Saúde

Metade dos jovens brasileiros relata problemas de saúde mental

Foto: Getty Images

Uma pesquisa realizada em capitais brasileiras mostrou que metade dos jovens de 18 a 24 anos consideram sua saúde mental como “ruim” (39%) ou “muito ruim” (11%). No mesmo grupo, somente 4% classifica sua saúde mental como muito boa. A análise lança luz sobre o atual período, altamente afetado pela pandemia da Covid-19.

O estudo — que avaliou respostas de homens e mulheres com 18 anos ou mais — mostra que os jovens se sentem mais afetados do que os outros grupos. Considerando o público geral, o número de pessoas que classificou a saúde mental como “muito ruim” foi de 5% e “ruim”, 25%.

Do total dos pesquisados, as queixas mais comuns foram: tristeza (42%), insônia (38%), irritação (38%), angústia ou medo (36%), além de crises de choro (21%).

Ao todo, 2 mil pessoas responderam ao questionário em São Paulo, capital, e nas regiões metropolitanas de Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e Salvador. O levantamento é da consultoria Ipec e foi apresentado pela Pfizer nesta quarta-feira.

O estudo também analisou a busca dos participantes por ajuda especializada: 21% chegaram a procurar ajuda profissional, e 11% fazem acompanhamento de maneira contínua. Os diagnósticos mais detectados foram de ansiedade, com 16% dos respondentes, e depressão, detectado em 8%. Também foram relatadas síndrome do pânico (3%) e fobia social (2%).

Em entrevista coletiva realizada pela farmacêutica, o médico e pesquisador do departamento de Psiquiatria da Unifesp Michel Haddad explicou que o aparecimento desse tipo de transtorno está ligado a uma série de fatores combinados.

— A escalada de transtornos mentais já acontece há pelo menos duas décadas, a pandemia só escancarou o problema — disse o especialista.

Em busca de soluções

O levantamento mostra as soluções buscadas pelos respondentes para aplacar o impacto psicológico imposto pela pandemia. Do total, 19% praticam atividade física ao ar livre, e 18% em casa. Outros (17%) apostam na leitura de livros. Embora, seja importante reafirmar, assim como desordens de saúde física, o tratamento de doenças que afetem a saúde mental necessitam de acompanhamento médico e, por vezes, de tratamento farmacológico.

Ao todo, quatro em cada cinco participantes declararam que a pandemia impactou sua saúde mental de alguma forma. Em especial, a preocupação com acúmulo de dívidas foi a mais relatada, com 23% dos respondentes. Na sequência, aparecem o medo de testar positivo para a Covid-19 (18%) e a morte de alguém próximo (12%).

O Globo

Opinião dos leitores

  1. e é daí p/ pior. A ganancia de uns poucos está destruindo os sonhos da imensa maioria. Enquanto o filho de um grande acionista da petrobras tem um vidão, o filho de um servidor publico do medio a baixo escalao sofre p/ ser alguem na vida. Essa é a grande realidade. Depois a petrobras ainda inventa agora de fazer propaganda usando um tal nome VIBRA p/ enganar os brasileiros ja muito raivosos com essa petrocanalhice formada por acionistas gananciosos que estao fazendo tudo nesse pais ficar mais caro, basta o petroleo ficar mais caro p/ o frete de tudo, inclusive comida, ficar mais caro. A gente era p/ ter todo mundo uma repulsa enorme da petrobras/vibra porque de brasileira ela nao tem é nada, pois nao se importa com o bem estar da maioria do povo, estao nem aí!

  2. o que esperar de uma geração educada pelo esquema PSOL-Paulo Freire? Um sistema que corroi as crenças profundas adquiridas de cedo no seio da família, o próprio cerne psicológica da pessoas se esboroa

  3. nós adultos podemos até ser ‘cringe’, mas pelo menos temos a mente mais forte que essa geração fraca

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Diversos

Pesquisa indica que jovens brasileiros buscam representatividade em séries e filmes

Uma pesquisa encomendada pela empresa de streaming Netflix divulgou que sete em cada dez jovens brasileiros entrevistados buscam assistir a séries e filmes em que apareçam personagens semelhantes a eles, o que indica a importância da representatividade nas produções.

