Judiciário

Juiz manda reabrir restaurantes de BH e diz que mídia impõe ‘medo e desespero’

Magistrado ainda fez duras críticas ao prefeito da capital mineira, Alexandre Kalil (PSD), a quem chamou de “tirano”. Foto: Amira Hissa/Prefeitura de Belo Horizonte

O juiz Wauner Batista Ferreira Machado, da 3ª Vara da Fazenda de Belo Horizonte, chamou o prefeito da capital mineira, Alexandre Kalil (PSD), de “tirano” por baixar decreto que barrava o funcionamento de bares, lanchonetes e restaurantes na cidade durante a pandemia do novo coronavírus. Em decisão, o magistrado ordena a reabertura dos estabelecimentos e diz que a mídia impõe “medo e desespero” sobre a doença.

Na opinião do juiz, o decreto de Kalil violou o artigo da Constituição que prevê que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisas senão em virtude da lei”.

“Não é isso que estamos presenciando no município de Belo Horizonte, onde a Câmara Municipal está fechada, devido à pandemia, e o prefeito, paradoxalmente, exerce a tirania de fazer leis por decretos, ao bel prazer dele e de seus técnicos da saúde, sem qualquer participação dos cidadãos através de seus parlamentares, como se fossem os únicos que detivessem os dons da inteligência, da razão e da temperança e não vivessem numa democracia”, afirmou.

O magistrado afirma que a maioria da população “está cega pelo medo e o desespero, que diariamente lhe é imposta pela mídia com as suas veiculações”.

Machado determinou que cópias do processo sejam levadas, ‘com urgência’, para o Ministério Público mineiro e à Câmara de Vereadores de BH para que sejam apurados “crimes de responsabilidade e de atos de improbidade administrativa” praticados por Kalil ao “legislar por decretos”.

O juiz atendeu pedido da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Minas Gerais, que alegava prejuízos sofridos pelos seus filiados devido ao decreto de Kalil. A reabertura foi condicionada ao cumprimento de distanciamento social entre os clientes e condições sanitárias que evitem a propagação do coronavírus, como a suspensão do serviço de self-service.

UOL, com Estadão

 

Opinião dos leitores

  1. Repito: a pandemia fez surgir ditadores por tudo quanto é lugar. Cada um dizendo o que o outro deve fazer. Haja saco. Esse prefeito de BH é uma "incelença".

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Diversos

Em combate ao vício, China impõe limite de 90 minutos diários de videogame para crianças e adolescentes

Foto: Tencent

Os chineses são loucos por videogames. Em qualquer jogo on-line eles são conhecidos por serem os mais poderosos, pelo grande investimento de tempo e dinheiro. Mas essa realidade está prestes a mudar. Nesta quinta-feira, o governo chinês publicou novas regras para combater o vício em jogos eletrônicos, impondo limites para crianças e adolescentes.

“Esses problemas afetam a saúde física e mental das crianças, assim como o aprendizado e a qualidade de vida”, afirmou em comunicado a Administração Geral de Imprensa e Publicações, órgão do governo chinês responsável pela regulação de publicações impressas e na internet.

A partir de agora, menores de 18 anos poderão jogar apenas por 90 minutos nos dias úteis. Nos fins de semana, o limite é de três horas diárias. E eles não poderão virar a madrugada vidrados em telefones e computadores, os jogos são liberados apenas entre 8h e 22h.

E os jogadores que investem dinheiro na compra de bens virtuais, para mudar o visual dos avatares ou avançar mais rapidamente nos jogos, também terão limites. A partir de agora, menores de 8 anos não podem mais fazer compras. Entre 8 e 16 anos, o limite é de 200 yuans por mês, cerca de R$ 115. Jovens entre 16 e 18 anos podem gastar até 400 yuans.

Para garantir a aplicação da lei, desenvolvedores terão que implantar sistemas de registro que exijam o uso de nomes reais e números de identificação. Para analistas, as novas regras são restritivas para os cerca de 170 milhões de jovens conectados, 20% do total de usuários de internet na China. Contudo, a indústria não deve ser muito afetada, pois as principais desenvolvedoras, como Tencent e Netease, já estavam se ajustando proativamente a possíveis sanções.

“Menores respondem por uma pequena porcentagem do gasto total, então teremos um impacto pequeno no gasto total em videogames na China por causa dessas mudanças”, avaliou a consultoria Niko Partners.

Em 2017, a Tencent impôs limites de uma hora diária para menores de 12 anos, e de duas horas para jovens entre 12 e 18 anos. Desde então, a empresa percebeu o uso de diversas táticas usadas por crianças e adolescentes para burlar o sistema de verificação. Por isso, a empresa adotou um sistema de reconhecimento facial no seu principal título, “Honor of Kings”.

— Mas sempre haverá brechas — afirmou Daniel Ahmad, analista da Niko Partners, ao “New York Times”.

O Globo

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