Polícia

JACAREZINHO – RJ: ONU pede que MP faça investigação independente, cita tendência de ‘uso desproporcional’ da força em favelas, e delegado nega execução: “quem não reagiu, foi preso”

Foto: Ricardo Moraes/Reuters

O escritório de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) cobrou, nessa sexta-feira (7), uma investigação independente sobre a operação policial no Jacarezinho que deixou 25 mortos, incluindo um policial.

O porta-voz dos Direitos Humanos da ONU, Rubert Colville, disse em entrevista coletiva em Genebra, na Suíça, que há um histórico de uso desproporcional e desnecessário da força pela polícia.

“Pedimos que o promotor conduza uma investigação independente e completa do caso de acordo com os padrões internacionais”, disse Colville

O porta-voz ainda se diz preocupado com o fato de que a cena do crime não tenha sido preservada, dificultando o trabalho da perícia para a elucidação das circunstâncias da morte.

“É particularmente preocupante que a operação tenha ocorrido apesar de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de 2020 restringindo as operações policiais em favelas durante a pandemia de Covid-19”, afirma Colville.

Ele faz um alerta às autoridades brasileiras para que o uso da força seja aplicado quando estritamente necessário, respeitando os princípios da legalidade, precaução necessidade e proporção.

“A força letal deve ser usada como último recurso e apenas em casos em que há ameaça iminente à vida ou de um sério perigo”.

Comissão da Alerj suspeita de execuções

A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) afirma que há “graves indícios de execução” no Jacarezinho e também pediu uma investigação do Ministério Público.

“É preciso dar o nome correto do que aconteceu no Jacarezinho: chacina. É absurdo naturalizar esse tipo de ação. As pessoas esperam do governo a vacina e a comida, é só recebem terror e morte. Não existe pena de morte no Brasil. A polícia não pode combater o crime cometendo crimes contra humanidade. O MP precisa investigar com seriedade e compromisso com a população do Rio”, afirma a presidente do grupo, Renata Souza (PSOL).

25 mortos

Um dos mortos foi o policial civil André Leonardo de Mello Frias, da Delegacia de Combate à Drogas (Dcod). A Polícia Civil diz que os outros 24 assassinados eram criminosos, mas não revelou as identidades ou as circunstâncias em que foram mortos.

Moradores da comunidade denunciam que suspeitos foram executados. O Ministério Público recebeu, em sua ouvidoria, denúncias de abusos policiais, que estão sendo investigados.

O delegado Ronaldo Oliveira nega que tenha havido execução. “Para deixar bem claro: quem não reagiu, foi preso. Ou foi preso ou fugiu”.

O sociólogo Daniel Hirata, do Geni/UFF, classifica a operação como inaceitável e diz que é mais grave do que chacinas como a de Baixada Fluminense, em 2005, ou a de Vigário Geral, em 1993.

“Foi a operação mais letal que consta na nossa base de dados, não tem como qualificar de outra maneira que não como uma operação desastrosa (…) É uma ação autorizada pelas autoridades policiais, o que torna a situação muito mais grave”.

Ele diz que, segundo os moradores, a ação se tornou mais violenta após a morte do policial e que ficou “incontrolável”. Na manhã desta sexta, a comunidade amanheceu com policiamento reforçado.

Com G1

Opinião dos leitores

  1. Olha no que dá a complacência do estado, com a ajuda do STF, inclusive com a comprovada permissão de áreas destinadas ao crime com o uso de drogas, além do faz de conta de dar atenção devida às fronteiras e as amizades com governantes de países produtores de drogas. O Brasil virou rota e piada de péssimo gosto, hoje os meliantes mandam nas ruas e nós ficamos presos em casa. Quero saber se com pão e mortadela se conseguiria subir nesses antros de marginalidade, a política do faz de conta tem um preço amargo.

  2. Desproporcional como, se os bandidos defendidos pela esquerda seboso, pq existe uma esquerda coerente e inteligente, estava mais armada e com um quantitativo maior que a polícia? Só os canalhas semelhante aos bandidos os defendem.

  3. Os policiais tem de reagir imediatamente a essa onda de criminalização de suas obrigalções constitucionais, a polícia sempre existiu para defender a sociedade, como disse o Delegado, “quem não reagiu foi presso” se fosse a contráruio e tivese morrido 25 policiais os direitos humanos achariam normal.

