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Descoberta brasileira torna a cannabis medicinal mais eficiente

Caio Santos Abreu, CEO da ENTOURAGE PHITOLAB Alexandre Battibugli/Divulgação

Em qualquer mercado que envolva commodities, quem produz a matéria-prima normalmente fica com as menores margens de lucro. Para recuperar o investimento e ganhar algum dinheiro, o agricultor, o pecuarista, o minerador e o pescador precisam produzir e vender grandes volumes. Com a cannabis não é diferente. Nos locais onde é permitido plantá-la, o preço da erva in natura vem caindo consistentemente, principalmente porque a demanda pelo produto legal não acompanha o crescimento da oferta, cada vez maior. Essa foi uma das primeiras lições que aprendi quando comecei a acompanhar esse universo mais de perto. As melhores oportunidades estão nas atividades que agregam valor aos insumos e entregam produtos mais sofisticados aos consumidores: remédios, concentrados, comestíveis, cosméticos etc.

Aqui no Brasil, o plantio de cannabis segue proibido, mas a dinâmica é a mesma. Os negócios mais atrativos para investidores e lucrativos para seus donos estão na indústria, não na agricultura (a afirmação aqui é um tanto óbvia, mas no mundo da cannabis ainda há uma tendência de supervalorização do cultivo). Nesse contexto, avalio como extremamente positivo o anúncio feito pela brasileira Entourage Phytolab na semana passada. A startup de biotecnologia, com sede em Valinhos (SP), desenvolveu uma fórmula que dobra o potencial de absorção do canabidiol (CBD) pelos pacientes. Na prática, significa que o mesmo efeito terapêutico pode ser obtido com metade da dose, tornando o tratamento mais barato e mais eficiente.

Os resultados da Fase 1 dos testes com o novo produto, selecionado entre mais de 50 formulações, foram apresentados durante o International Cannabinoid-Derived Pharmaceuticals Summit (ICDP), um dos principais eventos globais dedicados à pesquisa com canabinoides. Para Caio Santos Abreu, CEO da Entourage, o custo dos tratamentos pode cair até 60% com a nova tecnologia. “Trata-se de uma conquista inédita não só no Brasil, mas no mundo. Os cientistas que acompanharam o anúncio ficaram bastante impressionados com os nossos resultados”, contou Abreu. O produto segue agora para as fases finais de teste e devem chegar ao mercado no ano que vem, segundo as estimativas da empresa. “O processo é lento, mas tem que ser assim, esse é o caminho que escolhemos, a via farmacêutica. Estamos confiantes de que em breve vamos oferecer aos brasileiros um produto de alta qualidade, eficaz e com preços justos”, diz o executivo.

Além da absorção mais eficiente, os ensaios mostraram que a nova fórmula da Entourage reduz a variação dos efeitos do medicamento entre os diferentes pacientes. “Em geral, os tratamentos à base de canabinoides produzem efeitos diferentes de pessoa para pessoa”, afirma Manuel De Prá, chefe de pesquisa e desenvolvimento da empresa. “A variabilidade dos nossos resultados é três vezes menor que a dos produtos disponíveis no mercado atualmente. É um grande avanço, que dá mais confiança aos médicos na hora de prescrever”, completou. Ao que tudo indica, a Entourage acertou ao apostar na biotecnologia para se diferenciar, aqui e lá fora. Apesar de todo o nosso potencial agrícola, há também outros caminhos para que o Brasil se torne uma referência no mercado global de cannabis, agregando conhecimento em uma área ainda pouco explorada pela ciência.

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Cannabis medicinal no RN: justiça em silêncio enquanto a demanda aumenta

Fotos: Divulgação

Grupo Reconstruir publicou um texto que vale reflexão. Leia íntegra abaixo:

Cannabis medicinal no RN: justiça em silêncio enquanto a demanda aumenta

Em meio à pandemia do novo Corona vírus, que se alastra no Brasil, sem termos condições de vislumbrar seu pico e o subsequente declínio, chama atenção a necessidade de assistência médica das pessoas infectadas pelo vírus, mas há também um grupo de pessoas desesperadas por auxílio médico, que pela urgência do combate à pandemia, acabam invisibilizadas.

Falamos dos pacientes com doenças autoimunes, doenças crônicas, e o grupo que vem aumentando exponencialmente nessa pandemia: as pessoas que lutam contra as chamadas “doenças da mente”, que pode ser depressão, transtorno de ansiedade, síndrome do pânico, entre outras.

Devido à necessidade de isolamento social, somado ao risco de contágio que pode vir a ser uma espécie de roleta-russa, segundo o presidente da Associação Reconstruir Felipe Farias, a busca por tratamentos alternativos tem aumentado de forma significativa, entretanto, mais uma vez a população tem esbarrado na morosidade da justiça para obter um tratamento que resgate sua qualidade de vida. No Brasil já são mais de 17 mil pessoas que fazem uso da Cannabis medicinal, com mais de 89 habeas corpus expedidos para cultivo familiar, sendo seis deles no RN. Trata-se de uma alternativa prática e barata para acessar o tratamento, e não precisar pagar mais de R$ 2 mil na farmácia em um fármaco importado.

Assim como é feito no estado da Paraíba com a ABRACE, a ação ajuizada pela Associação Reconstruir Cannabis Medicinal (ARCM), requer autorização judicial para produzir o óleo medicinal da Cannabis para as mais variadas patologias. Finalizada toda a instrução processual, o processo está concluso para julgamento desde 1º e abril de 2020, sendo que o Juiz da 4ª Vara Federal da Seção Judiciária do RN até agora não proferiu nenhuma sentença. Ou seja, um processo que já teve de tudo, menos a decisão final; teve proposta de fomento à pesquisa nacional, garantias de um medicamento de alta qualidade, produção de robustas provas e um parecer favorável do Ministério Público Federal.

