Economia

Produção de leite sobe e a de ovos bate recorde no Brasil, revela pesquisa

Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil

O Brasil registrou aumento na produção e produtividade do leite em 2018, além de expansão na produção de mel e ovos de galinha e recuperação na carcinicultura (camarão).

Em contrapartida, o efetivo de bovinos sofreu a segunda queda consecutiva, depois de atingir o recorde de 218,2 milhões de cabeças em 2016. Os dados constam da pesquisa Produção da Pecuária Municipal 2018 (PPM), divulgada nesta sexta-feira (20) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A produção brasileira de leite atingiu 33,8 bilhões de litros, aumento de 1,6%, retomando a tendência de alta após queda de 1,1% em 2017. De acordo com o estudo, as regiões Sul e Sudeste, com participação de 34,2% e 33,9%, respectivamente, lideram a produção nacional.

Por estados, Minas Gerais foi o maior produtor, respondendo por mais de um quarto da produção nacional (8,9 bilhões de litros, ou o equivalente a 26,4% do total).

De 2017 para 2018, o preço médio nacional por litro de leite foi R$ 1,16, com alta de 4,7%, o que resultou em um valor de produção de R$ 39,3 bilhões.

Produção de ovos de galinha foi recorde em 2018, atingindo 4,4 bilhões de dúzias, alta de 5,4% em comparação com 2017 (Arquivo/Marcello Júnior/ Agência Brasil)

O maior preço médio (R$ 1,26 por litro) foi encontrado na Região Nordeste, enquanto o menor preço (R$ 0,99 por litro) ficou na Região Norte. Em termos de municípios, a cidade de Castro (PR) liderou o ranking de produção nacional, com 0,9%, respondendo por 6,7% da produção do estado.

Castro é também o terceiro município em valor de produção na soma dos seis produtos pesquisados pelo IBGE (leite, ovos de galinha, ovos de codorna, mel de abelha, lã e casulos de bicho-da-seda).

Os primeiros lugares são ocupados por Santa Maria de Jetibá (ES) e Passos (SP), que são destaques também na produção de ovos de galinha.

A pesquisa revela, ainda, que em 2018 foram ordenhadas 16,4 milhões de vacas, representativas de 7,7% do efetivo de bovinos do país.

O número mostra queda de 2,9% em comparação com a quantidade ordenhada no ano anterior. O Sudeste apresenta o maior efetivo ordenhado do país (29,2%), seguido da Região Sul (20,6%) e do Nordeste (20,4%).

Em 2018, o Brasil atingiu média de produtividade de 2.069 litros/vaca/ano.

“O Sul foi responsável pelo aumento da produtividade, com 3.437 litros por vaca no ano”, informou à Agência Brasil a analista da pesquisa, engenheira agrônoma Mariana Oliveira. O aumento alcançou 4,3% em relação a 2017.

Os três estados do Sul tiveram produtividades superiores a 3.200 litros/vaca/ano. Em seguida, aparece Minas Gerais, com 2.840 litros/vaca/ano.

Galináceos

Em 31 de dezembro do ano passado, o efetivo de galináceos, que envolve galos, galinhas, frangos e pintos, atingiu 1,468 bilhão de cabeças, alta de 2,9% sobre o resultado de 2017. O Sul é destaque na criação de frangos para abate, com 46,9%, seguido do Sudeste, com 25,4%.

Essa região é destaque na produção de ovos de galinha. O Paraná lidera o ranking nacional do efetivo de galináceos, com 26,2% do total.

A pesquisa registra 246,9 milhões de galinhas existentes em 2018, aumento de 2,5% em relação a 2017, com o Sudeste respondendo por 38,9% do total de cabeças no país, superando o Sul, que ficou com 25% do total. O Sudeste aparece também em primeiro lugar na produção de ovos, respondendo por 43,8% do total produzido em 2018, ou 1,946 bilhão de dúzias.

A produção brasileira de ovos de galinha foi recorde no ano passado, alcançando 4,4 bilhões de dúzias, alta de 5,4% em comparação ao resultado apurado no ano anterior, com rendimento de R$ 14 bilhões.

O IBGE ressaltou que essa é a primeira vez na série histórica que o total de ovos ultrapassou 4 bilhões de dúzias. O maior produtor nacional foi o estado de São Paulo, com 25,6% do total de ovos.

Ovos de galinha e leite foram os produtos que geraram maior valor de produção pecuária, em 2018. Destaque para os municípios de Santa Maria de Jetibá (ES), com valor de produção de R$ 986,9 milhões e ovos de galinha como principal produto; Bastos (SP), também liderado por ovos de galinha, com valor de produção de R$ 708,5 milhões; e Castro (PR), com valor de produção de R$ 449,7 milhões, e tendo o leite como produto principal.

Codornas

A pesquisa do IBGE informa que, no período de 2003 a 2014, o efetivo de codornas e a produção de ovos desse animal mostraram crescimento constante, embora tenham ocorrido duas quedas seguidas, em 2015 e 2016.

