximo, R$ 4.999,99, com a compensação do crédito na conta de destino sendo efetivada no dia útil seguinte, ou em até dois dias úteis quando realizado aos finais de semana e/ou feriados.

O PIX também será gratuito para as pessoas físicas, e vai precisar da inserção de menos dados para ser realizado.

Como fazer uma transferência, compra ou pagamento usando o PIX?

O uso poderá ser feito das seguintes formas:

Pela “chave de endereçamento” – e-mail, números de CPF ou CNPJ, número de celular ou código de números e letras aleatório chamado EVP;

Por um link gerado pelo celular ou;

Por leitura de QR Code.

O pagador poderá fazer a operação inserindo a chave do recebedor, usando um link gerado pelo celular ou fazendo a leitura de QR Code. No comércio, por exemplo, o vendedor poderá gerar um QR Code, que o comprador vai ‘ler’ e pagar diretamente.

Por enquanto, os pagamentos dependem de internet para serem realizados. Está prevista para 2021 uma forma de pagamento offline. Futuramente também será implementado também o “saque PIX”, em que o recebedor poderá fazer saques em redes varejistas.

É preciso ser cliente de um banco?

O PIX estará disponível para quem tem conta em banco, mas instituições financeiras e fintechs também poderão ofertar a modalidade aos seus clientes. Para usar o serviço, bastará ter uma conta corrente, conta poupança ou uma carteira digital com cadastro no PIX. A opção estará dentro do aplicativo bancário e no internet banking do cliente.

Todos os bancos vão operar o PIX?

Segundo o Banco Central, a oferta do PIX será obrigatória para um total de 34 instituições financeiras e de pagamentos com mais de 500 mil clientes ativos, considerando conta corrente, conta de poupança ou uma conta de pagamento pré-paga.

Quando começa a funcionar o sistema?

O PIX começa a operar no dia 16 de novembro, de acordo com o Banco Central. Antes, contudo, haverá uma rodada de cadastramento de clientes e uma abertura controlada para aparar arestas. O cadastramento das Chaves PIX começa em 5 de outubro.

Em 3 de novembro, começa uma fase de testes, em que alguns usuários serão selecionados pelos bancos e financeiras para iniciar as operações, que serão liberadas em horários restritos.

Haverá limite de valor para as operações?

O Banco Central não determinou limite máximo de valores para fazer um PIX, mas autorizou as instituições financeiras a estabelecerem limites máximos para transferências, visando diminuir o risco de fraudes, golpes, lavagem de dinheiro e até o financiamento do terrorismo.

Quanto vai custar uma operação pelo PIX?

Para as pessoas físicas, as transações serão gratuitas. Para pessoas jurídicas, no entanto, haverá cobrança de taxa para transferências, mas o Banco Central ainda não informou os valores.

Já para as instituições financeiras haverá um custo, que será “muito baixo”, segundo o BC, pela utilização do serviço. A cada 10 transações pelo PIX, por exemplo, R$ 0,01 será cobrado a cargo de recuperação de custos operacionais.

Será possível agendar pagamentos e transferências?

Assim como contas tradicionais, o PIX terá recursos de agendamento de pagamentos e enviará comprovantes para quem paga e quem recebe pelo sistema. As transações feitas pelo PIX devem aparecer no extrato da conta.

O sistema é seguro?

Como a tecnologia é instantânea, o Banco Central afirma que o PIX requer segurança redobrada para não ser suscetível a fraudes.

Além de contar com o sistema de segurança da própria entidade, em setembro o Banco Central revisou uma regra sobre restituição de valores transferidos por suspeita de fraude. Se houver algum comprovação de crime, será possível fazer reembolso sem autorização da pessoa que recebeu o depósito.

Além disso, Carlos Eduardo Brandt, chefe-adjunto do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro do Banco Central, afirma que se for identificado um indício de fraude, o banco terá um tempo adicional de 30 minutos durante o dia e 60 minutos à noite para fazer uma verificação complementar e confirmar se a transação é verdadeira.

