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Estudo descobre que envelhecimento pode ser reversível; saiba mais sobre o possível rejuvenescimento

Foto: Reprodução/Clickgratis

Um estudo realizado na Califórnia, nos Estados Unidos, revelou que é possível reverter o envelhecimento e não apenas retardá-lo. Cientistas medicaram um grupo de nove voluntários com um coquetel de três medicamentos comuns por um ano – um hormônio do crescimento e dois medicamentos para diabetes, na esperança de regenerar a glândula timo.

Mas o resultado mostrou que os participantes haviam perdido em média 2,5 anos em seu “relógio epigenético”, medido pela análise de marcas nos genomas de uma pessoa, segundo a revista Nature. O sistema imunológico dos participantes também mostrou sinais de rejuvenescimento.

Os cientistas responsáveis pelo estudo ficaram chocados com a descoberta. “Eu esperava ver a desaceleração do relógio, mas não uma reversão”, disse Steve Horvath, pesquisador da UCLA. “Isso pareceu meio futurista.”

Os pesquisadores alertam que os resultados são preliminares, porém, se novas pesquisas confirmarem as conclusões, o impacto nos cuidados de saúde e na relação da sociedade com o envelhecimento como um todo pode ser enorme.

R7

 

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Cientistas estudam forma de “curar” o envelhecimento e encaram período como uma doença que pode ser tratada

A CIÊNCIA DA VIDA ETERNA (ILUSTRAÇÃO: PEDRO CORRÊA)

Um dos mitos da Grécia Antiga, que remonta a 700 a.C., conta a história de amor de Eos, a deusa do amanhecer, e Titono, irmão mais velho do rei de Troia. Eos se apaixonou por Titono e pediu a Zeus que concedesse a ele a imortalidade dos deuses. Mas se esqueceu de pedir eterna juventude. Titono viveu por anos a fio, definhando, esquecido pela própria Eos, que o trancou em um quarto escuro até que, finalmente, ele se transformou em uma cigarra.

Alguns milênios depois, a longa busca da humanidade pela vida e juventude eternas ganha, pela primeira vez, contornos científicos. No Vale do Silício, pesquisadores têm tentado unir medicina e tecnologia para encontrar maneiras de nos fazer viver mais e mais jovens, encarando o envelhecimento como uma causa para as tantas doenças associadas a ele e, portanto, passível de tratamento ou mesmo cura.

“Depois de assegurar níveis sem precedentes de prosperidade, saúde e harmonia, e considerando nossa história pregressa com nossos valores atuais, as próximas metas da humanidade serão provavelmente a imortalidade, a felicidade e a divindade”, escreveu Yuval Harari em Homo Deus: Uma Breve História do Amanhã, best-seller publicado no Brasil em 2016 pela Companhia das Letras. “Reduzimos a mortalidade por inanição, a doença e a violência; objetivaremos agora superar a velhice e mesmo a morte”, sentencia o professor de História da Universidade Hebraica de Jerusalém.

O primeiro laboratório biomédico dos Estados Unidos dedicado inteiramente a pesquisar o envelhecimento foi criado em 1999 em Novato, na Baía de São Francisco, a poucos quilômetros do Vale do Silício. Com a missão de acabar com as doenças relacionadas à passagem do tempo, o Instituto Buck acredita que é possível as pessoas aproveitarem a vida aos 95 anos tanto quanto o faziam aos 25.

“Nesses anos de pesquisa, chegamos a duas conclusões: a primeira é de que podemos mudar o ritmo do envelhecimento em animais, modificando a genética e a alimentação”, diz o geneticista Gordon Lithgow, chefe de pesquisas no instituto. “A segunda é que o processo de envelhecimento é um gatilho — ou mesmo uma causa — para as doenças crônicas em idade avançada.” A grande hipótese, segundo Lithgow, é que a medicina talvez esteja olhando para as doenças crônicas associadas ao envelhecimento da forma errada — e, se conseguirmos reverter ou retardar o processo, talvez seja possível proteger o corpo dos danos causados por ele.

Além do Buck, laboratórios como o Calico e o Unity Biotechnology têm como objetivos explícitos “resolver a morte” e “combater os efeitos do envelhecimento” e são financiados pelos bilionários Sergey Brin e Larry Page, fundadores do Google, Jeff Bezos, da Amazon, e Peter Thiel, do PayPal. Mas é a Fundação SENS, criada em 2009 pelo cientista da computação inglês Aubrey de Grey, entre outros nomes, que desperta as maiores polêmicas na comunidade científica.

Na visão de Aubrey de Grey, de 56 anos, o envelhecimento deve ser tratado como um fenômeno simples, e nosso corpo visto como uma máquina ou uma engenhoca que pode ser consertada. “O motivo de termos carros que ainda rodam após cem anos é o fato de eliminarmos os estragos antes mesmo de as portas caírem. O mesmo vale para o corpo humano”, afirma o britânico em entrevista à GALILEU.

Para desenvolver o modelo que chama de SENS, sigla para Strategies for Engineered Negligible Senescence (estratégias para engenharia de uma senescência negligenciável, em tradução livre), ele olhou para os principais processos que levam ao envelhecimento conhecidos hoje: perda e degeneração das células; acúmulo de células indesejáveis, como de gordura ou senescentes (velhas); mutações nos cromossomos e nas mitocôndrias; acúmulo de “lixo” dentro e fora das células, o que pode causar problemas em seu funcionamento; ligações cruzadas em proteínas fora da célula, que podem gerar perda de elasticidade no tecido em questão.