A atividade voltou a crescer em 2017. No ano passado, o efetivo somou 16,8 milhões de aves, expansão de 3,9% sobre o ano anterior. Já a produção de ovos de codorna – 297,3 milhões de dúzias – caiu 2,1%.

A região Sudeste concentra mais da metade do efetivo brasileiro (64%), com destaque para os estados de São Paulo, com participação de 24,6% do total, e Espírito Santo, com 21% da produção. Embora São Paulo ocupe a liderança, a atividade entrou em declínio desde 2015 naquele estado, enquanto no Espírito Santo ela evoluiu 32% no período compreendido entre 2015 e 2018, com a introdução de novas tecnologias.

“São Paulo tem tradição, mas o Espírito Santo tem inovação”, disse a pesquisadora do IBGE Mariana de Oliveira. O Sudeste detém ainda 68,5% da produção de ovos de codorna.

A análise por municípios mostra Santa Maria de Jetibá (ES) na primeira posição nacional, tanto em quantidade de codornas, como na produção de ovos, com aumentos respectivos de 35,7% e 31,7%, em 2018.

Caprinos

Entre os animais de médio porte, a pesquisa mostra que houve aumento, em 2018, tanto na criação de ovinos (+1,8%), como na de caprinos (+4,3%).

Os dois rebanhos somaram, respectivamente, 18,9 milhões de cabeças e 16,8 milhões de cabeças no ano passado.

A Região Nordeste se destaca, historicamente, nas duas criações, respondendo por 93,9% do total de caprinos do Brasil (10,7 milhões de cabeças no ano passado), e por 66,7% do total de 18,9 milhões de ovinos. Bahia, Pernambuco, Piauí e Ceará responderam por 79,6% do total de caprinos do país. “Essas criações de médio porte se adaptam muito bem à Região Nordeste”, disse Mariana.

A Bahia lidera o ranking dos dois rebanhos desde 2016, com 30,2% do efetivo de caprinos e com 22,1% do total de ovinos.

O Rio Grande do Sul surge na segunda posição, por causa da criação voltada para a produção de lã que, em 2018, concentrava 99% na Região Sul do país, revelou a pesquisadora. No Rio Grande do Sul estão 94,3% da produção de lã destinada à comercialização., que somou 8,7 milhões de quilogramas.

Suínos

Em termos de suínos, o estudo do IBGE estimou para 2018 a existência de 41,4 milhões de animais, alta de 0,14% em comparação a 2017.

O Brasil possui o quarto maior rebanho suíno do mundo. Quase metade desse efetivo (49,7%) fica na Região Sul, onde Santa Catarina respondeu por 19,2% do total nacional. Em seguida, vêm Paraná (16,6%) e Rio Grande do Sul (13,8%).

No ano passado, 5.486 municípios brasileiros apresentaram criação de suínos e 5.381 de matrizes de suínos. O efetivo total de suínos (11,6% ou o correspondente a 4,8 milhões), foi de matrizes, com alta de 1,5% sobre 2017.

Mel de abelha

A produção de mel no Brasil totalizou 42,3 mil toneladas, aumento de 1,6% em relação a 2017. A Região Sul manteve a liderança nacional, com 38,9% do total, mas a Região Nordeste, que sofreu longa estiagem desde 2012, vem recuperando a produção, tendo participado com 33,6% da produção brasileira de mel em 2018.

Mariana Oliveira informou que – de 2017 a 2018 – a produção de mel de abelha no Nordeste cresceu 11%, o que correspondeu a 1,4 milhão de quilos a mais. O valor da produção foi R$ 502,8 milhões, retração de 2,2% comparativamente ao ano anterior.

O Piauí aparece como destaque no Nordeste, com 12,3% da produção nacional e expansão de 18,6% na quantidade produzida, o que equivale a mais de 800 mil quilos de mel.

O Piauí ocupa a terceira posição no ranking de produção, depois do Rio Grande do Sul (15,2%) e Paraná (14,9%).

A pesquisadora disse, ainda, que a produção de mel é sensível a diversos fatores climáticos e ambientais. “Ela é afetada, é sensível. E agora é que o Piauí está se recuperando”.

Em Minas Gerais, a produção caiu cerca de 10%. Observou ainda que na Região Centro-Oeste, a produção de mel recuou 22,5% no ano passado, enquanto subiu 10,9% no Norte brasileiro, mas a participação dessa região no total da produção é de apenas 2,1%.

Piscicultura

A produção de peixes em criadouros somou 519,3 mil toneladas em 2018, alta de 3,4% em comparação a 2017. O IBGE não coleta dados de pesca.

A Região Sul manteve a liderança, respondendo por 32% da produção nacional, aumento de 15,2%. O valor de produção para a atividade atingiu R$ 3,3 bilhões em todo o país.

Em termos de estados, Paraná ocupa a primeira classificação, com produção de 23,4% do total da piscicultura nacional, seguido por São Paulo (9,9%) e Rondônia (9,7%).

