Saúde

Áudios colocam em xeque versão de encontro acidental entre Dominghetti e Dias

Áudios e mensagens registrados no celular do cabo da Polícia Militar Luis Paulo Dominghetti e que estão em poder da CPI da Pandemia colocam em xeque a versão do ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias de que o encontro no qual o atravessador da Davati afirma ter recebido um pedido de propina foi acidental.

No dia 23 de fevereiro, dois dias antes do susposto pedido de propina, Dominghetti envia um áudio a um interlocutor, Rafael, às 16h22. “Rafael, tudo bem? A compra vai acontecer, tá? Estamos na fase burocrática. Em off, pra você saber, quem vai assinar é o Dias mesmo, tá? Caiu no colo do Dias… e a gente já se falou, né? E quinta-feira a gente tem uma reunião para finalizar com o Ministério”, diz Dominghetti.

O dia do áudio, 23, é uma terça-feira. Quinta-feira, quando Dominghetti cita já ter uma reunião marcada para “finalizar com o Ministério” é exatamente o dia 25, quando houve o jantar em um bar em Brasília no qual Dias teria pedido propina.

No dia 25, quando ocorre o susposto pedido de propina, Dominghetti recebe um áudio de um aliado, Odillon, o homem que o ajudou a fazer contato com militares que, segundo ele, abriram portas no Ministério da Saúde. Na mensagem, Odillon pergunta: “Queria ver se vocês combinaram alguma coisa para encontrar com o Dias”. Isso foi às 14h51.

No dia 26, após ter tido uma reunião com Roberto Dias no Ministério da Saúde, Dominghetti volta a enviar mensagem ao interlocutor Rafael. Ele diz que havia acabado de sair da pasta. A mensagem foi enviada às 17h16. A agenda oficial da pasta registra o encontro às 15h.

“Rafael, acabei de sair aqui do Ministério. Tudo redondinho. O Dias vai ligar pro Cristiano (representante da Davati no Brasil) e conversar com o Herman (CEO da Davati) ainda hoje, tá. Ele tá afinando essa compra aí, várias reuniões certificando a turma de que a vacina já está à disposição do Brasil”, diz Dominghetti.

Ele finaliza o áudio dizendo que estão discutindo como seria o pagamento. “Se for da Astrazeneca, melhor ainda”.

CNN Brasil

Opinião dos leitores

  1. Vamos ver se ele vai continuar acobertando outros envolvidos. Não existe mais dúvidas que uma quadrilha age no Ministério da Saúde, resta desbaratar e saber qual o papel de cada um.

  2. MOURÃO JÁ…..Passou da hora dos generais darem apoio e ajudarem a Mourão moralizar nossa nação sem esse monte de ladrões.

  3. Esse senador que deu voz de prisão é casado com a mulher que a PF prendeu por desvios de verbas de combate ao covid? Çei

    1. As coisas estão fedendo para os governistas. Cada vez mais chegando no presidente Bolsonaro. Conseguindo a façanha de perder a eleição 2022 em 2021.

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Polícia

Falhas de segurança: Auxílio emergencial empresário Luciano Hang coloca programa em xeque

FRAUDADO — Hang, dono da rede de Lojas Havan: CPF do empresário foi usado por estelionatários no programa do auxílio emergencial Luis Macedo/Câmara dos Deputados

Menos de 20 dias depois da polêmica do filho do apresentador William Bonner constar na base de dados do auxílio emergencial, o programa de transferência de renda do governo para trabalhadores informais — principal medida de combate aos danos econômicos causados pela pandemia de coronavírus —, está no centro de um novo escândalo: o empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, é um dos 55 milhões de beneficiários do chamado ‘coronavoucher’. Hang não é nem informal e muito menos de baixa renda, já que é listado como um dos bilionários do país na lista da revista Forbes. Logo, o pagamento do auxílio emergencial no nome e no CPF do empresário, mostra, mais uma vez, as gritantes falhas de segurança do sistema de concessão do benefício. As seguidas fraudes colocam em xeque a funcionalidade do programa mais celebrado da pandemia pelo executivo e acendem um alerta sobre a fragilidade dos bancos de dados do governo.

Luciano Hang, aliado de primeira hora do presidente Jair Bolsonaro, tomou conhecimento que seu nome estava na base de dados do auxílio emergencial, inclusive com parcelas já pagas, nesta terça-feira, 2, após o vazamento de dados pessoais do empresário e de autoridades pelo grupo de hackers Anonymous, que tornou pública informações sigilosas na segunda-feira. Em uma publicação no Twitter atribuída ao grupo, hackers tentaram usar o nome, CPF, data de nascimento e o nome da mãe do empresário para cadastrá-lo no auxílio emergencial. Porém, ao preencher os dados, o sistema da Caixa informa que Hang já estava cadastrado e recebeu a primeira parcela de 600 reais do programa. Em nota, o empresário condena o vazamento de dados pelo Anonymous e pede investigações a Polícia Federal tanto pela divulgação de suas informações pessoais como no cadastro indevido ao auxílio.

