Polícia

Delegado diz que quadrilha de pistoleiros não participou das mortes de Marielle e Anderson

Leonardo Gouvea da Silva , o Mad, é conduzido por um agente logo após ser preso. Foto: Hermes de Paula / Agência O Globo

O delegado titular da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), Daniel Rosa, disse, nesta terça-feira, que a principal quadrilha de matadores de aluguel do Rio não participou dos assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. O bando foi alvo de uma operação das Polícias Civil e do Ministério Público do Rio. A Polícia Civil só descobriu a existência de integrantes do grupo de matadores de aluguel que atuava no Rio, há mais de 10 anos, justamente por causa das investigações do Caso Marielle.

Ao tentar buscar os autores dos homicídios da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, os investigadores ouviram três deles, em agosto de 2018. No entanto, a partir de outubro daquele ano, após denúncia anônima para a DHC apontando o sargento reformado Ronnie Lessa como assassino da parlamentar, a atuação do bando foi descartada.

— Inicialmente, o Escritório do Crime foi a nossa primeira linha de investigação. A partir de uma apuração mais profunda, descobrimos que o grupo não participou do homicídio da Marielle. Além de termos provas de que Ronnie Lessa executou Marielle, momentos antes da morte dela, o grupo de Mad (Leonardo Gouvêa da Silva) assassinava outra vítima, Marcelo Diotti. Em razão deste confronto de horários, vimos que o grupo não poderia ser responsável por matá-la — esclareceu Daniel Rosa.

O empresário Marcelo Diotti foi morto na noite do dia 14 de março de 2018, quase ao mesmo tempo em que Marielle e Anderson eram assassinados. O delegado ressaltou ainda que o crime contra Diotti ocorreu num restaurante da Barra da Tijuca, enquanto o da vereadora foi no Estácio.

— Ronnie Lessa foi quem matou Marielle. Apesar de ele ter aproximação com o Escritório do Crime, nós nunca tivemos este dado concreto de ele ter integrado o grupo criminoso. O Escritório do Crime é um verdadeiro grupo de matadores de aluguel. Grupo muito perigoso contratado por outras organizações criminosas para matar seus desafetos — concluiu o delegado.

Prisão de Mad

Apontado pela polícia e pelo MP como o chefe da quadrilha, Leonardo Gouvea da Silva, o Mad, foi preso em casa, na Vila Valqueire, Zona Norte do Rio. Ele foi surpreendido pelos agentes quando estava dormindo. De acordo com as investigações, Mad herdou a chefia o grupo do ex-capitão do Batalhões de Operações Especiais (Bope) Adriano Magalhães da Nóbrega, morto em fevereiro deste ano. Adriano teria se afastado do bando para se dedicar a duas milícias na Zona Oeste do Rio.

As mortes ocorreram em 14 de março de 2018, na Rua Joaquim Palhares, no bairro do Estácio, na Zona Norte do Rio. Um Cobalt prata fechou o Agile branco onde estavam Marielle, Anderson e uma assessora parlamentar, que escapou com vida. Marielle tinha acabado de sair de um evento chamado “Jovens Negras Movendo as Estruturas”, realizado na Rua dos Inválidos, na Lapa, e seguia para a sua casa na Tijuca. Ela foi a quinta vereadora mais votada do Rio nas eleições de 2016.

Facção conta com informações privilegiadas

O quadrilha de pistoleiros se destaca das demais que praticam o mesmo tipo de crime pelo grau de sofisticação das ações. Seus integrantes jamais usam celulares pessoais, trocando de chip pré-pago do aparelho, constantemente. Outra característica da organização criminosa é planejar com cuidado as ações, mediante levantamento prévio, a partir de informações privilegiadas, para a escolha da melhor oportunidade. A opção geralmente recai sobre áreas sem câmeras de vigilância, pouco movimentadas e próximas à rotas de fuga.

Operação ‘Anjo’: Advogado de Queiroz é o mesmo que defendeu Adriano Nóbrega, acusado de chefiar milícia e morto em fevereiro

Por serem policiais e ex-PMs, conhecem bem a máquina administrativa e têm uma farta rede de informantes. Seus carros são cuidadosamente escolhidos e adulterados desde seus acessórios até as placas, que são clonadas para confundir o monitoramento por câmeras e despistar eventuais rastreamentos. Após essa etapa de preparo, os criminosos estudam os hábitos e as rotinas das vítimas.

O Globo

Opinião dos leitores

  1. "Além de termos provas de que Ronnie Lessa executou Marielle, momentos antes da morte dela, …"
    Seria dificílimo executa-la após sua morte.