Para De Grey, basta tratar cada um desses itens e pronto: nossos problemas de saúde que surgem com a idade acabariam — quase tão simples quanto aplicar e remover um filtro do FaceApp, aplicativo que se tornou febre nas redes sociais nas últimas semanas, com um algoritmo que faz uma simulação fotográfica da aparência que poderemos ter quando mais velhos. “Não haveria limite, assim como não há limite para os carros funcionarem. Morreríamos somente de causas que não têm a ver com quanto tempo atrás nascemos. Impactos de asteroides, acidentes etc.”, diz.

Esse é um trecho da reportagem de capa da edição de agosto de 2019 da GALILEU, que já está nas bancas.

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NÃO É FICÇÃO: Sangue jovem pode reverter envelhecimento

idoso-e-jovemNão é ficção. A infusão de sangue jovem pode reverter sinais do envelhecimento, sugerem três novos estudos de universidades americanas. A técnica foi capaz de melhorar o funcionamento do cérebro, do coração e a força muscular em camundongos com idade avançada.

Os pesquisadores acreditam que proteínas contidas no sangue jovem são as responsáveis por reverter os sinais de envelhecimento. Apesar das diferenças entre camundongos e humanos, especialistas disseram que a descoberta pode levar a novos tratamentos para doenças mentais e cardíacas em pessoas. Um ensaio clínico está previsto para começar entre três e cinco anos.

— A evidência é forte o suficiente agora, em vários tecidos, o que nos garante para testes e aplicações em humanos — disse Saul Villeda, autor de um do estudo da Universidade da Califórnia, em São Francisco, ao “Guardian”.

O envelhecimento é um dos maiores fatores de risco para uma série de enfermidades mentais e do coração, além de câncer e diabetes, por exemplo. Os estudos foram comemorados uma vez que, com o envelhecimento da população, a proporção de pessoas com essas condições cresce e o custo para a saúde pública representa um dos maiores desafios para países em todo o mundo.

Na pesquisa liderada pela Universidade de São Francisco, os cientistas fizeram infusões de sangue de camundongos de três meses de vida em outros animais com 18 meses — considerada uma idade avançada em camundongos, e o que pode equivaler a 70 anos em humanos. A terapia melhorou o desempenho dos camundongos mais velhos em tarefas de memória e de aprendizagem. Eles apresentaram também mudanças estruturais, moleculares e funcionais em seus cérebros.

“Nossos dados indicam que o sangue jovem em camundongos no final da vida foi capaz de rejuvenescer a plasticidade sináptica e melhoria da função cognitiva” relatou a equipe de pesquisadores em artigo publicado na revista “Nature Medicine”. “Estudos futuros em humanos idosos são necessários e, potencialmente, aqueles que sofrem de doenças neurodegenerativas relacionadas com a idade”.

Os cientistas observaram que o cérebro dos camundongos idosos foi capaz de formar novas conexões no hipocampo, uma região vital para a memória e sensível ao envelhecimento.

A equipe de pesquisa injetarou plasma sanguíneo — componente líquido do sangue, sem as células — de camundongos jovens em animais mais velhos. As injeções fizeram com que os idosos tivessem o mesmo desempenho em um teste de memória do que animais com seis meses de idade.

— Há algo sobre o sangue jovem que pode, literalmente, reverter os prejuízos que você vê no cérebro mais velho — afirmou Villeda, que ressaltou que o caminho para o teste em humanos ainda é longo. — Eu gostaria que o nosso estudo viesse como uma legenda grande de “não tente isso em casa”. Precisamos de um ensaio clínico para ver se isso se aplica aos seres humanos, e para ver se há efeitos que não queremos.

Villeda acredita que o efeito antienvelhecimento estaria ligado a uma proteína chamada CREB — que se liga a uma sequência particular de DNA e age como um reguladora do cérebro. O plasma sanguíneo jovem fez com que a proteína se tornasse mais ativa, se transformando em genes que impulsionam as conexões neurais.

Em dois outros estudos, pesquisadores da Universidade de Harvard, em Cambrigde, mostraram que infusões de sangue jovem rejuvenesceram o cérebro e os músculos de ratos mais velhos. Eles acreditam que uma outra proteína presente em abundância no sangue jovem foi capaz de fazer crescer vasos sanguíneos no cérebro envelhecido, o que melhorou a circulação no órgão.

Os cientistas também observaram o aumento do número de células-tronco neurais. Até mesmo o olfato dos animais mais velhos melhorou, e eles foram capazes de distinguir cheiros assim como os mais jovens.

“É possível que o aumento do fluxo sanguíneo possa resultar em aumento da atividade e função neural, e possibilite a abertura de novas estratégias terapêuticas para o tratamento de doenças neurodegenerativas relacionadas com a idade”, escreveram os autores na revista “Science“.

Para testar a situação inversa, os pesquisadores deram sangue mais velho aos jovens camundongos, e observaram uma redução em células-tronco neurais em seus cérebros.

No outro estudo de Harvard, as infusões de sangue de tecido muscular jovem em camundongos mais velhos aumentou sua força e desempenho em exercícios de resistência, segundo outro artigo publicado na “Science“.

As duas equipes de Harvard mostraram que poderiam replicar os efeitos antienvelhecimento com injeções de uma única proteína do sangue jovem chamada GDF11. Amy Wagers, pesquisadora que participou dos dois estudos, afirmou que os mesmos efeitos poderiam ser conseguidos em humanos:

— A proteína é idêntica em camundongos e humanos e também está presente na corrente sanguínea em humanos. Nossas análises preliminares sugerem que nos dois casos ela é regulada pela idade, por isso acho que os seus efeitos são susceptíveis de traduzir para os seres humanos.

O Globo

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