Nova Jerusalém corre o risco de perder o título de maior teatro ao ar livre do mundo se a coisa – nada melhor define, é uma coisa mesmo – encenada no pátio da Câmara de Natal se perpetuar. Já houve de um tudo – exceto fogueiras e espetos e milho assado – no protesto que está se desmoralizando pela fé cega de todos.
Se por uma lado a prefeita merece os protestos, por outro merece respeito. Não vale, como administradora, não ter probidade. Não vale como cívico e civilizado chamá-la de galada.O achincalhe é amplo. Tem do populacho ao erudito. Gritar ladrão sem provar pode, Arnaldo? Não. Também não vale subestimar a inteligência do cidadão, Jean Valério. A gente até entende as dificuldades administrativas, mas não nos diga que o #foramicarla é tentativa de sufocar as boas ações da prefetura. Isso também não vale.
Na encenação da peça, novo coadjuvante partiu das trevas de seu gabinete para um lugar ao sol no pátio da CMN.O vereador Luiz Carlos, cuja afeição aos festejos juninos era desconhecida até hoje, nos saudou com uma peripécia ao endossar quadrilha de São João. Anarriê. Solidário à timidez dos colegas, exortou o Bispo Francisco de Assis a entrar para o balancê com seus pares. O vereador declinou o convite. Anavantu.
Em que pese a mobilização democrática ser importante instrumento de protesto, falta tato ao #foramicarla. Falta substância, seriedade. Sobram risos. É interessante registrar o constrangimento de quem está habituado à refestelação de seus gabinetes. Atire o primeiro tuíte quem imagina Edivan Martins sentado negociando com uma geração irredutível. A alimentação do elenco fica por conta de Regina, George e Ranieri. Ou melhor “dos mandatos parlamentares dos vereadores”. Para completar, o cientista prefeitável Miguel Nicolellis entrou no lance. Apoia o fora. É a chance mais sólida do movimento se reorganizar, sob o símbolo das verdades inabaláveis incrustadas em fórmulas e cálculos. No espetáculo de Nova Jerusalém, no terceiro dia Cristo ressuscita. O da CMN passou da terceira noite e ninguém ainda ascendeu aos céus. Vale para o Guiness dois registros: o maior teatro e o mais longo espetáculo. Eu acrescentaria o pior roteiro e as melhores encenações.
O Espetáculo continua, vamos aguarda até quando e seus efeitos práticos.
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