Fiz uma transferência ou pagamento errado. Posso cancelar?

Como o serviço é instantâneo, o usuário deve ter atenção aos detalhes. Valores enviados por engano não podem ser estornados automaticamente. Há uma funcionalidade de devolução total ou parcial prevista, mas a negociação só pode ser aberta pelo recebedor.

G1

 

Opinião dos leitores

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Jornalismo

COINCIDÊNCIAS: Cronologia do hackeamento, feita por Merval Pereira, pode ser a chave para compreender fatos e “objetivos”

Para variar, a semana foi de polêmicas para Bolsonaro, que, entre outras coisas, comentou que o jornalista Glenn Greenwald podia “pegar uma cana aqui mesmo”.

Referia-se à publicação, pelo site Intercept Brasil, das conversas hackeadas entre o então juiz Sérgio Moro e o coordenador dos procuradores de Curitiba, Deltan Dallagnol.

Não se trata aqui de concordar com a atitude do site, que, ao divulgar os diálogos, o faz a conta-gotas, numa edição que busca interpretar as conversas e fazer ilações, sem colocá-los no contexto em que foram realizados. Nem com o viés claramente tendencioso em busca da anulação de processos para ajudar a libertar Lula.

Trata-se de defender a liberdade de expressão, pura e simplesmente. Se Glenn Greenwald não participou da operação de hackeamento, nem a encomendou, não há como “pegar uma cana”. Está protegido, como todos os jornalistas brasileiros, pela Constituição.

Mesmo que tenha pagado pela cessão do material, terá cometido no máximo um ato antiético. No entanto, a ligação política que surgiu com a revelação, confirmada por ela, de que Manuela Dávila, ex-candidata a vice pelo PCdoB em 2018 na chapa do petista Fernando Haddad, foi a intermediária entre o hackeador e Intercept Brasil, reforça a hipótese de que a publicação desse material tem objetivos políticos.

E há coincidências que não podem ser evitadas. O hacker Walter Delgatti Neto diz que procurou Manuela DÁvila no dia das mães, 12 de maio. No mesmo dia, Glenn Greenwald entrou em contato com ele pelo Telegram.

Nove dias depois, a 21 de maio, Glenn Greenwald esteve visitando Lula na sede da Polícia Federal em Curitiba, para fazer uma entrevista com ele, que havia sido autorizada pela Justiça no início do ano.

É certo, portanto, que Greenwald já tinha o material quando conversou com Lula na cadeia. No dia 9 de junho, dezenove dias depois da entrevista, o Intercept Brasil começa a divulgar as conversas hackeadas.

Entre o primeiro dia em que o hacker fez o contato com Glenn Greenwald, e a publicação, passaram-se exatos 29 dias, ou quatro semanas. Glenn Greenwald, ao publicar os diálogos, declarou: “ficamos muitas semanas planejando como proteger a nós e nossa fonte contra os riscos físicos, riscos legais, riscos políticos, riscos que vão tentar sujar a nossa reputação.”.

No fim do mês de abril, no dia 27, uma entrevista com Lula foi publicada pela Folha de S. Paulo e o El País e, como se fosse premonitório, o ex-presidente garantiu ter (…) “obsessão de desmascarar o Moro, de desmascarar o Dallagnol e a sua turma”.

Uma pergunta que não quer calar: será que nas conversas de Dallagnol com outros procuradores, ou mesmo com Sérgio Moro, não havia um espaço para troca de informações sobre outros casos da Lava Jato que não os relacionados ao caso de Lula? Delgatti Neto disse também que entrou nas conversas sobre a Operação Greenfield em Brasília, que apura desvios em fundos de pensão. Pelo seu relato, não encontrou nada de ilegal nas conversas, por isso não se interessou. Que estelionatário mais preparado esse, que sabe onde há supostas irregularidades processuais, e sabe onde não há.

Merval Pereira – O Globo

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