Apesar de não ter prazo, o processo é prioritário, afinal falamos da saúde de pessoas que correm inclusive risco de vida, sem falar nas crianças e idosos enfermos envolvidos.

Enquanto isso, mais de quatrocentos e sessenta famílias aguardam pelo tratamento.

Contato:

[email protected]
www.instagram.com/reconstruircannabis

Opinião dos leitores

  1. Fala em cortar repasse para esses bichos preguiças . em 10 minutos o mundo desaba. Não se pode contar com esses juízes e desembargadores.faz uma busca em processos concluso para julgamento.os bichos preguiças estão cansados.vem aí o recesso já já

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Especialistas de vários estados se reúnem na UFRN nesta sexta-feira para debater o uso de cannabis medicinal

(FOTO: ZILL NIAZI/WIKIMEDIA COMMONS)

Especialistas de vários estados se reúnem na UFRN nesta sexta-feira, 17, para discutir os avanços da pesquisa sobre a cannabis sativa para o uso medicinal. O Workshop Sobre Cannabis Medicinal é uma iniciativa do Instituto do Cérebro (ICe-UFRN) em parceria com a Sociedade Brasileira de Estudos da Cannabis (SBEC). As palestras acontecem a partir das 8h, no auditório F da Escola de Ciência e Tecnologia (ECT), e à tarde, a partir das 14h, no auditório B206 do Instituto Metrópole Digital (IMD). As inscrições podem ser feitas pelo Sigaa ou no próprio local.

Coordenado pelo neurocientista Claudio Queiroz, chefe do Laboratório de Redes Neurais e Epilepsia do ICe, o workshop terá a participação dos também neurocientistas Sidarta Ribeiro, Sérgio Ruschi e Igor Sales, dos médicos Eliane Guerra (Sbec) e Pedro Mello, e da advogada Carla Coutinho. Discutem o tema ainda Felipe Faria, do Fórum Delta9, e Sérgio Rebouças, da ONG Reconstruir.

Direcionado a médicos, profissionais da saúde, advogados e pacientes interessados no tema, a atividade busca ampliar as informações sobre o uso medicinal da cannabis e suas interfaces sociais, jurídicas e médicas. As palestras esclarecem sobre as evidências científicas para as principais aplicações da planta, os desafios relacionados à prescrição médica, os aspectos legais para a obtenção do medicamento (importado ou nacional), bem como as estratégias desenvolvidas pela sociedade civil organizada para esse fim.

Com informações da UFRN

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Instituto do Cérebro da UFRN realiza curso sobre cannabis medicinal

O uso da planta cannabis sativa para fins medicinais tem atraído cada dia mais interesse das comunidades médica e acadêmica pela oportunidade de tratamento para inúmeras doenças. Pensando nisso, o Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (ICe-UFRN) vai oferecer o primeiro curso sobre o tema voltado para profissionais e estudantes da área da saúde.

Com o título “Cannabis medicinal, uma atualização profissional”, o curso busca divulgar os mais recentes avanços científicos relacionados ao uso da maconha no tratamento de doenças. O conteúdo apresenta o sistema endocannabinóide e o estado da arte das pesquisas com fitoterápicos no Brasil e no mundo, bem como discutirá os desafios e limitações da terapia com cannabinóides sintéticos e naturais. Com carga horária de 20h, o curso será realizado de 3 a 7 de dezembro (de segundo à sexta), das 17 às 21h no Anfiteatro dos Répteis do Centro de Biociências da UFRN.

Estudos e testes mostram que a cannabis pode ser usada na diminuição de dores crônicas e no combate a crises de epilepsia. Também tem ajudado a tratar diversas doenças como Síndrome de Hett, Alzheimer, Depressão e Esclerose múltipla, bem como para diminuir os efeitos da quimioterapia e da radioterapia.

Durante o curso, não só estes temas serão esclarecidos, como também será abordada a história do uso da cannabis por seres humanos, desde os tempos antigos até o uso de princípios ativos isolados no mundo moderno.

O curso

As inscrições para o primeiro curso sobre cannabis medicinal já estão abertas. Quem se inscrever até o dia 23 de novembro pagará R$ 100 (profissionais) e R$ 60 (estudantes). A partir do dia 24 até o dia 30 de novembro, o valor passa a R$ 150 (profissionais) e R$ 90 (estudantes).

O curso contará com a participação dos neurocientistas e pesquisadores do Instituto do Cérebro da UFRN: Rodrigo Romcy-Pereira, Cláudio Queiroz, Sidarta Ribeiro, Igor Sales e Sérgio Ruschi. Também terá a participação de profissionais externos: Pedro Mello (médico acupunturirista), Júlio Américo Pinto Neto (Liga Cannábica da Paraíba), Lorenzo Calvi (médico etnofarmacologista do GH Medical e Universidade de Milão/Itália), Joost Heeroma (neurobiólogo, diretor científico do GH Medical/Holanda) e o químico austríaco Wolfgang Harand (Ufersa). As inscrições podem ser feitas através do SIGAA/UFRN e dúvidas encaminhadas para a Comissão de Eventos do Instituto do Cérebro no e-mail: [email protected]

Com informações da UFRN

 

Opinião dos leitores

  1. Gastao muito dinheiro publico tentando dizer que se drogar nao faz mal e pode ser recreativo… é uma pena que uma entidade publica esteja deste nivel.

    1. Eu já vi muito tipo de analfabeto, mas como esse Luís, jamais… Quadrúpede, vc não leu sequer o título…onde tem falando uso recreativo?

  2. E bom não ir muito fundo nesse estudo senão vão descobris que muitos alunos não tem essa pecinha

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