O auxílio emergencial é, pela lei, concedido a trabalhadores informais (ou seja, sem registro em carteira), microempreendedores individuais, autônomos que contribuem para o INSS e também beneficiários do Bolsa Família. O principal requisito do programa é ter renda de até meio salário mínimo (522,50 reais) ou até três salários mínimos na família (3.135 reais). Além de não ter contrato, o pleiteante não pode ser aposentado ou pensionista, receber seguro-desemprego ou ser funcionário público. Quem não é cadastrado no CadÚnico ou recebe Bolsa Família precisa se inscrever em um aplicativo da Caixa Econômica. Os dados do cadastro são passados para a Dataprev, que é quem deve verificar se aquele CPF têm direito ao auxílio. A empresa de tecnologia do governo cruza os dados informados na porta de acesso ao auxílio emergencial com 17 bancos de dados, entre eles o Cadastro Nacional de Informações Sociais (Cnis), onde há dados de contribuições previdenciárias e benefícios recebidos. Também são checados bancos de dados de vínculos empregatícios e da Receita Federal. A função desses cruzamentos é identificar se o candidato ao benefício faz realmente jus ao benefício. Depois do cruzamento, os dados são enviados ao Ministério da Cidadania, que é quem dá o aval definitivo para o pagamento e, só depois o CPF é liberado para a Caixa. Se tiver renda maior, por exemplo, há o bloqueio. Porém, a prática não funciona como a teoria. É gravíssimo que um sistema cheio de fases — inclusive com a homologação feita pelo Ministério, permita esse tipo de fraude.

O governo afirma que os dados informados são de responsabilidade do pleiteante e que, tentativas de burlar a legislação do auxílio estão sujeitas a devolução do auxílio. No entanto, indícios de crime são comunicados a Polícia Federal. “A CGU e a Advocacia-Geral da União (AGU) também estão atuando na fiscalização e no ajuizamento de ações, respectivamente, em todo o processo de pagamento do auxílio emergencial. É determinação do governo do presidente Jair Bolsonaro não tolerar a ação de criminosos que queiram burlar as regras do auxílio emergencial”. Ao ser questionado pelo caso do filho de Bonner, o Ministério da Cidadania afirmou que trabalhava para disponibilizar o nome de todos os beneficiários do programa no Portal da Transparência. Nesta terça-feira, a promessa foi novamente feita, mas novamente com o prazo para “os próximos dias”. A pasta também ressalta um site para que pessoas que receberam o auxílio indevidamente possam devolver os recursos aos cofres públicos, porém não informa o quanto já foi devolvido.

A ineficiência do pagamento do auxílio emergencial levanta questionamentos sobre a ampliação do ‘coronavoucher’ em um momento que o governo decide se abre mais os cofres públicos para pagamento de parcelas emergenciais do auxílio. O Ministério da Economia já admite cálculos para saber quantas parcelas e qual o valor pode ser pago. Até o momento, o governo já disponibilizou 154 milhões para o pagamento das três parcelas do auxílio emergencial e, ampliar, aumenta ainda mais o rombo nas contas públicas. Pelo grande impacto econômico, é fundamental que a transferência de renda seja segura, isto é, chegue nas mãos de quem precisa, e não fonte de golpes entre espertalhões. Quem perde com tudo isso é o país, que desampara os vulneráveis e tem sua capacidade de políticas públicas eficientes cada vez mais questionadas.

Veja

Opinião dos leitores

  1. Pelo que vejo, trocaram os corruptos de Lula pelos de Bolsonaro. Fazem uso do dinheiro público para fortalecimento político.

  2. Não sou defensor do governo, pelo contrário acho que a pior escolha que o país fez na história, colocar esse presidente, no entanto, o erro não é do sistema, mas da falta de caráter de muitas pessoas. No Fantástico do último domingo, mostrou que cerca de 150 mil brasileiros que moram em Portugal deram entrada no auxílio emergencial.
    Será possível?
    O Brasileiro só quer ser Pelé, ninguém quer ser Ronaldinho.

  3. Por favor, onde encontro a lista dos beneficiados? Favor postar o endereço. Desde já agradeço.

  4. Quem reclamava que o bolso familia tinha e tem fraudes………olha aí a esculhambação. Demita esse Ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, digo Ministro Cidadania. Sei la qual cadeira esse comunista ta.

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Diversos

Gestão do Conselho Regional de Medicina Veterinária do RN é colocada em xeque; coisas estranhas acontecendo

Em tempos aonde a PEC 108 questiona a real necessidade e efetividade dos conselhos de classe, chega ao blog informações que coisas bastantes estranhas acontecem no âmbito do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Rio Grande do Norte.

Coisas do tipo, valores estratosféricos de diárias, aonde o valor gasto com diárias consomem parcela expressiva do orçamento do CRMV/RN, segundo consta no portal da transparência.

Ocorrendo, ainda, o pagamento de diárias sem que o beneficiário tenha de fato se deslocado a localidade nos dias especificados. Tem um caso que um membro da Diretoria recebeu diárias para trabalhar na sexta e sábado na sede em Natal, porém, no comprovante anexado ao processo, ele abasteceu o carro as 19:54 da sexta-feira. Detalhe: em um posto de combustível de Mossoró.

Recentemente, ocorreu que carteiras de identificação profissional foram entregues em uma solenidade, sem a devida assinatura do Presidente, apesar de constar o pagamento de mais de uma diária para o mesmo no período do evento.

E mais:

Contratação de colaboradores que conforme Auditoria Federal se quer assinaram qualquer documento inerente a função para a qual foi contratado e, segundo a fonte do blog, nunca pisou nas dependências do CRMV/RN.

Outra coisa. Apesar de ser definida por resolução do Conselho Federal e atrelada ao capital social da empresa, o valor das anuidades de empresas são manipuladas a critério da afinidade com membros da atual diretoria. Ocorre ainda que alguns autos de infração lavrados pelo setor de fiscalização são rasgados e não são levados a termo, de acordo com a conveniência da Diretoria.

O Ministério Público Federal e o Tribunal de Contas da União precisam averiguar o que de fato vem ocorrendo no CRMV/RN. A sociedade precisa de uma resposta rápida e convincente.

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