  4. Que a ONU, os Direitos Humanos e as ONGS que defendem bandidos os adotem. Que sejam vítimas de sua crueldade. Qie morram nas mãos deles.
    Força desproporcional é bandido atirando em PM de cima para baixo, com armamento de maior letalidade e sem compromisso de preservar nenhuma vida de inocente.
    Que merda de país estamos construindo, onde só quem tem direitos são os bandidos e os políticos corruptos?
    Até quando a sociedade vai aceitar isso de forma passiva?
    Onde estão a ONU, os Direitos Humanos e essas ONGs sugadoras do dinheiro público quando bandidos matam o cidadão de bem ou os policiais?
    A sociedade precisa urgentemente exigir e lutar por mudanças, se quisermos uma sociedade melhor no futuro.

  5. Manda esse povo da ONU e outros subir lá no morro, distribuindo picolé e apenas dizendo que veio prender bandidos. Se sair um vivo é milagre…

  6. Acho que foram poucos CPF cancelados, o que tinha de marginal que foi filmado, fugindo pelos telhados é pouco! E a verdade é que a Polícia teve que reagir, já no início da operação executaram o inspetor da PC, André Farias! Ai vem Direitos Humanos, OAB, imprensa, deveriam considerar os policiais uns heróis em colocar a vida em risco em prol da população. História de não combater facção criminosa por causa da milícia é muita cara de pau! É preciso sim combater, punir e aumentar a pena dos dois!

  7. fez certinho, reagiu é chumbo tinha que ter matado mais, a ONU E BOSTA ÉW A MESMA COISA MANDA EM NADA AQUI NÃO, tem que fazer todo dia, bater ate reduzira a zero esses criminosos, operação feita com inteligência, parabéns a policia

  8. Quando a PM é juridicamente impedida de atuar em área, publicamente conhecida, como sendo de atuação de bandidos e traficantes, tem muita coisa errada com quem tomou a decisão. Essa pilantragem de combater bandido e traficante com conversa, convencimento e flores, é de uma irresponsabilidade imensurável, parece coisa de gente conivente com o crime.
    Qual a razão do viciado atacar cidadão com arma para tomar o dinheiro e ir comprar o tóxico? Porquê o cidadão está desarmado. Se o viciado for roubar o traficante, vai ser recebido a bala de grosso calibre. Essa é a realidade! O resto é discurso torpe
    Quais os partidos políticos que defendem o bandido com a máscara de excluído social?

  9. O que parece ser só mais uma operação desastrada e sem inteligência da polícia também pode ser visto como uma forma de preparo de terreno para que a milícia possa dominar um território aonde nunca conseguiu se instalar. É fácil ficar comentando como se fosse um apresentador de programa policial popularesco com chavões surrados, mas para quem vive nessas regiões sem lei essa novela não tem graça nenhuma.

    1. Quer ser inocente útil, é problema seu, mas não venha externar sua opinião desvirtuada. Milícia vai tomar conta do espaço a qualquer preço e na hora que estiver mais forte. A regra é quem está mais forte toma conta dos negócios, sempre foi assim. Mas alguns tem o desvio mental e deterioração social de só ver a ação da PM como coisa ruim. Vá para Colômbia e Venezuela, lá a Milícia em nome do governo faz o que você entende e aceita, só atua democraticamente.

  10. Polícia miliciana.
    Uma verdadeira chacina, nunca vi uma operação como essa no Leblon, Ipanema, barra da Tijuca, etc.

    1. Um jumento direitopata, eleitor de outro ASNO fascista e genocida falando de …”milícia”?!?!
      kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
      Esses eleitores do jumento mor fazem-me rir !!!!!!!!!
      Miliciano é esse assassino que voces doentes mentais colocaram na presidência por falta de opção, junto com a sua prole de BANDIDOS!
      Mais óia quem vem falar de milícia !!!kkkkkkkkkkkkkkkkk
      Vai estudar, JUMENTO!

  11. 24 CPF cancelados, engraçado é a imprensa fazer um alvoroço pela morte de 24 bandidos e ficar calada pela morte trágica de 3 crianças e 2 professoras por um esquerdista de 18 anos

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Diversos

Moradores de favelas do Brasil estão otimistas com 2020, diz pesquisa

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O brasileiro que vive em favelas está otimista com a chegada deste ano, segundo a pesquisa Sonho da Favela 2000, apresentada nesta quinta-feira (2) à Agência Brasil. O levantamento mostrou que oito em cada dez pessoas que vivem em favelas no país (81% do total de entrevistados) acreditam que a vida vai melhorar em 2020, sendo que 36% acredita que a melhoria será significativa. Do total de pessoas entrevistadas, 74% disse estar feliz, atribuindo notas entre 8 e 10 para a sua felicidade.