O estudo foi conduzido pela empresa NetQuest entre os dias 13 e 15 de janeiro de 2020, com mil entrevistados, todos brasileiros, entre 16 e 25 anos de idade. Todos os participantes utilizam serviços de streaming, além da TV paga e TV aberta no Brasil.

Para o psiquiatra Daniel Martins de Barros, o resultado da pesquisa não surpreende, já que a identificação com o conteúdo “é o que buscamos na arte como um todo”. “A gente gosta e busca formas de refletir sobre a nossa existência, sobre a condição onde estamos, a crise que atravessamos. Essa é uma das funções que sustenta a existência da arte”, diz o especialista.

Dos entrevistados, 79% disseram sentir que séries e filmes retratam as realidades dos jovens com mais frequência do que antes. Para 69%, encontrar personagens que passam pelas mesmas situações que eles é um fator importante na hora de decidir a que assistir, e 57% já fez a pergunta “o que meu personagem favorito faria nesta situação?”.

Barros destaca, porém, que essa postura não é inteiramente benéfica. “No universo pop, a coisa fica mais simplificada e a ideia da ficção é levar a refletir e pensar, não indicar soluções. A representação ficcional é um modelo, uma simplificação, existem muitas outras camadas existentes na vida real, tudo é mais complexo. As saídas fáceis representadas no universo de 45 minutos nem sempre são aplicáveis na vida [real] dos jovens”, opina. Ele observa que o conteúdo deve servir como ferramenta de autorreflexão, não modelo de comportamento.

Um exemplo dessa identificação foi mostrado pelo E+ em uma reportagem que ouviu sexólogos e os respectivos filhos para falar sobre a série Sex Education, que mostra a relação de uma mãe sexóloga e o filho, Otis. “Acho que a série retrata bem, tenta criar essa relação familiar e consegue estabelecer a profissão como algo ligado à relação deles [Otis e a mãe]”, opina João, um dos entrevistados que relatou certa identificação ao ver a produção.

Outro dado da pesquisa é que os jovens buscam conselhos ou ideias de como lidar com situações nos conteúdos que consomem. Os três tópicos que mais interessam os espectadores são amizades, relacionamentos e futuro.

Na opinião do psiquiatra, esse cenário é intensificado na atualidade com a tecnologia e um aumento do acesso a mais conteúdos. “É mais ou menos como buscar relacionamentos amorosos ou pares afetivos nas redes sociais. Antigamente, tinha que se virar com o que tinha no bairro, no trabalho; com todo mundo acessível online, você começa a procurar aqueles com quem se identifica”, compara o Barros.

“Os jovens querem se ver representados nas histórias a que eles assistem”, diz Maria Angela de Jesus, diretora de produções originais internacionais da Netflix no Brasil. Ela destaca que esse público não procura apenas por estrelas e rostos conhecidos ao decidir a que assistir, mas procura se ver nas telas. “Toda necessidade do ser humano é suprida por alguém em troca de dinheiro, então as geradoras de conteúdo usam essa característica para fazer o máximo de conteúdo com o qual as pessoas se identificam”, destaca o psiquiatra.

Emais – Estadão

Opinião dos leitores

  1. Se a Nerdflix tem conhecimento disso então porque colocam a disposição do seu público uma produção bosta como a bosta do porta dos fundos e seus asseclas.

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Diversos

Jovens brasileiros estão usando menos camisinha e fumando mais maconha, diz pesquisa

Saber o que se passa na cabeça dos jovens é o sonho de todo pai. E o projeto “Este jovem brasileiro” dá uma ajudinha nisso. Oito anos depois de sua primeira edição, a pesquisa desenvolvida pelo Portal Educacional e o psiquiatra Jairo Bouer repetiu as perguntas e a metodologia do questionário realizado em 2006 para revelar, através da comparação, o que mudou no comportamento do jovem de lá para cá.

Quase seis mil alunos de 12 a 17 anos de 64 escolas de todo o país participaram do estudo que promete dar pistas sobre como os adolescentes brasileiros se comportam em relação à sexualidade, emoções, violência, internet, consumo de álcool, cigarro e outras drogas. O questionário foi respondido no período de 16/04 a 30/08.