  2. A delegação do vizinho e pai de uma namoradinha do filho do Naro pode esclarecer muita coisa.

  3. Não sei quantos anos se passaram do assassinato de Celso Daniel, prefeito de s. André, município da grande S. Paulo. As nove testemunhas do caso, morreram em acidentes nunca descobertos. Esse caso de Marielle e seu motorista Anderson, ainda vai ter alguns anos pela frente para ser apurado. Isso é o Brasil de todos os Brasileiros.

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Polícia

Pistoleiros acusados de terem sido contratados para matar o deputado estadual Nélter Queiroz fogem de Cadeia Pública de Mossoró

Três pistoleiros de alta periculosidade que estavam presos na Cadeia Pública Juiz Manoel Onofre de Souza, em Mossoró, conseguiram fugir na noite do último domingo. Os fugitivos são acusados de terem sido contratados pelo ex-presidente da Câmara Municipal de Assú, Odelmo Rodrigues para matar o deputado estadual Nélter Queiroz (PMDB).  Segundo as investigações da Polícia Civil, a “encomenda” se deu depois da denuncia de uma denúncia na Assembleia Legislativa, a respeito de um esquema de pistolagem no Vale do Açu. Com a fuga dos pistoleiros, o número de fugitivos no final de semana totalizou oito detentos que escaparam, uma vez que na noite do sábado (15) cinco presos conseguiram escapar da unidade. Destes, quatro já foram recapturados.

A direção da unidade omitiu a fuga à imprensa, no entanto o parlamentar confirmou que na mesma noite que os presos escaparam, recebeu uma ligação extraoficial da unidade confirmando o ocorrido e se mostrou preocupado com a conduta aplicada ao caso.

Francimar Paulino da Silva, Fábio Lima Fonseca e Francisco Josualison Pimenta haviam sido preso no ano passado, na continuidade das investigações da “Operação Mal Assombro do Rio Verde”, deflagrada pela Polícia Civil e Ministério Público, que combatiam crimes de pistolagem no Vale do Açu.

Com informações de O Mossoroense

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Polícia

Ex-marido manda pistoleiros matar a mulher em Mossoró e atirar nele pra ninguém desconfiar que ele mandou matar

Essa história de filme está no Blog do amigo Cezar Alves, ainda bem que o engenheiro dessa obra não se deu bem. Segue:

A execução de número 190 só este ano em Mossoró tem uma história sinistra. Consta nos relatos policiais que um preso de justiça em regime aberto contratou dois pistoleiros para matar a mulher e meter bala nele também, para não ficar parecendo que foi ele o contratante.

No enredo desta história que terminou com a execução de Damiana Gomes de Souza, de 36 anos, consta que o ex-marido dela, Francisco Marcos Ferreira de Andrade, de 39 anos, não aceitou a separação e decidiu matar a ex-mulher. Para tanto, bolou um plano.

No ‘combinado’, Marcos hoje no início da noite foi até a casa de Damiana e chegou bem perto e pediu para voltar a viver com ele, inclusive a chamando de meu amor. Logo em seguida chega os dois pistoleiros e atiram para matar Damiana e nas pernas de Marcos.

Logo em seguida a família de Damiana chamou o SAMU, que levou Marcos para o HRTM. Damiana não resistiu. Os dois suspeitos fugiram. A PM chegou relativamente rápido ao local e isolou tudo. A família de Damiana passou desconfiar da armação de Marcos.

O delegado de plantão ficou sabendo informalmente que Marcos havia contratado pistoleiros para matar Damiana e mandou a PM vigiá-lo no hospital, enquanto faz diligências para identificar os dois pistoleiros e consegui no Judiciário à prisão preventiva de todos.

Esta é a informação corrente sobre o homicídio de número 190, só este ano, o que dá uma média de 73 assassinatos por universo de 100 mil habitantes, ou seja, quase quatro vezes a média nacional de 22,7, ou, ainda quase oito vezes a média mundial que é 9.

Outro dia publiquei a história do empresário Genildo Figueiredo, que o pistoleiro foi preso e confessou ter o executado porque ele havia comentado na rua que ele era assaltante. Hoje contei a história do homem que mandou matar a mulher e até atirar nele próprio.

Se o Estado não convocar os policiais civis e peritos para investigar os 650 homicídios que aconteceram de 2006 a 2011, o quadro tende a ficar pior. Precisamos reduzir este sentimento vergonhoso de vingança e alimentar o sentimento nobre do perdão no seio social.

A governadora Rosalba Ciarlini sabe disto, apenas ela não se importa.

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