O otimismo inclui vida financeira e familiar para oito em cada dez moradores. E 76% acredita em melhorias na vida profissional também. As expectativas, segundo eles, não dependerão de governos, mas de esforço próprio: 64% do total de entrevistados afirmam que a melhoria de vida depende de si mesmo, enquanto apenas 5% deles atribuem ao governo federal a mudança.

O maior sonho desses moradores é ter uma casa própria, resposta dada por 21%, seguida por saúde (20%). Ainda entram na lista a chance de ter um negócio próprio (7%), de conseguir um emprego (6%) e de ter sucesso profissional (6%). A maior dificuldade para a realização destes sonhos é a questão financeira: 67% dos entrevistados aponta a falta de dinheiro como maior problema para a realização de seus sonhos. Apesar disso, 52% dos entrevistados têm certeza de que vão conquistar o que desejam.

Profissionalmente, o principal sonho revelado pelos entrevistados foi o de ter um negócio próprio (35%), seguido por passar em concurso público (12%), conseguir um emprego (10%) e ter uma profissão (9%)

(mais…)

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Polícia

Traficantes proíbem venda de crack em favelas do Rio

 

O crack tem dado prejuízo não somente aos usuários, mas também aos próprios traficantes e aliciados. Especialmente, quando a população de dependentes químicos se transforma em uma população similar à zumbis, subindo e descendo os morros. Obviamente, despertando a atenção das autoridades policiais para o tráfico local e promovendo desordens pontuais nas próprias localidades.

Foi baseado nesta movimentação que a reportagem da Folha de São Paulo mostra que os traficantes das favelas do Jacarezinho e do Mandela, localizadas na zona norte do Rio, proibiram a venda de crack nas comunidades.

Esta semana, eles afixaram cartazes nos locais alertando aos usuários que não seria mais possível comprar a droga. Outras drogas continuam sendo vendidos nas duas favelas, que são controladas pela facção CV (Comando Vermelho), a mais antiga da cidade. As duas comunidades são vizinhas.

O canal responsável por divulgar a decisão dos traficantes foi a ONG Rio de Paz, cujo presidente é o ativista dos direitos humanos Antônio Carlos Costa. Segundo Costa, os traficantes tomaram a iniciativa depois que aumentou o índice de roubos, furtos e brigas na comunidade. Faz parte de um código de comportamento particular dos traficantes do Rio não permitirem esse tipo de atitude nas áreas sob seu domínio.

O representante da ONG afirmou que os bandidos calculam que há pelo menos mil usuários que frequentam as duas favelas diariamente em busca do crack. O ativista compartilha ainda que,  os comercializadores desse tipo de entorpecente relataram ser a venda de crack responsável por 50% da receita do tráfico no local, mas não estaria compensando pelos problemas e pela atenção que o movimento estava chamando do poder público.

Costa acredita que a iniciativa, adotada em duas das principais favelas controladas pela facção, deve se espalhar para outras comunidades. “A ação é apoiada pelos moradores locais, que se revelam cansados em lidar com esses usuários. O crack é uma droga que destrói a pessoa de uma forma tal que ela vira um zumbi, um farrapo humano”, afirmou Costa.

A maior preocupação agora, afirmou o ativista, é saber para onde vão esses usuários. Há o temor de que eles reajam com violência à proibição. “Queremos chamar também a atenção do poder público para que cuide dessas pessoas. A proibição da venda vai provocar a migração de milhares de dependentes para outros locais. Queremos que o governo se adiante a esse processo”, acrescentou.

Com informações da Folha de São Paulo

Opinião dos leitores

  1. Engraçado: Param de vender crack pra afastar o poder público… já venderam tanto e aliciaram tantos menores, crianças, adolescentes e acabaram com famílias…. e, no fnal da reportagem tem a cara de pau de jogar a responsabilidade para o poder público! Afinal…. querem ou nao querem o poder público? Acredito que querem qdo convêm! ABSURDO!!!!!

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *