Saúde

Maranhão confirma primeiro caso de Covid-19 no país provocado por variante indiana; paciente é de navio que está isolado

Foto: DIPTENDU DUTTA / AFP

O governo do Maranhão confirmou os primeiros casos de Covid-19 provocados pela variante do coronavírus detectada pela primeira vez na Índia. Ela foi identificada em tripulantes do navio Mv Shangon Da Zhi, ancorado no estado, que saiu da África do Sul.

— Dos 15 resultados [de passageiros que testarem positivo para a Covid-19], foi possível fazer o estudo genômico de seis, os demais a gente tinha quantidade de vírus muito baixa e não foi possível fazer. Mas em todas as seis amostras a gente teve resultado positivo para a B.1.617.2, uma das linhagens da variante da Índia — afirmou Carlos Lula, secretário de Saúde do Maranhão, em coletiva nesta quinta-feira.

Ele destacou que a população está isolada e o navio não tem permissão para atracar em solo maranhense. Segundo o secretário, pelo menos três pacientes saíram do navio para serem atendidos, e as pessoas que tiveram contato com eles estão sendo rastreadas e serão isoladas e testadas.

O governo do Maranhão informou no domingo que foi notificado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre um paciente indiano de 54 anos, um dos passageiros, que deu entrarada em um hospital da rede privada em São Luís com a doença na semana passada.

Segundo as informações divulgadas no domingo, um teste já havia confirmado o diagnóstico, mas ainda não havia sido identificada qual cepa do coronavírus causou a doença. Uma amostra do vírus foi enviada ao Instituto Evandro Chagas para realizar o sequenciamento genômico. Depois disso, foram realizados testes PCR nos outros passageiros do navio.

A variante indiana B.1.617 foi classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma “preocupação global”.

— Existe alguma informação disponível que indica uma transmissibilidade acentuada [da variante indiana] — disse Maria Van Kerkhove, autoridade técnica da OMS em Covid-19, em uma entrevista coletiva na semana passada.

Avaliação clínica dos tripulantes

O paciente de 54 anos que começou a ter sintomas no dia 4 de maio, apresentando febre. “Procedimentos médicos foram realizados previamente à sua remoção para o hospital, no dia 13 de maio, mas os sintomas persistiram. A remoção do paciente foi realizada por meio de helicóptero por determinação médica”, informou comunicado divulgado por Calos Lula no domingo.

A Secretaria de Saúde do Maranhão informou que, no domingo, uma equipe técnica inspecionou o navio para avaliação clínica dos tripulantes, coleta de amostras para diagnóstico da Covid-19 e investigação epidemiológica dos casos suspeitos.

“Toda tripulação foi colocada em quarentena e isolada em cabines individuais na embarcação. O navio permanece em alto mar, na área de fundeio, e não chegou a atracar no porto, em São Luís”, informou, em nota.

Durante a inspeção no domingo, 23 amostras do tipo PCR foram coletadas e encaminhadas ao Laboratório Central de Saúde Pública do Maranhão (LACEN/MA) e para o Instituto Evandro Chagas, em Belém, para sequenciamento genômico.

A Secretaria de Saúde do estado também informou que os 24 passageiros embarcaram no navio Mv Shangon Da Zhi na Cidade de Cabo, na África do Sul.

O Globo

 

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Saúde

Envio para o Brasil de vacina indiana da Bharat Biotech contra Covid-19 pode começar nesta semana

Foto: Adnan Abidi – 16.jan.2021/Reuters

A farmacêutica indiana Bharat Biotech disse nesta terça-feira (9) que provavelmente exportará sua vacina contra Covid-19 para o Brasil e para os Emirados Árabes Unidos nesta semana, um grande sucesso para a vacina aprovada na Índia para uso emergencial sem dados de eficácia de um teste de estágio avançado.

A Bharat Biotech já forneceu milhões de doses da Covaxin, desenvolvida com o estatal Conselho Indiano de Pesquisa Médica, à campanha de inoculação do governo – que também está empenhado em exportar vacinas feitas localmente como parte de uma investida diplomática.

“Essencialmente, sim”, disse uma porta-voz da Bharat Biotech à Reuters quando indagada se as exportações aos dois países poderiam começar nesta semana, como noticiado pela mídia local.

A empresa espera apenas para março os resultados de um teste em andamento com 25,8 mil participantes da Índia, mas a agência reguladora de medicamentos do país considera a vacina segura e eficaz, apesar de críticas de médicos e especialistas de saúde.

Um estudo com 26 participantes mostrou que a Covaxin é eficaz contra a variante britânica do coronavírus.

A Bharat Biotech também solicitou autorização para realizar um teste de estágio avançado da Covaxin no Brasil, que planeja importar 8 milhões de doses em fevereiro e outras 12 milhões em março. A empresa também pediu autorização de uso emergencial nas Filipinas.

A Bharat Biotech forneceu 5,5 milhões de doses ao governo indiano e está vendendo mais 4,5 milhões, acrescentou a porta-voz.

A Índia também encomendou mais 10 milhões de doses da vacina da AstraZeneca ao Instituto Serum da Índia, disse um porta-voz da empresa. O Serum fabrica a vacina principalmente para países de baixa e média renda.

As duas vacinas são usadas no que a Índia classifica como o maior programa de imunização do mundo, que pretende imunizar 300 milhões de pessoas até agosto, começando com profissionais de saúde e outros trabalhadores e chegando aos idosos e às pessoas com doenças preexistentes até março.

O Instituto Serum, que é o maior fabricante mundial de vacinas, já havia fornecido 11 milhões de doses à campanha de inoculação, que vacinou 6,3 milhões de profissionais da linha de frente desde que começou, em 16 de janeiro.

“A segunda encomenda já foi recebida, é de 10 milhões de doses”, disse um porta-voz do instituto, acrescentando que a cifra é parte das 100 milhões de doses que a empresa concordou em vender ao governo por cerca de US$ 2,74 (cerca de R$ 14,8) cada.

A agência reguladora de medicamentos do país disse que a vacina Covishield, criada pela AstraZenca e pela Universidade de Oxford e produzida no Serum Institute, é cerca de 72% eficaz.

CNN Brasil

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