A tilápia representa 60% de todas as espécies criadas, enquanto o tambaqui detém participação de 19,7%. O Paraná responde por 95% da produção brasileira de tilápia e por 73% da produção da piscicultura do país. O tambaqui predomina na Região Norte, onde foi responsável por 73,1% do total de 102,6 mil toneladas produzidas em 2018.

Com informações da Agência Brasil

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Diversos

Inmetro vai fiscalizar se brinquedos em ovos de Páscoa têm selo de segurança

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Loja e distribuidores podem ser notificados e os produtos apreendidos em caso de desconformidade<br />
Foto: FOTO: Lucíola Villela
 

O Inmetro vai realizar, entre os dias 18 e 22 de março, em todo o país, a Operação Páscoa. Nesse período, o instituto fiscalizará se os brinquedos oferecidos no comércio como brinde nos ovos de Páscoa ostentam o selo de identificação da conformidade.

Também será verificado se a embalagem do produto que contém o brinquedo ofertado apresenta os seguintes dizeres: “ATENÇÃO: Contém brinquedo certificado no âmbito do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade”.

Caso sejam encontrados brinquedos sem o selo de identificação da Conformidade estampado na embalagem ou no brinquedo, a loja e os distribuidores podem ser notificados e os produtos apreendidos.

Os consumidores podem denunciar estas irregularidades pelo telefone 0800-285-1818 ou pelo [email protected].

Opinião dos leitores

  1. cade as autoridades que nao toma providencia, cade o mp, cade as policias tudo so sobra para a policia militar a mais cobrada a mais mau remunerada, cade a policia civil que so investiga esses casos quando as vitimas tem influencia.

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Política

Após aumentarem de R$ 6 mil para 15 mil seus salários, vereadores de Campinas recebem ovadas

Aos gritos de “vergonha”, cerca de 200 manifestantes jogaram ovos na noite de anteontem contra 28 dos 33 vereadores de Campinas que haviam acabado de aprovar aumento de 126% para seus próprios salários. Guardas municipais reagiram com pistolas elétricas e gás de pimenta.

O projeto foi aprovado sem a maior parte do público da Câmara notar. Vereadores aproveitaram a casa cheia e chamaram a atenção dos presentes para projeto da Macrozona 5, de regularização de bairros periféricos nas regiões do Campo Grande e Ouro Verde – e não explicitamente um reajuste salarial -, e o aumento foi aprovado, sem alarde.

Na próxima legislatura (2013 a 2016), o rendimento mensal dos vereadores vai passar dos atuais R$ 6.636,24 para R$ 15.031,76. Ao perceber que o item já havia sido aprovado, o público que assistia à sessão ficou revoltado.

Ontem, os protestos se ampliaram, principalmente na internet. Fotos dos vereadores de Campinas sorrindo durante a sessão foram publicadas em diversas páginas de redes sociais, acompanhadas de comentários, xingamentos e sinais de mais revolta da população.

Indignados, usuários do site de relacionamentos Facebook foram além das críticas e estão se mobilizando para tirar da Câmara políticos que aprovaram o reajuste. “Vamos mostrar a esses vereadores campineiros que temos memória e sabemos pôr políticos em seu verdadeiro lugar! Vamos iniciar a campanha ‘Não vote nos atuais vereadores que votaram no aumento de seu salário’. Nós podemos fazer a diferença”, publicou uma eleitora.

Além da aprovação do projeto, a reação dos guardas deixou os moradores de Campinas indignados. “É um absurdo. Vereadores fazem o que querem. Dá raiva, dá vergonha, dá nojo. Aí, o povo reage e toma choque?”, perguntou o comerciante Ângelo Dias de Oliveira, de 53 anos.

Votação. Apenas dois vereadores votaram contra o reajuste: Professor Alberto (DEM) e Antonio Francisco, o Politizador (PMN). O vereador Pedro Serafim (PDT) não votou por estar na presidência da Casa. Carlos Signorelli (PT) se ausentou da votação e Sebastião dos Santos (PDT) justificou ausência e não compareceu.

O projeto foi proposto pela Mesa Diretora. O presidente da Câmara disse que o aumento se refere aos reajustes que deixaram de ser dados desde a década de 1990.

Ontem, Serafim não quis dar entrevista sobre o assunto. Por meio de sua assessoria de imprensa, informou apenas que um projeto de redução das verbas de gabinete dos vereadores será apresentado em sessão extraordinária. O presidente da Câmara Municipal não disse qual será o valor exato da redução de gastos de gabinete, mas disse que será equivalente ao aumento de salários.

Estadão

Opinião dos leitores

  1. Fiquem certos que no próximo ano todos esses vereadores não conseguirão ser reeleitos, pois a cidade de Campinas, onde já morei a mui tempo, é bastante politizada e o povo não deixará impune tamanha vergonha.
    Por aqui (Natal-RN) tivemos um escândalo com a Operação Impacto e quase metade dos que desejavam reeleição perderam nas urnas. Tão lembrados?

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