Economia

Riograndense confirma falência e discute medidas emergenciais

A notícia está no site da Tribuna do Norte. A empresa Riograndense, responsável por três linhas de ônibus urbanos (03, 28 e 45) da cidade, confirma o fim de suas atividades. De acordo com motoristas da empresa, o anúncio foi dado através de um aviso impresso e colado nas garagens dos ônibus e a única coisa que sabem é que na próxima terça (14) haverá uma reunião na Delegacia Regional de Trabalho para discutir a recisão dos contratos.

A decisão foi tomada na noite do sábado (11), quando o dono da Riograndense, José Venâncio Flor, chegou à garagem dos ônibus urbanos, no bairro Nova Natal, às 23h15, com a ordem de levar 16 ônibus para as demais garagens da empresa, na Cidade da Esperança e em Parnamirim, impedindo até mesmo de que a última viagem fosse realizada.

Aerton Ramalho, 50 anos, é motorista da empresa há 18 anos e afirma que “se a empresa não quiser mais trabalhar, os funcionários podem montar uma comissão para operar as três linhas”, arcando com os gastos necessários. As três linhas juntas são responsáveis pelo transporte de uma média de 15 mil pessoas por dia e, ainda de acordo com o motorista Aerton Ramalho, cerca de 30 viagens deixavam de ser feitas diariamente por falta de manutenção dos ônibus.

Passageiros das linhas 03-Campus, 45 e 132-Jardim Petrópolis foram prejudicados pela interrupção do serviço neste domingo. De acordo com o secretário Márcio Sá, da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob), o comunicado oficial da empresa informando a falência chegou apenas às 10h30 da manhã desta segunda-feira (13). O secretário disse ainda que às 15h de hoje haverá uma reunião com o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros do Município do Natal (Seturn) e provavelmente com representantes da Riograndense, para discutir quais medidas serão tomadas para suprir esta necessidade de forma emergencial.

A Semob acredita que as medidas emergenciais e especiais – como extensão de linhas já existentes, cotação de circulares e, até mesmo, outorga de uma autorização precária para que outra empresa possa operar as linhas – passarão a ser tomadas a partir desta terça-feira (14), mas diz que só pode garantir após a reunião que acontecerá nesta tarde. A principal recomendação da Secretaria é que as pessoas que costumam utilizar estas linhas façam a integração através de ônibus que tenham trajeto próximo aos das linhas momentaneamente suspensas.

Intermunicipais

A empresa apesar de ter suspendido as atividades das linhas urbanas, nesta manhã circulava com os ônibus intermunicipais, no percurso Natal-Nova Cruz. Devido à suspensão dos ônibus urbanos, os motoristas da empresa decidiram recolher todos os ônibus da Riograndense, tirando-a totalmente de circulação, levando, consequentemente, à suspensão das passagens intermunicipais na rodoviária. Os passageiros devem procurar outras alternativas até que a circulação volte ao normal.

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Jornalismo

Frota veículos no RN aumenta sete vezes mais que população nos últimos 4 anos

Esse números da reportagem da Tribuna não são novidades para ninguém, o colapso no trânsito Natalense é maior a cada dia. Promoções de carros não para de ter, enquanto isso para tapar um buraco as vezes passam mais de seis meses. Segue reportagem da Tribuna do Norte:

A frota de veículos, no Rio Grande do Norte, cresceu sete vezes mais que a população nos últimos quatro anos. Números do Departamento Estadual de Trânsito (Detran/RN) revelam um aumento de 34% na quantidade de veículos entre os anos de 2008 e 2011. No mesmo período, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população potiguar cresceu apenas 5%. O ritmo de investimentos na infraestrutura rodoviária não acompanhou as vendas dos veículos e, na capital do Estado, a falta de obras de mobilidade urbana causam, cada vez mais, engarrafamentos e produzem transtornos à população. Nos próximos meses, uma lei federal, que tenta regulamentar o transporte de cargas e passageiros, entrará em vigor. Investir em transporte público de qualidade, segundo especialistas, é a única maneira de evitar um colapso no trânsito.

Aldair DantasMesmo com aumento da frota, obras de mobilidade não saem do papel

Segundo o Detran/RN, o ano passado encerrou com 862.335 veículos transitando em todo Estado. Em 2008, a frota era de 642.625. Naquele ano, havia 3.013.740 habitantes em terras potiguares. Três anos depois, a população norte-rio-grandense soma 3.168.027. As facilidades do mercado aliada à economia forte e crescente do Brasil são alguns fatores que explicam a expansão do poder aquisitivo da população. Atualmente, é possível comprar um veículo sem precisar pagar uma entrada.

Se por um lado a aquisição de um veículo representa progresso e melhoria na qualidade de vida do cidadão, por outro, sem as devidas mudanças na infraestrutura das ruas e estradas, é sinônimo de problema. “Esse aumento de frota ocorre em todo canto. É uma tendência natural”, disse o secretário-adjunto de Transporte do Município, Haroldo Maia. De acordo com o secretário, para diminuir os transtornos causados com o aumento da quantidade de veículos rodando nas ruas, não há outra solução senão privilegiar o transporte coletivo. “Se apresentamos solução para melhorar o fluxo de veículos particulares, o comércio vai continuar vendendo muito. É preciso priorizar o transporte coletivo”, afirmou.

Há uma esperança nesse sentido. Na última quarta-feira, foi publicada, no Diário Oficial da União, a Política Nacional de Mobilidade Urbana. A lei, sancionada pela presidente Dilma Rousseff, entrará em vigor no prazo de cem dias e tem objetivo de melhorar os modos de transporte, tendo em vista a mobilidade de pessoas e cargas no país.

Entre as novidades da nova política, está o fato de que os entes federativos (União, Estado e Município) poderão restringir a circulação de veículos motorizados em locais e horários predeterminados. A cobrança de pedágio também está prevista. “Essa nova lei é uma preocupação do governo com esse avanço desenfreado do aumento de veículos e vai nos ajudar a controlar o fluxo no trânsito”, diz Haroldo.

As obras de mobilidade urbana previstas para a Copa do Mundo 2014 também podem colaborar para desafogar o trânsito na capital do Estado. No entanto, há pouco mais de dois anos para o início do evento esportivo, nada foi feito. A última medida da Prefeitura com relação ao projeto foi a assinatura de um convênio de R$ 293 milhões com a Caixa Econômica Federal. No interior, a situação não é muito diferente. Exceto a BR-101, não há investimentos significativos nas estradas que cortam o RN.

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