As maiores diferenças entre as duas edições estão nos campos da sexualidade e da violência. Aumentou o número de jovens que não usam preservativo durante as relações sexuais. Em 2006, 78% dos jovens que responderam ao questionário online tinham usado camisinha na primeira vez e 61% diziam usá-la sempre. Este ano, as proporções caíram para 71% e 54%, respectivamente.

Já os dados referentes à violência mostram uma melhora em relação a 2006, com menos jovens que já se sentiram ameaçados ou foram insultados no ano anterior à pesquisa (19%, contra mais de 25% há 8 anos) ou se envolveram em brigas (17% contra 21%).

Há ainda outro sinal de mudança no comportamento do jovem, quanto ao consumo de maconha. Embora a proporção de jovens que já a experimentaram tenha se mantido em 10%, houve aumento no número dos que provaram a droga entre os 12 e 13 anos (22% em 2013, contra 18% em 2006), e entre os que a fumam todos os dias (18%, contra 14% há oito anos). Além da maconha, as outras drogas ilícitas mais experimentadas foram o lança-perfume e as sintéticas, enquanto entre as drogas lícitas (medicamentos) mais citadas estão os calmantes e os remédios para controle de hiperatividade e atenção.

Ainda no campo da sexualidade, 17% afirmaram já ter tido relações sexuais, e a maior parte teve a sua primeira vez entre 14 e 15 anos. Entre os maiores de 17 anos, 54% já tinham feito sexo. A maior parte das garotas teve relações sexuais com parceiros fixos. Já a maior parte dos garotos considera que teve mais relações com parceiras eventuais. Em 2006, 18,5% dos entrevistados já tinham tido relações sexuais, uma pequena diferença a mais que, segundo os avaliadores dos dados, pode ser explicada pelo maior número de participantes de 12 e 13 anos na amostra deste ano.

Quanto ao consumo de álcool, os números sugerem um comportamento mais cuidadoso do jovem em 2013: 62% dos participantes já beberam pelo menos uma vez na vida. Entre os menores de 14 anos este índice é de mais de 50%, e chega a 84% entre os maiores de 17. Quase um terço dos jovens já passou mal pelo consumo excessivo de álcool. Oito anos atrás, 75,5% dos jovens já haviam bebido pelo menos uma vez na vida e 40% já haviam “tomado um porre”.

Entre os entrevistados, 16% já experimentaram cigarro, número que sobe para 32% levando-se em conta apenas os estudantes de 17 anos. A maior parte começou a fumar entre 12 e 15 anos e o consumo é frequente para quase 10%. Em 2006, 26,5% dos jovens já tinham experimentado o cigarro, mais da metade dos maiores de 16 já haviam fumado e o consumo era frequente para quase 12,5%.

Quanto ao uso da internet, os dados de 2013 são muito semelhantes aos de oito anos atrás: hoje 96% dos jovens usam Internet para se comunicar, a maior parte fica conectada de duas a três horas por dia da semana e mais de cinco horas nos finais de semana. Mas houve um aumento nos casos de uso exagerado da rede – 60% já passaram uma noite em claro na internet, 57% já deixou de sair ou estudar e 58% já se sentiram “viciados” na rede (mulheres mais do que homens, 63% contra 52%).

O Globo

Opinião dos leitores

  1. E com a cabeça cheia de maconha vão atrapalhar a vida das pessoas interditando ruas e avenidas.Falta de um Quatro Estrelas arrochado que mandasse essa vagabundagem aprender o que é "ecologia".

    1. Será que eu tenho o direito de querer que a ordem seja restabelecida ou mantida, Davi? Defeca quem defende a corja de maconheiros travestidos de estudantes apoiados pela bancada da desordem da CMN. Existe uma clara confusão entre liberdade e libertinagem, torço para seja adotadas medidas enérgicas e sérias contra essa onda de vandalismo mascarado de manifestação. Torço também que o primeiro a ir conhecer "ecologia" seja você Davi. Queria ver se sua ideologia é tão forte assim, coisa que duvido desde já. Estiquem a corda, quando ela romper…

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